Yuu-kun’s Life Journal escrita por Haruyuki


Capítulo 2
Segunda Entrada




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08 Anos de idade

“Minako-sensei, preciso de sua ajuda.” Yuuri diz, carregando seu cofre de Totoro e o poodle de pelúcia preto, Yuuchan.

“O que foi, Yuuri?” Ela pergunta, o olhando com surpresa.

“Eu quero mandar Yuuchan para um amigo pelo correio, mas não acho que tenho dinheiro o suficiente.” Ele diz, chateado.

“Quanto você tem?” Ela pergunta, surpresa com o que escuta.

“48 mil?” Ele diz, fazendo bico.

“48… Meu deus, Yuuri! Como conseguiu esse dinheiro todo?!” Ela exclama, o assustando.

“Eu juntei, ok?!! Dinheiro de lanche da escola, dinheiro que ganhei nos anos novos!” Ele exclama, abraçando o cofre e o cachorrinho de olhos arregalados.

“Oh, Yuuri. Me desculpe. Você quer mesmo mandar Yuuchan para um amigo?” Ela pergunta, seria.

“Hai.” Ele responde, afirmando com a cabeça. “Mas eu acho que não tenho dinheiro o suficiente e não quero pedir para Otou-san e Oka-san. Eu sei que o Onsen está passando por dificuldades, por isso estou te pedindo. Eu prometo devolver o dinheiro o quanto antes.”

“Ok, eu vou te ajudar.” Ela diz, o fazendo arregalar os olhos e abrir um largo sorriso.

Após avisar para os Katsukis que irá levar Yuuri para Fukuoka, Minako o observa colocar o cofre e um papel na mochila dele, junto com biscoitos e uma garrafa de água. O menino, que carrega o poodle a viagem inteira de trem nos braços, mantêm um olhar sério. O mesmo olhar que ele fez quando estava patinando pela primeira vez. Na agência dos correios, ele solta a mão dela e se aproxima de uma moça que estava do outro lado de um balcão, livre.

“Onee-san, você poderia me ajudar?” Ele pergunta, fazendo a moça o olhar com surpresa.

“O que você precisa, garoto?” Ela pergunta, gentilmente.

“Eu quero mandar Yuuchan para um amigo, mas ele mora bem longe.” O menino diz, inclinando o rosto e a olhando com seus grandes olhos castanhos. “Onee-san pode me ajudar?”

A funcionária se encanta com tanta fofura naquele menino, e quase deixa escapar um grito.

“Claro! Você tem o endereço dele?” Ela pergunta, o observando afirmar a cabeça e retirando de sua mochila uma carta.

O menino a segura com as duas mãos, como se fosse algo muito importante para a vida dele. Ela o vê respirar fundo e ficar de ponta de pé, lhe estendendo a carta. Ela a pega e, ao olhar para o destinatário, arregala os olhos.

“Ai meu deus! Espera um pouco, garoto. Eu volto já.” Ela diz, se afastando e segurando a carta na mão.

“Yuuri!” Minako-sensei grita, se aproximando dele. “Não faça isso de novo! Eu quase entrei em pânico quando você sumiu de repente!”

“Gomenasai, Minako-sensei.” Yuuri diz, abraçando com força o cachorrinho de pelúcia preto e abaixando o rosto.

“Desculpa a demora.” A moça diz, voltando com um homem mais velho logo atrás, que olha para o garoto com surpresa.

“Então é você que quer mandar essa carta, menino?” O homem pergunta, se sentando na mesa da funcionária e o olhando.

“E Yuuchan.” Yuuri diz, o deixando confuso.

“Yuuchan?” Ele pergunta e arregala os olhos ao ver o menino erguer para ele o cachorrinho de pelúcia.

O pegando, o homem olha para Minako, que apenas dá de ombros. Quando o menino retira da mochila um cofre, e o ergue para colocar em cima da mesa, o funcionário se pergunta quantas surpresas a mais aquele menino guarda consigo. A funcionária de antes, com uma caixa na mão, pega o cachorrinho de pelúcia. e o coloca dentro, enquanto o homem coloca todos os dados no sistema deles.

“Bye, bye, Yuuchan.” Yuuri diz, acenando ao observar a moça fechar a caixa e a lacrar com fita durex. “Fique com ‘ele’ no meu lugar e o proteja, ok?”

“Bem, a taxa de envio e de...” Quando o funcionário diz o valor, Minako arregala os olhos.

“Yuuri!” Ela exclama, fazendo o menino a olhar seriamente.

“48 mil Ienes.” O menino diz, apontando para o cofre. “Dinheiro de Yuuri, Minako-sensei. Pago o resto depois.”

“Tudo bem. A que você faz tanta questão assim.” Ela diz, pegando a carteira e retirando um cartão de crédito.

O funcionário se vê perguntando se tem mesmo 48 mil Ienes naquele cofre. Como aquele menino conseguiu juntar esse dinheiro? O que ninguém sabe é que Katsuki Yuuri tirou diversas cópias de seus cadernos escolares e os vendeu para outros alunos de sua escola.

“Domo Arigato.” Yuuri diz, se curvando para os dois funcionários e se afastando um pouco.

“Me pergunto como aquele menino possui um amigo que mora na Rússia.” A moça comenta, fazendo Minako a olhar completamente chocada.

“Como é que é?”

09 Anos de Idade

“Yuuri, vamos cortar seu cabelo.” Toshiya diz, e o menino o olha com o rosto inclinado.

“Não.” Ele diz, fazendo bico.

“Mas Yuuri, ele está ficando grande.” Toshiya comenta, vendo o menino cruzar os braços e se sentar no chão.

“Não.”

“Yuuri….”

“Eu não quero cortar meu cabelo.” Yuuri diz, franzindo a testa para ele.

“Mas…”

“Devo ir no banheiro chamar Hanako-san?” O menino de 9 anos pergunta, observando seu pai empalidecer.

“Tudo bem, você venceu.” Ele diz, se perguntando como seu filho sabe que ele tem medo de fantasmas.

...

Naquela noite, Mari ri alto e Hiroko olha para o menino com surpresa.

~x~

Na mesa que fica dentro do quarto de Yuuri, há um caderno aberto e escrito a primeira página:

Yuu-kun’s Life Journal Project

*Juntar dinheiro

*Comprar câmera de vídeo

*Subornar Mari com albums de suas bandas favoritas

*Hasetsu – Para a escola

*Criar Vídeos sobre Yuu-topia, balé, patinação artística, música, viagens, eventos que ele pretende assistir, comida, games, etc.

*Falar sobre ansiedade, depressão, bullying, autoestima, disforia, etc.

*Etc.

Na outra página, há o nome ‘Yuuri’s Love’ e diversas notas musicais desenhadas a caneta.

~x~

“Senhor e Senhora Katsuki. Eu os chamei para conversar com vocês e seu filho sobre algo que ele vem fazendo há anos e só agora eu tomei conhecimento disso.” A diretora da escola diz, cruzando os braços e franzindo a festa para o casal e o menino na frente dela.

“Eu não entendo, Diretora Sakaki.” Hiroki diz, erguendo as mãos para as suas bochechas. “O que nosso Yuuri tem feito de errado?”

“Ele tem feito cópias de seus cadernos e os vende para os alunos, inclusive de classes superiores às dele.” A diretora diz, erguendo a sobrancelha ao ver o menino abrir um estranho sorriso.

“Vendendo? A quanto?” Toshiya pergunta, segurando seu filho pelos ombros.

“Cada bloco de papel, ele vende a 500 ienes. Diariamente, ele arrecada cerca de 25 mil ienes.” A diretora responde, surpreendendo os pais.

“Yuu-kun?” Hiroki pergunta ao menino, que inclina o rosto e faz bico para ela. “Por que você está fazendo isso?”

“Os professores ensinam da maneira deles, o que muitas vezes é difícil demais de aprender. Nas cópias, não só há anotações minhas como também maneiras mais fáceis de resolver as coisas.” O menino diz, cruzando os braços. “Eu sou inteligente, então pensei em dividir o que aprendi sozinho com tooooodo mundo. Eu sou menino mal?”

“Mas Yuu-kun, por que você está aceitando dinheiro?” Toshiya pergunta, olhando para o filho com surpresa.

“Porque eu preciso muito, para proteger Vicchan, patinar e realizar meus planos para Hasetsu e para o futuro.” O menino diz, olhando para a diretora com seus grandes olhos brilhantes e bochechas rosadas.

“E quanto a máquina copiadora que você está usando? Os papéis e a tinha?” A diretora engole em seco, tentando resistir a fofura daquele menino.

“Eu consertei a máquina quebrada velha. E compro com a ajuda de minha irmã mais velha os papéis, a tinta e os grampos.” O menino diz, pegando do bolso um papel e entregando para ela, que o olha com surpresa.

De fato, o papel o papel é uma nota fiscal de uma papelaria, contendo os itens descritos e pago em dinheiro. Ela percebe que o menino a olha com um largo sorriso no rosto.

Esse garoto…

10 Anos de Idade

“Mari-neechan.” Yuuri diz, se aproximando da irmã, carregando o cofre de Totoro dele com as duas mãos.

“O que foi, Yuuri?” Ela pergunta, o observando se sentar ao lado dela, com o rosto sério.

“Eu preciso de sua ajuda.” Ele diz e ela afirma com a cabeça, franzindo a testa pelo modo como ele está falando com ela. “Eu preciso comprar uma câmera filmadora, para um projeto da escola. Você pode vir comigo? E depois, poderia me ajudar com as gravações?”

“Tudo bem, estava planejando ir comprar uns discos novos mesmo. Você pode vir comigo.” Ela diz, o fazendo abrir um largo sorriso que a faz fechar os olhos e levar a mão para o rosto.

“Arigato, Onee-chan.” Ele diz, animado. “Você também poderia me ajudar a colocar o resto do dinheiro em um banco? Meu cofrinho está estufado demais.”

“Mas eu não escutei barulho nenhum de moedas nele.” Mari comenta, não acreditando nele.

“Moedas?” O menino inclina o rosto para ela, confuso. “Meu cofre está cheio de cédulas, não de moedas.”

Ele então abre o cofre e revela para ela o maço grosso de dinheiro enrolado que está lá dentro.

“Kuso, quanto dinheiro tem aí?” Ela pergunta, tampando a boca logo em seguida e olhando para ele apavorada.

“Hm.” O menino diz, dando risada. “Eu perdi a conta. 2 anos de almoço, Otoshidama, vendas de cópias do meus cadernos, dinheiro dos festivais escolares, prêmios do torneio infantil de patinação no gelo que participei esse ano...”

“Espera um minuto! Que torneio é esse que você está falando?” Ela pergunta, surpresa.

“Oh? Eu não te contei?” Ele pergunta, a olhando inocentemente.

“Eu me lembraria de ter ouvido que meu Otouto não só participou, como também ganhou um torneio.” Ela diz, franzindo a testa para ele.

Gomen.” Yuuri diz, timidamente. “Eu acho que estava com medo de dar expectativas e acabar fracassando na hora.”

“Então? Que tipo de torneio você está falando?” Ela pergunta, entendendo o que ele quis dizer.

“All Kids Japan” Ele responde, a olhando com curiosidade.

“Nome legal. Parabéns então.” Ela responde, bagunçando seus cabelos e o fazendo sorrir.

No dia seguinte, Yuuri e Mari compram a câmera mais cara da loja a vista, para a surpresa dos vendedores da loja de eletrônicos. Ela compra os álbuns dela e Yuuri estende algumas cédulas para ela comprar pôsteres das bandas preferidas dela. No banco, ela cria uma conta poupança no nome dele, e para o choque dos funcionários, Yuuri retira mais quatro cédulas e estende o cofre de totoro, pedindo para que esse dinheiro seja depositado na conta dele. 248 mil e 832 Ienes. Mari quase desmaia, enquanto Yuuri apenas inclina o rosto e sorri. Sua irmã mais velha jura que seu irmão sabe que consegue tudo o que quiser por causa de sua personalidade fofa e inocente, mas que na verdade ele é um capeta disfarçado.

Na escola, Mari aproveita uma aula de informática para pesquisar no Google sobre o tal torneio que seu irmão participou. Dessa vez, ela desmaiou mesmo. Afinal, esse evento reúne crianças até os 15 anos de todo o Japão para competir entre si e esse ano, o torneio foi realizado em Fukuoka no fim de dezembro e teve como ganhador Katsuki Yuuri, de 10 anos de Idade. Yuuri, com a ajuda de Mari e Yuuko, começa a gravar seu dia a dia com sua câmera nova. Yuu-topia, Ice Castle, o estúdio de Minako-sensei, a praia, o castelo de Hasetsu, e um festival. Com a ajuda de sua professora de informática, ele edita as gravações para juntar tudo em um único vídeo, que ele grava em uma fita cassete. Dias depois, uma fita aparece anonimamente na correspondência da prefeitura da cidade, com um bilhete pedindo para o prefeito assistir atentamente. Quando ele termina, ele se empolga e decide distribuir cópias do video para emissoras de TV, que passam a exibir o vídeo em horários diversos por todo o Japão.

konninchi wa! Meu nome é Katsuki Yuuri e este é um vídeo que eu mesmo estou fazendo sobre minha cidade natal, Hasetsu. Ela é situada no distrito de Saga, na ilha de Kyushu. Hasetsu é uma cidade super pacífica, sabiam? Nós temos uma praia muito bonita, uma arena de patinação de gelo, um castelo que por dentro é uma casa ninja, caminhos tranquilos para quem gosta de andar de bicicleta, patins e até fazer exercícios físicos e o melhor de tudo, nós temos Onsen! Ano ne, esse aqui é Yuu-topia Katsuki, que pertence a minha família, que também é famoso pelos seus pratos suculentos, inclusive Katsudon preparado pela minha mãe, que é meu prato preferido. Nossos festivais são muito animados, com diversas barracas que vendem itens feitos especialmente pelos nossos artesãos. Sempre que puderem venham nos visitar e conhecer Hasetstu! Nós o receberemos de braços abertos! E é isso. Tchauzinho, minna-san!

O vídeo, que mostra as imagens dos locais citados pelo garoto, começa e acaba com ele acenando com um sorriso tímido e bochechas coradas. Quando passa pela TV no horário do jantar em Yuu-topia, todo mundo assiste o video e olha para o menino com surpresa, que com o rosto corado, corre para se esconder em seu quarto. Ao se jogar na cama, ele abre um largo sorriso e observa um estranho embrulho em cima de sua mesa. Um embrulho que está endereçado para uma certo endereço em São Petersburgo, na Rússia.

Claro que, graças ao vídeo, Hasetsu aos poucos se torna um dos pontos turísticos mais populares do Japão e onde quer que vá, Katsuki Yuuri se torna famoso por ser o menino do vídeo que fez Hasetsu ficar famosa.

11 Anos de Idade

Em Fevereiro, quando uma mulher de longos cabelos loiros surge na porta de Yuu-topia, os Katsukis logo percebem um grande problema. Ela não fala japonês e ninguém da família fala outra língua. Mari, mesmo estudando a língua na escola, não consegue também se comunicar com a moça estrangeira.

“Me desculpe, Katsuki-san, mas Allisson-san precisa passar alguns dias em Hasetsu e deseja se hospedar aqui.” O prefeito de Hasetsu diz, pálido e nervoso. “Claro que eu irei bancar qualquer gasto que ela possa ter.”

“Mas, Kunogi-san! Nenhum de nós fala outra língua a não ser japonês!” Hiroko exclama, exasperada.

“Do que você está falando, Hiroko-san?” O prefeito pergunta, a olhando com surpresa. “Yuuri-kun está conversando em inglês com Allisson-san desde que ele a encontrou na praia.

Isso deixa o casal chocado, que de fato encontra o tímido filho deles sentado ao lado da moça de cabelos loiros, conversando animadamente em inglês.

“Yuuri!” Hiroko o chama, o vendo congelar e a olhar com medo.

Ela o vê dizer algo para a moça, que afirma com a cabeça e volta a olhar para o caderno que está na frente dela, em cima da mesa, com um brilho nos olhos. Yuuri se aproxima de sua mãe, nervoso.

Hai, Okaa-san?” Ele pergunta, timidamente.

“Desde quando você aprendeu a falar Inglês?” Ela pergunta, o olhando com surpresa.

“A escola ensina?” O menino a olha com o rosto inclinando e testa franzida.

“Mesmo?” Ela pergunta, não acreditando no que ele está dizendo.

Hai.” Ele responde, seriamente. “Eu achei interessante, então decidi estudar mais por conta própria.”

~x~

Allisson Mitchell é uma estilista americana não muito popular, que está no Japão para um ensaio de fotos e procurar por inspiração para suas futuras coleções. Durante todo o tempo de sua estadia, ela sempre andava com uma intérprete, mas este acabou indo parar no hospital ao passar mal depois de comer algo com nozes, causando uma reação alérgica nela. Allisson decide deixar os detalhes do ensaio com seu assistente e o pessoal que estava envolvido no projeto e decide dar uma volta na praia. Ela se senta na areia e passa a admirar a beleza e a calma que lhe deixa encantada, e se vendo admirar a diferença em relação a sua cidade natal, Nova York.

Are you ok, Miss?” Ela escuta e se assusta ao ver ao lado dela um garoto muito fofo, de grandes olhos castanhos atrás de um par de óculos de armação azul escura, cabelos negros bagunçados e uma mochila nas costas.

“Você… fala inglês?” Ela pergunta, surpresa.

“Sim.” O menino responde, tirando a mochila das costas. “Posso me sentar ao seu lado?”

“Claro.” Ela responde, o vendo se sentar ao lado direito dela, com uma pequena distância entre eles.

“Meu nome é Yuuri.” O garoto diz, estendendo a mão direita para ela. “Yuuri Katsuki.”

“Allisson Mitchell.” Ela aperta a mão dele, o vendo abrir um sorriso tímido. “Quantos anos você tem, Yuuri?”

“Eu tenho 11 anos.” Ele responde, a surpreendendo.

“Seu inglês é muito bom para alguém da sua idade.” Ela comenta, o fazendo dar risadas.

“Obrigada.” Ele responde. “Agora, se estiver tudo bem com você, poderia responder minha primeira questão?”

“Ah sim. Eu estou bem.” Ela responde, com um sorriso triste no rosto.

“Sabe, eu tenho distúrbio de ansiedade, mas por favor, não conta para ninguém. Doenças mentais ainda não são muito bem vistas aqui no Japão.” Yuuri diz, a olhando seriamente.

“Eu entendo. Conheço alguém que tem um problema parecido.” Allisson então respira fundo, decidindo colocar tudo para fora, mesmo que aquele menino tão novo não seja capaz de entender nada do que ela esteja falando. “Eu estou em depressão. Eu trabalho muito criando roupas, mas não sei se vale a pena continuar fazendo isso. Eu não consigo fazer com que minhas roupas sejam aceitas pelo mundo da moda.”

“Por que ao invés de criar para a moda, você não cria para a arte?” Yuuri pergunta, a deixando confusa.

“Arte?” Ela pergunta, o vendo afirmar com a cabeça.

“Você tem cadernos de desenho?” O menino pergunta, inclinando o rosto para ela novamente.

“Tenho sim. Eu estava pensando em ir neste local chamado Yuu-topia Katsuki para jantar, depois que me disseram que a comida do lugar é uma delícia.” Ela responde, e se surpreende ao ver o garoto se animar com o que acabou de dizer.

“Yuu-topia é onde eu moro. Minha família é dona do lugar.” Ele diz, a fazendo erguer as sobrancelhas. “Eu posso te ajudar, pois nem meus pais nem minha irmã falam inglês fluentemente.” Ele diz, se levantando.

“E quanto a você?” Ela pergunta, se colocando em pé.

“Eu sou inteligente.” Yuuri diz, abrindo um largo sorriso para ela.

Servindo chá para ela e para si, o menino se senta ao lado da estilista, que mostra para ele um de seus cadernos de desenho, com roupas que chamam a atenção por serem diferentes.

“Posso colocar algo aqui? Eu prometo que não irei mexer nada nas roupas.” O menino pergunta, pegando um lápis de sua mochila.

“Vá em frente.” Ela diz, o observando desenhar algo nos sapatos. “Então é isso o que você quis dizer antes? Sobre criar minhas roupas para a arte? Para patinação artística?”

“Sim.” Yuuri responde, a olhando timidamente. “Eu vou ser um patinador de gelo internacional em breve, e eu gostaria muito de ter alguém para fazer minhas roupas.”

“Esse é o seu sonho?” Allisson pergunta, surpresa com a convicção que o menino tem ao falar isso.

“Não. Esse é o meu futuro.” O menino responde para ela com uma expressão tão séria que a faz se arrepiar.

“Isso vai ser algo interessante para se ver.” A estilista diz, ficando ansiosa. “Você patina?”

“Sim, eu patino. Tem uma arena de gelo não muito longe daqui.”

“Então, você gostaria de aparecer em meu ensaio fotográfico como um patinador? Eu quero… não, eu preciso começar agora mesmo.”

“Yuuri!”

“Você tem roupas que caibam em mim? Se sim, então terei o enorme prazer em lhe ajudar.” Yuuri diz, voltando a olhar para o caderno com um sorriso no rosto, após o susto que levou ao escutar o chamado de sua mãe.

Pois ele havia desenhado um par de patins de gelo em uma roupa completamente preta, com uma meia-saia na cintura vermelha por dentro, pedras desenhadas na cintura e no ombro, e malha transparente na parte da direita.

~x~

“Ei, Minako-sempai?”

“Hm?”

“Você sabia que Yuuri fala inglês? Fluentemente?”

“O QUÊ?!”


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Notas finais do capítulo

1 - O cofrinho do Totoro existe sim

2 - Yuuri's Love é a primeira versão de Yuri on Ice, na época que ele estava em Detroit



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