Shadow escrita por Course


Capítulo 8
VII - Abraçada


Notas iniciais do capítulo

Ah, finalmente. Teremos, enfim, uma pequena introdução da chegada de Eve aos EUA. Tem muito mais para conhecerem sobre a relação entre os irmãos Cullen, então, aguardem nos novos capítulos a relação dela de reaproximação com os irmãos.

Bom capítulo!



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Abraçada

Eu mantive minha palavra, no fim das contas.

Antes de partir, encontrei Heidi e Félix e cometei que naquele mesmo dia havia colocado um ponto final em meu relacionamento com Demetri. Para surpresa minha surpresa, ambos ficaram pasmos com a notícia, e pude captar um certo desapontamento partindo de Heidi que, ao invés de simplesmente comemorar ou fazer piada, ela balançava a cabeça relutantemente e contrariada com minha notícia.

―  Não sejam idiotas agora. Todos vocês sabem de como Demetri simplesmente não foi fiel ao longo desses anos. Praticamente toda vampira de patente baixa já passou por ele. ― Reforcei quando notei que não ganhei a recepção almejada ao revelar o término oficial da minha relação com Dem.

Ambos não comentaram nada a respeito e, como se fossemos grandes amigos, me acompanharam até a saída, onde os outros me aguardavam.

Eu já estava de volta na minha forma vampira, pois senti que, assim, seria mais fácil para realizar toda a longa viagem de avião. Normalmente, eu optaria por realizar a viagem em uma corrida e nado, entretanto, com as bagagens que carregávamos (minhas malas e Isabella), seria impossível realizar o trajeto mais rapidamente.

Depois de notar o instinto totalmente protetor de meu irmão para com a humana e estar ciente de que ele já tinha consciência dos reais planos de meu pai com relação à minha missão, passei a me revestir de boas intenções com Bella, apesar de ainda não confiar totalmente em suas intenções. Se ela era capaz de atravessar continentes para se expor e revelar uma falha da minha família, o que mais ela seria capaz de fazer?

Alice já parecia mais familiarizada com Demetri, já que não se incomodou de aguardar ao seu lado, já por outro lado, Edward e Isabella pareciam absortos em seu próprio universo, abraçados um no outro, permaneciam do outro lado do corredor e sequer pararam de se olhar para observarem quem se aproximava.

― Podemos ir. ― Falei assim que compreendi que a humana seria capaz de me ouvir também.

― Vamos ter que atravessar uma pequena multidão que ainda está na praça do relógio. ― Informou Alice, já se apropriando de uma das minhas malas, decida a me ajudar a carrega-las ou a indicar que Demetri que ele já não era mais necessário ali.

Edward e Bella prosseguiram sem falar nada, apenas caminharam para fora, passando por uma das portas pesadas já aberta. Alice sequer se deu ao trabalho de se despedir dos outros vampiros, pois logo se colocou a seguir nosso irmão e, aparentemente, cunhada.

Levei mais tempo do que imaginei ser necessário para fazer meu próximo movimento, entretanto, quando pousei a mão sob a alça da mala maior, senti os dedos mornos de Demetri encontrarem os meus. Quando busquei seus olhos, pude notar claramente um certo pesar ali. Ele devia estar se sentindo mal, porque a partir do momento em que eu colocasse meus pés para fora, nunca mais poderia usar meu nome em seu favor.

― Preciso ir, Demetri. ― Falei enquanto puxava a mala para longe de sua mão e seu alcance.

― Apenas... tome cuidado. E mande notícias. ― Pediu, com relutância.

― Semanalmente. ― O lembrei ― Escreverei para meu pai todas as semanas.

Foi puxando minha mala que senti ser o melhor a se fazer como despedida permanente.

Não fui capaz de olhar para trás, pois temi que qualquer atitude minha revelasse minhas incertezas, então simplesmente segui o grupo a minha frente, que perpassava todos os humanos que ainda festejavam o aniversário do meu tio Marcus sem nem se darem conta disso.

Não levamos muito tempo para encontrar o carro de Alice que nos revelou mais uma surpresa quando notei que se tratava de um Porsche amarelo e extremamente chamativo. E, de complemento, possuía uma mala minúscula e dois bancos traseiros extremamente pequenos. Para a viagem até o aeroporto, fui forçada a me espremer ao lado de minha irmã nos fundos do carro, segurando a mala de mão em nossos colos, enquanto Edward dirigia e Isabella aproveitava o conforto do banco carona.

O voo também foi repleto de surpresas, já que eu acabei utilizando uma das passagens que ganhara de meu pai e Esme de aniversário e, por ser de primeira classe e uma das últimas disponíveis, fui obrigada a compartilhar minha fileira com uma criança de três anos que não parava de chorar, enquanto Alice se acomodava em uma não tão distante, e Edward e Isabella foram forçados a voltarem na classe econômica, por indisponibilidade de mais acentos.

Durante o voo, tive que permanecer com meus óculos de sol a todo instante, já que meus olhos avermelhados poderiam me dedurar. Fui forçada a mudar de forma apenas para passar pelos detectores de metais e, deste modo, revelar meus olhos esverdeados ao invés de globos vermelhos-sangue.

Foram inestimadas quase vinte e duas horas de voo ouvindo a criancinha reclamar da comida, do acento, correr de um lado para o outro, implicar com as aeromoças e, por fim, dormir um sono pesado e com um ronco alto e irritante. Possivelmente o primeiro e único voo de toda minha vida, já que, quando fosse a hora de voltar para Volterra, estava decidida a nunca mais colocar meus pés em um avião novamente.

⚜⚜⚜

 

Atlanta parecia ser uma cidade memoravelmente saudável para um estilo de vida permanente do clã Cullen. O tempo fechado, cobertos de nuvens prestes a eclodirem e derramarem chuva nos recebeu de braços abertos enquanto nosso avião atravessava a camada branca no céu em direção a pista de pouso que nos aguardava. Eu não sabia exatamente se Alice ou Edward tiveram algum tempo para anunciar nossa chegada, entretanto, quando deparei-me com a recepção de alguns Cullens, meu coração, agora humano, já que eu fui forçada, mais uma vez, a me esgueirar no banheiro minúsculo do avião antes de pousar para estabelecer minha condição humana para sair do avião, quase parou.

Primeiro eu vi Jasper que, sinceramente, sequer notara a presença de qualquer um outro ser ali, senão da minha diminuta irmã que correra em sua direção para um abraço. Em seguida, pude ver mais duas figuras sensacionalmente saudosas.

Esme também estava ali e aproximou-se de Bella e a abraçou de modo afetuoso e gentil, enquanto Carlislie seguia para Edward e o pegava num abraço forte e impaciente, como se estivesse desesperado para juntar partes que foram quebradas no filho. Nenhum dos seis pareciam muito cientes da minha presença naquele instante, então dei-lhes um tempo para breves conversas e sorrisos afetuosos, enquanto eu aguardava pacientemente, segurando minhas malas, por uma chance de cumprimenta-los.

Acontece que, como nunca estive antes num aeroporto, acabei me pegando distraída, analisando atentamente a movimentação humana e tentando acompanhar o ritmo frenético que aquele lugar me proporcionava. Pessoas passavam despercebidas entre si, falando ao telefone, gritando umas com as outras, ou simplesmente tentando parecerem invisíveis. Foi viajando entre cada vida humana que fui pega desprevenida com um abraço apertado e gélido de quatro braços que me agarravam feito polvo.

― Eu nem acredito que é você. ― A voz doce e suave de Esme fora a primeira a soar em meu ouvido direito, enquanto ela prosseguia me abraçando de um lado.

― Nem tenho palavras para agradecer por sua coragem, filha. Edward me contou tudo. Quando chegarmos em casa, vou querer saber de detalhes. ― Carlisle, em meu lado esquerdo, fazia parte daquele cumulado de abraços e eu podia sentir o gelo de seu rosto contra o meu pescoço e o hálito frio de encontro à minha pele.

Eu não sabia que estava tão tensa, até sentir toda minha musculatura se soltar e relaxar enquanto era abraçada pelos dois. Meus olhos assumiram uma condição embasada e logo me peguei derramando algumas lágrimas, enquanto sorria e forçava-me a os abraçar de volta.

― Eu senti tantas saudades, papai. ― Foi tudo o que fui capaz de sussurrar, enquanto deixava as lágrimas caírem e molharem meu rosto.

Saudade era uma dor estranha. Eu não fazia ideia de que o peso escuro que eu carregava em meu peito era aquilo, até me deparar com a situação atual, em que eu era recebida de braços abertos por meu pai e as pessoas que considerava minha família, apesar da distância. Agora, quanto mais vezes eu permitia que o ar inundasse meu peito, mais fácil parecia respirar e o peso de permanecer com minha sombra camuflando minha versão real, a vampira, nem era tão desagradável assim. Eu estava nos braços da minha família, finalmente. E aquilo era realmente muito bom.

Foi só depois de ser liberta por meu abraço de urso que finalmente notei a expressão de exaustão nos olhos de Isabella.

― Ela parece muito cansada. ― Esme notou também ― É melhor a levarmos para casa.

Bella imediatamente assentiu, mas era incapaz de fazer mais movimentos que aquele, então, finalmente, observei que era Edward que sustentava todo o peso da humana com um de seus braços, enquanto andávamos. Ela praticamente não tocava os pés no chão e era uma situação um tanto quanto engraçada.

Caminhamos em silêncio pelo piso acinzentado do aeroporto Sic-Toe e eu me sentia uma criança mundana e feliz, enquanto tinha meu pai segurando minha mão esquerda enquanto carregava minha mala e, do outro lado, tinha Esme que delicadamente pousara seu braço entorno de meu ombro enquanto atravessávamos o arco de saída.

Quando alcançamos o estacionamento, tive mais uma surpresa.

Encostados num sedã preto, estavam Emmett e Rosalie, ambos com feições de derrota, como se algo terrível tivesse acontecido.

Imediatamente percebi todo o corpo de Edward se enrijecer ao lado de Isabella e algo de errado parecia estar prestes a acontecer.

― Não. ― Esme falou, para Edward provavelmente ― Ela está se sentindo péssima.

― E devia mesmo. ― Sem qualquer menção de manter o tom baixo, meu irmão rosnou.

Eu lembrava vagamente da história do suposto falecimento de Isabella e recordava-me que Rosalie fora a responsável por passar a notícia da morte da humana ao meu irmão.

― Não é culpa dela. ― Bella falou, fraca e sonolenta.

― Deixe-a se desculpar. ― Insistiu Esme ― Nós vamos com a Alice e Jasper. ― Sugeriu, então, guiando-nos para um outro carro estacionado à alguns metros de distância.

Sequer fui capaz de acenar com a cabeça para minha irmã e ser notada, já que percebi que ela preferia encarar o chão enquanto a outra parte de nosso grupo se aproximava dela.

Novamente, senti uma raiva pontiaguda brotar em meu coração ao imaginar que, mais uma vez, a humana era motivo de discórdia e derrotas em nossa família. Dessa vez, era o motivo da briga entre Rose e Edward e tudo o que ela simplesmente precisou fazer fora nascer.

Quando entrei no carro, permaneci na mesma posição que anteriormente, no meio, entre Esme e Carlisle, enquanto Alice e Jasper viajavam no banco da frente. Minha bagagem viajava confortavelmente dessa vez, já que a mala deste carro era bem maior que a do Porsche amarelo roubado que abandonamos no estacionamento do aeroporto em Roma.

Não precisei de muitos esforços para iniciar um assunto, já que todos os Cullens ali pareciam eufóricos demais com as notícias recentes para me darem chance de ser forçada a começar qualquer coisa.

― Então, como foram as coisas por lá? ― Esme fora a primeira a perguntar, antes mesmo de Jasper retirar todo o carro da vaga.

― Intensas. ― Alice limitou-se a dizer, por um momento ― Eu quase achei que a Bella não conseguiria. Quando chegamos à Volterra, Edward já estava praticamente com o plano formado, então foi preciso que corrêssemos muito para alcança-lo. Bella foi na frente, atravessando uma multidão de turistas e se jogando na frente dele, antes que terminasse de sair para as sombras. Fui uma heroína em tanto.

O sentimento de incapacidade logo atravessou meu peito ao lembrar que horas antes eu estava na companhia de Edward e aceitando o fato de que meu irmão estava prestes a se revelar para o mundo e ser assassinado. E agora, eu estava na companhia de meu pai que de uma forma espetacular não me via como um monstro.

― E Aro? Edward me disse ao telefone que passaram pelo julgamento por terem se exposto para Bella. ― A voz de meu pai sequer tremeu ao falar o nome de Aro ou recitar aquelas palavras, como se fosse um assunto cotidiano para ele.

― Se não fosse pela intervenção da Eve, com certeza não sairíamos com vida.

Arfei com a revelação de Alice e todos pareceram notar minha surpresa.

― Eve, antes de você chegar, Aro estava disposto a testar todos os dons dos Volturis em Bella. Começou com ele e a tentativa de ler a mente dela, depois ele tentou Jane, mas antes teve que usar Félix para segurar Edward. Estava quase disposto a usar Alec quando você entrou no salão e interrompeu a todos. Literalmente, acalmou o nervo da corte e trouxe uma solução rápida para o fim dos joguinhos de Aro.

― Impressionante. ― Jasper comentou, olhando-me rapidamente pelo retrovisor com os olhos transparecendo dor.

Só então eu notei que ainda estava em minha forma humana e possivelmente o cheiro de comida no carro poderia vir a ser demais para Jasper que, dentre todos, era o que mais possuía dificuldades para se controlar.

Fechei meus olhos e deixei cair meu véu, sentindo a ardência tomar conta de meus organismos intensamente, arranhando minhas entranhas e me fazendo quase desejar morrer. Soltei um gemido rápido que foi notado explicitamente por todos e, assim que abri meus olhos, compreenderam do que se tratava.

― Ainda dói? ― Carlisle pôs-se a perguntar, notando evidentemente a mudança de cor da minha pele, assim como a rigidez em meus músculos e minhas mãos relaxando novamente, já que antes eu estava com o punho fechado.

― Sempre dói. Algumas vezes mais que outras. Varia de acordo com as circunstâncias ou a minha necessidade de mudar, eu acho. Quanto mais rápido eu quero mudar, mais dói ou mais pesa.

Não precisava me explicar em detalhes, pois meu pai já estava habituado com minhas descrições através das cartas que usávamos para manter contato. Ele era fascinado por tentar compreender o que levava a cada um de nós a absorver certos dons. Sempre com teorias, ele analisava atentamente cada aspecto de nossas habilidades para tentar combiná-las com nossas experiências humanas, afim de chegar a uma conclusão plausível.

― Então, Aro permitiu que você viesse assim, tão abertamente? ― Carlisle indagou, mudando de assunto para algo mais sério.

Eu ainda queria saber mais detalhes sobre como, por exemplo, Isabella não estava morta ou o que os levaram a acreditar nisso, contudo, com o novo assunto imergindo, tive que seguir o fluxo sem reclamar.

― Ele não é idiota, sabe disso. ― Falei, francamente ― Ele me mandou, porque provavelmente tem outros planos em mente.

― E eu vou analisar cada ação futura dele para ficarmos atentos aos planos que brotarem em sua cabeça. ― Alice foi franca e corajosa ao falar aquilo, indicando que confiava veemente em minha postura.

― A exigência da corte é que Isabella seja transformada em um prazo de um ano. ― Revelei, imaginando que eles já tivessem ciência disso.

― Caso contrário... ― Esme suspirou, deixando a frase morrer.

― Eu terei que mata-la. ― Sem rodeios, soltei as palavras ― É minha primeira missão e tenho certeza que eles aguardam atentamente pela minha primeira carta.

― Carta? ― Jasper indagou.

― Semanalmente, Eve deverá escrever para a corte e contar as fofocas do nosso clã. ― Levando na brincadeira, Alice explicou para o seu parceiro.

Revirei os olhos, sentindo-me, ainda, uma criança perseguida por minha família italiana que desejava, na verdade, averiguar todos os passos do clã inimigo para coletar informações a um possível ataque.

― Você deve estar faminta. ― Só mesmo Esme para falar algo daquele jeito e, ainda sim, parecer uma mãe zelosa e repleta de cuidados afetuosos ― Seus olhos estão...

Olhei para o retrovisor do carro e percebi o contraste negro em meus olhos se mesclando com o avermelhado, como se eu estivesse há, pelo menos, uns quatro dias sem me alimentar direito.

― Quanto mais tempo fico perto de humanos, mais rápido a sede chega. ― Expliquei, totalmente envergonhada de meus hábitos alimentares. ― O cheiro da Bella é tão... ― Suspirei, incapaz de prosseguir com a frase.

― Sim. ― Jasper concordou, buscando me olhar pelo retrovisor complacente com o que eu sentia.

― Bella realmente tem um odor especial. ― Esme sorriu, calorosamente, e afagou meu braço com uma das mãos ― Talvez possamos deixa-la na companhia de Jasper e Alice para caçarem antes de irem para casa. Esperaremos vocês para tomarmos nossa decisão final.

― Decisão final? ― Questionei, sem compreender do que se tratava e deixando totalmente de lado a proposta de caça de animal, compreendendo que aquilo ocorreria mesmo que eu não quisesse, já que todos os membros da família pareciam querer garantir a proteção de Bella contra meus princípios de alimentação.

― De transformarmos ou não Isabella.

Oh, não. Como assim?

― Espera ― Deixei uma risada fraca, mas totalmente irônica escapar ―, vocês realmente acham que há uma opção para isso?

― É o que a Bella irá querer, Eve. Ela irá pedir uma votação, assim que estiver recuperada e desperta totalmente. Provavelmente ainda esta noite. ― Alice explicou.

― Bom, isso é patético. Escolher entre morrer pra sempre ou simplesmente... viver de forma imortal? ― Questionei, sentindo o poder esvair-se de meu controle.

Aquela deveria ser uma missão fácil. Avaliar Isabella, aguardar por sua transformação e, por fim, aproveitar para passar umas semanas com meus familiares. O prazo de um ano fora uma jogada idiota minha, apenas com o objetivo de determinar um tempo maior para minha família se adaptar com a proposta antes de fazê-lo efetivamente.

― A Bella respeita nossa opinião e, na verdade, buscará um apoio em nossa família para combater as vontades de Edward.

― Sim, entendo. ― Finalmente assenti, relaxando meus músculos.

Edward não queria Bella humana. Edward queria que ela fosse capaz de aproveitar as melhores coisas de ser mortal e viver uma vida longa, feliz e, por fim, morrer, claro. Contemplando todas as convenções humanas possíveis.

O assunto, por fim, passou a ser voltado para lembranças antigas, do meu último tempo com os Cullens. Meu pai revelou que guardou todas as minhas coisas e Alice pareceu totalmente ansiosa para me ajudar a organiza-las no sótão. Aparentemente eles estavam ansiosos para fazerem uma limpa no lugar e me darem o maior cômodo da casa. Era uma piada mórbida minha e de Emmett e eu gostava bastante de saber que ainda não haviam esquecido.

Por minha aparência ser visivelmente mais delicada que a de qualquer um ali, dando-me um aspecto bem mais jovial, em uma votação, todos concordaram que eu deveria ser nomeada a irmã mais nova da família. O que era pura ironia, já que em idade, eu era a mais velha. Assim, a irmã mais nova precisava ficar no cômodo mais escondido da casa, pois nenhum dos irmãos estavam preparados para me verem namorando ainda. Era meio engraçado, meio mórbido, mas eu amava mesmo assim. Uma explicação boba, apenas para disfarçar o fato de que nenhuma das casas que eles moravam possuía cômodos suficientes para receberem visitantes ou, até mesmo, um novo membro.

Passamos o restante da viagem conversando sobre quais tons de tinta iríamos usar para reformar as paredes e quais móveis novos poderíamos comprar para preencher meu novo aposento. Assim, tão tranquilamente e aceita, fui deixando pra trás um pouco da insegurança e incerteza que tentaram fazer morada em minha consciência anteriormente.


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Notas finais do capítulo

O que estão achando até agora?
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