UMA INTRUSA EM CREPÚSCULO escrita por Jace Jane


Capítulo 19
Capitulo 19º - Como quiser vossa majestade.


Notas iniciais do capítulo

Gostaria de agradecer a CatrinaEvans e a Natty Farias Freitas por seu comentário no capitulo anterior.

Espero que aproveitem, terá um pouco de hot neste capitulo. Apreciem!



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O cheiro dos seus cabelos lembrava-me a essência de laranjeira, suave e agradável, fazendo-me inspirar aquele cheiro que me trazia conforto e segurança. Não sei o que teria sido de mim se os nossos caminhos não tivessem sido estranhamente cruzados e se não fosse seu interesse por viajantes, seria bem tenebroso, presa em um mundo e um país estranho, passando fome pelas ruas italianas, ou talvez em desespero tentasse se comunicar com as autoridades, para em fim descobrirem que minha existência naquele mundo nunca fora registrada desde aquele dia, como prosseguiriam? E como reagiria a tudo aquilo? Em algum momento Loki apareceria e lhe faria uma proposta, assustada com tudo, tolamente aceitaria. Não conseguia imaginar se esbarrando com os Volturi naquele cenário, se descobrisse sua localização tentaria evita-los e nunca teria se encontrado com Marcus, nunca teria colocado um sorriso em sua face e apaziguaria a melancolia de seu coração.

— O que tanto pensa? – Sua pergunta me despertou dos meus pensamentos cheios de conjecturas sobre um futuro hipotético.

— O que lhe faz pensar que eu não estava simplesmente dormindo? – Rebati com outra pergunta, em quanto minha aninhava em seus braços embaixo das cobertas.

— Sua respiração irregular. – Respondeu fazendo movimentos circulares com o polegar nas minhas costas.

— Eu poderia estar em um sono agitado – Rebati novamente, deixando escapar um sorriso maroto.

— Não no meio da tarde, ainda mais com suas dificuldades para pegar no sono.

— Você venceu. Eu estava pensando num futuro alternativo, um qual eu não teria te conhecido, em um eu que teria aceitado as palavras de Loki sem resistência. – Pensar demais em problemas ou situações hipotéticas era o maior problema de uma pessoa ansiosa. A ansiedade nos destrói com pensamentos de algo que só existia em nossa cabeça. É, no entanto inevitável, uma armadilha que uma mente ferida cria uma falsa esperança de oportunidades melhores em situações diferentes, caímos tão fundo em nossos próprios pensamentos que somos cobertos por uma escuridão sem fim.

— Porque navegar por essas águas? – Sua curiosidade não fora disfarçada, no entanto era curioso a mim também.

— Não sei. Fico surpresa por não ter feito isso antes – Não era preciso encara-lo para saber que sua face mostrava confusão e curiosidade por minhas palavras. – Sou uma pessoa naturalmente ansiosa, por tanto penso demais em tudo, minha mente anda bem calma desde que aceitei o manto dos Volturi, posso dizer até mais centralizada e menos rebelde. Normalmente fico bem agitada em ambientes desconhecidos.

— Conseguiria pensar em deixar os Volturi? – Sua pergunta soou estranha, mas estava pensando em um futuro hipotético até então.

— Se eu quisesse e fosse do meu interesse eu arrumaria as minhas coisas e partiria. – Respondi.

— Não lhe afeta inteiramente então.

Encarei seus olhos rubis com um grande ponto de interrogação.

— Desenvolva – Pedi com clara confusão.

— A maioria dos vampiros do clã é composta por aqueles que despertaram um dom em sua vida imortal, uns voltados ao físico e outros ao mental. – Não era uma informação nova aquela, mas precisava saber onde aquele assunto iria acabar. – Uma vampira em especial é capaz de criar laços forçados, impedem revoltas e traições entre os membros, incluindo a mim e Caius. Com sua chegada e seu envolvimento comigo, Chelsea deve ter sido ordenada para criar um laço afetivo ou de obrigação para com os Volturi em você. – Era uma teoria interessante.

O pensamento de trair os Volturi nunca tinha passado pela minha cabeça desde o meu primeiro encontro com Aro. A única vez que me levantei contra alguém do clã foi quando a integridade física de Marcus fora ameaçada por Jane, qualquer pessoa na minha posição pensaria em destruí-la, não? Ela causava dor em alguém que eu carregava um profundo afeto, mas o pensamento nunca se quer tinha passado pela minha mente, eu só pensava em para-la, só para livrar o Marcus da dor.

Chelsea.

— O fato de ser uma viajante deve ter bloqueado a maior parte de sua influência.

— Como assim? – Porque o fato de eu ser uma viajante era relevante?

— Viajantes não podem ser influenciados facilmente – Resumiu – Por isso Aro não pode lê-la, é um bloqueio que protege os viajantes, para impedir a revelação de seus conhecimentos. Asten explica isso no diário de Caius.

— Deveria ter lido com mais atenção – Era uma fonte de informação valiosa e o deixei escapar das minhas mãos, como fora tola.

— Terá outras oportunidades.

Será mesmo?

Com aquela informação nova um sentimento novo começava aflorar no meu interior. Aro tentava me manipular com a vampira Chelsea. Como uma mulher do século 21 não poderia aceitar ser manipulada por homens arcaicos. Teria eu ficado ao lado de Marcus, aceitado suas restrições por amor e respeito ao seu passado como viúvo ou por manipulação de Aro? A semente da duvida fora plantada.

Se um dia eu quisesse nos desprender dos Volturi, começaria com a Chelsea e eliminaria aqueles com os poderes equivalentes aos dela e libertaria o Marcus das correntes negras e escarlate dos Volturi e o levaria para um mundo ainda mais mágico, longe de vampiros e deuses manipuladores.

Respirei fundo, removendo aqueles sentimentos rubros de dentro de mim, não era hora para me deixar levar pela raiva e desejo de destruição. Precisava me distrair.

— Estava pensando em visitar o Magnus, faz tempo que não nos vemos. Loki estragou minha ultima tentativa. E será bom vê-lo. – Joguei no ar.

— Desde que... – Antes que terminasse a maldita frase o interrompi.

— Nem pensar, não quero vampiros a tiracolo – Deixei o calor das cobertas e segui para a penteadeira. – Sou forte o bastante para me defender de qualquer perigo. Pelo amor de Deus eu carrego sangue de um demônio nas veias!

Essa frase saiu estranha, mas okay.

— É para sua segurança. – Me virei e encarei seu rosto, demonstrava carinho, ele só queria me proteger, mas poxa! Eu não preciso de segurança vinte quatro horas, fora que eu posso muito bem me virar sozinha. Talvez eu devesse deixa-lo ver meus treinamentos de magia, assim ele veria que posso destruir uma estatua de mármore com alguns movimentos das minhas mãos ou com um pedaço de madeira.

Cruzei os braços e o olhei com um olhar cético.

— Às vezes você esquece que sou uma feiticeira. – Bufei ultrajada.

— Você só descobriu isso há alguns meses. – Quanta audácia.

Desviei meus olhos para a porta. Madeira maciça, para humanos ou pessoas do meu porte é considerada pesada e resistente. Seria um bom alvo. Puxei minhas mãos no ar e as juntei para então dar um impulso, a magia saiu como uma bala de canhão, destruindo a porta como se fosse feita de papel.

— Ainda me acha só uma novata? – Lancei um sorriso debochado ao ver sua expressão de espanto. – Eu não sou uma donzela indefesa, meu amor. Sou uma rainha que não tolera ser subestimada.

— Como quiser vossa majestade.

Até tu Marcus?

— Que isso lhe sirva de aviso, posso destruir mármore com a mesma facilidade que destruí aquela porta. Majestade. — Eu sou sua rainha e ele é o meu rei.

Era difícil dizer aquelas palavras quando nossos corpos transbordavam de luxuria.

— Porém, nos seria oportuno... – Disse me aproximando de seu corpo e repetindo o gesto que levou ao nosso primeiro beijo – Adiar a visita por algumas horas. – Sorri cúmplice ao sentir seus braços envoltos a minha cintura. Lancei uma rajada de magia que reparou a porta em seu estado original, nos dando privacidade.

Ao olhar para seus olhos vi que ele desejava o mesmo que eu. Fui jogada na cama em quanto ele subia em cima de mim, naquele momento não me importei em ser submissa a um homem, desde que fosse ele.

***

Minhas horas ao lado do Marcus foram bem a proveitosas, minha respiração estava acelerada, minha face estava febril, eu fui ao paraíso com aquele homem. Sendo um vampiro ele teve que se conter muito, posso pertencer ao sobrenatural como ele, mas não possuo a resistência ou força para suportar o ritmo dos vampiros.

Era para eu me sentir desconfortável em um dado momento, não é novidade que eu sou virgem, já foi dito em publico, para minha total vergonha, mas acabou que foi o Marcus que reagiu diferente, senti um ar quente no meu pescoço, pela primeira vez ele tinha se deixado sentir meu cheiro.

— Você cheira a cereja. – Seus lábios gelados beijaram meu pescoço, lançando um arrepio por todo o meu corpo, os pelos dos meus braços se arrepiaram ao toque delicado.

Sua língua deixou um rastro de saliva em meu pescoço, ele me saboreava, em quanto eu ia à loucura com seus toques sutis.

Marcus...— Gemi seu nome. Não me importei se seria perigoso um vampiro que já revelou que não sabia se poderia se controlar com o meu cheiro, tão perto do meu pescoço, mas como se importar com tantas ondas de prazer passando pelo meu corpo?

— É minha vez de lhe dar prazer. – Encarei seus olhos vermelhos, brilhavam ao encontrar os meus. Senhor que estas no céu e Lúcifer no inferno, não sei se mereço esse homem.

Sua boca desceu até o meu seio esquerdo em quanto sua mão direita apalpava o meu seio direito.

— Você é muito cheio de preliminares – Meu corpo arqueou para trás quando senti uma de suas mãos descendo até a minha intimidade.

— Isso é uma reclamação? – Perguntou depois de ter abandonado meus seios para me encarar, sua língua lambia os lábios saboreando sua presa submissa.

— Longe de mim reclamar dos seus atos divinos – Seu sorriso de canto não deu brecha para mais comentários.

Perdi-me em seus toques, eles me deixaram pegando fogo. Balancei aquelas lembranças para fora da minha cabeça, não era hora de pensar naquilo, por mais prazeroso que fosse. Lembrar-se de suas mãos frias me deixando quente onde quer que rasteja-se tirava o meu fôlego.

Céus! O corpo daquele homem nunca vai sair da minha mente, e as coisas que ele sabe fazer.

— Pensando em alguma coisa? – A voz do Marcus estava abafada já que vinha do banheiro, inspirei o cheiro que exalava no ar, o mesmo cheiro que vinha do meu shampoo e consequentemente dos meus cabelos.

— Só em uma coisa. – Sorri me virando em sua direção. A gargantilha dos Volturi estava em meu pescoço, estava vestida com um terno branco e uma blusa perolada, com uma calça social que marca bem as minhas pernas, o sorriso no rosto do vampiro mostrava que tinha escolhido bem o meu vestuário, ou era eu em si. – O quanto estou atrasada para visitar o Magnus. – Fui em sua direção e segurei seu rosto em minhas mãos em quanto ficava na ponta dos pés, e lhe dei um beijo. – Posso demorar, mas eu volto.

Peguei minha bolsa em cima da cama e atravessei o espelho da penteadeira. Estava de dia quando apareci no apartamento do Magnus. A primeira vista não parecida ter ninguém em casa. Olhei para o chão procurando peças de roupas do feiticeiro e do Shadowhunter, mas não havia nada.

— Magnus? – Chamei hesitante. Avancei no cômodo até esbarrar em um aquário. – Mas o que? Por que raios Magnus tem um lagarto?  

— Talvez não seja dele. – Meu coração deu um salto, os pelos do meu braço se arrepiaram ao ouvir a voz calma e arrastada atrás de mim.

Engoli em seco. Virei lentamente, uma sensação familiar me atingiu quando vi seu rosto, eu já tinha visto seu rosto em algum lugar. Franzi a testa em quanto tentava forçar a minha mente a se lembrar, mas nada me vinha em mente, deve ser o que dizem asiáticos é tudo igual.

— Quem é você? – Seus lábios se alargaram em um sorriso modesto.

— Eu que deveria perguntar, você é a intrusa aqui. – Rebateu o asiático. Ele transbordava uma aura suspeita, a mesma que eu sinto perto da Jane e Heide, o que me faz manter a distancia das duas.

— Sou Megan, aprendiz do Magnus. – Onde estava o Magnus, isso ta começando a ficar estranho, me sinto em um filme de terror, conversando com o assassino antes do assassinato.

— Eu sou Asmodeus, um dos sete príncipes de Edom. – Meus olhos se arregalaram no mesmo instante. What fuck Magnus! Tu invocou um príncipe do inferno, bebeu rapaz? Essa é uma boa hora para me arrepender de não ter trago minha escolta.

Pera! Asmodeus... Não era o nome do pai do Asten?

— Cheguei! – Gritou Magnus entrando pela porta da frente, desfilando como a diva que ele é.

Finalmente né, Magnus.

— Megan? – Assim que seus olhos bateram em mim o feiticeiro estancou no lugar, me olhando surpreso, seus olhos se desviaram rapidamente para a figura ao meu lado, mas logo voltou sua atenção a mim. – Você esta viva.

Sorri.

— Sentiu minha falta? – Nossa! Me senti como o Moriarty ao reencontrar Sherlock Holmes. – Você estava certo sobre o Marcus, obrigada. Tenho novidades, estamos namorando.

O feiticeiro pareceu confuso por um instante.

— Porque não veio antes?

Respirei fundo. Cruzei meus braços atrás de mim.

— É uma longa história, e sinto muito, mas fiquei receosa, mas antes de falarmos sobre isso. – Andei até ficar de frente para o feiticeiro e então agarrei seu paletó. – Você enlouqueceu? Invocar um príncipe do inferno é a coisa mais insana que um feiticeiro pode fazer! – Meus gritos foram altos o bastante para os vizinhos escutarem. Magnus se espantou com a minha reação, atrás de mim ouvi um riso de Asmodeus.

— Primeiro: Esta amassando minha roupa – Delicadamente suas mãos grossas e delicadas removeram minhas mãos do tecido de sua roupa. – Segundo: Não foi eu que o invoquei. Ele só apareceu aqui.

Seu jeito de andar me lembrou de vagamente ao Capitão Jack Sparrow, só que mais sóbrio e com mais estilo.

— Depois de invocado ele decidiu simplesmente passar aqui e lhe dar um oi? – Aquilo era muito estranho, a falta de contado visual me deixava com a pulga atrás da orelha.

— É complicado. – E foi tudo o que ele disse.

— A arvore genealógica Game of Thrones é complicado.

— Como anda seus estudos Megan? – Perguntou Magnus fugindo do assunto.

— Negligenciei um pouco, teve muitas reviravoltas – Minha vida tinha virado uma montanha russa e nem percebi. – Eu me dei bem com o Marcus, depois apareceu um dos Volturi achando que eu tinha invadido sua propriedade, essa parte foi meio constrangedora, ele invadiu meu banho. Nossa! Aquele dia foi louco, levei um empurrão do Caius por ter sacaneado com a cara dele que fui jogada para longe, o Marcus viu tudo e nooooossa, foi um barraco. – Vê o Caius apanhando foi muito satisfatório, pena que Jane tinha que se meter.

Em quando eu e Magnus colocávamos o papo em dia, seu “querido” pai ficou ouvindo tudo sentado de pernas cruzadas no sofá.

— Com Aro descobrindo minha ligação com o Marcus passei a ter guarda-costas, foi um saco! Principalmente para viajar pelo multiverso. – Peguei meu celular e comecei a mostrar as fotos que havia tirado dos meus guarda-costas e das minhas viagens. – Essa é a Lili, eu não gostava muito dela, mas tivemos um momento. – A sobrancelha do asiático arqueou sugestivamente. – Não, não foi isso que você esta pensando. Esse é o Jonathan, ele me ajudou a sequestrar uma moroi em Hogwarts. Não me julgue, você invocou um príncipe do inferno!

— Já disse que não fui eu.

— Essa é a Sidney, não tenho uma opinião formada sobre ela ainda, mas somos imortais, teremos tempo pra nos acostumar com a fuça uma da outra. – Passei para a próxima foto, era eu em frente ao muro de ameaça do banco de Gringotes. – Ah, quase esqueço. – Dei o telefone para ele segurar e desfiz o feitiço de ilusão que eu havia colocado em mim. – Eu tenho chifres e olhos legais!

— Ual.

Seus olhos arregalaram ao ver meus chifres. Ao se recuperar da surpresa seus olhos se voltaram a Asmodeus.

— Ela é uma das suas? – Asmodeus arqueou a sobrancelha igual ao Magnus tinha feito antes, com uma cara debochada.

— Não. Essas marcas são do Belfegor.

— Belfegor? – Magnus me encarou ainda mais chocado.

— Bel.. Acho que já sonhei com ele, era a cara do Jonathan.

Guardei meu celular em quanto Magnus bebia alguma bebida forte.

— Quem é Belfegor no reino demoníaco? – Olhei para Asmodeus esperando uma resposta. Magnus estava chocado demais para responder.

— Ele é um dos meus vizinhos. – Sorriu o demônio. – Um dos sete príncipes de Edom.

Fiquei mais espantada que a pintura de O Grito. Eu era filha de um príncipe do inferno!

— E eu achando que namorar um vampiro de dois mil anos de idade e receber ordens do deus trapaça nada mais poderia me surpreender. Como sempre eu estava errada. Agora sou eu quem precisa de uma bebida. – Álcool não é a resposta para todos os problemas e inconveniências da vida, mas como diz Rick Sanchez “Não pense nisso”.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?



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