UMA INTRUSA EM CREPÚSCULO escrita por Jace Jane


Capítulo 27
Capitulo 27º - Morreu, mas passa bem


Notas iniciais do capítulo

Natty Farias Freitas obrigada pelo seu adorável comentário, não ligo se for pequeno ou grande, só pelo fato de esta presente me enche de alegria, obrigada amore ♥

Olhei o contador de comentários e deu mó orgulho, 90 comentários! Obrigada meus amados leitores.

Avisando que estamos entrando na reta final da história.



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O vento batia em seu rosto pálido como pequenas facas. Não importava para onde corresse aquele lugar parecia que queria mata-la, o vento a feria, as raízes das arvores deixavam a terra como tentáculos para agarra-la e levar para dentro das profundezas. Só o que podia fazer era correr, continuar em movimento para si manter viva o máximo de tempo possível.

Como a terra não era confiável foi para o mar, com sua velocidade sobre humana nadou paras as profundezas, mas se enganou ao achar que estaria segura lá, as plantas marinhas agarraram ao seu corpo como sanguessugas, se debateu desesperadamente. Estava vivendo um pesadelo, um loop onde fugia até ser morta, para então renascer na fonte e correr para longe da ceifadora, que já tinha cortado sua cabeça centenas de vezes.

Sua garganta queimava, nublando sua mente de pensamentos inteligentes. Como tinha ido para naquele mundo mesmo? Ah, a companheira do mestre Marcus, tudo aquilo tinha acontecido por causa dela. Tinha se perdido de Heidi, vagou pelos corredores em busca de alguém que pudesse lhe guiar até a vampira quando sentiu cheiro de sangue fresco, meio amargo, seus pés a levaram até uma sala cheia de caixas de madeira e papelão, o chão estava coberto por uma fina camada de poeira, em quanto nos cantos das paredes podia ver as teias de aranha. A sua frente percebeu que a poeira estava levemente remexida, então a viu, Megan Rodrigues Volturi. Seu braço tinha um ferimento na horizontal, onde uma grande quantidade de sangue escorria, manchando sua roupa.

— Bree! – Para alguém que sangrava ela parecia estar muito bem, um pouco pálida, mas sem sinal que sentia dor.

Deu um passo para trás, com receio de não conseguir se controlar.

— Preciso de ajuda. – Seu corpo estava voltado para um espelho longo, embora sua cabeça estivesse virada para si. Com passos cautelosos se aproximou, quando ficou a dois passos de distancia ela agarrou seu pulso e a puxou para dentro do espelho, um segundo depois estava saindo de dentro de um lago vermelho, o ferimento no braço de Megan tinha desaparecido, como se nunca estivesse lá, encarou suas pupilas dilatas impressionada. Ela olhou para o braço quando a viu encarar, e abriu um largo sorriso, passou a língua pelos dentes empolgada. – Se a cura na fonte Lebran funciona, será que o save point também?

Do que ela estava falando, e onde estavam? Tinha muitas arvores ao redor para ainda estarem na Itália.

Megan se jogou em seus braços a levando de volta para a água e quando deixaram a água novamente à paisagem ao seu redor tinha sumido, agora estavam no meio de uma praça vazia, dentro de um chafariz, em seu centro estava uma enorme estatua de uma mulher encapuzada que empunhava uma enorme foice. A companheira de seu mestre tinha deixado as águas, então fez o mesmo.

— Mas o que foi isso? – Gritou em uma explosão de incredulidade. – E que lugar é esse? – Mas ela não lhe respondeu, olhou para um em seus pés e sorriu, para então se voltar para algo em suas costas.

— Moira corte a cabeça dela! – Ao se virar para ver que receberia aquela ordem viu a estatua de pedra ganhar vida e sua enorme foice lhe cortar o pescoço, no instante seguinte estava saindo de dentro do chafariz.

Correu, para longe daquela mulher maluca e da ceifadora, mas não conseguiu escapar por muito tempo, a tal Moira sempre aparecia a sua frente e lhe cortava ao meio, o loop continuou até conseguir uma brecha e escapar pela floresta, só para então ser levada para o fundo da terra pelas raízes das arvores. Quando voltou pelas águas correu para outra direção, que a levou para o mar, onde foi agarrada por plantas marinhas.

Ao abriu os olhos viu uma criatura surgir a sua frente, da cintura até a cabeça se a semelhava a um ser humano, mas da cintura até os pés e seus cabelos eram tentáculos, longos e vermelhos. Abriu a boca para gritar, e a água salgada passou por sua garganta e começou a se afogar, os tentáculos da mulher agarraram sua cintura e a jogou para fora do oceano e quando recobrou a consciência encarou a face da ceifadora.

— Estou começando a ter pena de você.

Gritou em desespero.

***

Tinha prometido a si mesma que iria remodelar Ianova, a versão atual estava muito padrão Disney, tirando o Leshura, aquele cara com certeza não se encaixava nos padrões, afinal ele era o guardião das termas Luxuria e voyeur. Não faço ideia do que se passava na minha cabeça quando o criei, mas vida que segue!

Continuei minhas criações começando pelo mar, quando eu morava com a minha mãe eu vivia acessando o site do pinterest para me dar ideias, acabei lotando meu computador de imagens, usei as referencias que me lembrava para criar Seraphina e Afina, as bruxas meio humana e meio polvo, que governam os mares. Criei uma história para as gêmeas que me fez chorar de orgulho.

Passei a minha tarde assim, escrevendo e desenhando, até fiz um castelo para mim em Ianova, onde tinha salas onde eu poderia treinar com uma parceira de treino, a Irinia, e de acordo com as minhas especificações ela seria mais louca do que eu, se é que isso é possível. Outras modificações que eu fiz foi criar um submundo, onde os mortos repousariam, a Moira cuidaria dele. Ela ficaria bem à toa, já que em Ianova a morte permanente só pode acontecer por suicídio e velhice, e os habitantes novos possuem uma longevidade impressionante e os guardiões são imortais, e até o momento ninguém sofreu muitos danos psicológicos para quererem tirar a própria vida.

Ao me dar por satisfeita com o meu progresso deixei o caderno e os lápis de lado e fui tomar um banho.

***

Observou aquela desordem em seu mundo pacifico por semanas, imaginando o porquê de a sua outra metade odiar tanto aquela vampira a ponto de dar a ordem de matar em um mundo onde morte por assassinato não é permanente, até que começou a pensar na possibilidade que ela só teria esquecido, mas era um absurdo, para alguém que criou um mundo inteiro a possibilidade de não ter uma boa memória era impossível em sua opinião, então só via uma alternativa plausível, a Suprema de Ianova estava gozando da sua cara incitando o caos.

— Parece que alguém esta de mal humor. – Debochou Moira. A senhora do submundo também não parecia estar nos seus melhores dias.

— Onde esta a intrusa? – Não precisava de papo furado quando seu mundo era perturbado, e se tinha uma coisa que prezava era a ordem.

Moira abriu um sorriso.

— Ela esta com Leshura. – Arqueou as sobrancelhas, incrédula. – E ele esta se divertindo muito com ela, ou ela com ele, é difícil dizer.

— Elabore.

— Leshura esta morrendo, já passou por mim duas vezes. Quando perguntei como estava morrendo sendo um guardião de Ianova, ele deu um daqueles sorrisos esquisitos. – Respirou fundo, precisava dar um basta naquilo, iria atrás da Suprema imediatamente.

— Se Leshura der as caras novamente mande executar a ordem da Suprema e parar de se engraçar com a intrusa.

— Negam, ficar matando a intrusa é inútil. – Moira não precisava lhe lembrar disso, o fato obvio.

— Estou indo atrás da Suprema – Revelou Negam.

— É perigoso lá fora, você pode acabar morrendo! – Sua preocupação aqueceu o coração perturbado da loira.

— Não se preocupe, estou no nível da Suprema, afinal, ela sou eu. – Seu sorriso relaxou a guardiã da morte, se ela estava confiante de que ficaria bem, então ela ficaria bem. Abriu espaço e deixou que a mesma pulasse dentro do chafariz.

Por ser basicamente o reflexo da Suprema Megan Volturi, tinha todas as memórias e a metade de seu poder, então usou o conhecimento para invadir a residência dela, pretendia conectar o portal diretamente em seu quarto, mas algo a bloqueava, sendo obrigada a redirecionar para a superfície mais próxima, o que a levou para um deposito que parecia que não era limpo há séculos. Saiu do cômodo aos espirros.

Eram tantos corredores a seguir e espaços enormes para atravessar que acabou se perdendo, aquilo era um labirinto. Uma vampira que a lembrava muito a uma prostituta de luxo a encarava. Qual era o nome dela mesmo? Heidi.

— Algum problema? – Não estava de bom humor e não gostava daquela vampira.

— Senhorita Megan, não deveria estar em seu quarto? Não tem permissão do mestre Marcus para sair. – Aquilo era novo, sua outra metade estava presa, isso explicava o porquê não retornou a Ianova.

— Eu sou Negam a personificação da ordem, regente de Ianova. – Seu sangue pulsava pela raiva, precisava encontrar Megan, como a Suprema de Ianova só ela tinha a autoridade para se livrar da vampira. – Leve-me a Megan!

— Você não me parece bem porque não vem comigo? – Deixou a vampira lhe guiar achando que a levaria até a Megan, mas quando se aproximaram da sala do trono estancou no lugar. A vampira tinha dito que Megan estava no quarto, então porque estava indo a sala do trono?

— A Megan não esta aqui. – Lançou um olhar furioso a Heidi, que ficou constrangida.

— A senhorita parece confusa, o mestre Marcus precisa ser alertado de sua condição. – Cerrou o punho em uma tentativa de se controlar, mas estava sendo muito difícil, precisava colocar ordem em Ianova, e aquela vampira estava fazendo perder seu tempo.

— Minha condição? – Nenhuma técnica de respiração poderia lhe acalmar. Invocou labaredas vermelhas em suas mãos e as lançou até a vampira que foi jogada na porta, seu corpo caiu dentro da sala do trono.

Com passos lentos atravessou as portas abertas e encarou o triunvirato Volturi, que ficaram de pé com sua chegada bruta.

— Megan, isso não são modos de se comportar.  – Aro era um vampiro serio menos caótico que a contra parte de Negam.

— Ela não é a Megan. – Comentou Marcus serio. – Quem é você? – Perguntou em quanto se aproximava da intrusa. Negam o encarou de cabeça erguida, sem se sentir intimidada pela aura sombria do vampiro.

— Finalmente alguém que me entende. – Apontou para o Marcus. – Eu sou Negam a personificação da ordem e regente de Ianova, agora alguém poderia me levar até a minha Suprema?

***

Criar uma ficha técnica era uma das coisas mais trabalhosas na hora da criação de um personagem, tantas especificações, como a personalidade, a história por trás das atitudes dele, mas eu gostava de criar, ouve um tempo que eu só fazia personagens a nível príncipe da Disney, até que dei à louca e passei a criar personagens bem malucos, mas em Ianova eu queria ter essas duas versões, para balancear.

— Senhorita Megan? – Revirei os olhos ao ouvir a voz do Jonathan, nunca vou perdoa-lo por me deixar presa sem minha magia. Ele esta seguindo ordens, ok, mas eu tenho o direito de ficar chateada com isso.

— Eu estou ocupada Jonathan, se quiser bater papo, converse com sua consciência, se é que você tem uma. – Eu tinha o dom de falar com uma pessoa dando um coice, devo ter pegado a mania da minha mãe.

— Os mestres estão vindo para vê-la. – Larguei o lápis e encarei a porta com a sobrancelha arqueada com espanto. Os três nunca vieram juntos. Na verdade eu quase não falava com o Aro, e bem raramente falava com o Caius.

— Lá vem bomba.

Quando os três atravessaram a porta eu os encarei com os braços cruzados. Aro parecia entusiasmado, Caius estava indiferente, já o Marcus estava impaciente, essa combinação de humor não era boa.

— Na ultima vez que os três vieram ao meu quarto foi para interrogar Masha Voda, uma vampira de outro mundo. – Os observei curiosa, atrás de seus corpos imortais tinha uma figura pequena, mas não pude ver seu rosto. – Qual é o motivo dessa vez?

— Você. – Respondeu Aro com um sorriso deslumbrante.

— Ela, na verdade. – Disse Caius olhando por cima dos ombros. Marcus deu passagem e pude ver a figura pequena atrás dele, minha boca abriu com o espanto. A garota atrás deles era eu! Uma copia perfeita de mim, bem mais seria, mas fisicamente idêntica.

— Não pode ser.. – Deu um passo para trás de forma instintiva. – Negam?

Eu tinha conseguido! Os personagens da minha história eram reais!

— Suprema. – Acenou a minha duplicata.

— O que significa isso Megan? – Olhei para o Marcus ainda espantada.

— Se eu lhe dissesse não sei se acreditaria. – Sorri sem graça. Como explicar que você criou um mundo inteiro só com uma caneta e papel?

— Tente. – Sugeriu Aro.

— Magia de viajante é uma coisa curiosa. – Eu era péssima de improviso. – Da pra alcançar tanta coisa, é claro que tem consequências, como morrer no processo, por isso tenho que tomar cuidado. Mas me diga Negam, o que faz aqui?

— Ianova esta um caos! – Ela estava brava, algo me dizia que ela tava louca pra descer do salto e me da umas bordoadas. Na ficha que achei, Negam representa a ordem e estabilidade, e eu, o seu oposto, então se Ianova estava em desordem, ela esta odiando.

— Eu sei que to criando muita coisa, mas eu preciso continuar..

— Não estou falando de suas criações. – Sua testa estava enrugada, ela estava se contendo de uma forma impressionante, no lugar dela já teria explodido. – Estou falando da vampira.

Vampira? Eu não criei vampiros em Ianova, não tem humanos no meu planeta, então criar vampiros era inviável.

— Eu não criei vampiros. – A encarei confusa.

— Você levou uma vampira para a cidade fantasma, para Moira a matar. – Cocei minha cabeça tentando forçar minhas memórias, algumas imagens vinham a minha cabeça, eu entrando em uma sala que mataria um asmático acompanhada de uma vampira de cabelos cacheados. – Mas em Ianova morte por assassinato não é permanente, e Moira tem que continuar a matar, para seguir suas ordens.

Todos os eventos relacionados a vampira vieram a minha mente.

— Ai meu deus! – Gritei espantada.

— Não acredito você não se lembrava? – Negam me encarou indignada.

— É uma longa história. – Corri para frente do espelho, então lembrei que Jonathan ainda bloqueava a minha magia. – Marcus? – Me virei para o meu companheiro bem confuso. – Eu preciso usar minha magia.

— Não! – Respirei fundo – Não em quanto não me explicar o que esta acontecendo aqui.

Isso vai ser complicado.

— Eu sou uma viajante, viajo pelos universos infinitos, posso ir para um mundo onde um universo escrito por uma escritora de Best Seller, parece impossível, mas eu já fiz isso, Lili, Jonathan e Sidney foram pra Harry Potter comigo. Eu usei essa lógica para criar um mundo fictício perfeitamente estruturado para corresponder as minhas necessidades, e o nomeei de Ianova. – Caius me encarou como se eu fosse maluca, Aro só absorvia as informações.

— Você quer que eu acredite nessa insanidade? – Se Marcus tivesse sangue em seu corpo sua face estaria vermelha por estar irritado.

— Meu pai é um demônio e você acha que eu viajar pelo multiverso é loucura? – Agora era a minha vez de ficar indignada. – Eu te levo lá se duvida de mim, porque não levamos seus irmãos também?

— Poderia deixar a DR pra depois? – Interrompeu Negam impaciente. – A vampira esta com o Leshura e isso me preocupa.

— Como é que é? – A encarei com os olhos arregalados. – Não tenho tempo para discutir, Leshura é um perigo para a Bree. – Virei para o Aro, cheia de expectativa que captou a mensagem de imediato.

— Jonathan, deixa a Megan usar sua magia. – Ordenou Aro. Sorri agradecida.

— Você não pode permitir isso Aro! – Vish, to causando uma briga entre irmãos.

— Isso é no mínimo curioso, não concorda irmão? – Argumentou Aro.

— Vamos ver se ela pode provar. – Disse Caius.

— Vamos logo! – Negam tomou a frente e tirou um giz do bolso e começou a desenhar runas no espelho. – Isso vai permitir que o portal fique aberto até todos passarem. – Antes de se virar para a gente a vi colocando o numero seis em romano. – O portal se fechará quando todos os seis passarem.

O reflexo do espelho desapareceu, uma imagem embaçada apareceu no lugar, Negam atravessou sem cerimônias, Caius a seguiu, seguido de Aro e eu, Marcus veio em seguida, o ultimo a atravessar foi o Jonathan.

Os vampiros ficaram animados com o novo ambiente, menos Marcus, ele ainda estava emburrado. Um plano maléfico começou a criar formas na minha cabeça. Quando criei as fontes termais foi pensando em mim e no Marcus, no que poderíamos fazer nas águas afrodisíacas, era uma pena que ainda estávamos brigados, se não bem que poderíamos curtir um pouco.


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Notas finais do capítulo

Aqui vemos que quando for criar um mundo faça isso sóbria(o) ou vai acabar fazendo muita maluquice.
O que acham da Negam? E o loop sinistro que a Bree foi presa?



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