For Evermore escrita por MelanieStryder


Capítulo 27
Capítulo 27 - A New Beggining


Notas iniciais do capítulo

vidro errado.
tsc, tsc, tsc...



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Assim que viu o que eu inha feito, Leah saiu de cima de mim, enquanto eu sentia meu corpo enfraquecer segundo a segundo, de forma que minha pernas não conseguiram mais suspentar meu corpo. Caí de joelhos no chão e usei a última carga de energia para arrancar a agulha que continuava espetada em meu braço.

Eu ainda estava sã a ponto de entender que eu estava pouco a pouco perdendo a consciência. Minha cabeça girava e as vezes eu tinha impressão de não saber mais onde eu estava e o que estava acontecendo.

Levantei um pouco a cabeça e vi Leah a poucos metros de distância. Seu sorriso era intenso.

Lembro-me apenas de esticar uma das mãos e implorar por ajuda. Eu não sei ao certo se minha voz saiu, mas eu implorava a ela através de meus olhos, eu tinha certeza.

Leah aproximou-se, mas ao invés de sugurar minha mão, senti grandes gotas d’água caírem sobre ela. Com muita força, fitei o céu negro e nebuloso.

_ Você não sabe o quanto eu sonhei com este dia...

O som da voz rouca de Leah  vibrou em meus ouvidos, mas eu não entendi o que ela queria dizer com aquilo.

Observei um sorriso irônico no rosto de Leah.

_ O dia em que você deixaria de existir, o dia de sua morte.

Meu coração sobressaltou. O pânico começara a tomar conta de mim a medida em que eu desvendava o plano macabro de Leah. Na certa ela havia mentido, aquilo não era fórmula nenhuma, mas sim, um veneno para me matar.

A chuva começou a cair violentamente sobre meu corpo e o medo tornou-se cada vez mais intenso. Apertei meu peito, tentando inflar os pulmões com ar. Enquanto isso, Leah me deu as costas e começou a correr. Segundos depois, eu não a vi mais.

Senti lágrimas quentes escorrerem pelo meu rosto e em seguida, meus joelhos não conseguiram mais sustentar meu corpo, que pendeu arrebatoramente para trás. Após a queda, a dor foi intensa de um lado de minha cabeça e eu senti um líquido quente escorrer pelas minhas costas.

As gotas pingaram sobre meu rosto e eu fechei meu olhos, já quase que totalmente inconsciente.

A morte estava comigo.

...

_ Por que demorou tanto? _ Assim que adentrei o gramado dos Cullen, senti a presença de Bella ao meu lado.

_ Foram apenas vinte minutos Bella. Foi o tempo que eu levei para descer até a aldeia e chamar o pessoal.

_ Onde estão todos? _ Bella inspirou algumas vezes, tentando sentir o cheiro dos lobos e olhou a nossa volta.

_ Pessoal, pode vir. _ Falei alto.

Doze lobos saíram de dentro da mata e posicionaram-se atrás de mim.

_ Doze? _ Carlisle apareceu. _ Eu não sabia que vocês já eram tanto.

_ Sim, o número aumentou desde a chegada “dele”. _ Fitei Nahuel, que estava em pé, logo atrás de Carlisle.

_ Minhas sinceras desculpas.

O cara de pau ainda tinha a coragem de me provocar. Senti os pelos do meu corpo arrepiarem e um rugido baixo e grave ressoou de dentro de mim.

_ Parem! Não é hora e brigar! _ Alice chegou com Jasper e logo todos os lobos, inclusive eu, sentiram uma paz de esprírito anormal a julgar pela situação na qual nos encontrávamos.

Rosalie saiu correndo de dentro da casa junto com Emmett e me entregou um lençol.

_ Toma cachorro e trate de encontrá-la.

Sorri. Nunca pensei em sorrir para aquela loira insolente.

_ Eu vou.

_ Nós vamos achá-la. _ O sanguessuga novato se intrometeu novamente. O rugido dessa vez foi somente dentro de mim, então percebi Jasper me fitando de forma intensa.

_ Não esqueçam de Leah, ela está grávida...

_ Não vamos esquecer. _ Edward apoiou-se em um dos meus ombros.

Eu confiava 100% naquele vampiro. Eu devia ser mesmo louco...

_ Paul, Jared, patrulhem com eles. _ Voltei-me para Edward. Vamos ficar com toda a parte leste e isso inclui as terras de La Push. Vocês ficam com o lado direito. Vocês tem meu telefone, vamos manter contato.

Guardei o ceclular em uma bolsa de coro, amarrada em minha perna e logo me tranformei. Exatamente às oito horas daquela notie, partimos em busca de Renesmee. E de Leah também.

Do lado dos lobos, nos dividimos em duplas para conseguir patrulhar um número maior de terras. A tempestade era intensa e cada vez que um raio riscava o céu, eu via Seth correndo ao meu lado.

“Você devia deixar essa raiva toda sair”.

Seth começou a tagarelar.

“O que?”.

“Eu posso sentir. Posso quase ouvir. Acho que devíamos decidir de uma vez o que fazer com Leah assim que a encontrarmos. E se for como você está pensando; se ela tiver realmente feito mal à Renesmee; acho que não devemos considerar a opção que você tem em mente.”

“Eu não tenho nada em mente! Saia dela.”

“Matá-la não vai resolver o problema, Jacob”.

Eu evitei pensar na possibilidade de encontrar Renesmee machucada, com algo feito por Leah. Não sei... Um tiro, uma facada, sei lá...

Seth grunhiu.

“Leah não é capaz dessas coisas, Jacob!”.

“Você não a conhece, Seth”.

“Ela é minha irmã!”.

“Ela é pior que um psicopata. Ela acha que é minha dona”.

“Sim, porque você deixou que ela fosse sua dona até agora”.

“Vamos procurar em silencio”.

No fim da contas, acho Seth tinha razão ao menos em um ponto: eu não podia matá-la, já que ela era a irmã do meu melhor amigo. Eu ía manter isso em mente assim que a vontade chegasse, como se fosse um freio dentro de mim que devria ser acionado assim que eu a visse.

“Obrigado, Jacob”.

Não respondi. Continuamos correndo pra cima e pra baixo, mas aquela tempestade tinha apagado todo e qualquer rastro que Renesmee ou Leah pudessem ter deixado. Eu evitava pensar na minha Ness no meio daquela escuridão, perdida, embora eu não acreditasse que ela podia ter que se perdido no meio da mata, afinal de contas, ela era quase uma vampira e cheia de vantagens se comparado a um humano. Além do mais, ela conhecia toda aquela floresta. Tudo isso me fazia acreditar cada vez mais que algo inesperado havia acontecido, que alguma coisa ou alguém a estava mantendo na floresta, contra a sua vontade.

...

O dia já estava nascendo e a frustração e o desespero já haviam tomado conta de mim. A chuva havia finalmente cessado a algumas horas e acredite ou não, a neve já tinha coberto as folhas no chão. Estava frio, extremanente frio.

Durante a madrugada, varremos toda a parte de La Push, assim como os Cullen varrera toda a extensão da parte oeste. Na última vez que falei com Bella pelo telofone, decidimos nos encontrar todos atrás da grande e inesplorada montanha, pois desta forma completaríamos as buscas por todas as terras da Penísula Olímpica. As esperanças já não eram grandes para ambos os lados e nunca nos passou pela cabeça o fato de termos que chegar até aquela montanha, pois estávamos, muito, muito longe de casa.

“O que você acha que pararmos para comer alguma coisa?”.

“Está fora de cogitação!”.

“Por que? Na certa os Cullen também vão caçar. Vamos precisar de energia para continuar”.

“Seth, um segundo no nosso tempo pode significar a vida ou a morte de Renesmee e Leah. Não temos tempo para arricar a vida delas dessa forma. Quando terminarmos as buscas, pensaremos nisso”.

Mais alguns longos minutos e Seth e eu chegamos na base da montanha.

“Eu vou por baixo e você vai por cima”. Seth deu às ordens, já que eu... Estava em pedaços, completamente m pedaços...

“Tudo bem”.

“Jake, nós vamos encontrá-la, você vai ver”.

Disparei a correr montanha acima. Eu não queria ter que responder ao Seth. Soaria falso concordar com ela, embora eu desejasse mais do que tudo acreditar no que ele estava dizendo. Em me sentia agora na corda bamba, prestes a cair. Bastava apenas um pequeno deslize, uma recaída...

Houve um momento em que não resisti ao cansaço da subida cada vez mais íngrime, pois estava quase no cume e acabei voltando à minha forma humana. Vesti a calça enquanto tentava contato via celular com os Cullen, para saber se eles já haviam chegado ao topo, mas ali não havia sinal. Droga.

De olhos fechados, inspirei fundo algumas vezes, na tentativa de ganhar forças. Eu podia sentir o buraco em meu estômago, tamanha era minha fome. Quando abri os olhos, um ponto brilhante na neve me chamou a atenção. O brilho mudava de acordo com a claridade da luz da manhã, a medida que eu me aproximava dele.

Enfiei a mão na neve e trouxe-o à toma. Um seringa, cuja etiqueta dizia “Soro V – Cura 98%”.

_ Não! Não pode ser!

Meu coração pulsava em um ritmo frenético enquanto meus olhos vasculhavam tudo ao meu redor. Eu não sentia o cheiro de nada, e isso me enfurecia. Decidi acompanhar o curso da neve que tinha trazido a seringa lá de cima. Subi mais alguns metros e foi quando eu vi um rastro vermelho claro na neve. Instintivamente, meu olhos seguiram até a fonte daquele vestígio. Foi então que visualizei uma mão pálida fora da neve, solta pra fora do penhasco.

Corri em direção à ela e puxei delicadamente o corpo coberto pela neve, na intensão de permitir que eu visse o dono daquele rosto.

Se um dia eu imaginei tê-la visto pálida, eu não sabia nem descrever o que Renesmeea era agora. Minha primeira reação foi deixar que as lágrimas de minha dor saltassem do meu rosto.

Tirei a neve do rosto dela e não pude deixar de notar a temperatura: gelada feito mármore.

_ Ness, Ness! Acorda! _ Gritei em meio ao soluço.

Seus lábios estavam assustadoramente azuis e seu rosto acinzentado. Eu nunca pensei em dizer isso, mas pela primeira vez ela me pareceu feia. Comecei a pensar que aquela moça não era ela, não a minha Ness, tão linda, tão linda...

Minhas mãos tremiam tanto que eu mal conseguia manusear seu corpo frio e rígido. Puxei-a para longe daquele maldito penhasco. Por Deus, o que ela tinha que fazer ali naquele despenhadeiro? Coloquei meu ouvido sobre o peito dela. Eu queria saber se seu coração ainda pulsava, mas não escutei nada. Um arrepio dolorido percorreu minha espinha. Não era possível que seu coração não estivesse bantendo! Eu não podia acreditar, eu não podia aceitar uma coisa dessas! Minha Ness sem vida, morta, morta!

Desgostoso por não ter escutado nenhuma batida de seu coração que já era tão frágil, agarrei o braço esquerdo de Renesmee e subi a manga enxarcada de seu suéter. Surpeendeu-me o que eu vi.

Então eu li a frase tatuada no pulso de Renesmee: “Tu és eternamente responsável por aquilo que cativas”.

Fiquei tão perturbado com aquela frase que não consegui terminar de checar seu pulso. Finalmente eu havia compreendido que eu era responsável por ela, pelo amor dela por mim e eu seria responsável também por todos os atos que ela fizesse em nome desse amor, inclusive, tirar a própria vida, como ela tinha feito.

_ Ness... _ Apertei a mão dela contra meu rosto, enquanto eu soluçava e chorava compulsivamnte.

_ Jacob! _ A voz de Carlisle quebrou o silêncio e logo ele e Nahuel chegaram até mim.

_ Ela não está respirando, o coração dela não era mais batendo... _ Eu disse atordoado.

Nahuel tomou o braço dela de minhas mãos.

_ Então você leu? Tem certeza que leu bem o que ela escreveu aqui? Como é que você pôde Jacob, como?_ Ele gritou com seus olhos cheios de ódio, enquanto me mostrava a seringa na sua outra mão.

_ Nahuel! _ Carlisle o repreendeu. _ Me dê aqui Nahuel. _ Ele pegou pulso frágil de Renesmee e apertou. _ Ela não está morta. O pulso está fraco, extremamente fraco, mas ainda há vida.

Tentei sentir o pulso dela através da veia de seu pescoço. Eu queria eu mesmo sentir que ela ainda estava viva. Então puxei a gola de seu suéter pra baixo e inesperamente, um pescoço liso, sem cicatrizes apareceu.

_ Carlisle! _ Gritei assustado.

Ele desabotoou com pressa alguns botões do suéter dela e nós três observamos, extasiados, a inesistência de nada mais nada menos do que nenhuma das cicatrizes que eu tinha causado à ela.

_ O que? Como?

Foi então que o médico puxou uma das pálpebras de Renesmee, que nos revelou o motivo: olhos vermelhos, cor de sangue.

Carlisle fitou-me. Seus olhos nunca me pareceram tão sem expressão quanto agora.

_ Sinto muito Jacob. A transformação começou...

Senti-me ainda mais derrotado. Eu devia estar feliz, afinal de contas, ela ainda estava viva, mas era como se ela nunca mais estivesse viva para mim. A transformação era a morte definitiva de Renesmee em minha vida. Talvez fosse egoísmo meu, mas saber que ela viveria para sempre e que nunca poderíamos ficar juntos, era pior que a morte.

Espera... O que eu estava pensando? Onde eu estava com a cabeça? Como eu pude chegar a esse ponto? Eu não desejava que ela estivesse morte, isso nunca! Mas... Minha dor era tão grande agora...

Então Bella e Edward apareceram e eu me afastei um pouco de Renesmee.

_ Olhem, uma bolsa!

Alice levantou a bolsa marrom, que estava no chão, bem na minha frente. Eu nem a tinha visto chegar.

_ É da Leah! _ Eu disse surpreso.

Neste exato instante, Rosalie e Esme vieram correndo do meio da mata.

_ Carlisle, você tem que vir! Agora! _ Esme fitou-me e eu soube que tinha a ver com Leah.

Fomos os dois atrás das duas vampiras. Não precisamos andar até muito longe para encontrá-la, debaixo de uma rocha que mais se parecia com uma caverna.

_ Jacob! Jacob! Nosso filho! _ Leah gritou desesperada, enquanto segurava suas roupas na altura de seu ventre coberto de sangue.

_ Ela está com febre; queimando em febre. _ Carlisle avaliou.

_ O que você fez com ela, sua estúpida!? _ Sem pensar direito, voei pra cima de Leah, apertando com força seu pescoço. Só parei quando ouvi a voz de Seth me implorando pra não fazer aquilo. Então Carlisle foi mais forte e segurou meus braços para que eu não a enforcasse.

_ Ela está morta, não está? Me diga que sim! Diga! _ Leah gritou em meio ao choro.

Eu rugi feito um animal ao ouvir aquela ofenssa enquanto Carlisle e Emmett apertavam meus braços.

_ Não dê ouvidos à ela Jacob, ela está delirando. _ Carlisle tentou me convencer, mas eu não acreditei nele.

Leah continuava chorando enquanto sorria, feito uma louca, uma doente, uma psicipata.

_ Você tem que levá-la de volta para a cidade. _ Esme me pediu.

_ Eu não vou fazer isso. Renesmee precisa de mim.

_ Eu levo. _ Seth falou.

Esme continuou me olhando como ela costumava fazer, cheia de compaixão.

Então Seth levantou Leah em seus braços e começou a descer montanha abaixo. Uma grande poça de sangue ficou onde ela estava.

_ Você acha que o bebê.... _ A única coisa que eu me importava nesse instante era com meu filho e Renesmee. Acho até que muito mais com Renesmee. Era difícil admitir isso, mas era a verdade.

Carlisle observou o sangue.

_ Jacob, é difícil dizer agora, mas dadas as circunstâncias.... Ela ficou muito tempo no frio, o sangramento foi intenso, então... É preciso fazer um exame mais apurado. _ Ele apertou meus ombros. _ Não tenha muita esperança, filho.

Eu queria gritar, eu queria rugir o mais alto que eu podia. Eu tinha perdido pra sempre a pessoa que eu mais amava e agora, provavelmente também o meu filho.

Soquei a neve inúmeras vezes.

_ Ela ainda precisa de você. Não fique assim, tudo vai dar certo. _ Esme sorriu, na tentativa de me consolar, mas o vazio dentro de mim era tão grande agora que nada mais fazia sentido.

_ Venha Jacob, vamos descer com Renesmee. Ela precisa ser aquecida o mais rápido possível e nisso, você pode ajudar.

Carlisle me ajudou a levantar e eu sequei minhas lágrimas. Faria o que ainda estivesse ao meu alcance por Renesmee.

Voltamos à pequena clareira e Nahuel já estava prestes à levantá-la.

_ Você quer congelá-la, sanguessuga?

Ele deixou Renesmee no chão e pôs-se em posição de ataque. Eu ía matá-lo agora mesmo se fosse preciso.

_ Parem! _ Bella pôs-se entre nós e então falou para Nahuel. _ Ele tem que levá-la, Nahuel. Ela precisa se aquecer.

_ É, ela precisa se aquecer. _ Eu disse, em tom provocativo.

_ Só espero que você se lembre do que ela tutuou no próprio braço. Será que você sabe que aquilo foi pra você?

Não consegui responder. Foquei apenas em Renesmee, em tirá-la dali o mais rápido possível.

Observei como Bella e Edward a apoiavam, como estavam sempre ao lado dela. De repente me dei conta que somente eu estava abalado, somente eu estava acabado, em pedaços pelo que estava acontecendo.

_ Jacob.

Acordei de meu trase e percebi que Bella já estava me chamando a algum tempo.

_ Por favor, leve-a com você.

Bella tirou o séter ensopado de Renesmee e colocou o de Alice. Eu vesti a jaquela grossa e grande Emmett e fechei todo o zíper, com Rennesme dentro dele; com sua pele gelada colada na minha.

Foram quatro horas de caminhada até chegarmos na casa dos Cullen. Nem preciso dizer que eu estava exausto.

Pouco antes de chegarmos, pela primeira vez durante todo o trajeto, Renesmee começou a ficar agitada. Quando a coloquei sobre sua cama, foi aí que o inferno começou. Ela gritava dolorosamente e compulsivamente, enquanto seu corpo se contorcia e tremia sem parar.

_ O que ela tem? _ Perguntei agoniado.

_ Deve estar queimando. _ A loira me respondeu enquanto rasgava tiras do lençol.

Então as mulheres prenderam seus pulsos e tornozelos na armação da cama. Observei aquela cena incrédulo. Não era possível que tinha que ser assim! Com Bella não tinha sido assim.

Senti a mão de Edward tocar meu ombro.

_ Infelizmente tem que ser assim. Mas ela vai ficar bem...

_ Mas... E Bella?

_ Bella estava cedada. _ Ele me lembrou.

_ Desculpe, eu não consigo mais ficar aqui... _ Saí do quarto de Renesmee com Edward em meu encalço e o grito de dor de Renesmee me persseguindo.

_ Jacob, obrigado por tudo.

_ Vocês vão ficar por aqui?

_ Emmett está tentando alugar um jato particular em Port Angeles, mas o aeroporto está fechado por causa da tempestade. O ideal seria irmos para Denali, para evitarmos qualquer imprevisto ou transtorno por aqui.

_ Bom, eu já vou então...

_ Obrigado mais uma vez Jacob. Por favor, agradeça ao seu bando pelo esforço.

Antes de sair, voltei-me à ele.

_ Edward, quando ela acordar, diga que eu sinto muito por tudo.

Ele sorriu, tentando redimir-me daquela culpa que teimava em apertar meu peito.

_ Você não tem culpa de nada. Ela sabia que isso ía acontecer, mais cedo ou mais tarde. Acredite Jacob... Depois que Nahuel chegou, ela ficou mais conformada.

_ Não me refiro à isso Edward. Peça perdão à ela por mim, por eu não ter feito nada por nós enquanto eu podia, enquanto ela ainda tinha tempo. _ Senti o líquido quente escorrer pelo meu rosto.

_ Oh Jacob... Não deixei o remorço acabar com sua vida. Esqueça isso. Quando ela acordar, estará tão sedenta que não se lembrará de mais nada.

A dor apertou um pouco mais dentro de mim, ouvindo-o dizer aquilo. Eu sabia que não era por mal, mas a verdade era cruel demais.

_ Então, creio que não nos veremos mais...

_ Provavelmente. Assim que o mal tempo pssar, a levaremos para Denali.

_ Adeus sanguessuga.

_ Adeus cachorro.

...

Passei o resto daquela quarta-feira e metade do dia seguinte no hospital com Leah. Segundo a médica de Leah, por um milagre ela não havia perdido o bebê. Ao menos isso...

Somente na sexta a noite foi que o tempo melhorou. No sábado, por incrível que pareça, o dia amanheceu frio, porém, ensolarado.

Liguei novamente para os Cullen para saber como Renesmee estava, mas ela ainda não tinha acordado. Carlisle e a família haviam tomado a decisão de esperar mais um dia, pois seria muito arriscado se Renesmee acordasse no meio da viagem.

...

A claridade extrema incomodava meus olhos. Abri-os na medida em que meu corpo me permitia fazer. Lá estava o esboço do que eu achava que era o apanhador de sonhos pendurado na janela do meu quarto e ao seu lado, aquela silhueta familiar.

A visão distorcida, a dificuldade para raciocinar, para me mover... Tudo parecia tão mais difícil para mim. Meu corpo pesava feito chumbo, exausto e fraco. Fechei os olhos mais um vez e tentei respirar profundamente. Então percebi um movimento próximo à mim, mas a debilidade era tão grande que não pude pronunciar uma palavra sequer.

Não precisei abrir os olhos para saber que ela estava lá. Inspirei profundamente aquele doce e entorpecente aroma característico da minha família, mas aquele; especificamente aquele; era especial. Sim, era ela, minha mãe.

Tomei fôlego e finalmente a fitei. Ela estava sentada ao meu lado, segurando forte a minha mão. Linda, estonteante, como diria meu pai.

Eu desenhei carinhosamente os traços perfeitos do seu rosto com meus olhos e por fim, terminei o contorno em seus cabelos castanhos avermelhados que emolduravam graciosamente sua pele alva e sedosa.

Apesar de sua beleza sobre-humana, seus olhos cor de whisky estavam humanos demais hoje. Se minha mãe pudesse chorar, ela estaria se debulhando em lágrimas agora, eu tenho certeza. Ela tinha tanta dor naqueles olhos...

Eu sorri e acariciei o rosto dela.

_ Mãe, é a minha escolha... _ Consegui finalmente expressar meus sentimentos através de algumas  poucas palavras, assim que me dei conta; através dos olhos dela; do que tinha acontecido.

_ Seu olhos... _ Ela acariciou meu rosto e sorriu. _ Estão verdes, tão verdes como nunca foram. _ Ela sorriu debilmente. _ Sempre tentei imaginar como seriam os olhos de seu pai antes da transformação, e aí estão eles. _ Era surpreendente como a mão dela era gelada em constraste com meu rosto quente. _ Eu vou sentir falta deles, vou sentir sua falta, filha.

_ Eu consegui mãe, eu consegui! _ Lágrimas de alegria saltaram de meus olhos, enquanto aquela expressão de tristeza crescente tomava conta do rosto de minha mãe.

Eu era humana finalmente e o que a vida significava para mim, representava a morte para ela.


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