Cheguei no dormitório e fui direto para o banheiro tomar um banho. Água fria sempre me ajudou a me acalmar então tomei um banho super gelado. Quando sai do banheiro Lyra estava sentada na cama.

— Rose

— Agora não Lyra. Ainda estou muito irritada. Depois nós conversamos.

Deixei ela no dormitório e sai para espairecer fui até o jardim e andei um pouco. Passei pela cabana do Hagrid e entrei um pouco na floresta negra então me sentei e fiquei olhando a paisagem. Eu gostava de ir ali pensar.

— O que faz perdida aqui Weasley? – aquela voz que já começava ser familiar veio atrás de mim.

— Estou tentando me convencer que não é uma boa ideia matar sua irmã.

Escutei sua risada e então ele se sentou ao meu lado.

— Relaxa o Al vai pegar o pombo.

— Eu espero que sim.

— Ele é tão ruim assim?

Apenas confirmei com a cabeça.

— Tem alguma coisa por trás dessa história Weasley? Vai me conta o que aconteceu para você fugir dele assim.

— Por que eu te contaria Malfoy?

— Bom porque estamos na floresta negra e eu sou um bom ouvinte.

Eu ri.

— Isso deveria me convencer?

— Vai o que tem demais você me contar? Não vou contar pra ninguém eu prometo.

— A única pessoa que sabe é sua irmã. Se essa história se espelhar eu te esgano ouviu bem?

— Nenhuma palavra sairá da minha boca. Eu te prometo.

— Começou no meio do quarto ano sua irmã estava me enchendo o saco por eu ser a única menina que não havia ficado com ninguém. Quando eu fui para as festas de Natal estava decidida a mudar isso. O Lorcan já dava em cima de cima de mim mas eu nunca dei moral e ele e a família sempre passaram o Natal conosco na Toca. Então na noite de Natal quando ele veio me desejar feliz Natal nós nos beijamos.

Ele riu da minha cara.

— Foi tão ruim assim?

— Acho que fui a primeira menina que ele tinha beijado.

Ele pareceu pensar um pouco antes de dizer.

— Acredito que não. Porque ele e um ano mais velho que nós e lembro que quando estava no terceiro ano vi ele ficando com uma menina.

— Ai está o problema.

— Como assim?

— Quando nós voltamos das férias eu fui conversar com ele não queria que deixássemos de ser amigos. Mas quando eu toquei no assunto do beijo ele ficou sem entender. Levei uns minutos para entender o que tinha acontecido.

— Eu não entendi.

— Eu tinha ficado com o Lysander.

A gargalhada dele ecoou na floresta.

 - Scorpius.

— Como você ficou com o irmão dele achando que era ele?

— Ele são gêmeos idênticos. Na hora nem me toquei. Na verdade se não tivesse falado com o Lorcan nunca saberia. Mas isso só complicou as coisas por que quando ele soube que eu havia ficado com o irmão dele achando que era ele, só fez ele ficar mais no meu pé.

— Mas você ficou com ele depois?

— Já te contei muita coisa. Se quer saber mais terá que me contar um segredo seu também.

— O que você quer saber?

— Já que eu te contei o primeiro cara que eu fiquei. Acho que nada mais justo você me contar quem foi a primeira garota que você ficou.

Ele riu.

— Nem minha irmã sabe disso.

— Achei que vocês contavam tudo um pro outro.

— Na verdade não falamos muito sobre relacionamentos.

— Por que?

— Bom eu prefiro falar com o Al e o Anthony sobre garotas do que com a minha irmã.

— Mas você falou de mim pra ela.

— Sim. Mas você é diferente.

— Diferente como?

— Você tinha direito a uma pergunta e eu vou responder sua primeira pergunta. A primeira garota que eu fiquei foi minha prima Sophia.

Eu a olhei assustada.

— Ela e dois anos mais velha que você.

— Isso não é necessariamente um problema Weasley.

— Eu sei. Mas ela e sua prima.

— Você nunca ficaria com um primo seu?

— Não.

— Nem o Thiago?

Não me segurei e ri.

— Porque todo mundo nesse castelo acha que eu já fiquei com o Thiago.

— Bom vocês eram muito próximos.

— Assim como eu sou com o Al. Mas isso não significa que eu ficaria com qualquer um dos dois. Você e sua prima tem um caso?

Eu não o encarava, estávamos sentado lado a lado os dois olhando para frente.

— De forma alguma. Nós só ficamos uma vez e ambos concordamos que foi um erro. Bom já respondi sua pergunta. Agora minha vez de perguntar.

Eu me virei a ele confusa.

— Não é assim que estamos fazendo. Cada um faz uma pergunta?

Ele me olhava sorrindo. Eu voltei a olhar pra frente e vi que ele fez o mesmo.

— Se sua pergunta é se depois eu fiquei com o Lorcan a resposta e sim. Mais uma vez culpa da sua irmã.

— Por que culpa dela?

— Ela me embebedou no Halooween do quinto ano e eu acabei ficando com ele. E surpreendentemente foi pior que o irmão dele.

Ele riu.

— Você é muito maldosa.

— Não sou não. Sou realista é diferente.

— Se você e realista então me diga como eu fui.

Tenho plena consciência que comecei a ficar vermelha.

— Acredito que a vez de perguntar seja minha agora e não sua.

— Pergunte então.

— Por que eu sou diferente?

— Rose até você me contar eu não sabia de nenhum cara com quem você já tivesse ficado. Você e discreta e não me parece o tipo de garota que sai ficando por ai só por ficar. Eu precisava saber se você estava só me usando ou.

— Usando? – eu o cortei.

— Sim para acobertar minha irmã e o Al.

— Pera ai você sabia o que eu fazia ali?

— E claro que sim. Apesar dos dois acharem que disfarçam bem eu sei que eles estão juntos há um tempo. Assim como o Al sabe que o Anthony e a Lilyan estão juntos.

— Então ontem quando você foi pra torre de astronomia você sabia que eu tentaria te impedir.

— Eu queria ver o que você faria. – ele riu – mas não imaginei que me beijaria.

— Eu não sabia o que fazer para te impedir. Na verdade só resolvi o que fazer quando te virei.

— Então você só ficou comigo pra ajuda-los? – parecia haver magoa na sua voz.

— Não foi o que eu disse – me virei pra ele – quando eu te beijei foi sim por isso. Mas quando você retribuiu o beijo eu esqueci de tudo.

— Então tudo foi real?

Ele me encarava.

— Sim.

Ele não disse mais nada apenas me beijou. Quando nos separamos ele ficou me encarando.

— Isso não vai dar certo – falei desviando o olhar.

— O que não vai dar certo?

— Você sabe Scorpius.

— Por que não?

— Weasley e Malfoy – eu o olhei – em que planeta isto daria certo.

Ele ficou em silencio por um tempo antes de falar. Eu o encarei.

— Não precisamos rotular nada e nem ter nada sério Rose.

— O que você está dizendo?

— Vamos fazer assim – ele me encarou – aproveitamos as oportunidades que tivermos sem compromisso nem exclusividade.

— Você acha que isso vai dar certo?

— A única coisa que eu sei e que gostei de ficar com você e que se surgir outras oportunidades como agora eu quero aproveitar.

Desviei o olhar não sabia o que dizer.

— Vai Rose. Vamos aproveitar os momentos, sem compromisso. Não vou pegar no seu pé, você não vai precisar me dar satisfação. Vai continuar livre.

Podia ser uma boa. Eu me virei pra ele mas antes que eu respondesse ele me beijou e eu deixei rolar.