Paralelas escrita por Artemis Stark


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Sei que não é das minhas melhores obras, mas estou tentando sair da bolha HP e criar originais.
Qualquer semelhança com minha vida, não é mera coincidência.

Não sei pq no capítulo postado aparece 3/4 ao invés do parágrafo. Em contato com a adm.Se eu tento editar no site, aparece o travessão.



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A primeira vez que o vi, não foi realmente um encontro, apenas estávamos no mesmo bar e eu nem conhecia o termo “amizade tóxica”, mas é o que tinha com aquela mulher bonita, alta e loira que, constantemente gostava de mostrar como era melhor, mais bem sucedida, mais tudo. Descobri esse conceito muitos anos depois.

— Esse foi meu ex. Totalmente louco, ficava tocando a campainha de casa durante madrugada.

Quando o encontrei de novo estava com amigas que levo para a vida. Soube disso nas viagens que fazíamos para o litoral norte de São Paulo.

Agora, conversávamos, bebíamos e paquerávamos em um ponto conhecido da vila Madalena.

O primeiro contato, na verdade, foi com o amigo, porém nossos olhos se conectaram.

¾ Prazer, Daniel.

¾ Elena. Você não é ex da Mari?

¾ Mari? ¾ indagou, completando os copos de cerveja, enquanto o amigo chato e levemente embriagado tentava a sorte com outra mulher.

¾ Sim, Mari. Uma loira, aqui da vila também. Abriu um pet shop há uns anos.

¾ Sua amiga? ¾ a pergunta veio antes da resposta, levemente preocupado.

¾ Não exatamente, porém quando viemos aqui meses atrás falou de você... Parece que não aceitou muito bem o término do namoro e aparecia na casa dela.

¾ Acreditou? ¾ dei de ombros, pois, agora, que havia realmente conhecido quem era Mari, duvidava da história e já podia imaginar quem passava as madrugadas incomodando residentes alheios.

Minhas amigas foram embora, enquanto nossa conversa se estendia pela mesa, pelos copos esvaziados e depois cheios novamente. Não foi realmente uma surpresa quando Daniel mudou a cadeira para meu lado, no entanto, mesmo assim, fiquei levemente encabulada.

Não era o homem mais bonito que eu paquerei ou que me paquerou, só que o sorriso... O beijo foi forte, conhecendo-nos um pouco mais, sabor de cerveja e desejo.

¾ Mora na vila também? ¾ minha resposta foi um murmúrio de concordância – Quer carona?

Não precisamos de palavras, Daniel apenas parou com o carro em um ponto escuro antes de chegar na minha casa, atrás de uma praça.

Havia entrega.

No domingo seguinte, havia mensagem dele na caixa postal marcando um encontro, estava com os amigos em outro bar da vila Madalena. Olhei para o relógio, fim de tarde e sem ter o que fazer.

As coisas entre nós aconteciam de forma rápida. Churrascos, amigos, viagem curta, shows.

¾ Precisamos conversar uma coisa ¾ disse, em um encontro apenas nosso.

¾ Claro ¾ perguntei, bebendo minha cerveja, tentando imaginar o rumo daquela conversa.

¾ Você está saindo com outra pessoa além de mim?

Eu estava. Depois que o conheci, não tivemos oportunidade de nos encontrar novamente, afinal, estava com Daniel, só que havia outra pessoa. Expliquei a situação, pois, até este momento, nunca havíamos conversado sobre nossa vida afetiva.

¾ Não estou pronto para um relacionamento sério, mas gostaria de sair outras vezes com você e... Não estou saindo com mais ninguém e....

¾ Gostaria que eu também não saísse?

¾ Quero começar aos poucos, terminei um relacionamento e estou... machucado.

Quem não estava?

Concordei, pois era melhor escolha para mim também.

Ríamos, bebíamos, fui presenteada com flores no meu aniversário.

Daniel me ligava da porta de casa: vim te ver.

Eu descia.

Estou na porta do seu trabalho.

Eu aparecia.

Vamos naquele bar que nos conhecemos?

Até que não veio.

Até que os encontros se espaçaram.

Até que eu percebi que estava perdidamente apaixonada.

O término, a conversa foi por telefone.

¾ Desculpe, estou começando gostar muito de você e não estou pronto.

Desliguei o telefone, sem dizer que eu também não estava pronta para que terminasse daquele jeito. Um telefonema. Eu tentei: Estou apaixonada.

Sinto muito, Elena.

Eu gostava de observa-lo dormindo, gostava do som da risada dele e de como dividíamos nossa cerveja, a porção de batatas.

Acabou.

Uma madrugada, chegando em casa, atendo um telefonema. Reconheço o número mesmo tendo apagado. Meu pulso acelera, minha mão treme.

Era ele. Estava na porta do meu prédio, me esperando. Arrependido.

Fomos para casa dele, onde contou como sofreu, como estava dividido.

Eu sabia de duas coisas: eu não merecia homem confuso. Eu dormiria com ele.

Deitei ao seu lado, tentando decorar todos livros na estante, os cartazes de banda de rock, os sons da rua, o corpo suado, as revistas de música, as cifras,...

Quando me deixou em casa, despedimo-nos com um breve aceno. Não olhei para trás.

Li certa vez, em uma página qualquer da internet, que o amor verdadeiro é quando duas retas paralelas se encontram. Nós nunca nos encontramos novamente.


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Notas finais do capítulo

N.A.: Super obrigada por quem leu, por quem comentar... Sair da bolha não é fácil, mas... Estou tentando. Bjs bjs



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