Paradise Coast escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 13
Negociação




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P.O.V. Khan.

Ela era muito parecida com a mãe dela, não apenas fisicamente, mas seu gênio, seu intelecto e seu coração. Elisa tinha um coração tão grande, ela era gentil, amorosa, carinhosa, caridosa. Muito diferente de Una.

Una é tão fria quanto um morto, ela é bela, porém consegue ser cruel, mimada, mesquinha. Egoísta, vaidosa demais.

Ela sempre escolhe a forma que vai assumir por sua beleza aos olhos dos outros.

—Bem, suponho que saiba o que acontece agora.

—Eu não vou com você. Não vou abandonar os meus amigos nas mãos de gente do governo que quer me explorar.

—Você precisa cumprir o seu dever para com o seu povo.

—Meu povo? Meu povo? Minhas mães morreram, o pai que me criou morreu, nasci na Terra, criada em Paradise Coast e portanto apesar do D.N.A. adulterado não há absolutamente nada que me ligue á Zênite ou Astória. A Terra é a minha casa. E eu não vou sacrificar as pessoas que amo porque você não consegue procriar. Arrume outra esposa, uma concubina, sei lá. Você só está aqui porque precisa de algo. Clássico.

Alguém entrou pela porta. E quando nos viu ficou... paralisada.

—Está tudo bem Bev. Não são uma ameaça.

—E quem são eles?

—Pai biológico e madrasta.

—Oh. Porque aparecer do nada e logo agora?

—Porque a Rainha é estéril e o Rei precisa de um herdeiro. O governo precisa duma arma, o Rei precisa de um herdeiro, a médica precisa de remédio, o espião precisa de redenção. Maldita gente interesseira, sanguessugas e eu é que tenho gene de vampiro.

Ela estava certa sobre quase tudo.

—Que tal um acordo?

—Desembucha.

—Você e seus amigos, vem conosco e passam algum tempo em Zênite. Você aprende nossos costumes, conhece nosso povo e se não gostar, se não quiser... pode abdicar.

—É justo. Ahm, você não disse que Zênite era um planeta gelado?

—E é.

—Bev e Jeremy não vão... morrer por causa disso não é?

—Não. A atmosfera de Zênite é extremamente parecida com a da Terra, a única diferença é que não temos sol. Apenas luas.

—Tudo bem. Então temos um acordo, mas...

Ela avançou e me prensou contra a parede.

—Se alguma coisa acontecer com eles por sua causa, eu vou atrás de você e pai biológico ou não, vou te despedaçar.

Vi os olhos dela mudarem de cor.

—Muito justo.

Sim, ela era exatamente igual a mãe dela. Capaz de fazer qualquer coisa por aqueles que ama.

—Se vocês quiserem vir comigo, então venham, mas se quiserem ficar, então... vocês são livres.

—Você sempre foi minha irmã. Salvou minha vida mais vezes do que dá pra contar e é a única família que eu tenho.

—Também sou órfão e o governo do meu país me odeia. Então, estou dentro.

Eles embalaram os poucos pertences que possuíam e nós voltamos para o deserto de Mohavi onde minha nave estava.

P.O.V. Lisa.

Ir para outro planeta e ser uma Princesa Alienígena, parece coisa de filme de ficção. A nave era absolutamente enorme, prateada como se fosse feita de espelhos. Brilhante e redonda. Não, oval como um ovo deitado.

—É um milagre ninguém estar vendo isso.

—Não é um milagre, criança tola. É ciência.

E era. Tinha uma espécie de energia ao redor da nave, acho que é um escudo.

—E como a gente passa?

Khal Khan abriu a nave manipulando a energia e fazendo abrir um buraco no escudo para nós entrarmos.

Por dentro a nave tinha acentos, uma tripulação armada que eu acho que é uma escolta e as portas se fecharam e senti o escudo subir de novo.

—Trace o curso para Zênite, preparar para decolagem. Ative a camuflagem.

—Sim, Khal. Se me permite, qual delas é...

—Sou eu.

Disse acenando.

—Sou a Lisa, muito prazer.

—É uma honra conhecê-la Vossa Alteza Real.

—É. Ainda estou... me acostumando com isso.

P.O.V. Una.

A criatura se veste como um soldado, porta armas e tem marcas no corpo. E ainda ela é a herdeira do Trono. Me pergunto, porque os Deuses a favorecem?

A nave se agitou quando realizamos a dobra.

—O que foi isso?

—Fizemos a dobra.

—A dobra? A dobra espacial? Cruzamos a fronteira do Espaço?!

—Sim.

—Inacreditável! Se minha mãe tivesse aqui ela ia pirar! É uma pena que não tem como ver lá fora.

—Na verdade tem.

Khal deu o comando e a nave mostrou o espaço.

—Incrível!

—Nossa isso é demais.

O comandante informou que estávamos entrando no espaço aéreo de Zênite, para nos preparamos para o pouso.

—Preparem-se, vamos pousar.

—Mas, já? Não faz nem cinco minutos.

—O milagre da dobra. A energia que move o motor é extremamente potente.

—É, deu pra ver. Parece a energia que saia da Lisa quando ela estava voando.

—Mas, eu não voo. Voo?!

—Não estando consciente, mas quando você dorme... você ficou toda luminosa, o seu cabelo flutuava e meio que parecia o da Medusa. Se movia sozinho.

—To fora ein. A Medusa transformava gente em pedra. Mas, se for olhar por outro ângulo, Medusa era uma mulher forte, poderosa com um olhar matador. Do tipo que os homens temem.

Disse a... Princesa.

P.O.V. Jeremy.

Quando desembarcamos, vi o poder bélico deles. Exoesqueletos enormes, com soldados dentro, naves com canhões que atiram só Deus sabe o que. Se a mesma energia que usaram para nos trazer aqui foi usada na fabricação do armamento deles, então... eu é que não quero comprar briga com Zênite.

—Nem eu.

Nada tinha pneus, tudo apenas flutuava. Tanto veículos civis quanto de guerra.

P.O.V. Lisa.

A cidade é enorme, há edifícios á perder de vista. Carros flutuantes, os prédios são todos da mesma superfície vítrea da nave, mas o céu não é azul. É... meio dourado, azulado no máximo. E orbitando sob nós estão as enormes luas, acho que elas tem duas vezes o tamanho do sol da Terra. E apesar da cidade, havia também vegetação, mas as enormes árvores tem o tronco branco, folhas azuis, ás vezes verdes, só que tudo é neon.

Os guardas usam armaduras parecidas com a minha só que eles tem capas... azuis. O Enorme Palácio é feito de pedra e tem arquitetura grega, colunas, arcos, portas que não tem portas, tudo é branco, também mistura arquitetura gótica é uma coisa esquisita que de algum jeito dá certo. Detalhes em dourado.

Então, uma galera veio atirando. 

—Escoltem a minha filha, minha esposa e seus convidados para o Palácio e levantem os escudos!

—Sim, Khal.

Fomos escoltados para dentro e deu pra ver os escudos serem levantados ao redor não só do Palácio, mas da cidade também. Havia um só envolta do palácio.

Ele estava cercado, não ia conseguir. Então, peguei as minhas malas, vesti minha armadura, peguei a Serafim e me transportei para fora do palácio.

P.O.V. Khal Khan.

Estava cercado, quando Lisa apareceu do lado de fora do Palácio.

—O que está fazendo aqui?

—Salvando a sua vida. Senhores... podemos?

Ela sacou a lâmina. Era ela contra vinte homens armados com tecnologia da melhor e Lisa lutou com três lâminas, unhas e dentes e venceu. Arrancou corações, alimentou-se dos sangues dos homens, virou suas armas contra eles mesmos. Fez o exército se destruir.

O último que sobreviveu tentou uma fuga, mas foi interceptado.

—Por favor. Misericórdia.

—Se você e a sua gente chegar perto dele de novo, eu vou arrancar o seu pulmão! Se você tiver um, se não tiver... eu arrumo outra coisa pra arrancar. Passe o recado.

Eu entendi a estratégia dela.

—Grande Khal?

—Deixe-o ir.

Senti Lisa agarrar meu braço e de repente estávamos dentro do Palácio. Ela conseguiu penetrar todas as nossas defesas e trazer alguém para dentro.

—Chocante. Eu sei.

—E tinha razão, vocês são mesmo pálidos, quase que catalépticos. Então, de nada por salvar a sua vida.

—Obrigado.

—Disponha.

Ela estava coberta de sangue, o sangue pingava de sua boca, suas roupas, suas unhas.

—Eu sei, nada glamouroso, mas acho que é o preço a ser pago. O sangue dos Zênitianos é doce, não tem o gosto levemente metálico que o sangue humano tem.

—Zênitianos não produzem ferritina ou vitamina D. 

—É claro, só se produz vitamina D tomando sol. E se... se os humanos não tomam sol, eles ficam com escorbuto.

Disse ficando subitamente preocupada.

—Não se preocupe. Luzes U.V. podem suprir a necessidade de vitamina D dos seus amigos.

—Obrigado. Agora, um banho seria bom.

—Claro.

—Você não tá... machucado tá?

—Não. Graças á você. Por favor, escoltem a minha filha aos seus aposentos.

—Sim, Khal.

P.O.V. Lisa.

O guarda me escoltou até um enorme quarto branco com uma cama redonda que parecia muito fofa.

No momento em que entramos as luzes se acenderam. O ambiente era amplo, feito de um material que era parecido com mármore, uma baita duma janela que dava vista para a cidade inteira.

—Obrigado.

—Foi uma honra, sua Alteza.

—Como pode me entender e eu a você se tenho quase certeza de que estamos falando línguas diferentes?

—O tradutor universal funciona muito bem.

—Incrível. E obrigado de novo.

—Novamente, foi uma honra.

O guarda saiu e eu tirei a armadura ensanguentada. E as roupas.

Andei pelo ambiente e encontrei o que parece ser um banheiro. Tem uma banheira e um chuveiro que não tinha torneira. A banheira também não tinha torneira.

—Como vou tomar banho sem torneira?

Fiquei sei lá quanto tempo procurando um botão, alguma coisa que fizesse o chuveiro ou a banheira funcionarem até, me sentar no chão frustrada e...

—Ai eu desisto!

—Olá, você deve ser a Khalissa Lisa.

—E quem é você?

Perguntei para a garota de cabelos castanhos lisos chapinados e roupa branca.

—Sou Sandy, sua presença de quarto.

—Presença de quarto? Credo, parece assombração. Você não é uma assombração, é?

Ela só repetiu:

—Sou Sandy, sua presença de quarto.

Então eu percebi. Sandy era uma inteligência artificial.

—Sandy, como eu ligo o chuveiro?

—O quarto é todo equipado com sensores de movimento e de voz. O vosso quarto, sua Alteza foi programado para falar a sua língua. Inglês.

—Obrigado Sandy.

Tirei a minha roupa íntima e disse:

—Chuveiro, liga.

O dito cujo obedeceu, mas a água estava fervendo.

—Ai, tá muito quente. Faz a água esfriar um pouco.

E ele me obedeceu. Tinha uma barra que eu imaginei ser sabão e era. O cheiro era floral, mas não de nenhuma flor que eu conhecesse.

Quando eu ia sair, não tinha toalha.

—Sandy, como arrumo uma toalha?

—O quarto é todo equipado com sensores de movimento e de voz. O vosso quarto, sua alteza foi programado para falar a sua língua. Inglês.

—Eu só quero uma toalha!

E a toalha apareceu.

—Misericórdia!

Me sequei e me enrolei naquela toalha branca e fofa. Então, Sandy falou:

—Sua Alteza tem uma visita.

—Aqui? Agora?

—Sim.

—Você sabe quem é?

—Magdalia, a modista real.

—Oh. Obrigado. Pode dizer a ela que estou á caminho?

—Sim.

Sandy sumiu. No meio do ar. Ouvi ela falando com a mulher.

Segurei bem a toalha no lugar, respirei fundo e sai. A mulher na minha frente tinha o mesmo aspecto cataléptico de todos os outros, o cabelo dela era loiro platinado. Me lembrava a Rainha da Neve ou a Kida do Atlântis.

Oh, eu vejo que Vossa Alteza necessita desesperadamente da minha assistência.

—Á que ponto cheguei não é? Nossa você é tão pálida que consigo ver as suas veias. Que aflição.

Perdoe-me então.

—Você não tem que se desculpar por nada. Você é você, só é um pouco... estranho. Vai levar um tempo para eu me acostumar.

Os olhos dela eram azuis brilhantes. Mas, do jeito dela... ela era linda. O corpo esguio, curvas bem marcadas por um vestido preto que tinha um corpete, era de couro eu acho.

Ela tirou minhas medidas. Da cintura, barriga, busto e tudo isso ai. Mediu minha altura. Até mesmo o tamanho dos meus pés.

—Eu calço trinta e quatro.

 


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