For Evermore escrita por MelanieStryder


Capítulo 20
Capítulo 20 - Almost Unreal




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Já passasa da meia-noite quando acordei. Antes que meus olhos abrissem, um sorriso de satisfação revelou-se em meu rosto. A princípio julguei que havia sonhado, mas então me dei conta que tinha sido real demais para ser somente uma fantasia da minha mente. Eu quase podia sentir o gosto do beijo dele em meus lábios, sua pele quente e macia tocando meu rosto...

Suspirei, evitando pensar nos inúmeros obstáculos que existiam entre nós dois.

Percebi que estava faminta e quase sem dor, embora um pouco tonta, creio que por conta dos medicamentos que estava tomando. Desta vez não foi tão difícil me sentar e me levantar sozinha, pois a dor não era tão intensa, sem contar que eu devia estar meio que dopada de tanto tomar remédio.

Calcei meu par de pantufas, me agasalhei no meu robe de veludo e saí do meu quarto. Do alto da escada eu conseguia ver Rosalie e Emmett asistindo TV. Alice estava sentada em uma poltrona, de olhos fechados, enquanto meus pais pareciam namorados de longa data, sentados na namoradeira.

Inesperadamente, antes que eu começasse a descer os degraus da escada, um grito de horror escoou pela casa. No susto, dei alguns passos para trás, me encostando na parede. Feito um furacão, Carlisle, Esme e Jasper passam por mim e voaram escada abaixo. Lá de cima, percebi que todos estavam ao redor de Alice, então presumi que ela havia gritado.

Alice arfava, com ambas as mãos cravadas nos dois lados da poltrona semi-destruída pelo peso de suas mãos, enquanto seu corpo parecia manter todos os músculos rigidamente contraídos. Seus olhos arregalados fitavam meu pai.

_ Não é possível Alice... _ Ele riu nervosamente com o canto dos lábios, mostrando desconfiança pelas coisas que estava lendo na mente dela.

_ Eu vi Edward, eu juro! _ Elas gritou.

_ O que? O que você viu? _ Jasper segurou as mãos dela, mas Alice ainda parecia em transe.

_ Era... Era branco, totalmente branco, grande, olhos negros...

_ Alice, mantenha a calma e conte-nos o que você viu. _ Meu avô aproximou-se e parece que ela atendeu o seu pedido.

_ Eu vi um lobo. _ Ela finalmente despejou.

_ Tá, um lobo. Mas e daí? Você já deve ter visto um milhão de lobos. _ Rosalie lembrou.

_ Mas não era um lobo qualquer, era um lobisomem!

Houve um breve período de silêncio no qual se supunha que todos deviam estar se perguntando “como” e “por que”, inclusive eu.

_ Alice, mas você nunca viu um lobisomem... De repente você sonhou. _ Jasper tentava achar uma explicação.

_ Sonhar Jasper? Não posso sequer dormir, imagina sonhar!

Neste momento, Rosalie se levantou, totalmente incrédula.

_ Ela imaginou, certeza! Alice tem uma cabecinha muito engenhosa.

_ Rosalie! _ Esme a reeprendeu e depois voltou-se à Alice. _ Meu bem, ter certeza que você não estava pensando bobagens e achou que viu algo parecido? Tem certeza que não era só um animal?

_ Eu o vi, de costas. No início era um homem e em outro instante, um lobo; um grande lobo.

_ Ela viu duas coisas diferentes e está ligando uma coisa com a outra. _ Emmett se levantou e seguiu Rosalie para fora de casa.

Foi então que senti os olhos pesados de Carlisle me observando. Eu quase me assutei com a intensidade daquele olhar; era por demais intimidador.

Segundos depois, ele tinha desistido de me fitar. Desci metade das escadas e então meu pai veio me buscar.

_ O que está acontecendo? _ Perguntei como se não soubesse.

_ Nada demais. Nada para você se preocupar. Você está se sentindo melhor?

_ Com fome...

_ Eu vou lhe trazer algo. _ Carlisle disse, ainda com aquele olhar tenso.

...

Percebi uma movimentação lenta atrás de mim. Eu tinha certeza que era ela, no entanto, agora não era uma boa hora para conversar.

_ Onde você vai? _ Leah perguntou.

_ Andar... Por aí.

_ Hum... Assim, todo arrumado? _ Ela fitou-me.

Claro que eu tinha me arrumado. Eu ía me encontrar com a razão da minha existência, com a mulher da minha vida e não ía me arrumar?

_ Ah, nem reparei. Peguei qualquer roupa que encontrei pela frente. _ Menti.

_ Vai me deixar aqui sozinha? _ Ela choramingou.

_ Leah você não está sozinha. Meu pai está no quarto do lado. Além do mais, foi você quem escolheu essa vida. Essa coisa de nunca mais se transformar... Pra que isso?

_ Eu odeio ser o que sou Jacob, você sabe disso. _ Ela disse com ódio nos olhos.

_ É uma pena. Eu adoro ser um lobo. _ Eu sorri.

_ Sorte a sua. _ Ela me jogou com força a blusa de moleton, depois se aproximou vorazmente, feito um animal. _ Cuidado com o que você faz Jacob Black. Você não imagina do que eu sou capaz. _ Sussurrou no meu ouvido em tom ameaçador.

Eu não pude fazer outra coisa a não ser rir.

_ Que idéia você tem Leah... _ Dessa vez foi meio desconfortável mentir pra ela. Eu não gostava de fazer isso, ainda mais quando o objeto da mentira era uma coisa concreta.

Ela segurou meu rosto com força e dessa vez eu não gostei.

_ Eu não estou brincando Jacob.

_ Nem eu. _ Tirei a mão dela de mim, meio que agressivamente.

Instantaneamente, os olhos dela brilharam, marejados de lágrimas.

_ Desculpe... _ Pedi meio que sem jeito.

_ Pelo que? Pela sua grosseria de agora a pouco por você estar agindo como uma canalha comigo?

_ Eu não vou discutir isso agora. _ Coloquei o moleton. Eu não ía discutir porque estava com pressa de ver logo Renesmee e também por que a madrugada não era uma hora boa para dizer a Leah que não íamos mais nos casar. Abri a porta e saí, mas eu a sentia em meu encalço.

_ Até quando você vai fugir Jacob? Até quando? _ Ela gritava, no meio da ventania. Eu fechei a porta da caminhonete, ignorando-a completamente. _ Você vai se arrepender Jacob, você ainda vai se arrepender pelo que está fazendo!

Afundei o pé no acelerador, tentando não pensar na reação de Leah. Eu sei que estava dirigindo feito um louco, mas eu precisava chegar logo na casa dos Cullen. Eu também sabia que era tarde para uma visita, mas quem importava? Eu ía dar um jeito, eu tinha urgência em vê-la.

Assim que cheguei, bati na porta. Esme atendeu-me gentilmente, como já era de costume. Ao longe; no fundo da sala; avistei Carlisle.

_ Entre Jacob! _ Ela sorriu, abrindo espaço para que eu entrasse na sala. _ Mas o que trás você aqui numa hora dessas? Já está bem tarde não é mesmo?

_ Eu sei. Desculpe pelo inconveniente...

_ Não querido, eu não digo por nós! Para nossa família não faz diferença se você vem às três da tarde ou de madrugada. Nós não dormimos, você sabe... _ Percebi sinceridade em seu olhar.

_ Eu entendo... É que eu prometi à Renesmee que vinha. _ Menti. Eu não estava importando, contanto que Edward não estivesse ali para roubar a verdade de mim.

_ Numa hora dessas? Renesmee já está dormindo faz algum tempo... _ Esme estranhou.

_ Eu sei que deve estar... Ma eu prometi... Olha, eu preciso mesmo vê-la; ver como ela está...

_ Oh, entendo... _ Ela me olhou com compaixão.

_ Bom, então eu te acompanho até o quarto dela.

_ Pode deixar... Eu sei o caminho. _ Sorri em agradecimento. Ao fundo, Carlisle assentiu com a cabeça. Claro, ele era o chefe da casa e eu precisava realmente de autorização dele para entrar.

...

A princípio pensei em bater na porta do quarto, mas se ela estivesse dormindo, o que provalmente era um fato, eu a acordaria. Então rodei gentilmente a maçaneta, mas logo observei que ela não estava na cama.

_ Renesmee? _ Chamei-a, mas em voz baixa.

Abri a porta do closet e dei de cara com ela, enrolada numa grande toalha branca, com todos aqueles cortes e arranhões à mostra.

_ Jacob!?

Ela fechou a porta na minha cara.

_ Abre a porta, sou eu!

_ Espera... _ A voz dela abafada ressoou de dentro do closet, até que finalmente a porta se abriu. Desta vez ela vestia um pijama de inverno.

_ Hey... _ Abracei o corpo dela contra o meu, muito delicadamente e beijei sua testa. _ Por que demorou pra abri?

_ Eu estava sem roupas, você não viu?

_ Ahh, aquilo era sem roupa? Pior foi você nadando semi nua naquele dia em que fomos até Neah Bay.

Ela sorriu.

_ Você não precisa ter vergonha de mim. Eu sei que você quer esconder as cicatrizes, mas você não pode escondê-las de mim, até mesmo porque eu sou o culpado de tudo isso.

_ Jake... Não fala assim... _ Ela me abraçou.

_ Está bem... Esquece isso por enquanto. Você está tremendo... O que você está fazendo de pé numa hora dessas?

_ Tomei um banho. É que acordei faz pouco tempo e não estava me sentindo bem. Então me alimentei e aí melhorei, então quis tomar um banho.

Acompanhei-a até a cama, enquanto ela me contava sobre o resto de seu dia.

_ Que cheiro estranho... _ Eu olhei em todos os lugares do quarto, até que meus olhos fitaram um grande copo de vidro sobre o criado mudo. Obviamente o líquido vermelho escuro era sangue.

_ Ness!

_ O que? Eu tinha que me alimentar! _ Ela esbravejou.

_ Eu sei... Só estou brincando. _ Abracei-a, desta vez, um pouco mias apertado. _ Minha vampirinha preferida.

_ Não brinca Jacob... _ Ela disse séria.

_ Por quê? Qual o problema?

_ Você brinca com coisa séria. O que você falou agora é o que vai nos separar amanhã.

_ Não foi essa a intenção, desculpe. Vou falar de outro jeito então: eu te amo Renesmee.

Ouvir aquelas palavras sendo pronunciadas por ele pela segunda vez em menos de 24 horas me dava forças para acreditar que eu não havia sonhado, que não tinha sido apenas um delírio.

_ Jake... Como é que a gente vai fazer?

Ajeitei o grosso edredom sobre o corpo frágil de Renesmee e a abracei.

_ Esquece isso agora...

_ Eu não consigo. Eu fico tentanto parar, pensar em outra coisa, mas não dá!

Olhei pra ela.

_ Eu não tenho todas as respostas, mas de uma coisa eu tenho certeza.

_ O que?

_ Nós vamos ficar juntos.

Ela riu, incrédula.

_ Jacob, eu vou pra Denali muito em breve.

_ Eu vou com você.

_ Nós não poderemos ficar juntos durante muitos anos... _ Ela lembrou.

_ Eu sei, mas eu vou. Pelo menos eu vou estar por perto.

Senti-me derrotada. De novo, eu não consegui mais olhar para ele.

_ Isso não é vida pra você... _ Olhei para a  janela e senti uma lágrima queimar contra minha pele fria.

Ele puxou meu rosto.

_ E você acha que é justo para você?

_ Não há nada que eu possa fazer. Meu destino já está traçado e eu tenho que aceitar. Mas para você, pode ser diferente. Eu não tenho o direito de te fazer passar por tudo isso. _ Foi muito difícil para mim dizer isso, mas eu precisava. Eu o amava mais que tudo na minha vida e minha prioridade ela vê-lo feliz, fazê-lo feliz, não importava se para isso tivéssemos que nos separar.

Senti a mão pesada dele sobre minha boca, me impedindo de concluir.

_ Nunca mais repita isso Renesmee, nunca mais.

_ Mas Jake, você tem uma escolha! _ Ele precisava me ouvir.

_ Shhh! Eu já escolhi. Nunca mais, promenta, prometa que nunca mais vai tocar nesse assunto.

_ Está bem...

Sua mão quente acariciou meu rosto e secou minhas lágrimas e seus olhos agora me olhavam com ternura.

_ Até quando você chora ainda sim você fica linda. _ Ele sorriu e eu não consegui não acompanhá-lo.

Ele aproximou-se e seus lábios tocaram os meus. Foi como se fosse o primeiro beijo, só que desta vez eu já me sentia um pouco mais solta, tanto é que quando percebi minhas mãos ora puxavam o cabelo dele com força, ora acariciavam suas costas. Era maravilhoso sentir o cheiro dele tão próximo de mim, seu corpo quente sobre o meu, seus lábios macios me tocando. Meus sentidos estavam mais aguçados do que nunca, minha respiração acelerada no mesmo compasso que a dele me faziam sentir uma vontade, um desejo que apenas beijos e abraços não saciariam. E eu percebia, pelas reações do corpo dele, que Jacob também estava sentindo o mesmo.

_ Você tem que dormir... _ Ele sussurrou em meu ouvido e parou de me beijar.

Sexo. Claro que eu já tinha pensado nisso um milhão de vezes, mas nos últimos meses, não havia motivo algum para essa idéia andar na minha cabeça. Mas agora, de uma hora para outra, isso havia se acendido novamente dentro de mim. Por outro lado, não era uma urgência tão grande, pois agora eu tinha Jacob perto de mim, mas eu nunca havia imaginado que me corpo poderia agir desta forma em contato com o dele. Só faltava dar choque.

_ Não, eu quero ficar acordada enquanto você estiver aqui. _ Sussurei de volta e não resisti a oportunidade de deixar um beijo molhado em sua orelha.

_ Olha o que você faz comigo. _ Jacob olhou seus próprios braços apoiados sobre a cama nos lados do meu corpo. Os pelos estavam arrepiados.

Eu sorri por saber que ele estava tão afetado quanto eu. Pelo menos não era coisa de principiante. Arght! Só de pensar que eu não sabia nada de nada sobre sexo; melhor; sobre fazer amor. Era desanimador, era vergonhoso.

Sorri envergonhada e ele retribuiu.

_ Pelo menos você sente algo. _ Eu não sabia o dizer. Foi a primeira coisa que veio na minha cabeça. Terrível.

_ Como assim? _ Ele sorriu. _ Xii, você está ficando vermelha.

Tapei meu rosto com a coberta, mas ele puxou-a pra baixo.

_ Vai, desembucha.

_ Nada demais... _ Eu enrolei. Não sabia como dizer. Não queria que ele me achasse “apressada” demais; queria apenas ser sincera com ele. _ Eu só gostei de saber que, de alguma forma, eu mexo com você.

_ Ah, e você já não sabia? _ Ele brincou.

_ Imaginava, mas... De qualquer forma, foi bom ver com meus próprios olhos. Sabe, ter a certeza que talvez você pense algumas outras coisas.

_ Outras coisas?

Ele riu alto.

_ Jacob! _ Eu tapei meu rosto de novo.

_ Estou brincando. _ Ele voltou a beijar meu rosto e depois meu pescoço. Senti meu corpo todo arrepiar.

_ Está vendo o que você faz comigo? _ Foi minha vez de questioná-lo.

Ele me olhou, fitou-me intensamente, depois sorriu.

_ Nós ainda vamos ter muito tempo Ness... Tudo ao seu tempo... _ Ele disse, dessa vez num tom mais sério. Dessa vez eu tive a certeza de que ele me compreendia.

 _ Só não demore muito... Temo que meu tempo esteja se esgotando.

_ Está bem, eu prometo. Eu quero que seja especial para você.

Eu sorri.

_ Vai ser, não importa como. Vai ser especial porque é você Jacob. _ Senti meu rosto queimar. Jamais havia me imaginado dizendo à ele essse tipo de coisa.

_ Eu queria que você não tivesse assim tanta experiência quando eu...

Ele voltou a sorrir.

_ Você está lembrando do que eu te contei quando fomos jantar? _ Ele disse, meio que convencido.

Balancei a cabeça possitivamente, meio que lamentando lembrar.

_ Não foram tantas assim, eu confesso que exagerei um pouco.

_ Jacob!

_ Você estava me provocando com aquele boboca do Rian, o que você queria que eu dissesse?

_ Olha só! Você jurou que estava dizendo a verdade! _ Eu ri.

_ E eu disse! Apenas aumentei um pouco a “quantidade”.

_ Sei...

_ É diferente quando você transa com alguém e sua cabeça também está lá com você. _ Ele fitou-me sério, debou debochou de si mesmo. _ Quero dizer, eu acho que é.

_ Não entendi...

_ Esse tempo todo em que estiveve fora, todas as mulheres que eu contei, era meio que só meu corpo que estava lá. Minha cabeça, minha mente voava, bem longe dali. _ Ele expirou profundamente. _ Eu me perdi de mim mesmo quando deixei você, Ness.

_ E onde você estava enquanto seu corpo matava os desejos da carne? _ Eu ri de mim mesma.

_ Aqui, em La Push, correndo pela floresta, buscando por algo que eu nunca consegui descobir o que era. _ Fitou-me. _ Mas hoje finalmente eu descobri: era você.

Puxei seu rosto e beijei seus lábios.

_ E Leah?

_ Não é diferente com Leah.

_ Mas vocês ficaram juntos durante todo esse tempo.

_ Eu me enganei com Leah. Eu até gostava de me enganhar com ela. Quanto mais eu distorcia a verdade de mim mesmo, mais protegido eu me sentia. Talvez também um pouco de compaixão pela história dela. Ambos estávamos com o coração partido e quando a gente se vê solitário, é fácil um se apoiar no outro e acabar misturando as coisas.

_ Hum...

_ Eu vou dizer à ela; vou terminar tudo com ela, ainda essa semana. _ Ele puxou meu queixo e me fez olhar no fundo de seus olhos. _ Eu não a amo Ness, só cabe você na minha vida.

Eu o abracei apertado, tão apertado que os cortes doeram. Aí murmurei chorosa em seus ouvidos.

_ Eu não queria que você fosse embora. Você vai pra casa, vai dormir com ela, vai beijá-la.

_ Eu não vou fazer isso! Eu tenho que ir pra casa, mas não vou domir com ela, não vou tocá-la.

_ Tem certeza?

_ Você está com ciúmes? _ Ele riu maroto.

_ Não! _ Neguei. Tudo mentira.

_ Oram vamos, admita! Eu gosto de ver você admitir.

_ Pára Jacob, eu estou falando sério!

_ Está bem, não precisa admitir. Está mesmo escrito na sua testa. _ Ele riu, então me colocou de volta deitada na cama. _ Não vou tocá-la, eu juro. Meus beijos, abraços são só para você de hoje em diante. E você mocinha trate de fazer o mesmo. Juízo, hein?!

_ Ah sim, como se tivesse uma fila de homens atrás de mim...

_ Já ouvi alguns comentários sobre você na cidade; mais especificamente de homens que vão até a loja.

_ Sério? Me conta! _ Meu ego falou mais alto neste momento.

_ Você deve ter perdido o juízo. A próxima vez que eu escutar algo do tipo, vou fazer engolirem de volta.

Sorri por dentro, embora desconfiasse que Jacob estivesse mentindo.

_ Agora durma Ness, eu tenho que ir embora. _ Ele apagou a luz do abajour e deitou-se ao meu lado, enquanto a escuridão tomava conta do meu quarto.

_ Não vá embora antes de eu ter adormecido. Não quero acordar e ver que estou sozinha.

Vi seu largo sorriso na penumbra e senti os lábios quentes de Jacob pressionarem meu rosto.

_ Se você já estiver bem amanhã, passa na loja para me ver. _ Ele falou baixo, muito baixo.

Não demorou muito para que eu pegasse no sono. Culpa dos remédios de Carlisle.

...

Minutos depois, levantei-me devagar da cama, para não acordá-la. Já estava próximo à porta quando ela murmurou, de dentro de seu sono pesado e forçado.

_ Eu não quero mais ficar sozinha Jake...

Fechei à porta e deixe-a com seus sonhos.

...

No dia anterior fui para casa e cumpri o que tinha prometido à Renesmee: sem tocar em Leah. Não foi nada difícil para mim dormir no sofá. Eu e sonhei a noite toda com Nessie... Como eu queria ter passado a noite com ela...

Hoje pela manhã Leah apareceu na sala com uma enorme carranca. Além da cara feia, ela me olhava cheia de ódio. Tomamos café da manhã, cada um em seu canto: ela na cozinha com meu pai e eu na sala. Meu pai mal falava comigo. Eu não precisava contar à ele, o velho Billy era esperto. Certamente sempre esteve escrito na minha testa que o que eu queria mesmo era Renesmee e não Leah.

Infelizmente eu ía ter que esperar Leah se acalmar para contar à ela o que ela já suspeitava. Burra ela não era, eu tinha certeza. Eu podia até não amá-la, mas eu tinha muita consideração por Leah, pois ela esteve comigo nos piores momentos de minha vida. Ok, admito que eu já estava sendo um cafageste com ela, mas eu não podia ser pior do que isso. Leah não merecia, ela era uma boa pessoa, apesar de tudo.

Entramos calados na caminhonete e chegamos em Forks; na frente da loja; igualmente tomados pelo silêncio desconfortante.

Eu contei cada minuto, cada segundo do tempo em que passei na loja e parece que o relógio caminhava em sentido contrário. Já faltava uma hora para fecharmos e Renesmee não tinha aparecido como combinamos. Eu ía deixar Leah ir embora com a caminhonete iria direto para a casa dos Cullen, não via a hora!

Faltavam cerca de quarenta minutos para fecharmos quando uma cliente muito especial chegou. Ainda bem que Leah tinha se trancado a tarde toda no escritório, por que se ela visse Renesmee por ali... Ahh, do jeito que la estava furiosa eu não duvido nada que houvesse uma briga.

Meus olhos certamente devem ter brilhado quando à avistei na porta da loja, caminhando devegar em minha direção. Ela estava linda, mais linda do que nunca. Seu cabelo rubro exuberante emoldurou seu rosto quando ela abaixou o capuz do moleton e eu pude; através dos lábios dela; contemplar o mesmo sorriso que eu sustentava em meu rosto.

_ Seth, termine aqui o atendimento por favor. _ Pedi desculpas aos clientes enquanto Seth os levava para a seção de pesca, que ficava no fundo da loja.

A medida que nos aproximávamos, parece que uma espécie de imã me fazia desejar estar ainda mais perto dela.

_ Hey...

_ Eu vim. _ Ela sorriu meio que sem jeito.

_ Eu estava contando os minutos. _ Olhei para todos os lados e avistei alguns clientes perambulando pela loja. _ Que estranho não te tocar.

Ela sorriu.

_ Eu estou morrendo de vontade de te beijar.

_ Então beija, eu te dou permissão Jacob Black. _ Ela brincou.

_ Tem muita gente aqui...

_ E daí?

_ Leah pode aparecer a qualquer momento.

Ela rolou os olhos.

_ Você ainda não falou com ela?

_ Não.

_ Jacob!

_ Vem, vem comigo. _ Puxei-a pela mão para trás do balcão e a empurrei para dentro do almoxarifado. Imediatamente assim que fechei a porta atrás de mim eu a abracei apertado e ela retribuiu com um beijo gelado.

_ Que saudades... _ Ela repousou seu rosto sobre o meu peito e eu a coloquei sentada sobre uma velha mesa de madeira. _ Daqui a pouco alguém entra aqui.

_ Nah! Ninguém entra aqui, não esquenta. _ Abracei-a, inalando seu doce amora. Desenhei o contorno do rosto perfeito de Renesmee com meus dedos e beije-a delicadamente. Minutos depois, nosso beijo já não era assim tão suave. Por Deus, como ela sabia me enlouquecer...  E não precisava fazer nada além de ser ela mesma. Eu sentia suas mãos apertando cada músculo nas minhas costas, enquanto vez ou outra, elas passavam para meu peito. Eu tentava não apertá-lá muito, não fazer muitos movimentos bruscos, mas às vezes eu me pegava completamente inebriado pelo corpo cusvelíneo que Renesmee possuía. Aí eu me lembrava dos pontos, dos ferimentos e só então conseguia me conter.

Aos poucos fui sentindo que Renesmee não retribuía mais aos meus afagos e então deixei de beijá-la. Quando a soltei, ela desfaleceu em meus braços.

_ Ness! _ Meu grito saiu abafado, acompanhado pelo tremor em meu corpo

Segurei seu rosto e percebi que os lábios estavam pálidos e azulados, enquanto seus olhos permaneciam semi cerrados. Ela parecia estar inconsciente, ou se não estivesse ainda, estava quase.

Procurei em todos os cantos a bolsa dela e então me lembrei que ela tinha deixado sobre o balcão. Encostei o corpo dela contra a parede e corri para fora do almoxarifado, rezando para que ela tivesse uma de suas injeções dentro da bolsa. Assim que voltei, apliquei em seu braço e a abracei, esperando que o efeito começasse.

Minutos depois ela já não ofegava tanto, mas ainda parecia estar meio que inconsciente e os lábios e a unhas continuavam azulados. Foi assustador, pois desta vez o efeito do medicamento de Carlisle não tinha surtido resultado tão rápido quanto da última vez. Eu tinha que admitir que Renesmee tinha razão: o tempo dela estava se esgotando.

_ Jacob, eu... _ Leah abriu a porta feito um furacão. _ O que está acontecendo aqui? _ Ela estava furiosa. _ Hey garota, eu estou falando com você!

_ Some daqui Leah, agora.

Ela não me obedeceu. Aproximou-se de nós dois e puxou o cabelo de Renesmee, levantanto o rosto dela que estava desfalecido sobre meu peito.

_ O que ela tem? _ Pela primeira vez depois de muito tempo, vi uma expressão de compaixão no rosto de Leah ao ver a palidez no semblante de Renesmee.

_ Você está louca Leah? _ Tirei os tufos de cabelo de Renesmee das mãos de Leah. Fiquei com raiva por ela ter puxado daquele jeito. _ Ela não está bem.

Leah olhou no chão e pegou a pequena injeção que tínhamos usado, enquanto eu a ignorei e tomei Renesmee em meus braços.

_ O que significa isso? _ Ela me mostrou a injeção.

_ Não significa nada. E você também não viu nada. _ Sai do almoxarifado com Rennesme em meus braços e Leah no meu encalço.

Não demorou para que Seth, que estava baixando as portas da loja, viesse ao nosso encontro.

_ O que aconteceu? _ Ele perguntou assim que me viu com ela nos braços.

_ Aconteceu de novo.

_ O que aconteceu de novo? _ Leah insistia.

_ Já aplicou? _ Seth continuou.

_ Sim, mas está demorando dessa vez.

Seth não respondeu diretamente, mas fitou-me, balançando a cabeça negativamente.

_ Eu sei...

_ Sabe do que?? _ Novamente Leah.

_ Dá um tempo Leah! _ Fui rude, ela não me deixou escolha.

_ Parem... _ A voz de Renesmee saiu baixa e abafada.

_ Ness, você está bem? _ Fiquei contente por ela ter recobrado a consciência.

_ Melhor...

_ Ainda bem. Eu vou te levar pra casa.

_ Não... Por favor Jake, não.

Olhei para Seth. Eu não gostava daquilo. Ela sempre querendo esconder.

_ Está bem...

_ Onde você vai? _ Leah segurou no meu braço.

_ Levá-la pra casa.

_ Mas você acabou de dizer que...

_ Leah, deixa eles! _ Seth segurou Leah pelo braço enquanto eu seguia com direção à caminhonete, carregando Renesmee.

Antes de entrar no casso olhei para trás e pela primeira vez em muitos anos eu vi lágrimas de tristeza e descontentamente escorrendo pelo rosto da nada doce, sempre durona e valentona Leah. Ela finalmente me pareceu humana.


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Notas finais do capítulo

Eu vi que nos últimos reviews que vocês deixaram existe uma expectativa grande sobre a transformação da Reneesme, fato que agora, parece ser a única coisa que os impede de ficarem juntos e serem, felizes.
Queria saber o que vocês pensam a respeito disso... Como vocês acham que vai ser o final da fic?
É engraçado pq outras pessoas fora do Nyah já leram e ficarram estarrecidas com o que eu escrevi... kkkk. Então eu queria ouví-las e ver se alguém chega perto

vaiii, por favor!! vai ser divertido!!! comenten, ok?
Bjinhos!



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