“O que eu quis dizer é que meu carro bateu no dela por trás", disse desconfortável com seu próprio erro. “É bom vê-la de novo, madame.” O belo homem estendeu a mão para um aperto amigável.

A moça ignorou o gesto. “Igualmente” disse dando uma piscadela.

“Eu sinto muito sobre o carro, mas eu vou consertá-lo.”

“Já está na oficina... Depois eu te mando a conta.” A jovem mulher evitou seu olhar.

“Assim é mais fácil.” Dastan viu Garsiv se afastar e com certeza seu irmão havia sentido o clima pesado entre eles, porém não pode deixar de notar que ele fazia um gesto com os quadris empurrando para frente e para trás imitando um ato sexual. “Ridículo!” Disse baixinho.

“Desculpa?”

“Nada. Só estava pensando em voz alta.”

Tamina sabia que ele havia resmungado baixinho e fazendo-a pensar o quanto o rapaz era irritante.

“Quer algo para comer? Temos alguns canapés e um drink…”

“Não, eu tenho que voltar ao trabalho e não sou uma convidada.” Responde tentando ser agradável em suas palavras. Com isso, se afastou deixando-o sozinho com duas taças de champanhe que, provavelmente, tinha pegado da bandeja do garçom que passava.

A fotógrafa viu um movimento de pessoas na entrada do jardim, se aproximou e viu Tus entrar com sua filha de um lado e a esposa do outro. Ela tirou todas as fotos que podia daquela família. Garsiv e Dastan se juntaram ao primogênito em um abraço de grupo e esse amor entre eles chamou sua atenção e ela não pode deixar de fotografá-los. Quando os rapazes sentiram o flash sob eles, olharam para a direção da câmera.

“Essa é Tamina.” Dastan apresentou. “Excelente profissional.”

“Mas e o Paul?” Tus olhou para Garsiv desconfiado.

“Doente!” O irmão do meio mentiu enquanto empurrava alguns salgados em sua boca.

“Certo! Por favor, fotografe minha esposa e minha…” Tus procurou por sua filha, porém a menina tinha corrido para seus amigos. “Então, só minha esposa e eu.” O homem colocou sua amada na sua frente e a abraçou por trás. A jovem mulher então posicionou a câmera para eles e capturou. Depois percebeu que os lábios do casal se mexiam dizendo “eu te amo.”

A fotógrafa caminhou um pouco pelo jardim e sentou-se em um meio fio que dava para grama e ficou observando o casal de longe. Era estranho porque nessa mesma câmera que estava sob seu pescoço, continha cenas que poderiam arruinar todo aquele romance. Logo em seguida, uma mulher loira se aproximou do Hollywoodiano e interrompeu a intimidade entre eles. Era a mesma que beijara Tus no outro dia. Por estranho que pareça, ela abraçou o ator e logo em seguida sua mulher e eles riam e brincavam. “Será que eles eram amantes?” pensou confusa e curiosa, já que gostava de investigação e de um bom mistério.

“Ela é amiga da esposa de Tus. Muito boa gente.” Dastan sentou-se ao lado dela segurando uma bandeja de aperitivos.

“A loira?” Tamina perguntou sem olhar para ele.

“Sim”

“Ela é próxima assim? Achei que Mellisa fosse ciumenta.” Disse se lembrando de uma entrevista dela na revista Celebridades Stars.

“Sim, é, mas a Vanessa nunca trairia a amiga e meu irmão é fiel a sua esposa.”

A jovem olhou de canto para o moreno ao seu lado ficando um pouco desconfiada.

“Trouxe para você.” Dastan ergueu a bandeja.

“Eu disse que não posso. Foram ordens da moça de preto e eu não quero me encrencar.”

“Ah, por favor, aquela mulher é um saco e também tenta me dar ordens, mas ela se esquece de quem manda aqui” Ele riu e ofereceu novamente, dessa vez a fotógrafa aceitou e pegou um cupcake.

Todos os convidados foram para o centro do jardim onde a Jasmine iria começar um discurso. Tamina correu em disparada para pegar um lugar na frente, porém a confusão que se formara em volta dela lhe impossibilitou de ver e não conseguia uma posição para registrar. A morena pensou rápido olhando a sua volta, até que parou seus olhos em um banco. Então, achando uma boa Ideia, subiu em cima dele para ganhar altura, só que ainda continuava sem uma boa visão. Tentou ficar nas pontas dos pés e levantou a câmera na direção da menina.

Dastan olhou ao redor e a viu do outro lado da sala, tentando se equilibrar em um banco que balançava. Ele sabia que qualquer vacilo, ela poderia cair e então correu imediatamente em sua direção. Como previsto, Tamina se desequilibrou e caiu, entretanto antes que pudesse chegar ao chão a segurou.

Naquele momento a moça sentiu os braços fortes do homem que a salvara. Olhou para cima e notou os olhos de um belo rapaz preocupado. Seus olhares se encontraram e se encontrou hipnotizada por aquele par de olhos azuis como a cor do oceano. Ao mesmo tempo, ele achara tão gostoso segurá-la, pois parecia tão pequena e frágil que não queria soltá-la mais. No entanto, o barulho dos convidados aplaudindo o discurso tirou o casal do transe.

“Toma cuidado mulher, você é louca?” Disse um pouco rude soltando-a tentando disfarçar o rubor que formara em suas bochechas.

“É um prazer ser salva pelo príncipe encantado Dastan” A fotógrafa deu de ombros.

“Mas que princesa gentil!” rebateu tentando não encará-la.

“Você ficou encantado quando me viu em risco e foi correndo socorrer a linda donzela em perigo.”

“Quem disse que você é linda?”  perguntou com uma risada forçada ficando cara a cara com ela.

“Deve ter uma razão para você não tirar os olhos de mim, não é?”

“Você… é… eu…” o moreno ficou sem saber o que dizer e estava tão próximo dos lábios dela que não resistiu em admirá-los. “Eu não confio em você. E você nem é meu tipo.” concluiu convicto que havia ganhado a discussão.

“Ha!” Ela soltou uma risada debochada. “Não sou essas mulheres que você está acostumado a pegar. EU sou capaz de expressar meus pensamentos.”

“Expressar demais para o meu gosto!” Dastan falou tão alto que algumas pessoas ouviram e olharam para a moça de modo estranho, mas ela não se importava com os olhares. Entretanto ele sabia que não era bom para a sua reputação e que podia arruinar sua carreira.

O ambiente foi preenchido com uma música dançante e todos se juntaram formando pares e começaram a dançar.

“Quer dançar?” o rapaz convidou, tentando quebrar o clima pesado.

“Eu tenho que…” ela parou de falar quando sentiu a mão dele escorregar ligeiramente pelas suas costas. “O que está fazendo? Vai me arrumar problema.”

“Na verdade, estou salvando você. Tus estava olhando para cá e não é bom que você atraia olhares… É complicado.” Dastan se referiu à fama de Tus e começar uma discussão ali não era uma boa idéia. “Só me acompanhe.”

Ele não ligou para a música. Só de estar perto do corpo dela, sentindo seu cheiro o fez fechar os olhos e uma vontade enorme de poder encostar os lábios na curva do seu pescoço se apoderou de si.

Tamina ficou um pouco desconfortável e tentou se lembrar da última vez que permitira um homem se aproximar assim, pois sempre fora fria e afastava as pessoas com sua língua afiada, porém ele lhe passava uma sensação de segurança. No entanto, seu estômago revirou ao se lembrar de alguém que não queria: Kosh. Ela parou a dança e se afastou. “Desculpa, preciso ir ao banheiro.” Disse, deixando seu par sozinho.

A jovem abriu a torneira e jogou um pouco de água fria no rosto para despertar. “Por que aquele maldito veio assombrar minha mente?”

Enquanto isso, o belo moreno estava em um lugar distante, tentando acalmar a sua mente, longe de todo barulho e agitação. Ficou pensando no que acabara de acontecer e ficou com um sorriso bobo. Normalmente as meninas se derretiam por ele sem ter que fazer nenhum esforço, mas esta era diferente.

Assim que saiu do banheiro viu Dastan mais a frente e pensou em ir pedir desculpas, contudo parou ao ver Garsiv se aproximar do mais novo.

“Então você vai dormir com ela?” o irmão do meio questionou com aquele sorriso babaca que os homens fazem quando se trata de mulheres. “Na verdade, não acho. Você vai. Esta já está no papo garanhão e eu aposto mil que vai pegar.”

A bela fotógrafa queria dar um soco nele, porém se segurou.

“O que? Para com isso! E ela é irritante, o tipo de mulher que vai ficar sozinha criando gatos. Além disso, nos odeia.”

“Ah que isso! Eu sei que você vai dormir com ela e eu aposto cinco agora.”

O rapaz conhecia seu irmão e sabia que ele não ia largar do seu pé enquanto não aceitasse. Então apertou sua mão confirmando um acordo. Entretanto, o que lhe parecia bobo, para Tamina, que via tudo e estava tremendo de ódio, eram dois idiotas insolentes brincando com a sua dignidade.