Grissom descarregou a bagagem enquanto observava Sara brincando com Hank.

O chalé era incrível, uma sala com lareira, cozinha bem equipada, e um banheiro no piso inferior, subindo as escadas um enorme quarto com varanda em volta de toda a casa, sem contar a vista pro lago que nem parecia ser artificial.

— Como é que conseguiram construir tudo isso no meio do nada ? -  Diz Sara.

— Eu não tenho ideia querida, mas da próxima vez não se aproxime sem fazer barulho assim - diz Grissom - quase infartei.

— Exagerado, você estava distraido e não me ouviu  chegar só isso.

—  Admito! Onde está o Hank?

— Dormindo, ele só  come, corre e dorme. 

— Coisas de filhote Honey.

— Qual a programação pra hoje?

— Pra hoje? Nada, vamos organizar nossas coisas e mais tarde talvez daremos uma volta pra conhecer o lugar.

Eles passaram um bom tempo conversando e só  deram conta do horário  com um barulho na escada.

Sara correu quarto a fora com Grissom atrás.

— Hank? Filhote, quase matou a mamãe de susto - sorri Sara ao ver Hank esparramado no fim da escada - Não  conseguiu subir meu bebê?

Grissom observava a conversa de Sara  com Hank nos braços e se sentia mais apaixonado, nem acreditava que havia levado tanto tempo para que tivesse coragem para se abrir e ter ela em sua vida e que definitivamente ela teria que ser sua pro resto da vida.

— Ele está bem ? - pergunta Grissom descendo as escadas.

— Está, só não conseguiu subir correndo e rolou escada abaixo.

— Vou preparar algo pro almoço, tem alguma preferência? 

— Me surpreenda amor, vou deixar o Hank no canil e volto logo.

Cinco minutos depois Sara estava de volta, Grissom assoviava uma canção que ela não reconheceu, aquele homem nem parecia ser o supervisor sisudo que perambulava pelo laboratorio de criminalistica, talvez fosse o guardanapo no ombro que lhe desse um ar mais leve.

— Animado? 

— Eu diria feliz Honey.

— E o motivo pra tanta felicidade?

— Você, o que mais seria.

— Ok, melhor mudar o assunto antes que eu morra de vergonha, posso perguntar algumas curiosidades.

— Vá em frente.

— Onde e com quem aprendeu a cozinhar?

— Em casa, minha mãe  passava muito tempo na cozinha quando meu pai faleceu, eu tinha nove anos e ficava com ela, fui observando e quando ela voltou a trabalhar eu me arriscava na cozinha quando voltava da escola.

— Por que Las Vegas?

— Por que não?

— Gilbert?

— Ok, eu precisava de um local pra montar uma fazenda de corpos no fim do meu doutorado e encontrei em Vegas.

— Você tinha uma fazenda de corpos? 

— Sim, no final dos meus estudos doei pra faculdade, sabia que eu a mantive jogando poker? Não faz essa cara Sara...

— Que cara? Não tô fazendo cara nenhuma, só achei interessante.

— Mais alguma coisa?

— Sim, porque estamos aqui?

— Bom... porque eu preciso de um tempo a sós com você, sem visitas.

— Então tá...

— É só isso querida?

— Por enquanto sim querido.

Passaram o resto do dia em um tour de reconhecimento pelo resort, e já  era noite quando retornaram ao chalé.

Após o jantar enquanto Grissom colocava Hank pra dormir no canil Sara procurava algo nas gavetas da cozinha.

— O que procura Honey? - pergunta Grissom.

— Uma tesoura, vi uma hoje mas não me lembro onde - diz Sara enrolada em uma toalha.

— Segunda gaveta da bancada querida.

— O que seria de mim sem você,  obrigada amor.

— Pra que precisa de uma tesoura? - pergunta Grissom curioso.

— Esqueci minha camisola, vou transformar uma camiseta sua em uma - responde Sara subindo as escadas.

— Ok eu ja subo querida, só  preciso trancar ... você vai o que?

Tarde demais quando ele chegou ao quarto sua camiseta ja havia perdido as mangas e a gola, e ao ver Sara sentada na cama vestida nela ele desistiu de brigar mesmo sendo sua camiseta favorita.

— Quer saber, ficou melhor em você, mas você sabe que não vai ficar vestida nela por muito tempo não é?

— Isso me soa uma proposta bem indecente querido, fale mais sobre isso.

— Se você aceitar, prefiro te mostrar ao invés  de falar. 

Com um sorriso e um olhar extremamente sedutor a resposta de Sara foi uma longa e quente noite de amor.