For Evermore escrita por MelanieStryder


Capítulo 35
Capítulo 35 - Where the Heart Is


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo!!!!!!!!!!!
Não me matem, mas foi o final que eu imaginei
))

Não haviam mesmo jeito de els ficarem juntos, não havia uma fórmula milagrosa que fizesse com que ela não se tornasse vampira... Sorry, foi o melhor final q eu pude imaginar...

E eu gostei dele! hehehe



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Depois de alguns dias, Alice passou a me visitar. Ela me parecia bem mellhor e embora eu insistisse para que ela me contasse o que tinha acontecido com ela; porque as visões dos lobisomens tinham cessado; ela nunca me dizia nada. Sinceramente, eu não podia imaginar o motivo, mas desconfiava que coisa boa não era. Não me preocupei muito com isso, afinal, o que poderia ser pior do que a vida que eu estava levando?

Jacob e eu trocamos inúmeras cartas e às vezes eu podia sentí-lo presente, por horas a fio, encostado no outro lado da porta. Eu tentava de todas as formas tocá-lo através da estreita fenda que se formava entre o aço e o chão, mas era impossível. Aí eu me desesperada, louca, completamente alucianada com o cheiro quase humano que Jacob exalava. Geralmente, depois desse tipo de encontro, Rosalie me trazia “um banquete” para que eu me acalmasse.

Eu era como uma fera enjaulada. Jacob me disse que minha cela ficava no subsolo de uma enorme e antiga construção de rochas, que possuía três andares. Ele me contou que seu quarto ficava no último andar, do outro lado da casa, mas para mim, era como se ele estivesse no cômodo ao lado.

Vez ou outra eu sentia um odor de algum humano diferente que passava pela rodovia ou por uma das estradas construídas por antigos moradores daquela região. Esses dias eram os piores para mim, pois o cheiro daquelas pessoas me atormetava indescritivelmente.

Desde que comecei a escrever para Jacob, eu passei a viver sozinha naquele quarto. Eu não queria que minha mãe ficasse por lá todo momento; eu não queria ser um peso para ninguém. Durante grande parte do dia eu investia meus pensamentos em Jacob. Quando eu não estava focada nele, me esforçava para esquercer que meu filho um dia existiu.

Depois de algum tempo nesta rotina, comecei a perceber que dia ou outro, eu me esquecia de Jacob, do fato de que ele estava ali. Ephram já era quase fruto da minha imaginação. Foi aí que eu me dei conta de que não havia mais esperança para mim, para nós dois. Eu não conseguia mais enxergar um futuro em que Jacob não estivesse morto em meus braços e que Ephram fosse minha próxima vítima.

Uma forte depressão passou a guiar minha vida e em pouco tempo, eu estava completamente perdida dentro dela. Passei dias sem me mexer e se dependesse de mim, eu continuaria assim para todo o sempre. Eu queria que alguém viesse me ver e desligasse o botão, que puxasse o fio da tomada, que fizesse qualquer coisa para me apagar desse mundo. Toda vez que Rosalie trazia um animal para meu quarto, eu desejava que ela enchesse as bordas da minha cama de lenha e deixasse os ursos e leopardos me despedaçarem e depois acendesse uma fogueira para acabar com todo o resto de mim.

Quando cheguei neste ponto, eu já não respondia mais às cartas de Jacob. Era tão ruim que um dia, Carlisle anunciou que havia chegado a hora de eu me encontrar com ele. Sinceramente, eu não me importei. Não fazia mais diferença, pois nada iria mudar a partir desse encontro. Naquele dia, Rosalie me trouxe dois ursos grandes e me obrigou a sorver todo o sangue deles, até a última gota.

Alice me ajudou a trocar de roupa, para que eu parecesse menos odiosa. Eu me observei no espelho, principalmente os meus olhos, que nunca perderam o tom vermelho vivo.

Me puseram sentada numa cadeira, amarraram meus pulsos e Emmett puxou meus braços para trás e permaneceu segurando-os. Ele era muito, extremamente delicado, mas eu não me importaria se ele fosse rude. Eu era uma fera e deveria ser tratada como tal. Justo. Em seguida, Carlisle e meu pai sentaram-se no chão, cada um segurando uma perna. Jasper tocou meus ombros suavemente e a partir daí, eu me senti completamente colada no chão.

A porta se abriu e as quatro vampiras entraram na frente. O último foi Jacob. Meu corpo reagiu violentamente ao vê-lo e um rugido ensurdecedor brotou de dentro de mim. Emmett apertou meus braços com força, tentando me fazer ficar sentada na cadeira, enquanto Jasper murmurava palavras de conforto e tentava enganar minha mente.

Eu passei a respirar com dificuldade, embora não fosse mais necessário. Mais um velho constume humano... Rosalie e Alice relaxaram de sua posição de ataque e abriram caminho para que Jacob pudesse me ver. Nossos olhos se encontraram e ele esboçou um sorriso triste.

Meu velho nó na garganta surgiu e a dor chegou em mim através de ondas pesadas. Eu não podia mais fitá-lo, era demais para mim. Abaixei a cabeça, numa tentativa de conter os tremores e solavancos involuntários do predador que eu era. Tranquei a respiração para ver se a queimação na garganta diminuía e apertei os olhos, como se fosse possível esquecer que ele estava ali. Era tão mais ruim vê-lo e querer matá-lo do que estar trancafiada naquele quarto e apenas sonhar com o gosto do seu sangue. Ao vivo, me parecia um pecado imperdoável, algo irreparável.

_ Você está linda, Ness. Como eu achei que seria. _ Ele falou baixo, direcionado exclusivamente à mim, como se não tivesse mais ninguém naquele quarto.

_ É melhor você ir agora. _ Eu grunhi entre os dentes.

_ Ness, só me deixa tentar...

Jacob deu três passos para frente e  ficou perigosamente perto de mim.

_ Jacob, volte para trás. _ Meu pai praticamente ordenou. Eu podia sentir suas mãos prestes a rachar uma de minhas pernas.

_ Não é... Não é seguro. _ Eu voltei a fitá-lo. Ele estava tão perto dessa vez, tão irresistivelmente perto, que eu não podia deixar de observá-lo. Jacob era lindo, tentadoramente lindo. Imagina o gosto... Ahh!

Ele abaixou-se até minha altura e tocou meu rosto. Sua mão queimou na minha pele e minha boca se encheu de veneno.

_ Jacob! _ Alice gritou antes de acontecer, mas sua visão chegou atrasada.

Tarde demais.

Consegui arrancar um dos meus braços das mãos fortes de Emmett e lancei-o ferozmente em direção ao pescoço de Jacob. Escutei meu próprio grito, no qual eu repudiava minha atitude, enquanto eu vislumbrava; cheia de desejos insanos; as gotas de sangue brotando do pescoço dele e as que ficaram debaixo das minhas unhas.

Minha mãe saltou na frente de Jacob antes que eu conseguisse agarrá-lo.

Sentindo a batalha perdida, me deliciei com as minúsculas gotas vermelhas que escorriam pelos meus dedos. Chupei todas elas, todas, todas! Quando finalmente abri os olhos, os vampiros me observavam com horror, exceto Jacob, que pressionava o ferimento com força, tentando conter a carreira de sangue que pingava pelo seu cotovelo.

_ Chega! Chega! Jacob, sai! _ A voz da minha mãe ecoou pela casa vazia, enquanto ela o empurrava para fora do quarto.

_ Jake, perdão, perdão! _ Eu implorei, verdadeiramente.

A porta se fechou e eu me vi sozinha novamente.

Embora contra minha vontade, porém, completamente tomada pelo meu instinto, eu me joguei no chão, a procura do sangue que Jacob havia derramado.

...

“Olá!

Espero que você me escreva de volta. Por favor Ness, por favor!

Eu não estou bravo pelo que aconteceu hoje, só fiquei um pouco assustado. Mas não se preocupe, não há mais feridas. As cicatrizes estão bem pequenas e frias, como uma que sua mãe tinha na mão quando ela ainda era humana.

Esqueça isso... Bem, confesso que valeu a pena! Te ver, compensou todo o sacrifício. Oh Ness, você já se viu no espelho? Está... deslumbrante!

Sei que você gosta de saber, então, hoje completaram cinco meses que nós chegamos aqui. Não se preocupe com isso, ainda temos muito tempo...

Ainda hoje falei com o Ephram pelo telefone. Quero dizer, você sabe, ele apenas balbuciou algumas palavras.

Ephram e eu te amamos. Mantenha-se firme, por nós.

Jacob.”

Há muito tempo que eu sabia que a carta estava lá, mas não tiver vontade de levantar para pegá-la, embora eu não conseguisse parar de olhar para ela.

No dia seguinte, me levantei devagar e andei descalça até a porta. Abri o envelope e comecei a ler.

Minutos depois, sentei-me na escrivaninha. Peguei uma folha de papel do meio daquele caderno simple (sim, eu ignorei as folhas lindas de Esme) e uma caneta preta.

Cinco meses. Todo esse tempo havia se passado e nada havia mudado. Na verdade, o mundo continuou girando, as pessoas lá fora continuaram vivendo, menos eu. Lancei uma lembrança extremamente clara de Ephram à minha mente... Meu filho já não deve se parecer mais com o bebê que eu abandonei. Ele precisa do pai e o pai precisa do filho.

Comecei a escrever minha última carta para Jacob.

...

 “Jacob,

Esse inferno da eternidade não tem fim. É irônico, mas só agora eu me dei conta disso, o que aliás, é óbvio! Na realidade sempre foi, mas eu nunca quis aceitar. Nem você... Hoje eu me dei conta de que eu estou perdida dentro dele.

Não há fé, não há salvação, não há esperanças, não há amor.

Estou tentando ser o mais clara possível, tentando de todas as formas te dizer, te fazer entender que eu não te amo mais.Te dizer adeus... Isso é um adeus, Jacob.

Eu não quero mais você. Case com outra.”

...

Três dias depois, recebi a notícia de que Jacob havia partido. Eu nunca quis saber dos detalhes, o que importava era que ele tinha feito o que eu lhe pedi. Eu tinha todo o tempo do mundo para amá-lo secretamente e ele já tinha vivido quase um terço de sua vida preso à mim. Ele merecia ser livre, ele merecia viver. Ephram merecia um pai.

...

Poucas semanas depois, minha mãe e Alice entraram no quarto e sentaram-se na cama. Eu, que estava encostada na cabeceira, fitei-as.

_  Jacob ligou...

Antes que ela terminasse, eu a interrompi.

_ Eu não quero saber. _ Eu disse sem vontade, olhando fixamente para a figura da vampira pálida pendurada na parece.

_ É importante. _ Ela insistiu com extrema gentileza.

Eu fitei as duas durante alguns segundos.

_ Não há nada que eu precise saber. Por favor, me polpem dos detalhes. _ Minha voz saiu quase num sussurro.

_ É de seu total interesse, você precisa saber. _ Alice completou.

Inspirei profundamente, já preparando minha armadura interna contra a onda de dor que viria em seguida.

_ Diga.

_ É sobre Ephram...

Escutar o nome dele foi quase como se meu coração tivesse pulsado novamente.

_ O que tem ele?

Minha mãe baixou os olhos evitando contato comigo e permaneceu em silêncio.

Meu corpo estremeceu.

_ Alice?

Ela me fitou por alguns poucos instantes e depois disso, a mesma reação de minha mãe.

Ahh, meu Ephram! Meu Ephram, não! Não o meu bebê!

Eu agarrei firme o tecido da colcha e os enrolei com força entre minhas mãos.

_ Como foi... Como foi que aconteceu?

_ Jacob disse que ele andava meio doentinho há alguns dias, mas que na noite passada teve febre muito alta. Ele o medicou, mas logo pela manhã, houve uma convulsão muito forte. Eles o levaram para o hospital, mas não teve jeito. Ele já estava morto...

Eu não sabia o que dizer ou fazer. Estava sem chão. Só de pensar que meu bebê, aquele que eu carreguei dentro de mim por tanto tempo, aquele que era um pedacinho de Jacob para eu amar tanto quanto eu o amava... Ahh! Jacob devia estar em frangalhos, mas, diante das circunstâncias e considerando que Jacob jamais deveria voltar ao Alasca para ficar comigo, fui aos poucos encarando aquela trágica realidade.

_ Eu sinto muito...

_ Por favor, só deixem sozinha por algum tempo. _ Era a única coisa que eu podia pedir naquele momento e elas fizeram.

A partir daquele dia, eu empurrei Ephram e Jacob para o fundo das minhas lembranças, principalmente meu filho, que já não vivia mais neste mundo.

Eu nunca mais encontrei a paz de espírito que um dia tive quando estava ao lado de Jacob; com a nossa família; mas depois de muito tempo na angústia da minha solidão, aprendi a suportar a presença constante daquela dor sem fim.

...

Vagarosamente, segundo a segundo, quatro anos se passaram.

...

Já passava da meia-noite, porém, ainda era possível ver o sol brilhando no horizonte. A neve caía fraca e calma sobre os montes irregulares e brancos do mesmo material que forrava toda a planície. Algumas rochas cobertas de musgo começavam a aparecer e as árvores da pequena floresta próxima a um dos lagos gêmeos, mostravam magestrosas suas folhas grossas e da cor verde-musgo.

Silêncio absoluto, exceto pelo roçado de minhas botas contra o gelo. Sentei-me no chão, me encostando na árvore de sempre e permaneci imóvel por um longo período, vislumbrando o nada, pensando em nada.

Vez ou outra eles me deixavam sair de casa. Era como uma espécie de teste e para evitar qualquer infortúnio, a madrugada era sempre escolhida, pois dificilmente algum humano saía de casa neste horário. Dificilmente, mas não nunca. Nas somente três vezes quando estes resolveram dar um passei à luz do sol da meia-noite, eles não voltaram para casa. Os corpos nunca foram encontrados, eu os ocultei com perfeição. A cada humano assassinado o monstro crescia dentro de mim e eu tinha cada vez mais consciência da aberração que eu era. Já não havia mais culpa ou sofrimento pela resignação. Eu apenas existia.

Inflei o peito algumas vezes, tentando me lembrar de como era respirar. Subtamente, um aroma delicioso foi sugado para dentro do meu corpo morto. Apertei meus olhos brevemente, me deleitando naquele raro momento. Eu podia sentir cada pêlo do meu corpo se eriçando, os músculos se enrijecendo, o veneno acumulando-se dentro da minha boca... Hummm... Era carne fresca, carne humana, não havia dúvidas! Antes que eu pudesse me por de olhos abertos e fazer contato visual com minha vítima, um fedor foi igualmente tragado para dentro de mim. Nojento, asqueiroso, repulsivo! Novamente os pêlos ficaram a postos e uma espécie de adrenalina foi lançada em meu sistema.

Eu vi um carro grande e escuro estacionar a uns cem metros de mim; bem longe; na velha e inútil trilha, que só servia mesmo para minha família e alguns poucos desafortunados que teimavam em passar por ali enquanto eu estava “solta”.

Eu já arfava enquanto pressentia o momento exato em que o condutor iria descer. O fato de eu não conseguir vê-lo pelo vidro embaçado e cheio de gelo só aumentava minha tensão, me dava ainda mais tempo para planejar a emboscada, para imaginar o sangue descendo pela minha garganta que queimava constante e dolorosamente nos últimos quatro anos de exílio. Quatro anos, dois meses, treze dias, quatorze horas. Três vítimas. Três inocentes, mortos para satisfazer meu desejo demoníaco. O pior (ou melhor) de tudo é que eu não me importava; não mais. Eu havia me tornado o monstro que durante toda a minha vida eu havia temido ser, eu era a prior criatura que existia na face da terra. Repulsiva, sórdida, pecaminosa, letal e ainda sim eu não podia me incluir no grupo das criaturas vivas. Meu corpo estava corrompido, putrefacto, seco. Minha consciência, meu discernimento, meus valores e minhas crenças também haviam ido embora. Talvez porque eu não tivesse mais alma... Um corpo sem alma, vagando, perdido neste planeta, eternamente preso no tempo.

O barulho da porta do carro se fechando me trouxe de volta a realidade. Eu empurrei com força o gelo duro do chão, através da sola das minhas botas, fazendo com que minhas costas pressionassem cada vez mais o tronco da velha árvore.

Era um homem, eu podia ver daqui. Ele deu a volta no carro e parou ao lado da porta do passageiro. Ele parecia estar me vendo, pois permaneceu assim por um bom tempo de pé, fitando-me de longe. Pobre homem... Se ele soubesse o que estava prestes a acontecer... Não teria vindo até aqui.

Minhas mãos arranharam nervosamente o chão na tentativa de evitar o inevitável, enquanto eu ouvia um baixo rosnado embaixo do meu peito. As mãos me queriam fazer parar, suportar a excitação, aquela inflamação cerebral, o desejo incontrolável, enquanto minha voz interna implorava para que eu terminasse logo com isso, que eu bebesse o sangue daquele inocente para que por apenas um minuto eu me sentisse gloriosa, embora eu soubesse que depois, minha jornada neste planeta se tornaria um pouco mais miserável e despresível.

Ele devia ter sentido a tensão no ar, a ameaça eminente. Eu não podia entender, mas aquele homem começou a caminhar em minha direção. Instintivamente eu deixei facilmente que a voz dentro de mim tomasse força e controlasse meu corpo e minha mente. Não me importei com o que o humano estava vendo e puz-me em posição de ataque, agachada no chão repleto de gelo, feito um animal selvagem, porém, mais rápida do que qualquer um deles.

_ Você não devia estar aqui. _ Minha voz saiu perturbada em meio às ondulações provocadas pela minha falsa respiração, embora não tivesse perdido o tom de ameaça, ao mesmo tempo que continha uma tentiva de aviso do que estava por vir. Eu tentei esconder meus olhos vermelhos dele, eu tentava não encará-lo, mas era impossível.

Ao invés de recuar, o homem continuou andando em minha direção, parecendo não se importar com a coisa fora do comum que eu era. Então eu não consegui mais permanecer em meu lugar. Eu espreitava minha presa por entre os pequenos montes de gelo enquanto ziguezagueava em meio aos grandes blocos de neve, em sua direção. Quando já estávamos perto o suficiente para que eu impulsionasse meu corpo e engolisse sua cabeça, ele parou de andar. Eu me disfarcei ao lado de uma grande rocha e continuei observando-o, a espera do momento perfeito para o golpe derradeiro.

Nunca havia sido assim com os outros humanos que matei. Tudo era sempre muito rápido, um banho de sangue, quase uma orgia. Mas esse... Esse humano era bonito e diferente de tudo que o Alasca tinha a me oferecer: palidez, monotonia e solição. Esse humano era alto e forte; eu podia imaginá-lo debaixo daquelas roupas. Seus olhos negros se destacavam em seu rosto perfeitamente desenhado e sua pele cor de bronze me fazia lembrar vagamente do que era o sol da Califórnia. Seus lábios carnudos saltavam em seu maxilar notavelmente anguloso e másculo, enquanto seu cabelo escuro e denso emoldurava seu rosto. Era quase uma miragem...

Meus músculos relaxaram-se e eu senti-me mole, como se fosse cair. Me segurei na pedra e busquei novamente o controle da situação, na tentativa de esconder meus sintomas sem sentido.

_ Renesmee.

Sua voz inundou meus pensamentos e arrancou a razão e todo o resto de lucidez que eu ainda carregava comigo. Eu voltei a me sentir perturbada, perdida. Como se fosse possível, meu coração doeu dentro do peito, ou talvez tenha sido uma vaga lembrança de como ele doía antes.

Ele deu mais alguns passos até mim e seus braços vieram em minha direção.

_ Renesmee.

Eu me levantei e recuei. Novamente aquele odor pertubadoramente explêndido foi trazido até minhas narinas, seguido por um cheiro insuportavelmente ruim, o que me levou a pensar em como ele sabia meu nome.

_ Ness... Você não se lembra de mim? Sou eu, Jacob!

_ Jake... _ Eu pronunciei imediatamente, embora não fizesse idéia do que estava falando, de quem era aquele tal Jacob.

Eu podia ver e sentir o desapontamento em seus olhos. Eu conhecia muito bem aqueles olhos, aquela expressão. Doía em mim.

_ Você não se lembra de mim?

_ Não. _ Eu fui seca. _ Agora vá embora, você teve a sua chance. _ Não pude deixar de fitar seu pescoço e as grandes veias que passeavam por ali, levando aquele líquido sagrado para todo seu corpo. Era hipnotizante.

_ Ness. _ Mais um pequeno passo à frente. _ Nós nos casamos, tivemos um filho, você não se lembra? Não se lembra do nosso bebe?? Ephram!?

_ Ephram... _ Mais uma vez, palavras saíram de minha boca sem que antes viessem até minha mente. Eu podia ver aquele lindo bebê em meus braços, sorrindo para mim, tão inocente... Enquanto isso, meu peito se enchia do mais perfeito e puro amor.

_ Eprahm! _ Eu me lembrava de tudo, absolutamente tudo! Foi como achar a ponta do mais fino fio de nylon em meio a um emaranhadode fios. Eu puxei a ponta e trouxe tudo à tona, TUDO. _ Jacob? Jacob? _ E vi meu Jake pela primeira vez em muitos anos, ali, parado bem perto de mim; do perigo. _ O que você está fazendo aqui?? _ Eu busquei por todos os lados um socorro, alguém, uma explicação!

Imediatamente eu reconheci seu cheiro, sua carne, seu sangue. Meu corpo estremeceu, tamanha era minha vontade de exterminá-lo.

_ Você não devia ter vindo! Você prometeu! _ Eu solucei, embora quisesse chorar.

_ Ness... Eu não posso mais, não posso mais ficar longe de você! Já se passaram tantos anos...

_ Você prometeu!

_ Eu nunca disse que não quebraria essa promessa.

Inesperadamente, um filhote de lobo de uma cor branca como eu jamais havia visto pulou do meio das árvores em nossa direção. Ele parou ao lado de Jacob. Eu inspirei, mas não conseguia cheirá-lo. O ódio por aquela critura repulsiva que ainda habitava dentro de mim falou mais alto e eu me lembrei do fato de que os lobos eram nossos inimigos legítimos.

_ Você não devia ter trazido esse lobo para cá. _ Fitei-o enquanto sentia o veneno voltar na minha boca. Apesar de odioso, o pequeno lobo era lindo, diferente de todos os lobos que eu havia aniquilado naquela floresta. Seu pelo era branco feito o gelo do chão, sedoso e denso feito a pele dos poucos tigres que eu havia encontrado e extinto da reserva.

Com um movimento das mãos e algumas palavras que eu não entendi, Jacob espantou o animal.

_ Você devia fazer o mesmo que ele, antes que eu não consiga mais me controlar.

_ Você não vai me machucar, eu sei...

_ Você não tem idéia de como tudo mudou... _ Eu lamentei enquanto a memória da última lembrança que eu tinha de meu pequeno Ephram era lançada das profundezas das minhas recordações até minha mente, feito tapas e chacoalhões. Eu ainda não conseguia aceitar a idéia de que aquele bebê estava morto e enterrado em um pequeno cemitério da aldeia Quileutte, no qual eu jamais poderia me aproximar para vê-lo; para chorar por ele. _ Nós não temos mais nada em comum Jake. Tudo o que tínhamos, nosso filho, ele... _ Encostei-me na rocha. Eu podia pensar a todo momento, mas verbalizar aquela palavra ainda era quase impossível para mim. _ ... está morto, você sabe.

Antes que Jacob me dissesse qualquer coisa, um barulho me chamou a atenção, seguido da imagem de uma pequena criança que corria em nossa direção, enrolado em um sobretudo de adulto.

Meu corpo estremeceu a medida que a criança chegava mais perto. Eu não queria matá-la, no entanto, eu desejava, desejavan tanto... Perdidamente! Era um sentimento novo.

_ Jacob! _ Eu queria poder gritar para implorar que ele o impedisse de se aproximar, mas quanto mais o pequeno garoto corria pra perto de mim, mais eu reconhecia cada traço do seu rosto alvo e infantil.

Apertei meus olhos e me agarrei à rocha. Na certa Jacob daria um jeito de impedí-lo de se aproximar, de me tocar. Eu podia sentir meus dedos penetrando lentamente naquele material rígido, enquanto eu tentava não engolir o ar.

_ Mamãe! _ Eu ouvi a voz fina da criança, seguida da sensação de suas mãos apertando minhas pernas e puxando minha minha blusa.

Abri os olhos e me supreendi comigo mesma. Eu não sentia desejo algum de sugar seu sangue, absolutamente nada! O pequeno me olhou nos olhos, sem demonstrar medo algum da cor vibrante e fora do comum que eles tinham. Eu olhei nos olhos dele. Sua pele era pálida feito a minha, seus cabelos lisos e negros voavam na leve brisa de verão do Alasca e seus olhos pequeninos e verdes procuram por meu amor. Era ele! Meu Ephram, meu Ephram! Mas como?

Eu não conseguia raciocinar, meu corpo todo ainda estava trêmulo, mas eu tinha certeza absoluta de que era meu filho, de que eu não podia descepcioná-lo. Então eu me abaixei e pus-me de joelhos, evitando tocá-lo, para que eu não pudesse de forma alguma machucá-lo.

_ Mamãe! _ Ele prendeu seus braços em torno do meu pescoço e eu podia sentir seu rostinho infantil e quente encostado no meu. Me atrevi a deixei o ar entrar em meus pulmões e senti novamente o cheiro do meu bebê. Eu queria poder chorar agora...

Jacob sorria enquanto olhava para nós.

_ Como é possível? Como? Você disse que... Você disse que ele estava... _ Eu não consegui dizer aquela palavra.

_ Eu sei. Até hoje não sei se fiz certo ou errado em mentir dessa forma para você, mas... Renesmee, naquela época, não havia saída! Eu jamais te abandonei, mas Ephram era muito pequeno e ele precisava de mim.

Eu fiquei sem saber o que dizer por um longo minuto.

_ Ness, você me perdoa?

_ Tudo bem...

_ É uma longa história... Eu vou te contar tudo, mas numa outra hora.

Jacob se aproximou.

_ Jake, por favor, não chegue perto.

Eu me afastei.

_ Eu sei que você não vai nos machucar. É esse o milagre de eu eu sempre falei, Ness! Nosso Ephram, eu sempre soube que ele era especial e agora nós estamos aqui, os três, pra provar que nosso amor pode vencer todas as barreiras! _ Jacob tocou meu rosto com suas mãos quentes e eu não podia entender como é que eu ainda não tinha acabado com os dois. _ Ephram é a chave, percebe?

Uma de suas mãos buscou as minhas, que estavam rígidas junto ao meu corpo. Ele as apertou, fazendo meu corpo queimar com seu calor. Seus dedos entrelaçaram nos meus e era como se ele dissesse “Vê? Nada mais vais nos separar”. Eu custava a acreditar, era surreal o que estava acontecendo! Devastada pela dor do que aconteceria a qualquer momento com as duas pessoas que eu mais amava, fechei meus olhos em lamento. Quando dei por mim, os lábios cálidos de Jacob pressionaram os meus. Foi como se a vida tivesse sendo insuflada para dentro de mim novamente. Todas as recordações voltaram de uma única vez e explodiam uma atrás da outra bem na minha frente.

_ Jake, é perigoso... _ Dei mais um passo atrás, embora uma de minhas mãos já estivesse enlaçando-o pelo pescoço. Soltei rapidamente. Como eu pude?!

_ Desculpe...

Ele deu outro passo grande em minha direção e me pegou de volta.

_ Hey, está tudo bem...

_ Eu também quero! _ O pequeno garotinho sorria para nós dois. Jacob o pegou no colo para que ele participasse do meu delírio. Só podia ser uma grande alucinação tudo o que estava acontecendo.

Ephram me apertou entre suas mãos. Ele parecia estar medindo cada milímetro do meu rosto.

_ Você sabe quem eu sou? _ Soou engraçado ele me perguntando, quando na verdade era eu quem devia estar dando explicações à ele.

_ Sei, claro. _ Minha voz saiu com dificuldade.

_ Você está diferente da foto que papai me deu. Ele disse que você é uma vampira agora.

Olhei para Jacob sem saber o que dizer.

_ Vá em frente! _ Foi tudo o que ele me disse, com um sorriso largo no rosto. Jacob pegou uma de minhas mãos e tentou colocar sobre o rosto de Ephram, mas eu relutei no primeiro momento. Ele manteve a força em suas mãos e aquele mesmo olhar me dizendo que tudo era possível, que sim, eu podia, eu devia, por Ephram. Eu parei de resistir e quando ele sentiu meu toque, sorriu pra mim.

_ Mamãe, quer ver o que eu sei fazer? _ Ele me olhou animado.

Eu sorri, incrédula pelo que tinha acabado de acontecer.

Ephram saltou dos braços de Jacob e foi como se ele tivesse desaparecido no ar. O sobretudo caiu no chão e algo se mecheu embaixo dele.

Aquilo me assutou, mas não a ponto de me impedir de erguer o grosso tecido e ver o mesmo filhote de lobo branco que a pouco eu tinha visto.

_ Minha nossa! Era Ephram nas visões de Alice! Só pode!

_ Ele estava louco pra te mostrar. _ Jacob deu de ombros.

_ Mas... Eu não entendo... Carlisle disse que ele era normal!

_ Nós sempre soubemos que havia um risco.

_ Mas ele está crescendo, não está? _ Questionei, ainda preocupada.

_ Carlisle acredita que assim como você, o crescimento se estabilizará com certa idade.

_ E quanto a ele se tornar um... Bem você sabe, algo como eu sou agora. _ Eu não conseguia dizer aquela maldita palavra.

_ Um vampiro, você quer dizer? Só o tempo irá dizer. Por hora ele é metade humano, metade lobo. Quem sabe imortal no futuro.

A mesma dor que eu costumava carregar, me invadiu novamente. Eu olhava o pequeno lobo correndo de um lado para o outro, brincando com os montes de gelo e lamentava. Ele não merecia aquela vida.

_ Ele é feliz. _ Jacob quebrou meus pensamentos. _ Ainda mais agora, que ele tem a mãe dele de volta. Ele quis isso a vida toda.

_ Oh, pare com isso Jacob! Você sabe que isso não pode continuar! Isso não pode dar certo!

_ E por que não?

_ Eu os mataria mais cedo ou mais tarde. Pare de fingir que não há um grande obstáculo entre nós! _ Eu gritei.

_ Você tem razão. Nenhum de nós merece essa sentença.

Ephram aproximou-se de mim e em um segundo, ele era um menino outra vez, nu, tremendo de frio.

_ Você me viu, mamãe?

Eu arranquei minha jaqueta e o cobri.

_ Vi meu amor, eu vi tudo. _ Sorri, apertei-o contra meu corpo e beijei seu rosto. Parecia até que eu esquecia que meu destino era matá-lo e não protegê-lo.

_ Hey, Ephram! _ Uma voz familiar soou do outro lado da estrada. Alice, Jasper e meus pais caminhavam em nossa direção.

_ Ah, acho que eu não conheço vocês. _ Ephram disse, enquanto olhava pra mim, como se tivesse querendo minha aprovação para falar com aqueles estranhos. Ele foi para trás das minhas pernas e eu afaguei seus cabelos.

_ Está tudo bem, eles são sua família também.

Fitei os quatro novamente e percebi que meus pais haviam ficado no meio do caminho. Alice e Jasper chegaram na pequena clareira. Eu podia sentir Jasper agindo e a adrenalina tomando conta do meu corpo. Algo estava prestes a acontecer.

_ Ephram! Que saudades! _ Alice o abraçou e ele sorriu. _ O que você acha de um chocolate quente com cookies?

_ Posso? _ Ele olhou pra mim e depois pra Jacob.

_ É claro! _ Jake sorriu, embora tivesse lágrimas nos olhos.

Eu não entendi.

_ Espera filho, me dá um abraço. _ Jacob se abaixou e o chamou. Ephram deixou que ele o afagasse e depois fitou-o e deslizou seu dedo indicador pelo caminho onde duas lágrimas escoreram pelos olhos de Jake.

_ Você está chorando, papai?

_ Só um pouquinho. _ Ele riu. _ Agora vai, eles vão cuidar de você. Logo você vai ficar com a mamãe, está bem?

Minha mente dava voltas e voltas, tentando entender o choro repentino de Jacob e aquela história de que eu ía cuidar de Ephram. E Jake, para onde iria? Eu realmente não compreendia e aquilo fazia com que o medo tomasse conta de mim, segundo a segundo.

Alice deixou que Ephram ficasse com Jasper e caminhou até mim. Ela segurou meu rosto com suas mãos, de uma jeito muito estranho. Alice parecia estar tentando me convercer de algo.

_ Ness, eu vi tudo, eu finalmente vi! Agora eu compreendo perfeitamente.

Fitei-a. Eu estava em desespero.

_ O tempo todo, o lobo que eu via era Ephram. Ele abriu caminho para que eu enxergasse todos eles e também o futuro deles. Foi quando minhas dores cessaram.

Ela me abraçou apertado e eu não sabia o que fazer.

_ Alice, eu... Eu não entendo! Eu estou com medo!

Ela segurou meu rosto em suas mãos novamente e sorriu largamente.

_ Não tema, eu já vi o futuro.

_ Que futuro? O que é que você está me escondendo?

_ Ohh Ness! _ O sorriso foi embora imediamente. _ Você vai ter que ser corajosa, eu sei que você é! Não se culpe, não, em hipótese alguma, ok? Quando você sentir medo, lembre-se que eu já vi, eu já vi tudo! _ Um sorriso tímido apareceu.

Ela quis terminar o abraço, mas eu não deixei-a escapar.

Olhei para o lado e Jasper já estava longe com Ephram e meus pais. Então eles nos deram as costas e começaram a caminhar. Imediamente minhas mãos enrigeceram sobre os braços de Alice. Eu vi Jacob olhando para mim e tudo fez sentido.

_ Alice, não vá! _ Eu implorei, desesperada, enquanto sentia mais uma vez o cheiro do sangue de Jacob me embriagar.

_ É assim que tem ser, Ness! _ Ela insistiu.

_ Não! _ Eu gritei.

_ Eu quero que seja, Renesmee. _ Jacob finalmente falou.

_ Eu estarei por perto, eu prometo. _ Alice soltou-se dos meus braços e como um flash, desapareu.

_ Não, você não pode! Jacob, você é um lobisomem, sua natureza é outra! Isso não está certo!

_ E onde é que está escrito que não pode ser? Eu decidi Ness, eu demorei muito, mas finalmente decidi. Se esse é o preço para ficarmos juntos, então eu quero ser o que você é. Venha, me faça um vampiro.

_ Jake... _ Eu estava estarrecida com o que ele havia acabado de me falar. _ E seu pai, sua família? Seu bando?

_ Sam cuidará de tudo. Meu pai morreu no último inverno. Minha família está aqui, Ness... E o resto? _ Ele sorriu. _ O resto não importa.

_ Quem é que vai cuidar de Ephram, hã? Quem? _ Eu solucei.

_ Nós dois, amor! _ Ele sorriu, tentando me acalmar.

Eu dei alguns passos para trás, fugindo de sua tentativa de me abraçar.

Jacob tirou o sobretudo e o cachecol e jogou-os no chão. O cheiro era ainda mais forte e eu voltei a ouvir aquele rosnado hostil debaixo da minha pele.

_ Jake, não me faça ser uma assassina, por favor!

_ Você não vai me matar Ness, você vai parar na hora certa, eu tenho certeza.

_ Eu não sou como meu pai, será que você não entende? _ Eu continuava a dar passos para trás e Jacob insistia em minha direção.

_ Todos estão por perto, caso você tente continuar. Vamos, me dê um pouco desse veneno. _ Ele estendeu uma de suas mãos em minha direção e eu pulei para trás.

_ Isso é errado! Meu Deus! _ Eu deixei que meus joelhos se dobrassem e caí no chão. _ Deus, isso é doentio! Faça parar, faça parar! Ephram! Ephram!

_ Ele não está aqui, amor, pare de gritar. _ Jacob disse suavemnte enquanto se abaixava  e segurou meus pulsos na tentativa de me fazer levantar. Não sei como eu consegui resistir, embora pudesse ouvir sua pulsação. Eu não olhei para cima, pois se eu o fizesse, não suportaria e também pela vergonha...

_ Vem, vamos querida, levante-se. Me diga, você me ama?

Eu não respirava, eu arfava.

_ Eu amo... Você sabe que eu amo.

_ Então... Nós vamos viver juntos pelo resto da eternidade, pare sempre!

Eu escapei de suas mãos e consegui me afastar aguns metros para longe dele, mas a vontade crescia a cada instante e eu sabia que não conseguiria agüentar por muito mais tempo.

Então eu caí no chão pela segunda vez, atormentada pelo desejo de matar o homem que eu amava.

Jacob se sentou próximo a mim, com os braços sobre os joelhos.

_ Não se preocupe Ness, não se culpe por querer meu sangue como você está sentindo agora, eu compreendo.

_ Isso é incompreensível! Abominável! _ Eu sussurrei enquanto minhas mãos arranhavam e perfuravam o gelo embaixo de mim. Meu corpo se contorcia em espasmos quase que incontroláveis.

_ Sabe, eu não conseguia mais viver sem você. Na verdade, eu não vivia, eu sobrevivia e só porque você me deixou nosso Ephram. Mas meu coração sempre esteve aqui, onde você está.

_ Jake... Eu não agüento mais. _ Eu implorei em meio aos soluços.

_ Tudo bem... _ Ele sorriu enquanto minha garganta queimava insuportavelmente. _ Eu vou esperar até quando você quiser, embora eu queria que fosse logo. Só de pensar que ficarei mais três dias fora do ar até poder ter você e Ephram perto de mim, me deixa ansioso. _ Ele riu.

_ Eu não sei como você pode querer isso.

_ Eu quero você.

_ Eu não quero ser um monstro. _ Tapei meu rosto com as duas mãos. Eu tinha tanta vergonha.

De repente, as mãos quentes de Jacob tocaram meu rosto.

_ Você não devia ter feito isso, Jake, você não devia... _ Agora ele estava a poucos centímetros de mim e eu senti o veneno encher minha boca.

_ Eu faria quantas vezes fosse preciso. _ Ele se atreveu e beijar meu pescoço. _ Eu só lamento não ter vindo antes, você me perdoa por isso, me perdoa? _ Lágrimas rolaram de seus olhos.

_ Ohh Jake, eu senti tanto a sua falta! _ Eu soluçava em meio aos tremores involuntários do meu corpo, enquanto minhas mãos o agarravam ferozmente pelas roupas. Eu fitei-o por longos segundos. Abaixei os olhos e finalmente falei. _ Você me perdoa pelo o que eu vou fazer agora?

Ele levantou meu queixo e me fez olhar para ele novamente. Jake fechou seus olhos e sorriu. Aquele gesto trouxe de volta para mim a paz de espírito e coragem que eu precisava para aquela ocasião. Todas as perguntas foram respondidas, todas as dúvidas foram sanadas e eu fui completamente absolvida de toda a culpa pelo que eu fiz em seguia.

Um grito de dor ecoou pelas planícies do norte do Alasca e, daquele momento em diante, eu soube que estaríamos juntos, por toda a eternidade.


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Notas finais do capítulo

E então?
Gostou da fic? Chorou, se descabelou, amou? Então deixa reviews, deixa uma indicação )

E não esqueça de ler minha outra fic!
http://fanfiction.nyah.com.br/historia/80834/Nada_Sera_Como_Antes

Se vocês começarem a ler, vou postando os demais capítulos, que são muitos )

Bjos!
Obrigada