Uma canção de Josep Puigdemont escrita por Braunjakga


Capítulo 10
A crise




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X


Carles e Josep andaram até chegar no alto do rochedo, há 400 metros, e ficaram procurando pelo que poderia ser a fortaleza mágica de Clow.
O mar abaixo deles era visível e os ventos balançavam com força as pequenas árvores que cresciam arraigados ao rochedo, em meio à escuridão, tornando visível a posição dos dois.
No meio da floresta de árvores curtas, um teto azul inclinado apareceu.
— Olha lá, cara! Tamo perto!
Os dois correram até encontrar a casa.
O teto azul mostrou ser parte de um sobrado.
O sobrado era totalmente vermelho.
Havia uma varanda na frente da casa com teto azul também e alguns degraus de madeira elevavam a casa alguns centímetros acima das rochas.
As janelas eram quadradinhas, com as bordas feitas de madeira pintada de amarelo. Na entrada da casa, na varanda, havia duas janelas cercando uma porta preta no meio. A porta tinha um círculo mágico dourado no meio, na parte de cima.
Carles retirou um papel do bolso do terno que usava.
Era um papel que Carles havia recebido das mãos de Santi em Barcelona e havia um desenho nele feito por Pere Montserrat, seu assitente, com os detalhes do lugar onde estaria a arma dos ingleses.
Examinou o desenho dele com o desenho da porta e comparou os dois.
— É aqui, Carles?
— Sim. É essa casa mesmo! É aqui! A casa do tal mago onde estão escondidas a arma especial dos Ingleses…
— O mago Clow, as Cartas Clow…
— Como você sabe disso?
— O Pere me falou…
Os dois ficaram em silêncio.
— Você não tá preocupado com a segurança, Carles?
— E você tá sentindo alguma presença mágica na porta, Josep? Eu não!
— Isso tá fácil demais…
— Agora deu pra dar uma de desconfiado? A gente tá aqui, droga, como você queria! Agora eu tou mais motivado ainda pra tirar a Meritxell das garras daqueles caras…
— A Meritxell?
Josep estranhou, enrugando a testa, apertando os olhos e aumentando o tom de voz.
Carles não falou nada.
— E que motivo é esse pra querer salvar a Meritxell, a minha filha?
Carles ia começar a responder Josep, mas, nesse instante, uma voz saiu do meio do mato:
— Alto lá!
Soldados britânicos saíram, com fuzis apontados para Josep e Carles.
Um homem com chapéu de plumas e detalhes dourados na farda vermelha e uma espada embainhada na calça branca apareceu. Ele tinha cabelos grisalhos e rugas, gordo e sem barba.
O homem olhava os dois como se estivesse diante de um cervo prestes a ser abatido.
— Aqui é o Coronel MacDonald! Pensaram que podia escapar? Estamos vigiando vocês desde que pisaram nesse rochedo, bando de ladrões! Pensaram que estavam na Espanha, é? Aqui é território de sua Majestade!
— E aí, coroa? Se tu encontrou a gente então é porque tu ainda não tá ligado no nosso sistema… – Disse Carles.
— Mas que raios de sistema é que você está falando?
— Nesse sistema aqui, coroa!
O coronel MacDonald não entendeu.
Carles bateu as mãos.
Uma nuvem de pássaros apareceu das moitas e pequenas árvores do rochedo e começou a atacar os soldados.
Os pássaros pareciam um enxame de moscas.
Os soldados tentaram atirar, mas não viam os pássaros. Os pássaros eram feitos de ar e atiravam a esmo no ar.
— Vamo, droga!
Carles arrastou Josep pelas mangas do terno surrado que ele usava e entrou pela porta da frente da casa, arrombando-a.
O coronel e uns poucos soldados que estavam do lado dele viram os dois entrando na casa.
— Coronel, não vamos fazer nada?
— Deixem esses merdas espanhóis se ferrarem lá dentro da casa… Daí vamos ver se aqueles outros “merdas” são leais a sua majestade…

 


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