For Evermore escrita por MelanieStryder


Capítulo 7
Capítulo 7 - Without You




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Assim que pude ver a varanda, percebi que alguém já me esperava. Só podia ser Edward. Ele se levantou e veio ao meu encontro. Tanta gente para ver naquela casa e tinha que ser justo ele! Para quem estava querendo esconder um monte de coisas, Edward não era uma boa opção.

_ Tude bem, leia tudo logo de uma vez. _ Como aquilo era desconfortável! Agora Edward sabia dos meus segredos mais bizarros, de tudo um pouco da minha vida escondida que eu tive fora de Forks, das coisas que eu tinha feito longe dali. Eu tentei empurrar Leah pra longe, até que fui traído por um pensamento. Olhei nos olhos de Edward e ele estava visivelmente impressionado. _ Pode me matar se você quiser. _ Eu expus meu pescoço ao puxar grosseiramente a gola da camisa. Ao invés disso ele me estendeu a mão e mostrou seus dentes brancos e afiados em um enorme sorriso. Meu Deus, teria aquele altruísmo todo fim algum dia? Eu hesitei no primeiro momento, afinal, aquilo podia ser uma armadilha, mas deixei me levar. Eu confiava cegamente naquele sanguessuga, tinha que admitir. Então veio o aperto de mão e em seguida partimos para um abraço de amigos, de velhos amigos. Desde minha chegada há alguns dias atrás, senti pela segunda vez, como era bom estar de volta.

_ Bom te ver de novo sanguessuga.

_ Bom te ver também cachorro.

_ Diga que quase morreu de saudades de mim. _ Edward com seu humor negro, como sempre.

_ Fiquei até de cama! _ Nós dois rimos feito dois bobos rodeando o assunto principal, dando a cada um, a gentileza de iniciar o assunto que me trazia até ali, mas que os dois evitavam. Então eu ri mais ainda, sentindo a tensão crescer para o meu lado. Eu não sabia como perguntar da filha dele. “Filha”.... urght! Que palavra estranha. Não combinava com o Edward ter uma filha.

_ E a minha Bella, como está?

_ A MINHA Bella está com Charlie. _ Ele frisou a palavra “minha”. _ Mas não é sobre a Bella que você quer saber.

Eu bufei. Vamos acabar logo com isso.

_ Renesmee... _ Eu murmurei e foi como um veneno entrando pela minha boca. Um doce e entorpecente veneno que me fazia me perder naquelas lembranças, doces lembranças.

_ Renesmee. _ Eu ouvi a voz de Edward bem distante. Então deixei pra lá o grande sobrado branco e encarei-o de volta. _ Então acabou mesmo?

_ Queria vê-la para ver seu eu entendia o que aconteceu.

_ Ela está por aí com Seth. Ela ia gostar de te ver.

_ Você se importa se eu invadir suas terras por algum tempo?

_ Jacob, você quer levar um soco na cara agora? _ Nós dois rimos. _ Vocês todos são sempre bem-vindos aqui. É o mínimo que eu posso fazer, depois de tudo o que vocês fizeram por nós.

_ Está bem, obrigado Edward. _ Nós apertamos nossas mãos novamente e eu já estava pronto para ir.

_ Jacob. _ Eu olhei pra ele. _ Ela é como a Bella era, lembra? Ela acha que sabe tudo, que é forte, que pode agüentar, mas ela é... sensível. Só não a machuque. Você sabe o quanto ela tem esperado por esse dia.

Depois dessa, um tijolo começou a descer pela minha garganta e eu já não tinha tanta certeza se eu queria ver Renesmee. Por outro lado, Edward tinha sido bom demais comigo e agora eu não podia ser um covarde. Eu assenti com a cabeça a tratei de me embrenhar logo na floresta densa e escura. Não demorou muito para que eu me tornasse um lobo novamente. Seria tão mais fácil se eu pudesse ler os pensamentos de Seth... Ainda era preciso algum tempo para que a matilha me reconhecesse e me aceitasse de volta. Eu corri até muito perto da fronteira entre nossas terras, até encontrar o rastro dos dois. Renesmee tinha um cheiro estranho... Não era doce e insuportável como o dos Cullen, mas não era como o cheiro de um humano. Era uma coisa para se gostar ou para se odiar e eu gostava muito daquele cheiro. Na verdade, eu temia gostar dele tanto assim. Droga, eu gostava mais do que eu desejava.

Corri naquele rastro e logo a avistei, bem de longe. Eu já devia ter imaginado que ela estaria lá na clareira. Ela amava aquele lugar, tanto quanto Bella era fascinada por ele. E pensar que um dia eu pensei em colocar fogo, sei lá, em destruir de alguma forma aquela estúpida clareira, só porque eu sabia que aquele era o refúgio da Bella e do sanguessuga. Eu ri de mim mesmo, de um dia ter arquitetado um plano tão bobo. Como se fosse adiantar alguma coisa...

Antes de sair do meio da escuridão, eu voltei à minha forma humana. Coloquei meu jeans e a camisa que já era por natureza amassada, mas estava descalço, não tinha jeito. Andei devagar até chegar na borda da clareira. Ela estava deitada na grama de costas pra mim, em meio à minúsculas flores amarelas e lilás, bem onde a lânguida luz do sol refletia.

_ Seth? _ Ela chamou por ele e depois se virou de repente. Meu coração que já pulsava irregularmente faltou sair pela boca e foi então percebi que ela estava de olhos fechados, mas mesmo assim sorria. Ela abriu os braços e deixou-os soltos sobre a grama. _ Seth? _ A voz dela...

            De repente ela abriu os olhos e seu sorriso desapareceu. Ela encolheu-se próxima à rocha que estava atrás dela e ficou olhando para mim de um jeito estranho, enquanto eu também observava cada traço novo que ela tinha e sentia minhas pernas ficarem bambas. Na verdade em nada ela me lembrava aquela criança da qual eu me despedi quando parti. Ela era uma mulher agora.

_ Renesmee. _ Minha voz saiu esquisita. Parecia que o tijolo tinha voltado. Ela se levantou. _ Você... ainda é humana? _ Meu Deus, abre um buraco no chão agora! De onde eu fui tirar essa pergunta? _ Quero dizer... eu posso me aproximar de você que não corro perigo? _ Brinquei.

Ela olhou para mim com aqueles grandes olhos escuros e eu vi as lágrimas rolarem. Sim, ela ainda era humana.

Eu esperava tudo, menos que ela chorasse. Eu não merecia lágrimas de ninguém, muito menos dela. Eu caminhei devagar até ela e ela até mim e a medida que nos aproximávamos foi ficando muito desconfortável. Dela eu só me lembrava do cheiro, no mais, agora ela era uma estranha para mim. Pior, uma estranha que chorava por mim. Eu a abracei devagar, meio sem jeito, enquanto ela apertava meus braços e soluçava em meu peito. Me senti a pior das criaturas porque eu não tinha sequer uma lágrima para ela e nem meu coração, nem minhas pernas estavam mais fora do meu controle agora.

_ Você está atrasado Jacob! Você tem noção do tanto que eu esperei por você? _ De repente ela me largou e me deu um empurrão. Então o choro aumentou e ela pulou de volta para os meus braços. Eu fiquei sem entender, olhando para ela. Por Deus, como ela era parecida com a Bella!

_ Eventualmente você vai ter que parar de chorar. _ Eu resolvi tentar ser engraçado, para ver se ela parava com aquilo, pois estava me dando agonia vê-la chorando daquele jeito. E parece que deu certo. Ela riu.

_ Eu senti tantas saudades... _ Ela olhou pra mim com os olhos vermelhos.

_ Eu também. _ Não era mentira, porque no começo, logo quando fui embora de Forks, eu achei que fosse morrer, que não seria capaz de agüentar. Depois que a Leah apareceu, devagar as coisas foram ficando mais fáceis. Mas isso ela não precisava saber.

Ela sentou-se em cima da grande pedra e eu sentei ao lado dela para conversarmos.

_ Então... comece do início. _ Ela sorria enquanto secava as lágrimas de seu próprio rosto. Depois segurou minha mão. Ela era quase fria. Foi estranho ficar de mãos dadas com ela. Eu só queria sumir dali.

_ Wow, do começo? _ Ri nervosamente. Era bom esconder umas partes, pelo menos agora. _ Bom, não há muita novidade. Eu estive todo esse tempo em Londres, estudando e trabalhando.

_ Londres? A Sue me disse que Leah também estava em Londres.

Eu devia ter ficado tão branco feito um papel com esse comentário.

_ Sério? _ Menti deslavadamente. _ Eu não sabia! Ou melhor, meu pai comentou comigo hoje pela manhã, mas até então eu não sabia.

_ Que coincidência, não acha? _ Ela tinha um enorme sorriso no rosto e não parecia nenhum pouco desconfiada. Era assombroso o fato de eu estar utilizando a inocência de Renesmee contra ela mesma, mas a verdade é que eu estava.

_ E então, pra quando é? _ Mudei rapidamente de assunto.

_ O que?

_ Quando é que você vira um sanguessuga?

Ela riu meio chateada e depois me encarou, bem séria.

_ Você fala como se eu fosse ter um bebê ou algo parecido, quando na verdade, você está perguntando quando é que eu vou morrer. Você acha fácil assim?

_ Hey! Sério mesmo, não entendi porque você ficou chateada. Desculpa. _ Que papo era aquele de morrer? Ela só ia se tornar uma sanguessuga, e aí? Não entendi nada. Essa nova Renesmee era um tanto quanto complicada.

_ Deixa pra lá Jacob...

Tá bom, vou ficar quieto então! Mas aquele silêncio estava sendo pior do que se estivéssemos discutindo sobre qualquer assunto, porque me fazia prestar mais atenção ainda na mão fria dela colada na minha.

_ E então, o que você achou de mim? Faz tempo que a gente não se vê...

Eu virei para ela e observei seu rosto.

_ Você... _ Gaguejei. Droga!

_ Fala.

_ É estranho, você...  Eu não me lembro de você assim tão... diferente. É como se eu não te conhecesse, como se você fosse uma estranha pra mim.

Eu fui bem sincero nessa resposta, mas me arrependi logo depois, pela expressão de decepção que tinha aparecido no rosto dela.

_ Uma estranha? _ Ela riu de um jeito nervoso. Estava magoada, eu sabia.

_ Não leve a mal Renesmee, mas é como se eu tivesse te conhecendo agora, exceto pelo fato de você parecer muito com a Bella quando ela era normal.

_ Normal? _ Ela fitou-me com os olhos arregalados e brilhantes.

Novamente aquela fraqueza nas pernas começava a tomar conta de mim.  Então ela cruzou os braços e virou o rosto para fora do meu alcance. Eu percebi que ela apertava forte a mandíbula e evitava piscar. Devia estar engolindo o choro.

_ Você está muito diferente Jacob Black! _ Sua voz estava embargada e um tanto quanto cheia de ressentimento.

_ Renesmee, me desculpe. _ Me levantei e parei na frente dela. Segurei suas mãos e a puxei para bem perto de mim. _ Eu sou o mesmo Jacob de sempre, você é que está muito diferente. _ Ela tentou evitar meus olhos, mas eu insisti, até conseguir que ela olhasse pra mim. Eu encostei minha testa na dela, como costumávamos fazer há alguns anos atrás, mas, inesperadamente, senti as mãos dela deslizando sobre meu peito até chegar nos ombros e quando me dei conta, nossas bocas estavam perto demais uma da outra, como nunca estiveram antes e em seguida, senti os lábios frios dela em meu queixo.

Eu dei um passo atrás e ela abriu os olhos assustada.

_ Acho melhor eu ir para casa.

Ela estava triste... Droga! Afinal, o que ela esperava? Um beijo? Claro, óbvio! Como eu era burro! Certeza que era isso! Depois de tantos anos e eu ainda não tinha aprendido a adivinhar o pensamento delas. Mas eu não podia... eu não podia e certamente ela não me entenderia. E agora eu não sabia o que fazer, com ela ali na minha frente, lágrimas nos olhos, ferida por dentro, ferida por mim.

Quando dei por mim, ela tinha sumido da clareira. Ela parecia ainda mais rápida do que quando era criança.

Tirei depressa as minhas roupas e deixei que o lobo que existia dentro de mim surgisse. Algum tempo depois, eu já estava em seu rastro, correndo em seus calcanhares. Rosnei alto, na esperança que ela entendesse que precisava parar. Claro que ela entendeu, então correu mais depressa ainda. Eu me lembrava muito bem daquele caminho... Estávamos indo em direção à cidade. Ela só podia estar louca! Antes que eu pudesse concluir meus pensamentos, vi uma luz forte na minha frente e o barulho ensurdecedor da buzina do caminhão. Saltei para o outro lado da pista antes que ele se chocasse comigo. Ela era louca! Ficar atravessando aquela parte da rodovia, naquela hora do dia, não era uma coisa boa de fazer quando se estava querendo esconder sua identidade. E se um carro a tivesse pego? Louca!

Mas eu ia alcançá-la, eu ia caçá-la. Corri ainda mais, até estar bem perto dela. Não me importei em ter entrado nas terras dos Cullen, pois naquele momento, tudo o que eu pensava era em pará-la. As árvores passavam por nós feito borrões numa pintura abstrata, tamanha era nossa velocidade. Por sorte, ela ainda era humana e acho até que ela não tinha percebido, mas a medida que o grande sobrado branco se aproximava, e fleches de uma luz clara se mostravam visíveis na densa floresta, Renesmee corria mais devagar. Preparei-me para o melhor salto, como um predador, prestes a saltar sobre sua presa. Impulsionei as patas traseiras contra o chão, utilizando de todas as minhas forças e enquanto estava no ar, completamente sobre ela, transformei-me de volta em humano, pois não era minha intenção machucá-la. Alcancei o casaco de nylon e a fina blusa de lã que ela usava, rasgando-os quase que por completo.

_ Renesmee! _ Gritei quando caí no chão. Ela tinha sido mais rápida do que eu esperava. Eu fiquei lá, deitado com as roupas delas em minhas mãos, enquanto a observava por entre as árvores, correr para dentro do sobrado branco.

Enquanto me vestia, vi a porta da frente se abrindo e Bella saiu de dentro da casa. Ela gritava meu nome.

Saí do meio das árvores e em poucos segundo, ela já estava do meu lado.

_ O que é isso Jacob? _ Ela pegou os farrapos das roupas de Renesmee no chão. _ O que está acontecendo? _ Estava nervosa.

_ Oi Bella. _ Finalmente, terminei de vestir a camisa.

_ O que aconteceu Jacob? Vamos, eu estou esperando uma resposta! _ Ela quase gritou.

_ Você sabia que sua filha costuma atravessar rodovias correndo feito uma vampira louca em pleno dia? Você sabe que esse povo quando começa a falar... _ Tentei mudar de assunto.

_ Eu não estou falando disso Jacob, me poupe! _ Ela jogou os trapos no chão. _ Você vai embora, volta, não cumpre suas promessas, você persegue minha filha, os dois quase se matam no meio da floresta... Jacob, você podia tê-la matado e...

Eu a interrompi. Não, aquilo eu não ia admitir.

_ Eu nunca machucaria Renesmee. _ Falei mais alto.

_ Mas machucou! Está machucando todos os dias! A machucou agora, você não vê o que está fazendo?

_ Eu não prometi que ía amá-la! _ Gritei com Bella como nunca pensei que fosse capaz de fazer.

_ O que? _ Ela pareceu atordoada.

_ Edward não te contou?

Ela olhou para mim assustada.

_ Não... Contou o que?

Parece que o sanguessuga não tinha mesmo contado. Até nisso ele era bom.

_ Pois então peça pra ele te contar Bella. Mas não me julgue sem antes saber, por favor. _ Voltei ao meu tom normal.

_ Pois não machuque mais a minha filha Jacob, é tudo o que eu te peço em troca.

_ Receio que isso seja impossível...

Saí andando devagar pela trilha de carros e deixei Bella sozinha, para que ela tirasse as próprias conclusões. Bella era esperta e com certeza não precisaria de Edward para lhe dizer o que estava acontecendo.


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Notas finais do capítulo

E então?
Posto o próximo assim que tiverem coments!
Bjus



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