A História do Clichê escrita por Louis


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

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Você precisa de um clichê

O corredor  da velha escola Marechal Desidério conhecia tantas histórias como a de Valentina e Enzo, que mal poderiam contar. Um dia, a nerd carregando tantos livros que mal cabiam em seus braços caminhava distraída até esbarrar em um corpo duro e ir ao chão. O menino, prestativo, ajudou-a sem terceiras intenções e uma troca de olhares lhe mostrou que não havia prestado atenção naquela miúda em particular. A história seria perfeita, se …

Se fosse possível não notar Valente Marques.

O olhar eletrizante era só a cereja do bolo. Furiosa.

Valentina estava puta.

Tudo nela inspirava raiva descontrolada: sua pele brilhosa com leve suor, seus olhos castanho claros cintilando, seus cabelos crespos descontrolados em volta de si, como as madeixas da própria Medusa. Abaixados no chão, os dois se encararam até Enzo ouvi-la reclamar.

—Olha por onde anda, burguês! - Respirou fundo bem devagar, continuando a xingar enquanto o rapaz só a encarava. Seus poderes místicos fizeram mesmo o transformar em pedra?

A menina moça recolheu ela mesma quase todos os livros. O rapaz, agora movimentando-se, ajeitou o último livro na pilha. A pele negra tilintava em suor e estresse. O corpo forte, belo se ajustou em um pequeno alongamento quando se levantou com os cadernos, mostrando a força avantajada que tinha. Enzo que não ousasse perguntar se ela precisava de ajuda. Aliás, não conseguiu abrir a boca nem mesmo pra se desculpar.

A miúda respirou fundo, marchando pro seu destino final: a biblioteca. Enzo continuava estagnado no lugar. Maria Alice, a fofoqueira oficial da escola, passou por ele e viu a cara de idiota. Aquela guardaria para si.

Por enquanto.

O jogador de basquete deu de ombros, acordando em si e partindo para seu destino final: a quadra. Passou a mão na cabeça quase raspada, os cabelos pinicando como se fossem uma barba por fazer. Mais uma aposta estúpida. Quando foi que Valente se tornou aquilo? Uma mulher forte? Nada daquilo fora causado por qualquer garoto dali. Ela parecia ser demais pra um menino de dezessete. Será que gostava de homens mais velhos? Sua mente pouco astuta trabalhava nesses pontos até chegar ao seu refúgio.

Seu nome lhe caiu bem, ao contrário das outras cinco charás só na sua classe. Não era só a nerd insuportável que respondia tudo e parecia saber de tudo, ela era jogadora de vôlei. Enzo só a colocava como miúda, porque de acordo com as suas proporções de menino mais alto de toda a escola, todos eram miúdos. A bolsista se sobressaía em tudo. Suas notas eram mais do que boas. Fazia todos os esportes que podia e sabia o básico de jogos de tabuleiro, além de ser uma gigante no vôlei. Dinâmica nas respostas rápidas que lhe dava pontos com os professores que, apesar de não gostarem dela no início, aprenderam a respeitá-la. Alguns suspiravam aos céus, pedindo mais alunos tão interessados quanto Valentina. A inveja das branquelas era evidente e velada com um bullying que sofria pelas costas. Qual delas encararia a furiosa?

Valentona.


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