UMA INTRUSA EM CREPÚSCULO escrita por Jace Jane


Capítulo 26
Capitulo 26º - Ianova


Notas iniciais do capítulo

Agradeço as minhas queridas leitoras Dayanadaiana123, CatrinaEvans, Natty Farias Freitas pelos seus adoráveis comentários no capitulo anterior. ♥



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Quando retornei do banho o meu vampiro menos favorito no momento já tinha saído. Já estava tarde, então depois de colocar uma camisola comecei a por um pouco de ordem no cômodo, organizando e empilhando os livros em cima do sofá.

— O principio da alquimia por Nicolau Flamel – Li. Tinha o volume, um, dois, três, quatro e cinco. – Se esse é o principio imagina quantos volumes teria um estudo mais aprofundado!

Só tinha livros de alquimia em cima da penteadeira e algumas poções de cores variadas em cima de suas capas, as coloquei em cima do rascunho em quanto colocava os livros nas pilhas do sofá, depois de ter espaço pude deixar as poções em segurança em quanto lia o rascunho.

— Ianova... E eu achando que um pouco de veneno de cobra na minha corrente sanguínea poderia melhorar minha criatividade para nomes. – Divaguei.

*

Ianova é o útero, o berço e a casa da suprema, a caótica Megan Volturi, gerada através da união de um príncipe infernal e da rainha das fadas Unseelie. Sua casa foi gerada por um simples pensamento e seu poder forjou cada pedaço daquelas terras.

Seus pés tocaram a terra sagrada trazendo vida, enormes arvores saíram do chão para alcançar os céus, com folhas de todas as cores do arco íris. Montanhas surgiam pelos quatro pontos cardeais, cachoeiras surgiam no alto penhasco. Foram necessários treze dias para a graça da criadora transformar o vazio em vida. Mas no fim não era o bastante, a natureza estava presente ao seu redor, mas estava só, com passos firmes caminhou até a fonte Lebran, ajoelhou na margem e encarou seu reflexo nas águas rubras, e com sua graça puxou seu reflexo para a superfície, criando assim à primeira deusa de Ianova, aquela que era o oposto de si, a encarnação da ordem, Negam.

A deusa da ordem arquitetou o grande triunfo da suprema, aquele que entrasse em Ianova não seria capaz de morrer desde que fizesse o Save point, que é realizado a partir do momento que o visitante coloca os pés nas terras ianovianas, então se um visitante ou um morador local morresse iria voltar à vida, saindo diretamente do chafariz do centro da cidade fantasma Thenova, sendo recepcionada pela deusa da morte, Moira, porém só duas causas da morte não lhe farão retornar ao save point, se a causa for suicídio ou velhice.

*

Se alguém me visse agora ficaria surpreso com quantas caretas sou capaz de fazer ao reagir a um pequeno texto. – Não dava para esperar muita coisa de algo que você escreveu estando doidona. – Nas folhas seguintes encontrei descrições de lugares daquele pequeno planeta plano. Pela forma descrita eu tinha me baseado no principio de RPG e no anime Sword Art Online.

No que pude constatar depois de ler aqueles textos é que eu posso ter uma criatividade e senso de humor bem duvidoso, começando pela floresta da fartura, além do nome ridículo se alguém sentir fome é só comer as folhas das arvores, é altamente nutritivo e com um gosto muito bom de chocolate, amendoim, morango, pizza, hortelã, algodão doce e banana!

A fonte Lebran era onde eu deveria ir para me curar de qualquer ferimento, as águas rubras aceleraria a capacidade de regeneração das minhas células. Eu teria acesso livre à fonte, mas qualquer outro teria que lutar pela autorização da guardiã Lebran, e se fosse rejeitado a superfície da água iria congelar e se tentasse quebrar o gelo teria sua alma sugada e sua força vital alimentaria o poder de cura da água, só tenho uma coisa a dizer, sinistro!

E por ultimo, as fontes termais Luxúria, batizada com este nome peculiar pelo poder das águas de aumentar sua libido ao ficar exposta por um longo prazo e o guardião desse lugar exótico é Leshura, um voyer de carteirinha.

— Puta que pariu! Só estando chapada para escrever essa porcaria, já escrevi fanfics melhores do que essa em 2008. – Tive que gargalhar, era hilário. – Ai, ai, amanhã eu do um jeito nisso.

— Senhorita Megan? – Do outro lado da porta Jonathan me chamava.

— Diga senhor carcereiro. – Coloquei o rascunho em seu lugar e vesti um roupão.

— O príncipe Belfegor deseja vê-la. – Arqueei a sobrancelha curiosa, imaginei que a essa altura ele já teria desaparecido para enganar alguma mulher e me dar irmãozinhos.

— Deixe-o entrar.

Sua cabeleira loira passou pela porta, com um ar de superioridade em sua face com seu orgulho impecável, digno da realeza do inferno.

— Você deixou muita gente preocupada mocinha. – Censurou Belfegor. Como se não bastasse receber uma bronca do meu próprio namorado, agora tenho que ouvir a do meu pai, eu mereço...

— Que moral tem um príncipe do inferno para me julgar? – Cruzei os braços esperando sua resposta.

— Você tem uma atitude muito agressiva para alguém tão pequena. – O encarei cética. – Tem pessoas que se importam com você e você pega essa preocupação e joga pela janela. Você não sabe aproveitar o que tem.

Respirei fundo e me ajeitei na cadeira, estava pressentindo que o discurso seria longo. Ele também se acomodou, na minha frente, onde Marcus tinha se sentado horas antes.

— Você trata os vampiros como se fossem suas babás ou carcereiros, você não enxerga o potencial deles.

— E como eu devo enxergá-los? – Ele estava querendo chegar a algum lugar, e eu estava começando a ficar curiosa.

— Como um recurso. – Seus lábios se abriram em um sorriso, ele estava entrando na minha cabeça, me fazendo ver o que ele via. – A minha duplicata ouvindo atrás da porta seria muito útil contra a sua mãe, uma fada milenar sem magia é uma vantagem irrecusável.

Ele tinha um ponto, um muito bom por sinal.

— Devo concordar. – Disse contra a gosto. – Falando nela, me diz uma coisa, eu estava lendo os meus rabiscos – apontei para o rascunho em cima da penteadeira – e eu chamei a mamãe de rainha Unseelie, é verdade ou só viajei ao escrever aquilo?

— Não se lembra? – Perguntou curioso. Balancei a cabeça em um não. – Eu que te disse que ela é a rainha Unseelie, mas não por muito tempo isso eu posso garantir.

Minha mãe é uma rainha e meu pai um príncipe, isso explica muita coisa sobre mim.

Respirei fundo, seria sincera, não tinha nada mais a perder mesmo.

— Por muito tempo eu vivi sozinha, a mamãe sempre me dizia para não depender de ninguém, que eu deveria me manter sozinha e é o que eu faço. Ter a Sid, Lili e o Jonathan atrás de mim é sufocante, sem contar que da muito trabalho ter que me deslocar com um grupo. – Convenhamos, da para ir tranquilamente a vários lugares sem ter que me preocupar na exposição dos vampiros.

— Essa é a chance de você delegar e aproveitar os recursos que tem, porque não da para vencer uma guerra sozinha. - Meu pai ser a voz da razão era bem estranho de se presenciar.

— Quais conselhos a mais pode me oferecer? Estou ouvindo. – Quando Asmodeus disse que era mais propicio eu confiar em Belfegor do que a minha mãe, eu duvidei, mas né que ele tinha razão?

— A arte da guerra. – Ele parecia bem empolgado por colocar juízo na minha cabeça. – Conheça seu inimigo como a ti mesmo, lhe contarei tudo o que precisa sobre a sua mãe.

A noite foi longa, meu pai me fez repensar em minhas atitudes, eu agi de forma imprudente muitas vezes, confesso, mas ser responsável aos dezoito é coisa nova para mim. Mas ele tinha um ponto, eu sou a companheira de Marcus, isso tem que significar alguma coisa, embora meu orgulho seja ferido no processo, estava na hora de usar a cabeça. Um bom plot precisa de reviravoltas, usar o poder dos Volturi ao meu favor seria épico.

***

Resolvi seguir o conselho do meu pai e conhecer meus adversários, mas antes eu precisava conhecer meus aliados, então voltei a minha leitura da Saga Crepúsculo, terminei Lua Nova e segui para o próximo. Gastei todo o meu tempo até a próxima visita do Marcus, assim descobri que depois da lua de mel da Bella e o Edward, o casalsinho acabou tendo uma filha que custou a vida humana da Swan, o Cullen conseguiu por muita sorte transforma-la, e virou uma vampira com um poder de escudo impressionante, impedindo a Jane de usar seu poder dentro da visão de Alice, levei um grande susto com essa cena, à metade dos Volturi morreria, e o meu precioso Marcus morreriam pelos lobos. Quando foi revelado que era só a visão de Alice suspirei aliviada, Aro acabou desistindo da ideia de peitar os Cullen, não valia a pena seguir em frente, até porque ele morreria naquelas circunstancias.

Depois da longa leitura me joguei na cama e fiquei observando o teto, minha vista estava cansada, sempre ficava depois que eu lia tanto, fechei os olhos por um segundo. Seria bom beber uma coca-cola agora, com alguns cubos de gelo e uma rodela de limão.

Quando me dei conta já tinha amanhecido, me espreguicei em quanto ia para o banheiro fazer minha higiene pessoal, ao voltar ao quarto me deparei com a beleza divina do Marcus, que brilhava em contato com o sol que saia da fresta da janela, onde ele estava sentado de frente para o meu café da manhã na pequena mesa, que provavelmente custaria mais do que o salário de um ano de um servidor publico. Encostei o ombro na porta em quanto o observava.

— Olá my love. – Seus olhos negros me encaravam, não estava bravo pelo que aconteceu, estava calmo.

— Essa é a sua tentativa de me seduzir? – Arqueei a sobrancelha confusa, até me tocar do que ele falava. Eu devia estar com uma camisola provocante pelos padrões dele

— Esse é o padrão de recém-casados de 2019, my love. – Me sentei a sua frente com um sorriso confiante. Comecei a me servir, estava morrendo de fome, tinha ido dormir cedo pelos meus padrões, e o meu estomago me cobrava por isso. – Por falar nisso, quando vamos oficializar isso?

Um olhar confuso foi lançado a mim.

— Quando um vampiro encontra sua companheira é para sempre, um compromisso, mas eu quero algo oficial. – Passei um pouco da geleia de uva na torrada, e depois lambi a lamina da faca. - Podemos estar em divergência, mas ainda quero colocar um anel de compromisso no meu dedo e no seu, para todos saberem que Marcus Volturi tem dona.

O riso que escapou dos seus lábios era como um chamado dos anjos.

— Eu quero um anel com uma grande pedra azul, quadrada. – Porque eu não gosto de nada discreto, se for para aparecer tem que fazer em grande estilo.

— Quer uma coroa também? – Brincou.

— Se não for pedir muito. – Rebati.

Depois que tomei meu café da manhã Marcus iniciou o assunto que tinha me prometido, e que consequentemente impedia minha liberdade.

— Pensou sobre o que conversamos? – Cruzei os braços ao encara-lo, meu bom humor tinha desaparecido bem rápido.

Esstou esss..perando— Ouvir o sibilar da Lilith, ela subia pela cadeira dando voltas para se enrolar em volta do meu pescoço. Prendi a respiração, ela não seria louca, seria?

Não esta se enrolando no meu pescoço como uma ameaça, esta Lilith?— Sua língua bateu na minha nuca causando cócegas.

— Megan? – Marcus estava confuso com a minha conversa paralela com o meu bichinho de estimação. Se observasse bem, ele parecia preocupado, afinal Lilith se mostrou ser bem temperamental.

— Só um instante. – Pedi

Eu não façço ameaçass – Sua cabeça passou por debaixo da minha orelha, e por ali ficou.

Sei.. Imagino que esteja pedindo um pedido de desculpas pelo meu mau comportamento. – Seria bom se formássemos uma trégua, ser inimiga de uma cobra trás consequências severas, para mim levaria a umas viagens bem loucas. Mas é melhor prevenir, até porque não tinha valia alguma essa briga estúpida e eu tava errada, não deveria ter sido grossa com ela.

Pros..ssiga...

Peço formalmente estas desculpas pelo aborrecimento que lhe fiz passar, não estava nos meus melhores dias e não deveria ter descontado em você, me perdoa? - Esse é um dos momentos que se alguém de fora visse acharia que eu sou maluca, primeiro por deixar uma cobra tão perto do meu pescoço e segundo por estar falando em outro idioma, mas se entendessem o meu pedido de desculpas, ainda ficariam confusos, estou pedindo desculpas a um ser tecnicamente inferior.

Se me trazerrr ratosss de qualidade eu te perdoo – Ri com sua resposta, Só Lilith mesmo para quebrar a tensão na mesa.

Limpei a garganta e o encarei.

— Eu prezo a minha liberdade, e levando em conta que nenhuma das outras esposas parece ter alguma, eu continuarei a luta por minhas ações sem supervisão. – O vi respirar fundo. Ele estava bem diferente do Marcus que conheci na praça, este parecia estar em uma luta constante para manter o controle e a paciência, hum... Eu tinha tanto poder assim sobre ele, interessante.

— Você esta em constante perigo, seja pela marca dos viajantes ou pelo desconhecido dos mundos que viaja, aqui ao menos posso garantir que sobreviva. – Foi a minha vez de respira fundo. A Ouroboros era um problema que eu podia lidar, mas desde que tivesse alguém por perto para eu transferir um pouco da magia, mas não podia prever os perigos que o multiverso guardava.

— Viajar com vampiros reduz a minha mobilidade e discrição. – O maior problema que eu tinha com os vampiros era o fato de não poder deixa-los entrar em contato com a luz do sol, e ter que ficar me preocupado com isso para cada lugar que vou é muito cansativo, bem, não exatamente o maior problema, certamente um dos inconvenientes, o que eu realmente não gostava era o fato do Aro poder ver o que eles veriam, ele é um vampiro ambicioso, e os mundos que eu conheço possuem armas muito poderosas.

— A força e a velocidade deles irão compensar. – Rebateu Marcus.

— Não confio neles.

— Todos os vampiros da guarda são leais. – Suas palavras eram para me trazer segurança, mas não era isso que eu recebia.

— Exatamente.


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Notas finais do capítulo

Lilith esta de volta o/



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