Shadow escrita por Course


Capítulo 9
VIII - Controle


Notas iniciais do capítulo

Olá, leitores tão amados!

Gostaria de iniciar dedicando esse capítulo à Gaab V e Lena18 que recentemente comentaram a história, me enchendo de alegria por fazerem-se presentes. Não fazem ideia de como fico feliz em saber que vocês estão compartilhando comigo do amor pela Eve e essa família Cullen tão amada.


Nesse capítulo, exploraremos um pouquinho mais da relação dela com a família Cullen, mas não tanto, não ainda. Posso garantir que mais a frente ela terá um tempo de qualidade com cada membro, afim de conhecer melhor a família. (essa fui eu dando um spoiler? acho que sim)

Aproveitem mais esse capítulo e nos vemos nas notas finais!



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Acolhida

Havia diversas diferenças torrenciais em ser parte do Clã Cullen e ser membro dos Volturi.

A principal delas era a alimentação e tudo relacionada aos mecanismos para nos tornarmos mais fortes.

Os Volturi possuíam uma divisão característica ― A família e a guarda ―, então, os humanos sempre eram levados primeiramente aos de maiores posições no clã, o que significava aos líderes e suas esposas e, de certa forma, a mim e Demetri também. Não haviam esforços em buscar por comida, pois sempre que necessitássemos, havia turistas vagueando pela cidade, dispostos a conhecerem os corredores obscuros da cidade subterrânea e secreta de Volterra. Assim, usávamos Heidi e seu poder de criar e desfazer laços afetivos, que estabelecia uma conexão de mão única entre os humanos e ela, afim de fazê-los segui-la fielmente até nossa cova e nos presentear com o sangue quente dos mortais.

Do outro lado, havia os Cullens e sua alimentação vegetariana. Eles não poupavam esforços para se parecerem o mais humano possíveis, então, somado a questões de caráter e visão de mundo, na tentativa de buscarem socialização com a raça inferior, optavam pelo sangue de animal. Para tanto, sempre era necessária uma caçada por animais silvestres e de grande porte.

Durante meus dois meses, há quarenta anos, com os Cullens, percebi que o que eles chamavam de caça era algo surpreendentemente selvagem. Diferente dos banquetes dos Volturis, que simplesmente ia lá e pegava o sangue que quisesse, quando eu estava em uma floresta, precisa da paciência, foco e, principalmente, abrir mão do controle. Deveria fazer uso de todos os sentidos para captar qualquer animal na floresta e persegui-lo, usando-o como alimento, após uma batalha rápida que todos os animais travavam instintivamente pela vida.

Alguns Cullens tinham seus animais favoritos. Jasper gostava dos cervos. Edward preferia o sangue de leões da montanha e Emmett possuía seu favoritismo por ursos. Na minha estadia em Denali, percebi que eu possuía um fraco por lobos, então buscava sempre me alimentar o sangue deles. Certamente era uma piada para Emmett, que acabou apelidando-me de lobinha e usava o termo durante nossas caçadas conjuntas.

Dessa vez, eu não estava na companhia do meu irmão mais forte e veloz, então não me sentia intimidada com seus apelidos ou com uma possível briga irracional por alimento. Além disso, pelo que Jasper me confidenciara, nessa região da península Olympic, não haviam lobos.

 Diferente dos outros, quando me entregava aos meus instintos, era incapaz de simplesmente compartilhar a comida, o que, certamente, já causou boas brigas com Emmett que amava competição ou Jasper que também possuía dificuldades para se controlar. Então, era sempre obrigada a me afastar o máximo do meu grupo de caça, para tentar, por conta própria, buscar minha presa.

Eu estava me esgueirando com Alice e Jasper pelas montanhas do Olympic National Park, em que sabia que, se tivéssemos sorte, poderíamos encontrar bons cervos e veados para nos alimentar. Leões da montanha também apareciam por aqui, apesar de serem mais raros. Minha irmã havia garantido que não estava com sede, mas, em contra partida, Jasper achou uma ideia magnífica se juntar a mim em uma caçada. Principalmente porque, muito em breve, ele voltaria a lidar com Isabella mais tempo do que estava acostumado.

Nunca tínhamos muita disposição para conversas nas caçadas. Percebi isso logo na minha primeira tentativa, anos atrás, quando tentei comentar uma coisa ou duas com meu pai e fui interrompida por seu dedo erguido, pedindo silêncio, pois eu poderia assustar algum urso ou animal na floresta.

Como sempre, afastei-me dos meus irmãos, só o suficiente para encontrar meu próprio caminho até alguma caça, e logo senti, há dois quilômetros de distância, a presença de um leão da montanha espreitando em busca de sua própria comida.

Deixar-me ir pelos sentimentos predatórios era tão fácil quanto manejar meu véu em dias que me encontro em força total. Para conseguir caçar, eu era forçada a abrir mão do controle da minha sombra e me expor totalmente, permitindo que minha condição vampírica tivesse maior acesso possível ao mundo ao meu redor.

Eu estava de olhos fechados quando senti, pela primeira vez, o rastro do leão. Não era, nem de perto, o cheiro de sangue humano, mas a essência que o corpo quente exalava, os batimentos cardíacos exaltados pela procura de uma presa, bem como o suor gotejando levemente no pelo dourado eram quase que totalmente sedutores para a ardência em minha garganta.

Num segundo, eu estava parada na floresta, exalando o cheiro do animal, e no outro, já estava correndo entre as árvores altas, de copas largas e que proporcionavam uma sombra agradável ao meu redor. Num salto inconsciente, eu já tinha a presa entre meus braços, com as unhas fincadas em sua pele macia, feito garras, girando-o pelo ar, para, em seguida, usar meu peso e força na tentativa ― com êxito ― de mantê-lo pressionado contra o chão e fincar minhas presas em qualquer uma das partes de seu corpo, para sugar o líquido quente e saboroso que aplacaria o desagradável sentimento em meu interior de necessidade.

Tão rápido quanto havia começado, acabou.

O corpo do leão da montanha, falecido no chão, era apenas uma prova de minha ferocidade interior.

Quando, finalmente, pude recuperar meus sentidos próximos à forma mais racional, peguei-me analisando os arranhões enormes que minhas unhas projetaram na pele do animal e, com isso, fiz o meu melhor para esfregar minhas mãos na lateral do vestido, buscando limpar o pelo e sangue que haviam ficados como prova. Acabei notando também que o vestido lindo que Alice me dera de presente agora era apenas um trapo. Duas fendas surgiram em ambas as laterais e um decote ― antes inexistente ― também deu a graça de sua presença entre meus seios. Havia uma mancha escura na gola arrebentada que, certamente, considerei fazer parte do desperdício de sangue.

Eu não era muito boa naquilo, para ser franca. Caçar não estava em minhas habilidades mais avançadas e me envergonhava amargamente por isso. O que deveria fazer parte do nosso fator biológico, eu provara com excelência não possuir nenhuma destreza para fazê-lo com classe e elegância.

― Olhem só, pelo jeito Eve deu mais sorte que nós dois. ― Jasper surgiu há poucos metros de distância, ao lado de Alice ― Dividimos aquele cervo e ela ficou com o puma só pra ela.

Ambos com sorrisos no rosto e cabelos desgrenhados. Eles também já haviam acabado com a caça, mas notoriamente fizeram menos estrago que eu.

Meus cabelos estavam escapando da presilha que eu usava e, só então, ao passar a mão pelos fios, senti a bagunça absurda que possuía. Envergonhada pelos estragos que causei a minha roupa, comecei a passar a mão no tecido, como se desamassar algumas poucas partes amarrotadas fizesse-o se materializar perfeitamente novamente.

― Daqui a pouco você pega o jeito de novo, Eve. ― Garantiu-me Alice, ciente dos meus sentimentos e constrangimento.

― De novo? ― Jasper a encarou confuso e levou uma cotovelada da namorada em resposta. Obviamente aquele seu comentário significara que eu jamais tivera jeito para caça.

Bufei alto, mas um sorriso escapou.

― Talvez seja melhor simplesmente pedir umas bolsas de sangue ao meu pai no hospital. ― Brinquei com o plano impossível e vi o sorriso complacente de Jazz em minha direção.

― Ah, e perdermos a chance de te admirar destruindo as roupas que Alice faz? Nem pensar! ― Ele retribuiu e olhou-me falsamente magoado ― Não teria graça nenhuma ver você totalmente controlada perto da Bella. Agora, com você aqui, eu realmente sinto que Edward vai sair do meu pé por causa de descontrole e focar totalmente nas suas garras volturianas.

Dessa vez, eu gargalhei, seguida por Alice e Jaz.

― Minhas garras volturianas, no momento, estão repletas de pelo de leão da montanha. ― Ergui os dedos e arranquei mais uma risada forte do meu irmão ― Podemos ir para casa para me limpar?

Ambos assentiram, concordando com meu plano.

Jasper e eu nos déramos muito bem desde o princípio, pois ambos passávamos pela mesma dificuldade: controle na presença de humanos. Infelizmente, diferente dele, eu ainda era capaz de me livrar momentaneamente passando para a condição humana, caso realmente ficasse muito difícil de suportar, mas, em contrapartida, enquanto humana, eu era mais um objeto de desejo para a sede ainda não-totalmente controlada de meu irmão. Por conta disso, sempre que eu estava na forma humana, ele mantinha-se afastado ou, simplesmente por sentir-se inseguro perto de mim, incapaz de coletar minhas emoções com seu dom, já que eu permanecia quase sempre com minha sombra me protegendo, ele preferia ficar distante, para evitar que eu simplesmente me tornasse humana de supetão e o pegasse de surpresa.

Dessa vez, tudo parecia diferente. O clima entre nós estava mais ameno e relaxado. Jasper não era o mesmo de quarenta anos atrás e isso era bom.

Eu sentia, sinceramente, uma segurança profunda no peito naquele instante, enquanto eu corria na companhia de duas pessoas de confiança, pela floresta, guiada por ambos, até a residência fixa da minha família em Olympic.

Assim que botei meus pés nos terrenos da minha família, eu soube que aquilo ali era um lar de verdade.

Não era pelo fato de as nuvens cobrirem o sol que se aproximava do crepúsculo, ou pelas árvores e suas copas formosas montarem um arco perfeito e protetivo entorno da casa repleta de vidros que expunha seu interior. Não estava também ligada ao fato de que era, possivelmente, a única residência num raio de 15 quilômetros, dando a minha família uma privacidade reconfortante.

Estava, na verdade, relacionada a certeza de que eu me sentia em paz quando parava para pensar que, ao abrir a porta de entrada, Carlisle e Esme estariam lá para nos receber. Rosalie e Emmett possivelmente estariam esgueirados pela possível sala de tv, brigando pelo domínio do controle remoto, tentando debater sobre assistir a um jogo de futebol ou um filme. Estava no fato de que aquele lugar cheirava a receptividade, com uma energia positiva vinda de cada um dos quatro cantos do terreno enorme que pertencia ao meu pai.

Aquilo sim era um lar de verdade.

E eu amava o fato de que teria algum tempo, em liberdade, para aproveitar tudo.

Como que para provar minha ideia de que estavam nos aguardando, Carlisle e Esme surgiram na porta no momento em que eu coloquei meus pés sob os primeiros degraus de entrada.

― Acho que alguém precisa se um banho. ― Esme sorria, parecendo divertir-se com minha condição, enquanto eu me aproximava.

Jaz e Alice gargalharam, na companhia do sorriso sincero de meu pai, que me observava com uma espécie de orgulho brilhando em seus olhos.

― Como foi? ― Rose estava esgueirada em um sofá na sala de estar e analisava-me atentamente enquanto eu entrava em seu campo de visão, já dentro da casa.

― Pelas roupas, eu quase posso imaginar que o veado é que saiu ganhando. ― Emmett zombou, aproximando-se enquanto atravessava um corredor em nossa direção.

Não pude conter o revirar de olhos e, por conta disso, quase perdi Rose lançando no parceiro uma almofada.

― Senti sua falta também, maninho. ― Sorri, sarcástica, ao alto e forte Emmett que conseguiu desviar-se da almofada e caminhar em minha direção para um abraço ― E, a propósito, foi um grande leão da montanha que ataquei.

Pegando-me no colo, rodopiou meu corpo algumas vezes, forçando-me a gargalhar, achando graça de sua recepção.

― Deixe um pouco dela pra mim também. ― Minha doce e loira irmã estava ali, nos interrompendo e pegando-me em um outro abraço, apertado e ao mesmo tempo carinhoso ― Eu nem acredito que essa situação horrível que eu causei trouxe algo de bom para nossa família.

Afastando-me de seu ombro, onde eu repousara minha cabeça, ergui meus olhos para captar os seus que, mareados, quase pareciam mostrar-se chorosos, se fosse possível tal feito a um vampiro.

― Senti sua falta também. ― Sorri, sinceramente e calidamente para ela, que me deixara livre de seu abraço só para passar a mão por meus cabelos, colocando alguns fiapos para atrás de minha orelha.

― Bem-vinda de volta ao lar, querida. ― Esme soprou e eu me atentei ao círculo fechado ao meu entrono, enquanto observava o rosto de cada um dos Cullens que pareciam me receber com afeto e carinho que jamais sonhara em ganhar.

― Vocês não fazem ideia do quanto eu sonhei com isso. ― As palavras escaparam um pouco emboladas pelo nó que se formou em minha garganta e me vi forçada a soltar um pequeno suspiro e sentir meus olhos arderem levemente com a minha condição emotiva.

― Nós também, filha. ― Carlislie falou ternamente ― Agora nossa família está completa.

Ficamos ali, por fim, nos admirando e sorrindo uns para os outros, feito uma família perfeita e feliz, até que, finalmente, Alice decidiu quebrar o momento e falar:

― Bella estará aqui mais à noite. Acho melhor a Eve tomar um banho e conhecer o restante da casa enquanto isso.

Quebrando o círculo também, ela afastou-se do abraço de Jaz e caminhou em minha direção, roubando-me de Rose e guiando-me pelos cômodos adentro.

A casa era grande e bastante característica aos gostos de minha família. As paredes externas eram cobertas de vidro, possibilitando a quem quer que olhasse de fora, uma visão perfeita dos cômodos laterais. Com quatro andares, possuía uma divisão perfeita para a grande família que ali vivia. Alice e Jasper compartilhavam o terceiro andar com Rosalie e Emmett, de acordo com a explicação da minha irmã mais baixinha. Ambos os quartos possuíam as portas voltadas para as escadas que atravessavam o centro da casa e cada cômodo tinha um closet e banheiro.

Enquanto eu conhecia mais do interior do pomposo e moderno quarto da minha irmã, tomando nota mental das informações que ela lançava, fui tomada pela insegurança do encontro com Isabella, que estava por vir.

Assim que a família inteira votasse a favor da transformação dela, com certeza os arranjos seriam feitos e, em breve, eu teria que partir. Estava tão empolgada por passar um tempo com minha família que sequer notara que nem seria necessário reformar o sótão, assim como Alice tagarelava agora. Com os três dias passados do processo de transformação da namorada de Edward, eu deveria juntar minhas coisas e voltar para Volterra.

― Eve? ― Minha irmã chamou minha atenção para o conjunto de coisas que segurava em seus braços ― Aqui estão algumas roupas de Rose que acho que servirão em você, apesar de ficarem um pouco largas. Eu mesma emprestaria as minhas, mas sei que ficariam muito curtas. E, bem, eu sei que você trouxe suas roupas de Volterra, mas... simplesmente senti que precisava te ver em algo que não fosse totalmente preto. ― Sua testa franzida por refletir demais era uma graça e aquilo fez-me sorrir mentalmente para os cuidados de minha irmã.

Alice tinha razão em uma coisa. Eu era mais alta que ela, contudo, mais baixa que nossa irmã. Não tinha as mesmas curvas que Rose, mas, ainda assim, não era possuía um corpo tão infantilizável quanto o de Alice. Era, literalmente, a média de ambas.

Enquanto eu tomava meu banho, com a porta fechada, conseguia continuar a ouvir Alice tagarelar do outro lado, explicando como funcionava a posição social da minha família em Forks.

Atualmente, pela história que eles contavam, Alice, Edward e Jasper frequentavam o último ano do Ensino Médio, formando-se dali há cinco meses. Rose e Emmett, por aparentarem maioridade, estavam na faculdade. Carlislie era um dos médicos do hospital da pequena cidade, enquanto Esme realizava alguns trabalhos de decoração de interiores a alguns moradores interessados em seus serviços.

Na tentativa de me encaixar, ela começou a narrar que seria perfeito para mim, assim que eu me sentisse mais segura, frequentar o período final na Forks High School, como uma caloura, já que nem de perto eu aparentava ser uma aluna do segundo ou terceiro ano.

Eu tive que gargalhar ao ouvir aquele comentário, por saber que, de certa forma, ela estava certa. Apesar de biologicamente possuir oficialmente 256 anos, e ter tido a chance de ser transformada aos meus dezoito anos humanos, ainda sim, minhas feições assimilavam-se serem bem mais joviais do que eu deveria aparentar. Provavelmente, qualquer um me daria dezesseis anos.

Negando-me a pensar no fato de que Isabella poderia ser transformada rapidamente, depois de ter meu banho finalizado e usar uma calça pantalona rosa e um cropped de malha branca e mangas compridas, junto de uma sandália com um salto baixo bege-claro, passei a dedicar meu tempo, ao lado de Alice, conversando sobre as possibilidades e trivialidades da cidade.

Não demorou muito para que Jasper aparecesse no quarto, chamando-nos para a sala, afim de ficarmos preparados para recepcionarmos a humana que, em breve, deveria chegar. Assim, voltei a sensação prazerosa de lar, ao me deparar com todos os membros da família sentados nos sofás da sala de estar, conversando intensamente sobre as possibilidades futuras.

― Por que acharam que Isabella estava morta? ― Indaguei, de repente, depois de um silêncio não tão confortável se instaurar no lugar.

Eu estava sentada entre Alice e Rose no sofá branco, disposto exatamente a frente da lareira central que estava ligada apenas para expor a beleza crepitante das chamas douradas. Ao meu lado, podia ver, através de uma das janelas, resquícios de uma chuva invernal de fim de janeiro caía, gotejando pelo vidro e embasando levemente a visão do mundo exterior.

― Eu tive uma visão da Bella. ― Alice começou narrando a história ― Ela aparentava estar assustada e... confusa... Então, ela se jogou de um penhasco e simplesmente desapareceu.

“Como assim, desapareceu?” Pensei em indagar imediatamente, mas não queria interromper a história.

― Fiquei algumas horas buscando por notícias dela no futuro, mas... não havia nada. Então, vim o mais rápido que consegui para cá. Estávamos em Denali, fazendo uma visita a Elaster e os outros, então não foi uma viagem muito longa correndo. Chegando aqui, ouvi notícias de um velório. Imediatamente pensei ser de Bella e aquilo foi tão... terrível. Vim para casa e pegue o carro de Carlisle que ainda estava na garagem. Assim que parei na casa de Bella e não vi sinal dela, congelei. Aguardei, pacientemente, e corri o risco de o pai dela me ver invadindo a casa, mas precisava ter certeza. ― Alice estava afobada contando a história, totalmente tensa enquanto relatava o que sentiu sobre a possibilidade da humana ter realmente partido ― Mas, então, ela entrou em casa e tudo ficou bem.

― Mas Edward achou que ela tinha morrido. ― Insisti no assunto.

― Minha culpa. ― A voz de Rose saiu seca e desgastada ― Eu... achei que seria o certo a se fazer. Edward, quando partimos de Forks, se afastou da nossa família e vivia uma espécie de... de... luto constante. Então, quando Alice partiu e não mandou mais notícias, achei que seria o certo. Ligar e informar a ele, sabe? Que Bella havia morrido.

― Então, ele foi até você. ― Emmett, que estava sentado no braço do sofá, exatamente ao lado de Rose, passava as mãos nas costas da loira, como se tentasse afastar os sentimentos ruins que havia em seu peito.

― E tudo aconteceu. ― Confirmei, querendo parar os detalhes por ali, pelo menos da minha parte ― E você descobriu o porquê de não ter enxergado o futuro da Bella? Porque em Volterra, você pareceu voltar a realidade e deu ao meu pai... hm... ao Aro uma visão da Isabella vampira.

Alice simplesmente teve todo seu corpo retesado e permaneceu assim por um curto segundo que, na verdade, parecia uma eternidade. Senti o mesmo de todos os outros membros da família, como se buscassem uma maneira de me explicar algo muito delicado.

― Tudo bem. ― Falei, por fim, para quebrar o gelo que se formava ― Pelo jeito há uma possibilidade da Bella ser como eu... Ter uma sombra. Não sou do tipo ciumenta ou que se importa com esse tipo de coisa. ― Forcei meu melhor sorriso e senti o clima melhorar um pouco.

Era aquilo, não era?

Tão óbvio.

Assim que a Bella fosse transformada, eu não seria mais a única com uma sombra. Haveria outra igual a mim. E isso, definitivamente, aumentava ainda mais os riscos de o clã Cullen se tornar um forte concorrente na visão dos Volturi. Só de pensar nas coisas que me pai planejava, a distância, meu corpo inteiro se arrepiava. 

Sentia o controle esvair-se de meus dedos, lentamente, e sabia que algo precisava ser feito o quanto antes, afinal, Bella era um maldito risco e eu não fazia ideia de como impedi-la.

Bom, eu podia, simplesmente, tentar contê-la, não é mesmo?


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Notas finais do capítulo

Nota 1: É importante destacar que, de acordo com a linha do tempo original da autora de Crepúsculo, na verdade, faltam só 3 meses para a Bella se formar. Alterei isso por motivos que serão melhor explicitados à frente.

Nota 2: Em diversas ocasiões a Eve relata ter mais de quatrocentos anos. Bem, fui analisar algumas biografias dos Cullens pra melhorar a história e me toquei que nem mesmo o Carlisle tem essa idade, o que ficaria IMPOSSÍVEL e fugiria do real. Portanto, fiz algumas contas, e reduzi em, pelo menos, dois séculos a idade da Eve, para equiparar melhor com a realidade da autora. Nada que realmente mude algo na história. É só um pequeno detalhe biográfico a ser considerado.


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