Shadow escrita por Course


Capítulo 7
VI - O dom


Notas iniciais do capítulo

Olá, leitores amados!

Cá estou com mais um capítulo.
Eu sei que esses capítulos transicionais podem ser um pouco cansativos em alguns momentos, portanto sempre tento deixar um gancho ou dois, e até algumas novas informações para não cansar vocês.
Estamos quase chegando nos Estados Unidos e, muito em breve, novas coisas acontecerão com nossa doce Eve.

Queria deixar uma indagação à vocês para ser respondida após este capítulo: O que vocês acham da relação da Eve e do Demetri?



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O dom

Era um pouco mais que meio-dia em Volterra, então eu sabia que se quiséssemos partir em segurança e sem chamar atenção de ninguém, deveríamos esperar o Sol se por. Então, optei por leva-los ao me quarto, para que fossem capazes de absorverem e aproveitarem todo o reencontro e novas notícias, enquanto eu voltava junto de Demetri para aproveitar alguma coisa do banquete.

Apesar da vergonha que senti ao ter que avisa-los do que estava prestes a fazer antes de sair, não vi nenhum julgamento em seus olhos, no fim das contas. Um mínimo acalento para toda a culpa submersa em meu peito que doía de sede só de pensar no sangue escorrendo pelo mármore branco que eu iria encontrar em instantes.

Fui presenteada com três presas, que aparentemente, Demetri já havia encomendado à Heidi previamente. Eu evitei muito derramamento de sangue para ser capaz de voltar aos meus irmãos intacta e sem provas evidentes de meus delitos na visão Cullen. Por outro lado, Demetri deliciou-se de duas jovens, sujando propositalmente seu pescoço e camisa com o sangue das nossas refeições.

Não demorei para deixar os corpos desfalecidos dos homens próximos à saída e retirei-me as pressas, na surdina, com o objetivo de voltar ao meu quarto. É claro que, infelizmente, nenhum poder meu parecia ser o suficiente para impedir Demetri de me seguir até lá.

― Você não vai entrar fedendo a sangue no meu quarto assim. ― Informei, freando no meio do caminho e apontando para a sujeira que ele havia feito a si mesmo.

Fedendo? Eve, você está reclamando do cheiro de sangue agora? Antes nunca reclamava quando você mesma me limpava... com sua língua. ― Rebateu, cruzando os braços totalmente divertido com a situação.

― Troque-se se quiser me seguir. E limpe-se também. Caso contrário, vá embora. ― Frisei cada palavra ávida por um espaço entre nós dois que eu sabia que seria difícil de conseguir, principalmente porque Edward estava a poucos metros de distância de nós.

Veja bem, Demetri nunca foi adepto a dividir-me com ninguém e, quando eu fui à Denali, quarenta anos atrás, eu jogara em sua cara que estava prometida à Edward e que me uniria a ele. Aquela parecia uma bela desculpa, na época, para fazê-lo ficar com raiva de mim e me deixar fugir, já que fora o único a desconfiar de meus feitos.

Antes da minha fuga, ele sempre foi extremamente discreto com suas traições, tanto que eu nunca desconfiara de nada. Contudo, quando fui forçada a voltar, ele fazia questão de esfregar na minha cara todos os seus encontros com qualquer vampira de patente baixa que era possível. Não que, de fato, eu já o tivesse pego me traindo, mas ele mesmo não evitava confirmar os comentários irônicos de Heidi ou Felix sobre seus encontros na surdina com qualquer outra vampira.

― Tudo isso para não ofender os seus Cullens favoritos?

― Alice é uma das vampiras mais recentes no clã e Edward provavelmente está há dias sem se alimentar. Acha mesmo que eles não ficarão tentados quando o virem assim?

― E como isso me afeta, Eve? ― Ele bufou, contrariado ― Agora eu devo me importar com a opinião daquela corja? Vamos lá! Vai ser bem divertido observar os dois com desejo para o lanche que eles carregam. E isso facilitaria muito sua vida. Uma mordida na Bella e você não precisará sair de Volterra.

Paralisei por um instante, absorvendo suas palavras.

― É isso, não é? ― Perguntei enquanto o olhava irritada ― Você está tentando provocar Edward ou Alice para que ataquem Bella e ela seja transformada aqui mesmo, agora. Só para que eu não vá embora e te prive dos privilégios de ainda ser meu namorado.

Demetri ficou petrificado enquanto me analisava totalmente contrariado.

― Pois fique sabendo, Dem, que antes que eu parta, vou fazer questão de deixar registrado na corte que nós dois não somos e nunca mais seremos um casal. E isso será um basta para sua mordomia.

Não dei tempo para um contra-ataque. Virei-me e fui para meu quarto o mais rápido que me fora capaz, deixando-o para trás, paralisado, absorvendo minha sentença.

⚜⚜⚜

Realmente, era muita informação em tão pouco tempo para absorver e cada um ali precisava lidar com seus demônios.

Edward prostrava-se ao lado de Isabella, que agora descansava em um sono pesado em minha cama. Enquanto isso, Alice, na tentativa de parecer útil, começou a me ajudar a selecionar as roupas que eu levaria para os Estados Unidos. Enquanto arrumávamos minha mala, eu peguei-me notando conscientemente de que precisaria de muito mais do que estava organizando, contudo, já me mostrava incapaz de optar por mais alguma roupa em tom preto. Tudo ali em meu closet era de um mesmo tom, apesar da variação constante de modelos de roupas. Eu possuía vestidos de três séculos atrás, bem como também era dona do mais recente par de sapatos Gucci. Mas tudo era preto.

Alice também estava contragosto aos modelitos, então começou a tagarelar sobre me fazer de modelo viva pelos próximos meses que viriam e das inúmeras possibilidades de roupas que combinavam com meu cabelo cor de chocolate.

Eu queria grunhir, feito uma menininha mimada, toda vez que olhava a roupa clara e moderna de Alice, por saber que até mesmo a escolha de cor de roupa me fora negada durante tantos anos. Estava ansiosa, aflita e totalmente estressada com a organização da mala, mas nenhum dos sentimentos tinham, de fato, haver com minhas roupas. Era algo mais profundo que isso.

Era a insegurança.

Minha primeira missão como Volturi. A primeira vez, em toda minha vida, que eu tinha o direito de sair da fortaleza, sozinha, e relatar minha evolução para o líder maior, meu pai.

Eu não queria falhar, não podia falhar. Muito dependia de mim e, agora, sentia-me totalmente exposta e temerosa de não ser capaz de concluir a primeira missão que me fora destinada. Afinal, havia muito mais para ser levado em consideração do que o simples fato de que Isabella Swan deveria tornar-se vampira.

Meu pai não aprovou minha saída para, simplesmente, vigiá-la. Ele queria mais. Queria obter informações cotidianas do Clã Cullen. Então, teoricamente, eu seria enviada como sua espiã, para encaminhar o passo a passo de cada membro da família de Carlisle e relatar tudo para ele semanalmente.

Ele não precisou me dizer nada disso, afinal, eu era boa em ler sinais e entrelinhas. O problema ali era que Alice e Edward também sabiam dos planos do meu pai e, de certa forma, parecia que Edward não conseguia confiar tanto assim em mim para proteger a ele e sua humana de possíveis ataques Volturi.

― Você devia levar aquele seu vestido novo. O preto.

Fui desprendida de meus devaneios quando Demetri surgiu na porta de meu closet, apoiado no batente de uma das portas e encarando-me com um sorriso cálido no rosto.

Alice instantaneamente sentiu que havia algo para pegar do lado de fora do closet e simplesmente evaporou, deixando-nos a sós.

Observei rapidamente que ele havia se trocado e agora estava limpo, o que claramente indicava que estava disposto a me fazer voltar a trás nas minhas considerações. Como se isso fosse possível, claro. Bufei mentalmente.

― Eu tenho um zilhão de vestidos pretos, Demetri. Fica difícil se você não for mais específico.

Minha acidez era notável em cada palavra dita e fiz questão de frisa-la para fazê-lo entender que eu não estava disposta a mudar meu conceito a seu respeito nem nada do tipo.

― Mas eu fui. ― Ele simplesmente falou, enquanto caminhava em minha direção lentamente.

Antes de entrar totalmente no closet, ele fechou ambas as portas, pegando-me de surpresa com sua ação.

― O que você pensa que-

Fui silenciada com um de seus dedos que pousou em meus lábios e um brilho significativo em seus olhos manteve-me curiosa o suficiente para permanecer assim. Ele andou até o fundo do closet e abaixando-se assim que chegou às araras dos vestidos mais antigos que eu possuía, puxou de lá uma caixa preta.

Não precisava ser uma gênia intelectual para adivinhar que caixa era aquela em suas mãos.

Era a caixa com os presentes dos Cullens.

― Como? ― Sussurrei ao pegá-la nas mãos no momento que ele me oferecera e notei um olhar complacente vindo de sua direção.

― Eu a amo do meu modo, Eve.

Dizendo aquilo, ele tocou levemente minha face direita por um breve segundo e saiu do closet deixando-me na companhia das dúvidas incansáveis que brotavam na minha mente, junto das incertezas quanto aos meus julgamentos a seu respeito, mais uma vez.

Eu não podia me fazer de cética e, de repente, esquecer tudo o que passei com Demetri ao longo dos anos. Eu ouvia histórias de suas traições diversas vezes, ele usava meu nome e sobrenome para defender-se ou colocar-se como maioral em qualquer situação. Mas, novamente, o pegava demonstrando afeto ao seu modo tradicional, quase como antigamente, antes dele sentir-se ameaçado por Jane e Alec. Ele arrumou um jeito de recuperar todos os presentes que eu fui incapaz de queimar, já que fui pega de surpresa pela presença de Edward e, em seguida, encaminhada para a fortaleza.

Enquanto me pegava questionando as capacidades de fidelidade de Demetri, optei por abrir a caixa e recuperar os pertences ali dentro. O quadro, presente de Emmet, fora manchado pelo álcool que joguei sob a tintura, mas, ainda sim, possuía seu charme. As joias também estavam ali, bem como o vestido que Alice me dera. Guardei todos os novos presentes em minha mala de mão e escolhi o vestido para coloca-lo em minha viagem para os Estados Unidos. Além disso, optei por permanecer com meu coturno de cadarços e, ao invés de manter meu colar Volturi, o guardei em uma das gavetas, incapaz de permanecer mais um tempo com aquilo pesando em minha nuca. Para finalizar, prendi meu cabelo em um rabo de cavalo, usando apenas os dedos para controlar os fios emaranhados enquanto eu formava o penteado.

No mesmo tempo em que eu terminava de fechar o zíper do vestido a minha cabeça não parava de dar voltas e mais voltas no que estava prestes a acontecer. Era isso, não era? Droga. Eu ia mesmo para os Estados Unidos reencontrar meu pai, Esme e os outros. Sequer era capaz de absorver a informação com sua total força, pois minhas mãos logo se colocavam a tremer e eu me pegava tentando mudar minha forma biológica de maneira incontrolável, como se, daquela forma, fosse mais fácil lidar com a situação, ao invés de utilizar toda a potência que minha condição enquanto vampira permitia.

― Já são quase seis horas. ― Informou Demetri, com um tom mais alto e em inglês, lá do meu quarto.

Terminei de fechar a mala e percebi que levara muito tempo para me mover nas últimas horas. Tudo parecia caminhar muito rápido, o tempo fazia-se pouco amigo e, muito em breve, com o pôr do sol, eu deveria embarcar num avião até Washington, onde reencontraria meu pai depois de quarenta anos.

Fora do closet, encontrei uma Bella recém desperta, que olhava para Edward como ele fosse um sonho e, incapaz de soltar seu braço, ela sequer notara qualquer um ao seu redor. Acho que, no fundo, ela pouco se importava com isso. Parecia certamente absorta na presença que meu irmão emanava à ela e, de certo modo, considerei aquilo algo digno de pena quando recordei da carta que Edward escrevera, revelando em detalhes o motivo da partida deles de Forks.

― Acho que já estou pronta. ― Finalmente fui capaz de falar, chamando atenção dos três que ali estavam no quarto.

Isabella finalmente tirou os olhos de Edward para me encarar e eu pude ver o medo em seus olhos, bem como uma total insegurança, enquanto analisava minha vestimenta e as malas que eu carregava.

― Provavelmente a Bella está com fome. Devemos parar no caminho do aeroporto para conseguir algo para ela comer. ― Sugeri, enquanto puxava minha bagagem para perto da porta ― Talvez tenhamos tempo para que ela também tome um banho.

Acho que minha injeção de hospitalidade era incomum para ela, já que me encarava com uma interrogação enorme formada em suas feições.

― Ela não quer matar você, Bella. ― Edward parecia responder a uma das perguntas que Isabella fazia mentalmente.

― Imagino que ela esteja pensando o pior de mim agora. ― Sorri afetada, enquanto me acomodava no sofá próximo ao local que Alice estava sentada.

― Não faço ideia. ―  Edward respondeu de imediato ― Não posso ler a mente dela.

 Mais surpresas.

― Como assim? ― Minha voz aumentou potencialmente em tom enquanto indagava ― Ela é... como eu?

― Bella não faz isso com intenção, Eve. ― Alice esclareceu calmamente, mas com uma pontada de felicidade em sua voz.

― Eu também não controlava quando era humana. ― Expliquei às pressas.

― O que ela faz? ― Bella indagou para Edward, mas em seguida se voltou para mim ― Qual é o seu... dom?

Encarei meus irmãos, buscando algum tipo de permissão para dizer o que eu estava prestes a revelar e, assim que notei afirmação em ambos os rostos, agora animados para verem meu exibicionismo, senti-me levemente mais confortável com a presença da humana.

Levantei-me de onde eu estava e fui para o centro do quarto, ficando exatamente de frente para Isabella que observava atentamente na cama meus passos. Antes de fazer meu movimento seguinte, encarei Demetri, buscando qualquer sinal de que ele poderia vir a usar o que eu mostraria a seguir contra mim, mas o que tive em resposta fora um breve aceno com a cabeça e mais um de seus sorrisos complacentes.

Então eu deixei vir.

Fechando meus olhos, fiz meu esforço mental de erguer ainda mais minha sombra, como se eu estivesse revestindo todo o meu corpo com o véu escuro que havia em minha mente, imaginando um tecido leve passeando lentamente por meu corpo e cobrindo-me por completo: em toda minha cabeça, descendo pelos ombros, alcançando meus seios, braços e antebraços, tórax, abdome, mãos e dedos, minhas coxas e joelhos, panturrilhas e, por último, meus pés. Ao final, a sensação conhecida de peso, como se eu estivesse usando uma armadura tão pesada quanto diamantes, instaurou-se e, por fim, com um pouco de dificuldades, pude abrir meus olhos novamente e olhar atentamente para a humana que me analisava estupefata.

― Seus olhos... estão verdes!

Assenti, incapaz de proferir qualquer palavra naquele momento, pois ainda estava me acostumando com a sensação de peso em meu corpo.

Eu sabia quais diferenças ela podia notar atentamente. Minha pele não era mais pálida. Agora, possuía um tom quase oliva, contrastando perfeitamente com meus cabelos castanhos e os olhos esverdeados. Além disso, meu corpo assumia uma ilusão de fragilidade, como se meus músculos tornassem-se mais flácidos e com menos resistência. Provavelmente eu também estava dando sinais de falta de ar, já que, nesta condição, eu necessitava de oxigênio em meu organismo para dar-me vida e manter-me acordada.

Meus irmãos, que presenciaram minhas transformações tanto ao vivo quanto em explicações detalhadas por cartas, compreendiam como o processo era difícil e delicado, então explicaram por mim, enquanto eu precisava sentar em algum lugar para me adaptar ao novo peso de meu corpo.

― Carlisle gosta de chamar o poder de Eve de sombra, porque, de acordo com a explicação dela, há uma espécie de véu imaginário que ela consegue conduzir pelo corpo e se camuflar completamente. ― Edward começou.

― Agora mesmo, se eu quiser pensar em qualquer coisa sobre o futuro da Eve, seria impossível, como se ela fosse imperceptível. Como se estivesse... bem... como se estivesse morta. ― Complementou Alice.

― Ela não pode falar quando está assim? ― Bella indagou.

― É difícil no início ― Tentei forçar meus lábios para explicar do meu modo ― A força que exige de mim é muito grande e eu preciso estar muito bem alimentada para conseguir fazer isso.

― Ela também precisa de muito... alimento quando retorna a forma vampira, se ficar muito tempo nessa condição. ― Alice continuou ― Eve gosta de chamar essa condição que ela está atualmente de humana, pois é como realmente se aparenta.

― Sim ― Bella concordou ― Ela parece mesmo muito humana. Você... tem sangue quando está assim? Quer dizer... você pode se ferir se estiver nessa condição?

Assenti e olhei em cumplicidade para Demetri que até então estava calado.

Edward provavelmente vagueou a mente de Dem, pois agora o olhava com náuseas.

Demetri fora o que mais festejara no início, pois, assim que consegui dominar minhas habilidades, eu passava muito tempo testando o processo de curar de alguns ferimentos e, deste modo, ele aproveitava para ganhar uma gota ou duas do meu sangue. Sua explicação era que o sabor não era o mesmo logo assim que eu mudava minha condição, contudo, quanto mais tempo eu passasse, mais forte ficava e mais similar ao sangue humano se tornava.

― Todo dom tem suas falhas. ― Falei agora com mais facilidade ― Alice, por exemplo, pode prever diversos futuros, incapaz de ter uma só maneira de enxergar um só e, ao mesmo tempo, só pode ver fragmentos. E, para piorar, por saber de situações futuras, viverá com o peso nas costas de tentar mudar algo que seja impossível de ser mutável e se responsabilizará pelas consequências, como se fosse realmente culpa dela. Também há Edward, que pode ler mentes, mas, por seu poder não ser algo desligável, nunca conseguirá ter seus pensamentos só seus, já que a todo instante está rodeado de pessoas que refletem e refletem e refletem, atrapalhando sua própria concentração.

Meus irmãos me olhavam de forma contemplativa, como se eu resumisse em uma longa frase todas as dificuldades vividas por ambos em suas existências. Aquela cumplicidade que possuíamos era algo inimaginavelmente bom e aumentava ainda mais nossos laços ― coisa que nunca tive com nenhum dos Volturi, senão, com Demetri há anos atrás.

― E você? ― Agora Bella olhava meu irmão ― Consegue ler a mente dela agora?

― Não. Nem mesmo uma fagulha, assim como é com você. Mas, mesmo enquanto vampira, ela ainda consegue erguer apenas uma parte desse véu e me impedir de acessar sua mente.

― Assim como me impede de persegui-la, se eu quisesse. ― Demetri, surpreendentemente, resolveu tecer um comentário, pegando a todos desprevenidos com sua fala.

Percebendo que havia desestabilizado todos ali, ele logo olhou para seu pulso, onde carregava um relógio digital e voltou-se para nós novamente.

― O Sol com certeza já se pôs a essa hora. Se não quiserem perder o voo de vocês, sugiro que saiam imediatamente.

Então, como se quisesse fazer-se de cavalheiro, ergueu ambas as minhas malas e saiu do quarto num piscar de olhos.

Antes que qualquer um pudesse se mover, Alice indagou o que parecia afligir a todos naquele instante:

― Ele vai conosco?

― Não. ― Neguei prontamente ― Ele só está tentando se redimir pelos erros dos últimos dois ou três séculos que estamos juntos.

Minha irmã revirou os olhos enquanto se levantava e, em minha companhia, seguia para fora do quarto, seguidas por Edward e Bella que nos acompanhavam não tão de longe.

― Algo me diz que é mais do que isso, Eve. ― Ouvi Edward sussurrar atrás de mim, forçando-me a olha-lo com curiosidade.

― O que foi que disse? ― Indaguei, incerta de que meus ouvidos mundanos poderiam ter captado corretamente as palavras.

Olhando-me de modo sugestivo, ele não fez menção alguma de responder minha pergunta. Apenas lançou-me um sorriso confidencial e desviou o olhar para longe, parecendo rejeitar minhas feições interrogativas.

O que Edward quis dizer com aquilo?

 

 


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Notas finais do capítulo

Bem, como eu disse, eu estou gostando de, aos poucos ir moldando novas camadas da personalidade da Eve. Nesse capítulo, a vemos temerosa, afinal, depois de tantos anos confinada, pela primeira vez ela tinha uma razão e autorização para sair. É uma responsabilidade e tanto. Será que ela vai aguentar as pressões que o pai irá impor? Como será sua relação com os outros Cullens?

Vejo vocês nos comentários!



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