Os meses foram passando, Zeus ficava encantado ao ver a barriga de Hera crescer, ficava imaginando que teria uma filha, uma Herinha tão linda quanto a mãe. Hera, mesmo grávida não deixou de trabalhar, de estar na colônia ajudando, mas nas horas vagas ela ficava pensando em como seria bom ter um menino, para o tornar um deus forte nas tradições ásgardianas, já estava com quatro meses de gravidez, mas Hera não se esqueceu de Delayoh, a levava para trabalhar, patinar sobre o gelo, ler, prometeu e cumpriu, não deixou de amar a filha um segundo. Zeus teve a ideia de consultar Réia para saber se ele ia ser pai de uma menina ou de um menino.

— É simples mãe, você pode me dizer se a Hera está esperando um menino ou menina. Quero muito uma menina, tão linda quanto a mãe dela, mas vou amar do mesmo jeito se não for menina. — Disse Zeus.

— Tudo bem Zeus, mas preciso da Hera aqui para saber. — Disse Réia.

Zeus chamou por Hera, ela entrou na sala querendo saber o que estava acontecendo, Zeus explicou que queria muito saber se será pai de uma menina ou de um menino e pediu ajuda para Réia.

— Está bem, também quero saber se terei um menino. — Disse Hera.

Réia colocou sua mão sobre o ventre de Hera e abriu um largo sorriso, Zeus e Hera estavam na maior expectativa.

— Então, mãe? — Perguntou Zeus.

— Surpresa. Só vão descobrir na hora do parto. — Respondeu Réia.

— Mas mãe precisamos saber para montar o enxoval. — Disse Hera.

— Compre as roupinhas, mas eu não direi, deixarei que vocês descubram na hora.

Dois meses se passaram.

— Hera, olha que gracinha esse vestidinho amarelo que comprei para a nossa filha. — Disse Zeus empolgado.

O vestido era uma graça, amarelo com lacinhos e rendinha, mas Hera também comprou um macacãozinho para seu futuro menino. Zeus colocou o vestido em cima da barriga de Hera e o bebê mexeu, Hera também colocou o macacãozinho sobre a barriga e o bebê também mexeu e ela começou a ficar desconfiada. Foi procurar Réia para conversar.

— Mãe, posso falar com a senhora? — Disse Hera.

— Claro filha, o que é? — Perguntou Réia.

— A senhora sabe se estou esperando um menino ou uma menina. Mas acho que estou esperando dois bebês, eu sinto que são dois, que há dois corações baterem em meu ventre, Ares também percebeu isso e agora Zeus comprou um vestidinho e colocou na minha barriga e o bebê mexeu, eu comprei um macacãozinho e o bebê também mexeu. Então me diga mãe, prometo que não digo nada ao Zeus.

— Está bem filha, você já está desconfiada, estragou a surpresa. Você está grávida de gêmeos.

— Gêmeos? Eu estou esperando gêmeos?

— Sim, tem um Zeusinho e uma Herinha aí dentro crescendo.

— Eu vou ter um menino e uma menina.

Hera ficou animada, vai ter seu tão sonhado menino. Se passaram mais três meses e chegou o dia do parto. Ares já havia partido para a Alemanha, a pedido de Hera. Zeus e Hera estavam curtindo um vento ameno. Quando Hera sentiu algo estranho.

— O que foi, Lili?

— Senti uma dor aqui, ai.

Hera continuou sentindo a dor aumentar e de repente, a bolsa estourou e ela disse:

— Vai nascer!

Zeus imediatamente pegou Hera no colo e chamou por Réia. Réia, Hebe e Ilitia (que visitava os pais) foram para o quarto ajudar Hera. Zeus queria ficar no quarto para ver o nascimento, mas Réia achou melhor ele esperar na sala, Zeus concordou e desceu. No quarto ao lado, Delayoh ouvia a mãe e pensava: “Não gosto desses bebês, logo eles vão tira-la de mim”. Hera fazia força, empurrava, sua respiração já estava ofegante, mas continuava a fazer força, até que nasceu um menino loirinho.

— É o meu menino? — Perguntou Hera.

— Sim, é o menino, Hebe limpe-o. — Disse Réia. — Continue fazendo força, pois a menina precisa nascer.

Hera fez força e algum tempo depois nasceu uma menina loirinha.

— É uma menina linda. — Disse Réia.

Após limpos, os bebês foram entregues para a mãe, Hera estava feliz com os filhos no colo. Réia desceu as escadas para avisar Zeus.

— Então mãe, nasceu? — Disse Zeus ansioso.

— É um menino...

— Menino, sou pai de mais um menino.

— E uma menina.

— Menina?

— Sim, são gêmeos, meu filho.

Zeus não sabia se ria ou chorava, é pai de gêmeos, ele abraçou a mãe e subiu as escadas, não podia acreditar tamanha era a felicidade. Ao entrar no quarto, viu Hera segurando os gêmeos e a ficha caiu, ele sorriu e se aproximou.

— Que surpresa meu amor, dois de uma vez. — Disse Zeus.

— E que lindos, Zeus, loirinhos iguais a você. — Disse Hera.

— Quem nasceu primeiro?

— Esse menininho lindo aqui.

Zeus pegou o menino no colo e sorriu para ele:

— Ele se parece com você Hera, tem os seus olhos, o seu rosto.

— Mas o nariz e a boca são seus.

— Ei rapazinho, tenho um nome para você, Germano. Agora eu quero pegar no colo essa menininha linda.

— Ela se parece com você.

Zeus pegou a menina no colo e disse:

— Se parece, tem os meus olhos, o meu rosto, o seu nariz e seus lábios, vou te chamar de Germana.

Os gêmeos eram de fato lindos, um Zeusinho e uma Herinha, mas parecia mais um Herinho e uma Zeusinha, com Germano e Germana, Zeus e Hera tem sete filhos. Eles curtiam os filhos, estavam felizes, tão felizes que não perceberam Delayoh espreitando pela porta com olhar de ciúme. Olhava a cena e mordia os lábios, até que Hera percebeu a filha na porta.

— Tochter, venha aqui conhecer seus irmãos. — Disse Hera.

Delayoh entrou no quarto com passos vagarosos, quando chegou perto da cama, beijou o rosto da mãe e Hera disse:

— Esse é o Germano Otto.

Delayoh esqueceu o ciúme e sorriu para o irmão.

— Ele é lindo, se parece com nós duas, mutter.

— E essa aqui é a Germana. — Disse Zeus.

Delayoh olhou para a irmã e não gostou muito dela, mas disfarçou e disse:

— É, ela é bonitinha. Posso pegar o Germano no colo, mutter?

— Pode, mas tome cuidado com ele.

Hera entregou Germano para Delayoh, ela o pegou no colo e conversou com irmão:

— Guten tag Germano, seja bem-vindo, quando for para a Alemanha, você vai adorar.

Delayoh entregou Germano para a mãe e Zeus perguntou se ela não queria pegar a Germana no colo também, Delayoh respondeu que só queria conversar com Germano.

Os dias foram passando e o ciúme de Delayoh voltou, uma vez viu seus pais brincando com os bebês. Eles riam, faziam graça, Hera até falou que vai precisar comprar mais uma caixa de babador para limpar a baba de Zeus.

— Engraçadinha, mas eu babo mesmo por essas fofuras, né? — Disse Zeus.

Delayoh olhava a cena e sentia seu ciúme aumentar, dava para ver em seu par de olhos azul cristal, ela só parou de olhar quando Ilitia a chamou para andar a cavalo.

— Depois vou procurar Atlas e marcar uma data para cerimônia de apresentação dos nossos filhos e para te dar um presente. — Disse Zeus.

— E que presente seria esse? — Perguntou Hera.

— Vou passar o Rio Grande do Sul para você, será mais uma aquisição alemã.

— Você vai me dar o Rio Grande do Sul? Mas por qual razão?

— Será uma forma de agradecer pelos belos presentinhos que me deu e também você é uma deusa forte, tem espirito de liderança e capaz de conduzir uma nação.

— Você nunca me disse isso.

— É porque não enxergava a deusa forte, inteligente, capaz de comandar uma nação inteira, uma não, duas.

Hera sorriu e beijou Zeus.

— Mas não vou morar aqui, você sabe, tenho que voltar para a Alemanha e também tenho que fazer negócios na China, faça o seguinte, por enquanto deixe o Rio de Grande do Sul em meu nome e quando Germano se tornar adulto, passará a ser dele.

— E a Germana?

— Ela também pode, mas quem vai comandar é o Germano.

— Tudo bem, não vou discutir com você, agora quero mostrar uma coisa para a Germana.

Zeus beijou Hera com paixão e disse:

— Germana, nunca faça isso, ouviu filha, um dia você vai entender.