For Evermore escrita por MelanieStryder


Capítulo 33
Capítulo 33 - Signs


Notas iniciais do capítulo

os



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As semanas seguintes foram inesquecíveis. Jacob, Cameron, Yumi e eu éramos inseparáveis! Foi uma pena que após pouco mais de um mês, as aulas da faculdade voltaram e Camaeron só podia estar conosco nos fins de semana. Yumi conseguiu estender um pouco mais as férias de seu trabalho na casa da família italiana, o que nos dava alguns dias da semana a mais para irmos até a praia. Eu estava quase no início de um bronzeado dourado, o que pra mim já era um grande avanço. Em contra-partida, o bronzeado de Jacob ficava mais forte a cada dia. Mais forte e mais irresistivelmente perfeito.

Jacob... Jake... Eu flutuava em torno de mim mesma só de pensar nele. Engraçado que ele me dizia que se eu fechasse os olhos era capaz de eu sair voando. Yumi ria da gente e ficava provocando-o o tempo todo. Ele fugia da brincadeira, mas no final das contas, sempre acabava confessando que me amava. E eu me derretia toda, é claro...

Com o tempo o sexo foi melhorando. Na verdade eu não sabia a que ponto podíamos chegar, pois a cada dia era melhor e mais prazeroso pra mim e, consequentemente, para nós dois. Aquilo realmente era um vício! As vezes eu me pagava rindo, lembrando de Rosalie e Emmett. Ahh, agora sim eu entendia aqueles dois!

Voltar para casa? Nah! Conversamos rapidamente sobre o assunto cerca de duas ou três vezes e sempre concluíamos que deveríamos voltar na semana seguinte e assim passávamos os dias, sem nenhuma decisão. Estávamos agora completando a oitava semana naquele lugar paradisíaco.

Yumi pra mim já era muito mais que uma amiga. Eu daria minha vida por ela. Se ela soubesse como enchia de alegria as minhas tardes ensolaradas... Não era como Ângela, aliás eu jamais poderia compará-las, pois ambas tinham qualidades magníficas. Angie esteve ao meu lado quando eu mais precisei, me ajudou a viver minha vida entre humanos de um jeito que eu nunca tinha feito. Além disso, ela era namorada de Seth, meu melhor amigo, para sempre. Mas Yumi tinha aquele jeito diferente de todo mundo que eu já havia conhecido, principalmente as pessoas de Forks. Alegria e exuberância, acho que era assim mesmo que eu a enxergava. Eu confiava tanto nela que por algumas vezes, quase cheguei a dar com a língua nos dentes, prestes a contar à ela meu segredo. Mas eu sempre tinha um pé atrás... Eu não sei ao certo o que era, mas Yumi era tão diferente de todos, tão diferente de Forks, daquele lugar incomun, quase místico... No fundo eu julgava que ela não estava preparada para conpreender e carregar aquele segredo.

Um dia nós fomos na casa dela e ficamos navegando na Internet e eu mostrei à ela uma foto que eu tinha de Nahuel nos meu e-mails. Foi engraçado, porque ela quase que literalmente caiu da cadeira.

_ Que?? Você namorou esse cara aqui?

_ Sim.

_ Tem certeza, Ness?

_ Absoluta! _ Eu ria.

_ Poww! Mulher, você só pega homem gostoso!

Observei a foto de todos os ângulos possíveis.

_ Eu não sei... Sou mais Jacob...

_ Sei, mas quando você estava lá com ele, garanto que preferia essa coisa linda aqui. Ops! Deixa eu calar minha boca que eu não quero ser o pivô dessa separação.

Eu ri ainda mais.

_ Isso está fora de cogitação, não se preocupe.

_ Está certo. Mas e então, vocês não se falam mais?

_ Não... Não terminamos muito bem...

_ Me conta, sua louca! Você sempre tem umas histórias bizarras!

_ Calma Yumi, você vai ter um ataque do coração!

_ Tem razão, vamos descer e pegar uma coca. _ Ela me puxou pelo braço, escada abaixo. _ Vai, começa. _ Ela me entregou a latinha vermelha e eu dei um gole no refrigerante que já tinha me viciado.

_ Humm... Deixa eu começar pelo fim, acho que fica mais fácil de entender. _ Na verdade pulava as partes mais complicadas e aquelas que ela não deveria saber. _ Eu estava namorando com Nahuel, e nós dois fomos no casamento de Jacob.

_ Casamento? _ Os olhos dela saltaram.

_ Sim, ele estava se casando com uma outra garota da cidade. Isso foi no mesmo dia que começamos a viagem de vinda pra cá. Enfim, eu estava lá com Nahuel e Jacob basicamente desistiu no meio da cerimônia e me “roubou” de lá.

_ Ahhhh, não creio! Que romântico!

_ Romântico nada. Na verdade eu não gostei. Eu estava com medo dele, ele estava furioso.

Ela ignorou meu último comentário.

_ Humm, então quer dizer que você estava namorando com Nahuel mas mantinha um casinho com Jake, hã?

_ Não me olha assim! E não é “casinho”. Não era nada. Brigávamos feito cão e gato. Sei lá, não nos entendíamos.

_ Ahhh... _ Ela se debruçou sobre o mármore do balcão da cozinha. _ Parece até aqueles filmes de época, em que os casais negam seu amor um ao outro até o último segundo. Isso é tão, tão romântico!

E assim os dias íam passando...

Outro dia estávamos na praia de novo, caminhando devagar e a Yumi tagarelando ao meu lado como sempre. Era domingo e a praia estava cheia. Bem perto de nós, Jacob e Cameron pareciam disputar quem pegava a onda perfeita.

De repente, eu travei. Literalmente meus pés fincaram na areia e eu perdi completamente o movimento das pernas. Meu coração acelerou de forma absurda, de uma jeito que eu nunca havia sentido antes, desde que eu me tornei humana. Minha boca ficou seca, meu estômago se retornceu dentro de mim, minhas mãos ficaram trêmulas e a respiração ficou pesada. Eu não sei como, mas me agarrei no pulso de Yumi e ela finalmente olhou pra mim, mas nem deu tempo de ela dizer nada, em questão de segundos eu agoniava no chão.

Ouvi ela gritando por Jacob, desesperada e depois a voz dela foi ficando longe, bem longe.

...

_ Me deixe passar! _ Eu empurrei os banhistas que fizeram um círculo em torno de Renesmee e Yumi. _ O que aconteceu?

Quando finalmente a vi, ela estava pálida e com os olhos cemi-cerrados, deitada sobre as pernas de Yumi.

_ Chamem uma ambulância! _ Alguém no meio daquele amontoado de gente gritou.

Me irritou ouvir aquilo. E se... Não, uma ambulância e médicos; humanos; não iria ajudar.

_ Calma, calma! _ Me ajoelhei até ela e segurei uma de suas mãos. Ela estava gelada, embora o calor fosse quase que insuportável na areia. Lágrimas soltas marcavam seu rosto. _ Ness, o que aconteceu?

_ Jake... O de sempre... _ Ela mal conseguiu falar. _ Eu senti....

_ O que? Me diz!!

_ Jacob, acho melhor mesmo chamarmos uma ambulância, porque... _ Yumi começou.

_ Shhh! Deixa ela falar! Me diz, o que você sentiu? _ Pergunta idiota. Eu tinha entendido muito bem; ela havia sido extramente clara, eu é que não queria ouvir.

_ Vai começar tudo de novo, Jake... _ Ela disse em meio aos soluços e por alguns instantes eu fiquei sem saber o que responder. Eu queria poder dizer que ía até a farmácia comprar um remédio e que tudo ía ficar bem, mas...

_ Vem, vamos. _ Eu a tomeu nos braços e apertei o passo em direção ao hotel. Eu ía ligar pra Carlisle, ele sim ía saber o que aquilo significava.

_ Rapaz, a moça precisa de atendimento médico! _ De novo, a mesma voz. Eu ignorei, antes que mandasse aquele homem pra...

_ Jacob, ele tem razão! _ Yumi e mais um monte de gente andavam apressados atrás de mim.

_ Vocês não sabem de nada!

_ Yumi, me deixa com Jacob, está tudo bem agora, por ir ficar com Cameron. Depois eu te ligo.

_ Não se esforça agora, amor.

_ Bom, já vi que não vai adiantar eu te dizer mais uma vez que ela precisa de cuidados médicos, vai?

_ Não, não vai. _ Eu disse grosseiramente, querendo acabar com aquela conversa.

_ Desculpe amiga. Depois eu te explico tudo...

...

Jacob entrou comigo dentro do chalé, me colocou sobre a cama, sentou-se ao meu lado e pegou o telefone.

_ Carlisle? Que bom que Bella ou Edward não atenderam. Faça de conta que não é comigo que você está falando, eu não quero alarmar a todos.

_ Tudo bem... mas assim você me deixa preocupado. _ Ele quase não conseguiu evitar meu nome.

_ É Renesmee. Ela passou mal hoje na praia.

_ Passou mal? Como assim?

_ Algo como aquelas crises que ela tinha, você se lembra?

_ Ohh... _ Era explicitamente clara a descepção em sua voz. _ Mas o que ela sente especificamente?

_ Vou colocá-la na linha, só um instante.

...

Jacob segurou o telefone em meu ouvido.

_ Carlisle?

_ Sim, pode falar.

_ É tudo igual Carlisle, igual antes! Falta de ar, coração acelerado, uma espécie de paralisia nos membros. A boca seca, eu fiquei tonta, acho que caí... Carlisle, eu já senti tudo isso antes! _ As lágrimas voltaram transbordar pelos meus olhos e eu passei o telefone para Jacob novamente. Me enrolei no edredom e chorei sem parar. Eu não queria aquele inferno de novo, eu não queria voltar a viver contando os segundos para o fim.

_ E então?

_ Hummm... Eu não sei. Você a levou em algum médico?

_ Não. As pessoas queriam que viesse uma ambulância para socorrê-la, mas você sabe... _ Jacob diminuiu a voz. _ Eu tive medo de...

_ Ela está mais pálida que o normal? A pela está rígida como a nossa? Os olhos estão vermelhos?

Jacob fitou-me.

_ Vermelhos de tanto chorar. _ Acariciou meu braço e meu rosto. _ Pele macia e quente. Bem pálida.

_ Bem Jacob, é complicado avaliar não vendo. Mesmo assim, se algo estiver para acontecer, não será da noite para o dia. Mas fique atento: ela pode ter um desses mal súbitos e não acordar mais. Aí sim é um problema. Por hora, leve-a ao médico, eu não vejo problema algum. Fique de olho na alimentação, hidratação, essas coisas.

_ Tudo bem, vou seguir seu conselho.

_ Me ligue no celular se precisar. Estarei o tempo todo com ele.

_ Ok, obrigado.

_ Adeus Jacob.

Ele colocou o telefone no gancho e me olhou chateado.

_ E então?

...

Fomos quase que imediatamente encaminhados para a sala do médico. A enfermeira levantou meu braço e colocou um termômetro, depois veio com um aparelho e mediu minha pressão. Ela disse que eu estava pálida, que era para esperarmos que o médico viria em seguida.

É claro que eu estava pálida! Eu estava morrendo de medo, apavorada! E se o médico descobrisse? Eu só conseguia pensar nos Volturi de volta, acabando com todos nós.

O médico chegou logo. Ele me fez repetir todos os sintomas, tudo o que eu já tinha falado antes para a enfermeira.

_ Bem... Você me parece bem saudável fisicamente. _ Ele começou com um sorriso tímido nos lábios, mas depois ficou sério. _ Mas você parece nervosa demais, ansiosa demais. Veja bem, todos os sintomas que você me descreveu e todos os sinais que sua postura corporal me envia, me levam a concluir que você está em pânico.

Eu percebi que eu apertava minhas próprias mãos umas nas outras e me encolhia na cadeira. Não sei porque, mas eu estava sempre com uma vontade boba de chorar nos últimos dias. Eu não tinha percebido isso antes.

_ Então quer dizer que não é nenhum problema físico? _ Jacob parecia querer se certificar de que o médico não tinha percebido como eu era diferente.

_ Absolutamente! Renesmee, isso tudo o que você sente, essa falta de ar, esse coração acelerado, a tontura, são sintomas que você mesmo provoca. Isso tem acontecido com freqüência porque você vive com medo de ter outra crise, igual a primeira que você teve ontem na praia.

Eu quis dizer que não era a primeira vez que sentia aquilo. Olhei para Jacob buscando ajuda em seus olhos, mas ele não me encorajou a contar, já que nada parecia ter ligação ao fato de eu estar me tornando uma vampira.

_ E por que essa primeira crise aconteceu, doutor?

_ Veja bem, a ciência não explica isso. Mas há estudos sobre a síndrome do pânico que revelam uma tendência dos sintomas atingirem pessoas que vivem sob intenso estresse, ou que passaram por situações traumática.

Eu quase ri. A julgar pelo que o médico estava dizendo, sem dúvida todas as outras crises do passodo não tinham nada a ver com transformação, mas sim, síndrome do pânico. Aquilo tudo era ridículo! Eu ali no pronto-socorro do hospital era ridícula! Não era desse tipo de consulta que eu precisava, eu precisava de um médico que soubesse quem eu sou de verdade, que conhecesse a minha vida.

Ele me prescreveu alguns remédio e saímos de lá com a receita. Assim que estávamos na rua, eu disse a Jacob tudo o que pensava; que eu desconfiava daquele diagnóstico. Ele não disse nada, apenas me abraçou, no entanto, eu sabia que ele confiava no médico humano.

...

_ Oi! Como você está? Melhor?

Yumi sentou-se na cadeira de Jacob, enquanto eu observava o mar através dos meus óculos de sol.

_ Bem melhor. Yumi, por favor, desculpe-me por aquele dia. Mas é que... Não ía adiantar nada um médico, uma ambulância.

_ Olha, você não tem que se desculpar por isso. Acontece que eu estava apenas preocupada com você... Você foi no médico afinal? O que você teve?

Encostei-me na cadeira e fitei o mar, enquanto Yumi me olhava inquieta, querendo uma resposta. Doía mentir para ela, mas eu não podia dizer que não confiava no diagnóstico do médico, pois já tinha sido uma “quase-vampira” durante toda a minha vida.

_ Eu não fui no médico...

_ Mas Renesmee! Que teimosa! _ Ela me repreendeu.

_ Eu tenho uma doença Yumi, é isso. Eu sei qual é, eu sei quais são os sintomas, então... _ Fitei-a. _ Sabe, não adianta.

_ Uma doença? _ Ela balbuciou. _ Do que você está falando?

_ É o que chamam de Síndrome do Pânico. De repente, quando eu menos espero, lá estão os sintomas.

_ Mas, como assim?? Me explica! _ Ela exigiu.

_ Por favor... Eu não quero falar sobre isso. Você pode procurar na Internet depois...

Demorou algum tempo até que ela processasse.

_ Está bem... _ Ela enconstou-se na cadeira, assim como eu. Dava para ver a chateação e desapontamento em seu rosto.

_ Por favor, não fica assim... Hoje é meu último dia aqui, eu não queria que fosse assim.

_ Último dia? _ Ela sentou-se na ponta da cadeira rapidamente.

_ É... Vamos partir amanhã cedo.

_ Mas por que? Por causa da sua doença??

Eu sorri.

_ Humm... Digamos que também seja, eu não vou mentir para você, mas também é porque estamos aqui a quase dois meses... Temos que voltar às nossas vidas.

_ Poxa... Parece que foi ontem que nos conhecemos...

_ Verdade. _ Eu sorri, já com lágrimas nos olhos. Tirei os óculos para secá-los. _ Olha o que você faz comigo, garota!

_ Ness, você acha que está boa pra dar um último mergulho?

_ Claro, agora eu estou bem.

Nós nos levantamos e nos abraçamos.

_ Eu nunca vou me esquecer de você, nunca, acredite. _ Eu disse o que estava sentindo naquele momento.

_ Ahh, sua boba! Olha o que você fez aqui! _ Ela tentava conter as lágrimas de seus pequenos olhos amendoados. _ Duas bobonas chorando na praia!

Nós rimos em meio ao choro.

_ Vem, vamos pra água.

...

Eu estava me recordando do último mergulho que tinha dado com Yumi no dia seguinte. Uma de minhas mãos apertando forte a de Jacob, enquanto ele me dizia para me acalmar. Eu acabava de ter uma nova crise. De manhã era pior... A tontura era mais forte.

Fizemos check in e deixamos o hotel pouco antes das sete da manhã. Dessa vez, a viagem durou apenas dois dias. Jacob dirigia feito um louco a maior parte do dia, e eu dormia o tempo todo. Era um sono insuportável.

Confesso que eu estava ficando com medo. Nos últimos quatro dias eu tinha me transformado em outra pessoa, eu tinha sintomas estranhos e aquela vontade de chorar o tempo todo... Eu já enxergava o futuro, como eu estaria dentro de poucos dias. Morta, literalmente, pois eu não teria Jacob ao meu lado.

Já era tarde e Jacob juntou-se a mim na cama simples do pequeno hotel na beira da estrada. Eu me apertei contra seu corpo e ele me abraçou.

_ Desculpe...

_ Por que?

_ Por estragar nossa viagem... _ A voz quase não saiu, o que demonstrava como eu me sentia verdadeiramente culpada pelo trágico fim da nossa aventura.

_ Tudo valeu a pena, você não acha?

Eu balancei minha cabeça lentamente, enquanto tentava conter um soluço.

_ Eu faria tudo de novo, só pra sentir o que eu tenho sentido vivendo com você ao meu lado. Eu tenho certeza que você não se arrepende.

Me aninhei ainda mais em seus braços, quando um arrepio tomou conta do meu corpo.

_ Eu estou com medo, Jake...

_ Não tenha, eu estou aqui com você, pra sempre.

_ Eu não quero te machucar, eu te amo.

_ Você não vai me machucar.

_ Mas...

Ele impediu que eu falasse, colocando dois dedos sobre meus lábios e pressionando suavemente.

_ Agora dorme, descança...

...

No dia seguinte, já bem tarde da noite chegamos em Forks. Eu estava acordada a cerca de meia-hora e assim permaneci quando passamos pela cidade morta. Ninguém na rua, apenas a névoa acinzentada passeava por entre as calçadas e vielas.

Pegamos a estrada de chão que dava para a minha casa e minutos depois chegamos. Entramos rápido, pois estava frio e eu não estava com roupas apropriadas. Todos nos esperavam perfeitamente acordados e imóveis na grande sala de TV.

Beijos, abraços, afagos... Lágrimas, só mesmo as minhas, mas haveria mais se fosse possível. Era visível a preocupação nos olhos dos meus pais, ainda que eu sentisse que Jasper estava trabalhando a nosso favor, na tentativa de aliviar a tensão que pairava sobre aquele ambiente.

Notei que faltava alguém.

_ Onde está Alice?

_ No sóton. Ela não anda muito bem. _ Carlisle passou seu braço sobre meu ombro.

_ Como assim? _ Meu coração voltou a saltar acelerado.

_ Visões. Ela está confusa, ela não entende o que está vendo.

_ E o que ela vê? _ Jacob quis saber.

_ Lobos. Especificamente um, que ela diz ser como você, você sabe, não só um simples lobo, mas um lobo-humano _ Carlisle fitou Jacob, que ficou estarrecido com o que ele estava dizendo.

_ Bem... Estou surpreso... Ela não pode nos ver. Isso... Isso não me parece possível.

_ Estamos todos tão incrédulos quanto você, mas por outro lado, é nossa Alice, acreditamos nela. _ Carlisle completou.

_ Eu compreendo. Eu não recbei nenhum telefonema, Seth não me disse nada sobre um novo bando por aqui. Preciso ir até a aldeia saber o que está acontecendo.

Carlisle assentiu.

_ E então? Você acha que podemos conversar um pouco sobre esses sintomas ou devemos deixar para amanhã?

_ Por favor, hoje mesmo Carlisle. _ Eu insisti.

_ Então vamos subir.

Jacob me levaou até o meu quarto e eu pedi que ele ficasse. Contei tudo para Carlisle, todos os detalhes, cada sintoma. Assim como a enfermeira, ele verificou pressão, temperatura, a cor dos meus olhos, língua.

_ Bem... Eu tive um palpite logo depois que falei com vocês pelo telefone. _ Ele se levantou da beirada da cama onde Jacob e eu estávamos sentados e perambulou pelo quarto, pensativo.

_ Palpite? Conte-nos!

_ Depois que eu vi você agora há pouco na sala, passei a aacreditar ainda mais no palpite.

_ Oh, não me diga que você também acha que eu estou com Síndrome do Pânico!

Ele riu. Jacob estava confuso, mas parecia não ser tanto quanto ele. Ele também tinha um pequeno sorriso em seu rosto.

_ Hum... Síndrome do Pânico é meio forte, mas não quer dizer que você não tenha entrado em pânico quando teve essas crises. Vamos, deite-se, eu quero ver melhor.

Obedeci. Jacob foi para o outro lado da cama, enquanto Carlisle sentou-se na beirada. Ele auscutou meu coração com aquele aparelho estranho.

_ Vê? Acelerado demais. O que você sente agora?

_ Um pouco de anjôo e fraqueza, mas acho que é por causa da viagem.

Ele sorriu e levantou minha blusa.

_ Você deu uma engordadinha, hein? _ Brincou.

Jacob sorriu largamente e eu não conseguia entender. Na verdade estava a cada minuto com mais medo.

Ele apalpou minha barriga.

_ Também, Jacob me levou para comer cada coisa! Sem conter a montanha de sorvete que Yumi e eu devorávamos todo o santo dia! _ Eu tentei me justificar.

_ Agora eu acho que eu também estou com um palpite. _ Jacob cruzou os braços e disse. Não sei como, mas o sorriso cresceu em seu rosto.

Me irritou que ele estivesse tão contente enquanto eu continuava passando mal, enquanto as crises levavam a minha vida embora, dia após dia.

Então eu o ignorei. Depois a gente ía conversar e ele ía me escutar, ahh, ele ía!

_ Quanto tempo eu tenho Carlisle? Não me esconda nada.

_ Bem... A julgar pelo seu estado e contando também com a minha experiência médica eu digo que você deve estar grávida de aproximadamente seis ou sete semanas. Então você ainda tem longas trinta e três semanas para curtir esses sintomas.

 O ar faltou-me.

_ O que? Grávida? Não pode ser! Eu não posso estar grávida, eu nunca pude!

_ Quem disse que não? _ Carlisle rebateu e isso me fez pensar.

_ Ninguém, mas... Ninguém disse que eu podia...

Agora eu entendia o sorriso de Jacob. Ele deitou-se na cama e me abraçou apertado. Carlisle sentou-se novamente ao meu lado e a vontade estúpida de chorar apareceu de novo, dessa vez mais forte, me deixando sem opção.

_ Então será que é por isso que eu estou assim tão estranha nos últimos dias?

_ Sem dúvida! A gravidez trás todos esses sintomas, mas você os confundiu. Você parece ficar preocupada demais com uma simples tontura e seu corpo reage em pânico. Por isso a falta de ar, o coração acelerado. Você não deve ter medo disso.

_ Mas... Eu pensei que fosse outra coisa... _ Solucei.

_ Eu já te disse mais de mil vezes que você é humana agora. Esquece essa história de transformação, isso nunca mais vai acontecer. _ Jacob me lembrou e por alguns poucos instantes, isso me confortou. Segundos depopis, minha mente voltou a trabalhar, exatremamente racional.

_ Mas e se não for isso? E se Carlisle estiver errado e eu não estiver grávida? E se esse bebê for como nós, se não for uma gravidez normal? _ Encostei-me na cabeceira. Eu me sentia tonta só de pensar naquelas possibilidades.

_ Hey, calma! _ Jake apertou minha mão e acariciou meu rosto.

_ Vamos até o hospital amanhã cedo. Fazemos um exame e vamos ter certeza absoluta do que estamos falando. _ Carlisle disse. _ Se essa gravidez não fosse humana, se fosse como a de Bella por exemplo, você já estaria prestes a dar à luz. Não se preocupe, está tudo bem. Mas se você precisa de uma comprovação, você a terá amanhã.

De repente, um grito agudo de dor ecoou pela casa. Eu sobresaltei sobre a cama.

_ O que foi isso? _ Já estava ofegante.

_ Deve ser Alice. Pobre Alice. Eu vou ver como ela está. _ Carlisle se levantou. _ Durmam bem, nos falamos amanhã.

Então ele saiu do quarto e nos deixou a sós. Eu queria muito ficar com Jacob, agora que tínhamos quase certeza do que eu tinha, mas por outro lado, eu estava muito preocupada com Alice. Aquele grito tinha sido muito mais do que uma expressão de dor, era pior, era um grito de horror.

...

A claridade que entrou pela pequena pequena fresta da porta agia como uma faca perfurando minha cabeça. A dor era intensa e qualquer movimento me fazia sentir ainda mais. Eu ouvia todos os ruídos, TODOS! A sola de couro de seu sapato roçando no assoalho soavam como gritos agudos em meus ouvidos, por isso eu escolhi o canto mais escuro e mais silencioso da casa, onde eu pudesse tentar entender o que estava acontecendo com minha mente.

Aos poucos eu fui aceitando sua presença e meu corpo foi relaxando. A dor não diminuía, apenas eu é que não a sentia tão forte quanto antes. Por um instante, eu me lembrei de minha última visão.

Vagarosamente eu levantei minha cabeça e avistei a silhueta gentil de Jasper no escuro. Eu não precisava olhar para saber que era ele, mas ainda sim meus olhos ansiavam, pois tinham plena consciência de que vê-lo me traria um certo conforto. Ahhhh, seus olhos dourados fitando-me com paixão...

Eu queria ter lágrimas para chorar até o fim. Seria como “lavar a alma” ou algo parecido que os humanos sempre diziam. Eu precisava disso, eu precisava desesperadamente me livrar daquele peso.

Jasper se abaixou até mim e muito delicadamente segurou minha cabeça entre suas mãos. Assim, seu poder parecia penetrar dentro de mim ainda mais. Eu queria que ficássemos assim até o fim dos tempos...

_ Jaz... Eu vi, eu vi tudo. Agora eu entendo...

_ Conte-me. _ Ele soou tão baixo... Mas eu o escutei e sua voz não machucou meus ouvidos.

_ Renesmee... _ O filme voltou a rodar em minha mente e era tão nítido como nenhuma outra premonição que eu tinha feito. _ É tanta dor, tanta... _ Solucei, no lugar das lágrimas. _ Eu queria fazer parar, Jaz, eu queria, eu juro! Eu... eu sinto muito.


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Notas finais do capítulo

Pessoal, os proximos dois capítulo que postarei serão os ultimos.
Vou por or dois juntos pra não perder o fio da meada.
Bjos!



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