— Boa tarde, Bella.  Até semana que vem! — Disse Jake sorrindo se despedindo de mim.

— Até, Jake! — Me despedi pegando minha jaqueta e saindo para a fria Manhattan.

Todas as terças e quintas eu fazia trabalho voluntario num centro comunitário que ajudava pessoas desabrigadas ou vitimas de violência.  Ás vezes saíamos as ruas para distribuir alimentos e tentar trazê-los para o programa. Mas era sempre difícil, elas já estavam acostumadas aquela vida, se é que alguém podia se acostumar com tamanha miséria, e não confiavam em nós, mas quem poderia culpá-los, só Deus sabe que tipo de coisas já passaram.

O mundo é um paraíso.

Parei em uma Starbucks para encontrar Douglas antes de voltar para casa e acabar com meu bom e produtivo dia. Voltar para casa era sempre um martírio, me tornava outra Isabella quando estava lá, uma Bella que pudesse agradar meus minha mãe e meu padrasto. O que quase nunca acontecia, por mais que me esforçasse.

Você nunca será boa o bastante para todo mundo.

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Já se arrependeu de algo na vida? Arrependeu-se de verdade? Um arrependimento e culpa tão grande que lhe atormenta o tempo todo e às vezes lhe tira o ar.

É assim que me sinto nos últimos meses, sufocado.

Com um suspiro cansado encostei a mão direita no vidro gélido tentando inutilmente chegar mais perto, e senti meus olhos marejarem enquanto observava o pequeno e frágil bebê do outro lado, que dormia tranquilamente, sem fazer ideia dos acontecimentos terríveis a sua volta.

As lagrimas finalmente rolaram livres pelo meu rosto enquanto me perguntava o que seria daquela pobre criatura inocente e frágil.

Estava quase me virando para ir quando a pequena abriu seus olhos, olhos do mais incrível azul que eu já vira na vida, olhos que olhavam diretamente para mim. Tão focados quanto os olhos de um bebê poderiam ser.

Então eu soube, com uma certeza tão clara quanto seus olhos.

Ela seria minha.