Eu estava distraída lendo um documento importante que eu precisava para a minha reunião de amanhã, quando escutei um barulho do quintal dos fundos e Milo latiu. Ele saiu correndo para os fundos e eu fui atrás dele.
Foi quando o vi pela primeira vez. Ele estava parado virado com as mãos para cima, como se ele se rendesse. Ele estava com cara de assustado, já que Milo não parava de latir.
—Quem é você? - perguntei. - Como entrou aqui?
Ele era bonito e não era estranho. Será que ele é um bandido? Se for, que bandido bonito!
—Pode pedir... ao seu cachorro para parar de latir? - ele perguntou.
—Eu posso saber o que você está fazendo no meu quintal?
—Eu estou fugindo - ele disse - Dos paparazzi. Sou Edward Cullen. Deve me conhecer. - ele deixou escapar um sorriso torto que fez minha pernas ficarem mole.
—Não. Não conheço. Agora saia por onde entrou. - eu disse.
—Me deixe usar seu telefone? - ele pediu - E pede pro seu cachorro parar de latir, por favor.
—Milo! - dei um grito e ele calou a boca se sentando - Usar meu telefone? Você acabou de invadir minha casa e ainda quer usar meu telefone?
—Me deixa usar o telefone, só por um segundo. Eu vou pedir para o meu agente vir me buscar. - ele pediu.
Fiquei quieta. Ele me olhava de um jeito tão intenso que não consegui dizer nada.
—Não vou demorar - ele disse sorrindo - Prometo.
—Tudo bem - eu disse depois de um tempo.  
Ele pareceu relaxar um pouco, mas continuou parado.
—Seu cachorro não vai me morder, não é? - ele perguntou olhando para Milo que balançava o rabo de um lado para o outro rapidamente. Isso era sinal de que ele queria brincar.
—Não - eu disse - Vem logo antes que eu desista.
Ele pareceu descongelar do lugar e entramos na minha casa. Eu lhe deu o telefone e enquanto ele ligava me sentei no sofá. No claro consegui ver seu rosto melhor. O cabelo bagunçado, o sorriso torto, os olhos verdes... Agora eu conseguia me lembrar dele.
—Mike? - ele disse depois de um tempo - Tem como você vim me buscar? Eu estou a quatro quadras de casa e tem paparazzi na rua - ele deu uma pausa - Eu fui correr como tinha combinado e ... - ele deu uma pausa.
Olhei para o corpo dele. Ele estava com um short de corrida e uma regata branca. Ele tinha um corpo bem definido.
—Vem logo então - ele disse me tirando dos meus pensamentos - Se lembra da casa que eu queria comprar, mas compraram primeiro? - ele olhou sorrindo para mim - É essa.
Levantei uma sobrancelha o encarando. Então era ele que queria roubar minha casa?
Ele desligou e me estendeu o telefone.
—Posso ficar um pouco aqui até ele vim me buscar? - ele perguntou.
—Não - eu disse me levantando e pegando o telefone de sua mão.
—Por favor, eu não vou te perturbar. Vou ficar quietinho aqui sem fazer nenhum ruído - ele disse.
—Caí fora da minha casa. - eu disse apontando para a porta.
—Essa casa era para ser minha, okay - ele disse se jogando no sofá.
Que folgado!
—Mas eu comprei primeiro, então a casa é minha. Vai ficar com os paparazzi e me deixe trabalhar em paz. - eu disse encarando o abuso dele.
—Você trabalha em que? - ele perguntou tentando puxar assunto.
—Não interessa. - eu respirei fundo antes de prosseguir -  Por favor, eu quero me concentrar e você não vai deixar eu fazer isso. E você só mora a algumas quadras daqui.
—Não se preocupe comigo - ele disse - Vou ficar quietinho.
—Esse tal de Mike está vindo?
—Sim, vai chegar em alguns minutos.
—Ótimo.
Voltei a sentar no sofá e peguei o documento e recomecei a ler. Uns minutos depois me levantei e fui até o meu escritório. Quando voltei, Edward estava brincando com Milo. Legal, não? Ótimo cão de guarda.
—Esse cara não vai chegar, não? - eu perguntei.
—Daqui a pouco ele está aí - ele disse rindo sem parar de brincar com Milo.
Voltei a me sentar e me tentei me concentrar no trabalho, mas as risadas de Edward não me deixavam se concentrar. Ele tinha uma risada tão linda. Balancei a cabeça espantando o pensamento. Foco, Bella. Foco. Você precisa disso pronto para amanhã. Se concentre.
A campainha tocou um tempo depois e eu me levantei indo até o interfone.
—Quem é? - perguntei.
—Sou Mike. - O homem disse do outro lado.
—Ah - eu disse pensando, graças a Deus - Espere - eu disse voltando para sala.
—Edward, o seu, sei lá o que, já chegou.
Ele se levantou do chão e veio até a mim.
—Obrigado por ter deixado eu ficar aqui - ele disse estendendo a mão.
—Não foi nada - eu disse apertando sua mão. Passou uma corrente elétrica pelo meu corpo e eu me separei dele rápido.
—Você... - ele começou a dizer - Você foi muito gentil.
—Tchau!
—Tudo bem - ele disse levantando as mãos em sinal de rendição. - Já estou indo.
Ele se virou e se despediu de Milo e saiu pela porta. Fiquei olhando enquanto ele corria até o portão e saiu.