Rei escrita por HANABI PROJECT


Capítulo 1
O Anjo caído


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem-vindos! Espero que gostem dessa história, pois foi feita com todo carinho e dedicação. Essa capa maravilhosa foi feita pela minha melhor amiga e melhor desenhista do mundo! Vou deixar o instagram dela aqui, caso alguém queira conferir mais um pouco das suas artes fantásticas. A história, personagens e enredo são completamente originais e cuidadosamente planejados por mim, com muito amor e muita vontade de fazer meus leitores felizes. ♥

PS.: Toda semana um capítulo novo, não deixe de comentar, favoritar e acompanhar! Vocês me incentivam a continuar em frente!

Arte: B. TRIXX > https://www.instagram.com/acciosketchbook/
História: R.S.HOUR

Sem mais delongas, ai vai o primeiro capítulo!!!



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Em uma noite pacífica de céu estrelado, um acontecimento marcou a vida dos moradores de três vilarejos. Uma tríade de asteroides surgiu entre as nuvens, descendo em alta velocidade, cada qual com uma trajetória diferente. Estrondos ensurdecedores foram ouvidos nos cantos mais distantes do país, seguidos de incêndios devastadores. A verdade por trás daquele incidente, entretanto, era ainda pior: Os corpos celestes não eram nada mais que meros meios de transporte.

 

O Anjo caído

Nessa fatídica noite, um dos asteroides caiu próximo ao templo Midoriko, cujo líder era um renomado espadachim, pertencente a uma família de nobre tradição. Seu nome era Lyan Shu. Considerando o acontecimento como um aviso divino, Shu reuniu seus melhores discípulos para averiguar a situação. Apesar da nevasca, um incêndio podia ser visto a quilômetros de distância. Entre as chamas que queimavam a floresta, dentro de um buraco de vinte metros de profundidade, havia uma menina em meio aos destroços. Seus cabelos eram brancos como os de um fantasma e os olhos, puros como os de um santo. Não podia ter mais que dois ou três anos. Estava nua e imaculada. Quando notou Shu parado no topo do relevo, ela sorriu e flutuou até ele. Os discípulos pareciam chocados e sem palavras, mas seu líder demonstrava devota determinação, de modo que se ajoelhou perante a criança e cobriu-a com o manto que carregava nos ombros.

— Quem é você? - Indagou ele, com um tom respeitoso.

Diante do silêncio ininterrupto, concluíram que a jovem não sabia falar.

— Se não sabe ainda, então devo escolher um nome? - Balbuciou ele, perdido em seus próprios pensamentos. - Que tal... Rei?

— Re...i? - Repetiu ela, sorrindo.

— Sim. Rei significa anjo, na língua antiga.

Desse dia em diante o mestre Lyan Shu criou-a como sua própria filha e discípula. A escolhida para carregar o nome de sua família e continuar o legado amaldiçoado que os assolava a décadas: o porte de Kouhai, a espada maligna que tirara a vida de dez mil homens.

Enquanto Rei crescia em segredo, rumores sobre o paradeiro dos outros dois meteoros chegaram até o templo. Segundo os boatos, um homem que caíra dos céus havia assassinado o atual imperador, roubando seu título e seu exército. Era o início de uma revolução silenciosa.

O último meteoro tinha ainda menos informações. Destruíra parcialmente um vilarejo remoto, trazendo caos e sofrimento. Alguns contaram que não havia ninguém dentro do corpo celeste, outros diziam que o tinham matado e uns terceiros juravam que o ser fora perseguido, mas escapara com vida.

Diante dessas informações, o mestre teve certeza que jamais deveria revelar a verdadeira identidade de Rei.  Determinado em sua missão, ele cortou a língua dos irmãos do templo que tinham presenciado o resgate, silenciando suas vozes para sempre.

Dois anos se passaram até que Lyan Shu conseguisse lidar com o estranho poder de levitação que a garota possuía. Encontrou as respostas que procurava nos livros antigos, depois de muito estudo.

Rei tinha apenas quatro anos quando o mestre a submeteu a um ritual de selamento. Com a ajuda de cinco de seus discípulos, entoaram um mantra durante sete dias e sete noites, nos quais a menina teve que se manter imóvel dentro de um estranho símbolo pintado por eles.

No fim do ritual, marcas tribais negras cobriram os braços da garota e sangue escorria de seu olho esquerdo. O selo fora um sucesso, limitando os poderes absurdos de Rei a um nível tolerável, no qual ela conseguia controla-los.

Lyan Shu dedicou sua vida em prol de Rei, com a crença ferrenha de que ela havia sido enviada por Deus. Ensinou a garota a ler e escrever, assim como treinou-a em artes marciais, espirituais e medicinais. Ele a proibiu de deixar o templo, com medo de que sua real identidade fosse descoberta. Assim, Rei cresceu triste e solitária, sem a companhia de outras crianças ou mulheres e sem tempo para qualquer outra coisa senão seus estudos.

Desde a fatídica noite, quinze anos se passaram. Rei, agora com dezessete anos, fora convocada a sala de ritos para completar a última tarefa da qual fora incumbida. Quando adentrou o cômodo, o mestre a estava esperando ajoelhado em um altar. Outros dez discípulos estavam com as cabeças curvadas no chão, alinhados em um corredor.

— Minha filha. - Murmurou ele, com um olhar sombrio. - Você veio. 

Rei fez uma reverência.

— Sim, mestre. - Replicou.

— Finalmente este dia chegou. - Sussurrou ele. - Essa é sua última tarefa. O motivo pelo qual a criei todos esses anos... Quer saber o que é?

Rei sentiu um aperto no coração.

— Sim, mestre. - Repetiu, aflita.

Lyan Shu cobriu as mãos com um pano branco e abriu uma caixa de madeira entalhada a mão. De dentro retirou uma bainha negra, com letras na língua antiga gravadas em vermelho. Em sua fronte, lia-se: "Fim".

— Essa é Kouhai, a espada maligna que foi usada para tirar a vida de dez mil homens. - Contou o mestre. - Essa lâmina pertenceu a Tensei Nobunaga, o guerreiro cuja ambição devastou o mundo. Seu espírito obscuro reside dentro do aço. Durante cem anos, meus antepassados guardaram e protegeram esse segredo, impedindo que caísse em mãos erradas. No entanto, nunca foram capazes de encontrar um portador. - Ele sorriu de uma maneira que fez os pelos dos braços de Rei se arrepiarem. - Isso muda agora.

— O que isso quer dizer? - Indagou a garota, encarando-o.

— Você é a escolhida, Rei. - Estendeu a espada em direção a ela. - Pegue.

Sua voz era amável, mas Rei sabia que era uma ordem.

— Sim, mestre. - Voltou a dizer, antes de se levantar e caminhar até lá.

Meio hesitante, Rei segurou o punho da lâmina, sentindo sua energia maligna transpassando-lhe o corpo como uma corrente elétrica. Era como segurar o peso de dez mil vidas. Durante alguns segundos, o espírito de Tensei Nobunaga se agitou e tentou resistir a ela, mas Rei o subjugou, confinando sua consciência em um canto distante dela mesma. Por fim, embainhou a lâmina e ajoelhou-se novamente.

— Como eu esperava. - Lyan Shu parecia em êxtase. - Você se saiu muito bem, Rei.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham sentido o gostinho do que está por vir. Deixem comentários e opiniões!



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