UMA INTRUSA EM CREPÚSCULO escrita por Jace Jane


Capítulo 23
Capitulo 23º - Laços


Notas iniciais do capítulo

Obrigada Catrina Evans e Natty Farias Freitas por seus comentários no capitulo anterior ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/776190/chapter/23

Quando eu fechava meus olhos eu via as raízes grossas atravessarem o meu corpo despertando uma dor fantasma, e toda vez que eu lembrava a minha magia que saía de controle. Asmodeus estava certo, eu podia confiar mais em meu pai do que em minha mãe, pelo menos ele nunca tentou me matar.

— Você precisa dormir minha criança. – Me encolhi em seus braços, não o deixando sair de perto de mim, inspirava seu cheiro de terra molhada, era melhor que o cheiro de sangue que impregnava minhas narinas.

— Eu não quero, quando eu fecho os meus olhos, eu a vejo – Estremeci fazendo-o me segurar ainda mais forte em seus braços. – E se ela voltar e eu estiver dormindo?

— Eu não vou sair do seu lado, e seu amigo já colocou proteções em toda a propriedade. – Senti seus lábios tocarem o topo da minha cabeça, como se dissesse Eu vou te proteger.

Só mesmo tento uma mãe homicida para te fazer aproximar de seu pai demônio.

Um barulho despertou minha atenção, senti Belfegor enrijecer, a primeira coisa que me veio à cabeça foi ela voltou! Mas suas próximas palavras me acalmaram relativamente.

— Leviathan! – O nome do feiticeiro saiu em um rosnado. Levantei a cabeça e vi seu rosto amedrontado.

— Oi Megan. – Tirava o pó da roupa como se não tivesse acabado de cair do teto do meu quarto. Seus olhos vaguearam para a cama onde eu estava abraçada a meu pai. – Belfegor... As alas de proteção já foram levantadas, só lembre que se eu morrer elas caem.

Arqueei a sobrancelha confusa, porque do aviso? Um segundo depois eu tive a resposta. Marcus apareceu no quarto sem nem se preocupar em ter estilhaçado a porta, sua mão agarrou o corpo de Asten e o ergueu do chão, meus olhos se arregalaram ao testemunhar aquela cena. Belfegor deixou a cama com cautela, aproveitando a distração do vampiro.

— Era seu dever protegê-la! – Senti minha magia se inquieta dentro de mim com aquela confusa se instaurando. O ar ficou mais pesado dificultando minha respiração.

— Por mais gratificante que seja ver o feiticeiro nessa situação, ele morto não trará beneficio algum. – Olhei para o Marcus que encarava Belfegor com um misto de curiosidade e confusão.

— Quem. É. Você? – Perguntou Marcus pausadamente, ele parecia tentar conter sua ira.

— Eu sou Belfegor, um dos sete príncipes de Edom, rei do primeiro circulo do inferno. – Sua voz sedosa não enganava o Marcus, ele queria mostrar sua superioridade.

Os olhos vermelhos de Marcus me encararam pela primeira vez desde que invadiu o quarto, novamente sua face mostrava confusão, ao olhar para mim e para Belfegor. O Volturi tinha um dom, ele podia ver o laço que começava a se formar entre mim e o demônio Belfegor, mas não compreendia.

— Ele é o meu pai. – Falei antes que uma briga entre macho alfas desenrolasse. Sentei na cama e respirei fundo, Marcus e Asten estavam muito distraídos para perceber que os objetos do quarto estavam tremendo por causa da minha magia. – Coloca o Asten no chão. – O tom da minha voz mostrava que eu não estava pedindo. – Agora!

Asten caiu no chão e tossiu desesperadamente, sua face estava roxa pela falta de ar prolongada.

— Asten estaria morto se enfrentasse minha mãe em meu lugar. – Só em menciona-la me deixava amedrontada. Apertei minha mão nervosa.

— Teria sido ele e não você. – Sua voz era mais amena quando se dirigia a mim.

— Obrigado pela consideração dos nossos longos séculos de amizade. – O olhar de desprezo do Marcus calou o Asten.

— Chega! – O grito foi abafado pelo barulho dos objetos se quebrando, alguns dos estilhaços me atingiram fazendo alguns arranhões. – Como no momento a pessoa mais civilizada neste quarto pode ser o meu pai? Um demônio que morava no inferno até algum tempo atrás, literalmente!

Meu coração batia ainda mais acelerado, o ar faltava em meus pulmões. – Inspira e expira Megan. – Senti um formigamento cobrindo a minha pele, estava vindo uma nova onda de magia. Abri os olhos assustada, nem havia reparado que o tinha fechado.

— Droga!

Meu quarto ficou completamente destruído, felizmente ninguém havia se machucado quando a magia de viajante explodiu de dentro de mim. O descontrole fez pararem de discutir e se voltarem para mim, mas Belfegor expulsou todo mundo do quarto. Com a minha magia de feiticeira restaurei o quarto a sua forma original.

— Enfrentar sua mãe não foi fácil, ela mexeu muito com você. – De forma calma se aproximou de mim e sentou ao meu lado. – Lutar contra ela também não foi fácil para mim, sofri alguns danos também, não como os seus.

Seu polegar passou pela minha bochecha, curando o ferimento que estava lá. Seus olhos mostravam um carinho sem igual, nunca tinha esperado receber aquele tipo de olhar de alguém como ele, era estranho e reconfortante, ele salvou a minha vida.

— É estranho ter um pai. – Falei.

Seu sorriso tímido acalorou meu peito.

— Senti sua falta. – Ela tinha dito que me separou dele para atingi-lo, é como ela gostava de fazer, tortura psicológica.

Dois dias se passaram sem que eu saísse do quarto, tendo companhia do meu pai e de Lilith, que resolveu aparecer só pra variar. Só consegui pregar os olhos graças uma poção calmante que o Asten fez, ele raramente aparecia para me ver, com o meu pai no quarto não era de se espantar, eles não se davam bem aparentemente.

— Seu namorado não esta muito contente. – Comentou Belfegor em tom distraído. – Okay! – Ouvi um pequeno barulho, de quando fechamos um livro com força. – Você tem que sair dessa auto piedade, feiticeiras da minha linhagem caem e se levantam! – A coberta que me cobria foi arrancada de cima de mim com brutalidade. O encarei furiosa.

— Eu quero ficar na cama. – Insisti.

— Ficar na cama conversando com uma cobra não a deixará mais forte para enfrentar a Regina! – Eu não quero enfrentar a minha mãe, ela me mataria!

— Eu não vou enfrenta-la!

— Você pode não querer, mas ela virá te procurar, você gostando disso ou não, aproveite o tempo que tem para se fortalecer. – Um príncipe do inferno me dando lição de moral, a que ponto chegamos? Só falta Loki aparecer para discursar sobre honestidade. – Eu sei que você pode viajar para outras dimensões, e que estamos em uma que foi escrita por uma escritora de outro mundo, isso não lhe gera ideias?

Estreitei os olhos ao ouvir sua sugestão, era um pouco confusa, não entendi inicialmente.

— Pense Megan! – Ele queria que eu chega-se a resposta sozinha, mas não entendia o que ele queria que eu concluísse. - Você pode viajar para qualquer realidade, até uma que você mesmo criar.

Meus olhos arregalaram.

— Como é que eu não pensei nisso antes? – Dei um pulo da cama com as energias renovadas, mentalmente porque já o meu corpo... Foi direto no chão, tive que ser segurada pelo meu pai. – Dios mio, pelo anjo! Eu posso criar um mundo perfeito, um que me fortaleça para não ficar vulnerável as ondas de magia da marca dos viajantes. Espera – Olhei para seus olhos demoníacos, um dilema me atingiu. – Eu posso ficar usando as expressões “Meu Deus” e “Pelo Anjo” sendo descendente de um príncipe do inferno?

— É meio errado. – Ele também parecia confuso.

— Eu acho outro termo para usar. – Retomei a compostura e o olhei decidida. – Preciso de todos os livros de magia que se encontram no apartamento do Marcus e vou precisar de novas referencias, preciso do dinheiro que esta debaixo da cama, e de comida! Estou morrendo de fome.

— E de um banho. – Disse com um sorriso amarelo. – Você também precisa de um.

— Olha quem fala! Tinha chuveiro lá em Edom? – Indaguei, seu silencio colocou um sorriso no meu rosto. – Mas eu vou seguir seu conselho, mas não se esqueça da comida, foco na comida!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eis que a Megan descobre o hack supremo dos viajantes.
Momento pai e filha, ownn ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "UMA INTRUSA EM CREPÚSCULO" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.