Shadow escrita por Course


Capítulo 10
IX - Távola Redonda


Notas iniciais do capítulo

Cá estamos com mais um capítulo, recheado de tensões e planos mirabolantes.
Tive que dividir esse capítulo em duas partes para não ficar muito grande.
À noite eu postarei a segunda parte, prometo!

Aproveitem o capítulo!



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Távola redonda 

Eu não queria detestá-la. De verdade.

Me esforçava muito para que, quando ela chegasse, eu estivesse com um sorriso no rosto.

Estava tentando refletir sobre coisas alegres e positivas, como o fato de que eu estava, finalmente, tendo um tempo de qualidade com meu pai.

Depois que Alice anunciou que Isabella e Edward viriam pela madrugada, ficamos facilmente entediados com a espera, então fui desafiada por Carlisle a uma partida de xadrez, enquanto éramos atentamente observados pelos outros que viam-me fazer movimentos precisos no combate, mas fatalmente perdia todas as vezes.

Eu não perdia porque era ruim.

Eu perdia, porque tudo o que eu conseguia pensar era num plano de fazer Isabella Swan esperar todo o prazo de um ano para ser transformada, assim, eu conseguiria mata-la, cumprindo com meu papel e livrando minha família de qualquer ataque dos Volturi.

Era até um pouco cômico quando eu desviava minha atenção para observar Alice e Jasper que, do outro lado da sala, se opunham a ficarem por perto, pois eu usava minha sombra, impedido que ela previsse o futuro do jogo e que ele conseguisse captar qualquer uma das minhas emoções.

Afinal, Jasper era o que eu gostava de chamar de mediador de emoções. Ele podia sentir todas as energias emotivas de nosso corpo e moldá-las a sua vontade, fazendo uma pessoa muito feroz se acalmar ou vice-versa. Apesar de eu usar minha sombra para impedi-lo de acessar meus sentimentos, tinha dificuldades para controlar seus poderes quando ele tentava causar alguma coisa em mim. Era uma sensação fraca, mas, ainda sim, notória, quando podia senti-lo cavando minhas barreiras e deixando uma pitadinha de qualquer coisa invadir meu corpo.

Naquele momento, tudo o que eu queria, era sentir um pouco de foco. Queria voltar minha atenção totalmente à minha família, ao jogo, a risada de Emmett e suas piadas debochadas que surgiam todas as vezes que eu perdia, ao sorriso de Esme quando eu suspirava frustrada ao me ver prensada contra parede ou a Rose que agora estava fazendo aplicando produtos em meu cabelo, enquanto planejava alguma espécie de penteado e assistia a tudo sem muito interesse.

― Amanhã podíamos ir até a cidade. ― Rose começou falando.

― Hm, claro! ― Concordei de prontidão, antes de mover meu último peão em jogo.

― Comprar móveis novos para o quarto da Eve! ― Uma Alice totalmente empolgada gritava do sofá.

― Precisamos de alguns materiais de construção também. ― Concordou Emmett ― Esme montou um projeto para o quarto andar para incluir um closet e um banheiro.

Olhei de relance para a matriarca da família e a peguei sorrindo de volta para mim, orgulhosa.

― Acho que você vai amar o que preparei. ― Ela soprou, animada.

― Tenho certeza que sim. ― Forcei-me a concordar sem deixar ressalvas ou aflições transparecerem em minha voz.

Eu era uma boa mentirosa, afinal.

― Talvez seja bom matricular você também, Eve. Na escola, quero dizer. ― Meu pai concluiu ― Se vai ficar esse tempo conosco, será mais confortável se você assumir uma posição na sociedade.

― Escola? ― Perguntei totalmente surpresa com a real possibilidade.

Antes, quando Alice mencionara, eu sequer pensava a respeito disso. Mas, agora, com essa nova perspectiva... Como eu poderia lidar com uma ideia tão surreal?

Nunca frequentei a escola. Não precisava.

Eu tive tutores excelentes até completar meus 18 e um pouco depois, quando ainda era vampira. Era hábil com questões humanas, então ganhei de presente do meu pai Aro, durante quatro anos, a presença dos melhores tutores das universidades de medicina da Europa, a fim de me especializar na área. Na época, eu o fiz apenas para tentar orgulhar o suficiente Carlisle e, quem sabe, o surpreendesse com a notícia e o fizesse voltar à corte para me buscar? Mas, depois de todos os esforços, ele simplesmente não apareceu e eu renunciei aos estudos.

Eu não estudei mais, pois tinha um acervo incontrolável da biblioteca de Roma que eu visitava vez ou outra para pegar na surdina alguns livros e devolve-los após a leitura. Demetri era meu fiel guarda-costas e manteve meu segredo durante muitos anos. Até, claro, eu resolver escapar para viver com os Cullens. Desde aquela minha decisão, ele nunca mais foi o mesmo. Nunca mais soube esconder suas reais intenções com o nosso relacionamento.

Com os livros da biblioteca de Roma, eu fui capaz de aprender tudo sobre todas as coisas. É certo que possivelmente estava uns quarenta anos enferrujada, então, a remota ideia de fazer parte de um ambiente em que estaria em desvantagem me assustava um pouco.

― Sim, escola. ― Rose sorria, agora sentada ao meu lado, depois de finalmente terminar seu trabalho malabaristico em meu cabelo ― Fique tranquila, Eve, vai dar tudo certo. Daqui a pouco, seus olhos ficarão dourados e você será exatamente como nós.

― Mais parecida com o Jasper, eu presumo. ― Soltei sem pensar.

Meus olhos se arregalaram e fitei meu irmão que não parecia nem um pouco magoado com o comentário. Ao invés disso, simplesmente piscou em minha direção e acenou com a cabeça.

― Estarei sempre ao seu lado para degolar alguém, caso a gente fuja do controle em conjunto. ― Ele fez uma piada mórbida, que surtiu efeito somente em Emmett que gargalhou, provavelmente tendo uma imagem similar passando em sua cabeça naquele instante.

― Não vai acontecer isso, Eve. ― Garantiu meu pai, olhando brevemente em censura para Jasper antes de prosseguir ― Você nunca teve a oportunidade de experimentar usar sua sombra totalmente, por tanto tempo. Estava conversando com Esme e Emmett e concluímos que há muitos animais para mantê-la saciada assim que você tivesse a necessidade de voltar a forma de vampira.

Levei um tempo exorbitante para assimilar a ideia que ele projetara para mim, mas, ao concluir isso, fui incapaz de não encara-lo perplexa.

― Espera. Vocês querem que eu fique.... sei lá... umas três ou quatro semanas na forma humana? Fazem ideia do estrago que eu posso fazer quando voltar a ser vampira? Ou dos riscos que posso colocar qualquer humano se, simplesmente, não aguentar segurar por tempo o suficiente minha sombra e me transformar na frente de um grupo de adolescentes na escola? ― Lancei as palavras feito lâminas cortantes, incapaz de presumir que minha própria família estava disposta a por em risco a vida de outros humanos para me testar feito rato de laboratório.

― Eve... ninguém nunca faria alguma coisa para te prejudicar aqui, eu garanto. ― A mão de Rose pousou sob a minha, querendo me acalmar.

― Três ou quatro semanas não... Pensamos mais em... duas. ― Esme, por fim, propôs ― E nos finais de semana você poderia continuar como vampira e... caçar alguns animais pequenos aqui por perto.

― Ou usar uma bolsa de sangue do hospital. ― Resmunguei, enquanto balançava uma peça no tabuleiro de xadrez e, por fim, completara o meu primeiro xeque-mate.

  Ouvi Jasper e Alice rirem abertamente na sala, compreendendo minha piada, e aquilo fez todo o resto relaxar, por perceberem que eu não falava sério.

― Não é uma ideia ruim. ― Concluiu Emmett.

― Emmett, não. ― Esme deu um tapa leve no braço musculoso do filho que estava em pé, ao seu lado, sorrindo animado.

Revirei os olhos e soltei um suspiro pesado.

― Tudo isso para passar um tempo de qualidade com minha família. ― Soltei as palavras, em rendição.

Carlisle sorria alegre, por compreender que havíamos chegado a um acordo, por fim.

― Tudo isso para você aproveitar sua liberdade, filha. Eu fui atento à todas as suas cartas e sabia que você almejava experimentar o mesmo estilo de vida que o nosso, apesar de sua relutância com nossa alimentação. Essa é uma chance de você viver, de verdade, isso.

― De ser uma vegetariana. ― Sorri em retorno, apesar da zombaria explícita em minha fala.

― De ser uma Cullen. ― Rose apoiou suas mãos entorno de meus braços e puxou-me para perto, em um abraço.

― É... ― Suspirei ― Acho que posso viver com isso.

O assunto parecia ter, por fim, criado um foco.

Jasper anunciou que entraria em contato com uma pessoa especializada em fabricar documentação falsa, já que a que eu utilizara para vir aos Estados Unidos garantia-me uma faixa etária acima do a que eu realmente poderia vir a ter para frequentar a escola. Além disso, outros documentos como histórico escolar, cursos profissionalizantes em outros idiomas, deveriam ser garantidos para explicarem qualquer habilidade elevada que eu tivesse na escola.

Alice estava empolgada com o fato de que iríamos ter mais coisas para comprar: material. E, claro, ela já estava viajando enquanto elaborava diversas combinações possíveis de roupas que eu usaria para ir à escola. Se não fosse por Jasper que interrompeu seus devaneios e a arrastou para o quarto, onde eu imaginava que ficariam um tempo juntos para matar a saudade ou simplesmente entrarem em contato com o fornecedor de documentos falsos, eu provavelmente surtaria um pouco com as possibilidades de vestuário que Alice sugeriria.

Rose e Emmett foram os mais passivos ali, até então. Ela reclamou apenas de não poder me acompanhar, já que, teoricamente, eles estavam na faculdade e Emmett simplesmente me sugeriu acompanhar os jogos de futebol americano da escola. A lentidão dos jogadores era quase uma piada, em sua visão. Ele contou que gostava de assistir só para, mais tarde, rir horrores das lembranças dos péssimos e lentos passes que os rapazes faziam.

Esme decidiu que era hora de começar a organizar as ideias para elaborar espaços para a mobília do meu quarto e Carlisle a acompanhou, pois tinha que se organizar para o dia seguinte, em que tentaria reaver seu emprego.

Por fim, fiquei sozinha na companhia dos meus irmãos socialmente mais velhos, assistindo a um filme de comédia idiota que passava na madrugada, enquanto aguardávamos os tão esperados Edward e Isabella aparecerem.

― Eles chegaram. ― Rose falara o óbvio, quando ouvimos o som de Edward e Bella tendo uma conversa um tanto quanto engraçada ao lado de fora da casa.

Aparentemente, ela estava revelando a ele que tivera algumas alucinações no período em que se mantiveram afastados e ela forçava esses acontecimentos com esportes radicais, para que pudesse vê-lo novamente. A conversa pareceu acabar com ela, de repente, concluindo que Edward a amava e que ela acreditava veemente naquele fato. Por fim, os dois resolveram entrar em casa e fui capaz de ouvir meu irmão chamando cada membro da família quando eles dois ainda estavam no hall de entrada.

Bella parecia visivelmente melhor desde a última vez que eu a vira. Seu rosto ganhara cor e perdera um pouco das manchas arroxeadas abaixo de seus olhos, bem como um brilho de vida agora era visível em seu olhar. Somente eu, Carlisle e Esme fomos para a entrada para recebe-los e aquilo me constrangeu um pouco, fazendo parecer que eu estava desesperada demais para ver Isabella e tentar impedi-la de se transformar rápido demais.

― Bem-vinda de volta, Bella. ― Meu pai a saudou ― O que podemos fazer por você? ― A pergunta era apenas formal, já que Alice nos avisara mais cedo sobre o que ela queria em nossa casa ― Imagino, devido à hora, que não seja uma visita puramente social.

Ela assentiu, incapaz de desviar os olhos de mim, tentando me avaliar.

― Gostaria de conversar com todos vocês, se não houver problema. Sobre um assunto importante.

Com o todos frisado, pude sentir que ela me incluiria nesse caso.

― Claro! Por que não conversamos na outra sala? Emmett e Rose já estão aqui no andar inferior. Alice e Jasper descerão em breve.

Meu pai seguiu na frente, pelo cômodo muito iluminado, contornando a sala de jantar e acendendo as luzes ao seu entorno. Ele se acomodou em uma das cadeiras, puxando uma outra para que Bella se sentasse. A mesa ali disposta possuía um formato oval, com oito cadeiras ao seu entorno, era feita de madeira branca da melhor qualidade e iluminada por um candelabro que pendia baixo no teto.

Eu podia pensar em mil e uma piadinhas sobre a Távola Redonda do Rei Arthur enquanto puxava uma cadeira para que eu me acomodasse também, mas preferi ficar em silêncio, achando que seria inapropriado para o momento.

 

Não demorou muito para a sala ser preenchida pela minha família completamente. Cada um a seu modo, tomou um lugar na mesa, sentando-se no lugar que consideravam mais propício para a ocasião.

Notei que Isabella reconhecia no sorriso exposto de Alice a verdade: ela já sabia dos planos da humana. Entretanto, de fato, era notório que Bella não sabia que os demais, ali na mesa, também estavam cientes da situação, mas fariam o possível para estabelecer um momento confortável para que ela pudesse se expor.

Assim, como se fossemos iniciar um debate familiar que eu acompanhara diversas vezes ao assistir na televisão da taverna em Volterra, meu pai começou:

― A palavra é sua.

Isabella parecia tensa ao começar a colocar em palavras suas considerações e aquilo me garantia a possibilidade de me reafirmar sobre a chance de mantê-la humana pelo prazo de um ano.

― Bem, eu imagino que Alice tenha contado a vocês tudo o que aconteceu em Volterra.

― Tudo. ― Confirmou minha irmã.

― Que bom! Então, estamos todos em pé de igualdade. ― Ela suspirou, antes de continuar ― Acontece que agora temos um problema. Para que saíssemos com vida, Eve teve que propor me transformar em uma de vocês e só com a visão de Alice confirmando esse plano que fomos realmente libertos. Agora, com a Eve aqui e essa coisa de enviar cartas semanais para Aro... Bem, Edward contou-me do apego que Aro tem com relação à você, Eve, e acredito que ele possa enviar alguém para checar e conferir se eu fui transformada ou não, mesmo que você envie cartas diárias à ele.

Ela não era tão burra quanto aparentava e isso eu tinha que admitir.

― Definitivamente, você pode ter razão nisso, Bella. Mas, caso aconteça, Alice poderá prever e eu enviarei uma carta de repúdio à corte. Eles não podem interferir numa missão dada direta a alguém com título importante no clã. ― Expliquei, para apartar suas dúvidas com relação à minha condição ali.

― Mas, ainda sim, há a condição de me transformar em vampira que você está aqui para assegurar. ―  Ela lembrou.

Apenas assenti, achando que era o bastante para uma resposta.

― Bem... o fato de eu me tornar uma de vocês, coloca-os em questão e direito a serem ouvidos. Eu não pretendo forçar minha presença, independentemente de Alice estar disposta a me transformar ou não.

Aquele fora um comentário curioso que trazia à tona uma conversa que tivemos no carro, à caminho dos Estados Unidos. Alice garantia que era ela quem transformaria a Bella e isso apenas fortificou os fatos apresentados na visão de minha irmã.

Esme abriu a boca para falar, mas a humana a interrompeu, erguendo um dedo.

― Por favor, me deixem terminar de falar. Todos vocês sabem o que eu quero. E tenho certeza que também sabem o que Edward pensa. Acho que a única maneira justa de decidir isso é todos darem seu voto. Se vocês decidirem que não me querem, então... Acho que vou para a Itália, na companhia da Eve, sozinha. Não posso permitir que eles venham aqui.

O modo como ela colocava as coisas, assustava-me ainda mais. Sua perspicácia era ainda mais alta do que eu previa e honra igualmente considerável. Bella estava disposta a permitir que minha família escolhesse a acolher ou não, compreendendo todos os riscos que ela colocara minha família. Ela sabia que era uma falha tremenda na vida do clã Cullen e, o modo como apresentava as coisas, fez-me vê-la, pela primeira vez, com outros olhos e compreender que ela os amava tanto quanto eu.

― Levando em consideração, então, que eu não vou colocar nenhum de vocês em perigo, seja qual for a decisão, quero que votem sim ou não sobre a questão de me tornar vampira.

Ela deu um meio sorriso com o termo que usara ao final, como se achasse supérfluo demais a palavra para a situação em questão e, em seguida, acenou para que meu pai começasse seu voto.

Claro que, aparentemente, nem tudo seria como Isabella queria, já que Edward resolveu se pronunciar.

― Só um minuto. Tenho algo a acrescentar antes da votação.

Revirando os olhos, a humana encarou o parceiro ao seu lado com relutância.

― Sobre o perigo que a Bella se refere, eu realmente não acho que precisamos ficar tão ansiosos com isso.

― Então, acredita mesmo que Aro enviaria a filha dele para cá, sem garantias de que ela retornaria? ― A acidez na voz dela era evidente e fez-me despertar ainda mais para a discussão.

― Bella, de certo modo, preciso concordar com Edward. Os Volturi não virão para cá, sem meu consentimento. Eu sou um membro importante na corte, como você mesma mencionou. Sou filha de Aro, o líder maior. Nem mesmo em missões menores eles chegariam a intrometerem-se, sem meu consentimento prévio.

Eu até compreendia o temor da humana, já que ela presenciara uma das facetas terríveis dos Volturi, mas algo me levava a crer que, possivelmente, ela não estava confiando muito em mim.

― No momento de me despedir de todos, Aro ofereceu sua mão para um aperto rápido e eu me neguei. Há um detalhe crucial que acredito que eles estejam se esquecendo. ― Edward começou a falar, querendo se impor no meio do debate.

― E qual seria, filho? ― Carlisle indagou, curioso.

― Caso eles venham a perseguir Bella, usarão o Demetri. Ele é mil vezes mais forte que James. ―  O nome usado por ele me era incomum, então fiz uma nota mental para perguntar sobre quem era o vampiro mencionado ― Um rastreador tremendamente potente. Ele usa algo como o odor... teor... não sei bem. Tentei compreender melhor seus poderes pela explicação mental de Aro, enquanto ele se munia de lembranças sobre caçar alguns clãs antigos que foram exterminados apenas para que eles coletassem os membros mais fortes. Quando Eve chegou, não tive muito tempo para checar a mente de Demetri com cuidado, mas foi apenas o suficiente para perceber que, com toda certeza, ele seria usado para procurar Bella caso a Eve se voltasse contra o clã e se recusasse a permitir que ela se transformasse, se assim pedíssemos a ela.

― Onde você quer chegar com isso, Edward? ― Bella indagou, tentando, assim como todos, formar o quebra-cabeça que o meu irmão lançava.

― Acontece que há uma possibilidade de Demetri não ser capaz de rastrear você, por conta do seu bloqueio. Com isso, a Alice, assim que percebesse a aproximação dos Volturi, eu simplesmente poderia a esconder, mantendo-a segura. Seria simplesmente como procurar agulha no palheiro.

― Mas você estaria indefeso. ― Bella o lembrou.

― Eu sei me virar muito bem. ― Rebateu meu irmão, astutamente.

― Mas o clã inteiro ficaria vulnerável, Edward. ― Tentei lembra-lo.

― Dê-nos algum crédito, Eve. ― O sorriso maroto de Emmett era visível ali ― Excelente plano, irmão.

― Não. ― Sibilou Rosalie, contra aquela loucura.

― Absolutamente não. ― Concordou Isabella.

― Eu achei legal. ― Jasper esticou os braços, erguendo-os para o alto, como se tentasse acordar sua musculatura adormecida, de forma despretensiosa e natural.

― Idiotas. ― Murmurou Alice.

― Isso é loucura, Edward. Você não é capaz de imaginar o que eles fariam a vocês. Demetri não precisa, necessariamente, caçar a Bella por conta de seu bloqueio. Ele é um caçador feroz. Eu mesma o bloqueei diversas vezes, mas ainda assim, ele me encontrou todas elas. É um absurdo total colocarem em risco a vida de cada um aqui, só para simplesmente garantir à Isabella alguns meses ou anos de fuga. ― Finalmente eu falei, colocando as cartas na mesa, ciente de que minhas palavras poderiam o irritar.

 

― Exatamente, Eve. Eu pensei nisso também e cheguei à conclusão de que eles também nos deram de bandeja a solução perfeita. ― Edward possuía um sorriso presunçoso em seus lábios, que me irritava totalmente.

― E qual seria essa? ― Esme indagou

― Justamente a maior força deles, também é a maior fraqueza, no momento. Eve.


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Notas finais do capítulo

Ah, gente... Edward cheio das ideias inteligentes.
Como a Eve se sentirá sabendo dessas coisas?
Veremos isso no próximo capítulo.



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