PDV Bella.

No dia em que enterrei meu pai, minha mãe apareceu. Ela estava abatida e um tanto magra com algumas olheiras. Todos já haviam ido embora e Emmett e Alice me deixaram sozinha dizendo que me esperariam no carro.
Ela parou ao meu lado. Eu sabia que era ela sem precisar olhar para o lado. O perfume que ela exalava sempre fora marcante.
— Se veio atrás de perdão, chegou tarde de mais - eu disse ainda sem olha-la.
— Me perdoe, filha - ela pediu entre um soluço.
— Te perdoar? - eu perguntei incrédula. - Eu precisei de você. Meu pai precisou se você. E agora que ele se foi, acha mesmo que vou simplesmente te aceitar de volta?
— Filha, eu te imploro. Eu queria tanto explicar. - ela tentou pegar em minha mão, mas a puxei.
— Não me chame mais de filha. Suma de novo da minha vida, eu já vivo sem voce e estou muito bem com isso. E convenhamos, você nunca ligou muito, não é? Nem para mim e nem para meu pai. E já que você resolveu seguir sua vida quando ele estava vivo, continue fazendo isso. Volte para seu amante, Renne, porque se você voltou por conta de dinheiro, tenha certeza absoluta que você não verá nenhum centavo.
— Bella, não pense assim de mim. Eu não vim por conta de dinheiro. Eu vim porque sinto sua falta, filha.
— Engraçado - ri sem humor algum. - Eu não sinto mais a sua.
Não deixei que ela me respondesse, apenas me virei e caminhei em direção ao carro em que Alice e Emmett me esperavam olhando de longe.
...
E agora ela estava ali. Parada na frente da minha casa. Depois desse tempo todo ela resolveu voltar. Desci do carro e segui em direção a ela.
— O que você está fazendo aqui? - perguntei e senti Edward parando ao meu lado. - Já disse que e para você sumir da minha vida.
— Bella, precisamos conversar. - ela disse e olhou para Edward.
— Não temos nada para conversar. Você perdeu esse direito quando foi embora e nos abandonou.
— Filha, eu quero fazer parte da sua vida de novo. Eu quero explicar o que aconteceu...
— Explicar que você foi embora com seu amante? Sinto informar, mas isso já está bem explicado para mim.
— Eu amava seu pai.
— Se você o amasse, não teria ido embora - eu gritei.
— Amor, é melhor entrarmos. Tem alguns paparazzi do outro lado da rua. - Edward diz pegando de leve em meu braço. Eu sentia cada terminação nervosa do meu corpo tremer.
— Renne, vai embora - eu disse tentando me controlar. - E, por favor, nunca mais volte.
— Eu vou - ela disse e vi algumas lágrimas escorrendo pelos seus olhos. - Eu vou consertar tudo o que fiz. E prometo que depois de tudo se você ainda me quiser longe, não vou mais me intrometer em sua vida.
Ela nos deu as costas e foi embora. Eu nunca mais a queria ver novamente, independente do que ela faça, ela nos largou.
Não voltei para o carro, apenas abri o portão e entrei. Subi as escadas correndo e fui direto para o quarto.
Porque essa mulher sempre aparecia para me atormentar? Ela vai embora, some por meses e agora que voltar como se nada tivesse acontecido. Porque ela gosta de me ver sofre desse jeito?
Não notei a hora que  Edward entrou no quarto, só senti a presença dele quando se sentou ao meu lado e me puxou para o colo me abraçando.
Eu era um poço de problemas e Edward não merecia isso. Eu queria uma vida ao lado dele, mas acontecendo tanta coisa ao mesmo tempo que comecei a me perguntar se para ele valeria a pena seguir uma vida ao meu lado.
Eu não podia fazer isso com ele, mas naquela noite eu o deixei que me beija-se, me abraça-se e me ama-se uma última vez.
...
PDV Edward

Eu entrei em casa e vi Milo no topo da escada me encarando, então eu sabia que Bella estava lá em cima. Subi os degraus de dois em dois e fui para o quarto. Bella estava sentada no chão próximo a cama e chorava baixinho. Me sentei ao seu lado e q puxei para meu colo.
Bella não merecia isso o que estava sofrendo. Ela era incrível e boa de mais para sofrer assim. E ali enquanto a embalava em meus braços, eu prometi que nunca mais deixaria ninguém a fazer sofrer.
...
Quando acordei no dia seguinte Bella estava terminando de se arrumar. Ela usava calça social e uma blusa de alça azul. Eu passaria o resto da minha vida admirando a beleza dessa mulher, ainda mais quando coloca essas roupas...
— Vou acabar te puxando para cama de novo - eu disse com a voz um pouco embriagada de sono.
Ela se virou para mim e sorriu de leve, mas seu sorriso não chegou aos olhos. Eu sabia que ela não estava bem.
— Fica em casa comigo hoje - eu pedi me sentando na cama. - Prometo não te deixar sair daqui. - dei um tapinha no colchão.
— Eu preciso trabalhar - ela disse e vem andando até a cabeceira da cama. - Podemos almoçar juntos hoje?
— Claro - eu disse. - Busco você na empresa e podemos...
— Não.  Te encontro na sua casa - ela diz me cortando.
— Okay - eu respondo franzindo o cenho. - Te espero lá então.
— Preciso ir. Te vejo no almoço.
Depois de pegar o telefone em cima do criado mudo voltou até próximo do closet e pegou o blazer que estava lá em cima. Caminhou até a mim e me deu um beijo nos lábios tão rápido que nem senti. Ela me deu as costas e já estava saindo quando a chamei de volta. Ela se virou para mim devagar.  Seu olhar parecia tão longe, perdido...
— Eu amo você - eu disse.
— Eu também - ela disse e parecia que sua voz estava sufocada.
Fiquei tentando a ir atrás dela e pedir novamente para ficar em casa, mas acabei a deixando ir. Ela precisava se distrair e era bem provável que no trabalho ela poderia esquecer os problemas de ontem.
Levantei tomei um banho e quando a diarista que ia até a casa de Bella três vezes na semana chegou, eu fui embora. Fui para casa e fiquei jogado no sofá até próximo a hora do almoço. Claro que eu perdi a hora vendo TV e tive que ir correndo até o mercado mais próximo comprar alguma coisa para comer, já que eu não tinha nada dentro de casa para preparar. Eu estava passando muito tempo na casa de Bella.
Assim que cheguei em casa com três lasanhas congeladas, meu telefone toca e era uma mensagem de Bella falando que já estava a caminho. Coloquei as lasanhas no forno e a esperei chegar. Ela chegou uns quarenta minutos depois é quando fui lhe abraçar ela se afastou de mim. A encarei sem entender o que ela tinha acabado de fazer.
— O que foi? - perguntei.
— Eu preciso conversar com você - ela respondeu em um murmuro.
— Conversar sobre o que? - perguntei nervoso.
— Eu estava pensando, Edward e tem tanta coisa acontecendo e tudo ao mesmo tempo...
— E?
— Acho melhor a gente dá um tempo...
— O que? - minha voz acabou saindo mais alto do que esperava. - Você só pode estar brincando, não é? Bella, já tivemos essa conversa antes e concordamos que não tocariamos mais nesse assunto.
— Mas agora está diferente, Edward - ela disse e abaixou a cabeça. - Eu quero um tempo para pensar. Para colocar minha vida em ordem. Ela está uma bagunça e não quero que  você continue passando por isso. Você não merece isso.
— Eu tenho que me preocupar com o que eu devo ou não merecer - eu disse com raiva. - Bella eu te amo. Eu quero ficar do seu lado em todos os momentos...
— Eu não te amo, Edward. - ela disse tudo de uma vez.
Apenas a encarei esperando que ela falasse que aquilo era mentira. Eu sabia que aquilo era mentira. Ela havia aceitado a morar comigo, e agora não me ama mais. Ela ainda estava de cabeça baixa quando eu a ouvi chorar.
— Eu confundi tudo. - ela disse depois de um tempo. - e peço desculpas por isso, Edward.
— Então esse tempo...
— Sinto muito.
Então seria assim. Ela não me amava e nunca me amou. Eu não estava conseguindo acreditar nisso. Eu não conseguia acreditar em suas palavras, mas ela queria ir embora da minha vida e eu não poderia a impedir. E não iria implorar mais para ela ficar.
— Todos os nossos planos acabam aqui ? - perguntei para ela segurando o choro que estava se formando em minha garganta. Engoli seco tentando a qualquer custo não chorar na frente dela.
— Sinto muito - Bella diz ainda chorando baixinho.
— Tudo bem - eu disse. - Eu amo você, Bella. Nunca se esqueça disso.
Ela me encarou com os olhos vermelhos. Como eu queria abraça-la e ouvir ela dizendo que isso tudo não passou de um mal entendido, mas ela apenas virou as costas e foi embora.