Casual escrita por hawktears


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Coisinha rápida, o RyoKira daqui é o do crossover com Cyborg 009. No entanto, não precisa ter assistido o Cross pra entender. Eu apenas extrai a dinâmica e aparência deles, que é uma das minhas favoritas.
Eu nunca escrevi algo deles, então caso gostarem, o mínimo comentário seria bem vindo! Tenho mais projetos com esses dois, e ficaria bem feliz se esse teste de terreno desse certo akdskdjdke

De qualquer forma, boa leitura!



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Deslizou a mão, a fim de afastar o lençol emprestado do quarto de visitas. Se lembrava claramente das palavras de provocação de Miki no dia anterior, e isso o fez grunhir em descontentamento.

Tudo bem, ter Miki o provocando em relação à Ryo não era nada novo - ainda que ela, particularmente, não gostasse tanto dele. Mesmo assim, Akira nunca precisou explicitar o quão fodidamente apaixonado era pelo melhor amigo. Em meio às provocações incessantes de Makimura, Akira simplesmente desistiu de tentar negar, e deixou que ela percebesse sozinha que realmente estava certa.

De qualquer forma, Akira tinha se preparado muito bem. Sua ideia era falar com ele ainda na noite anterior e já tinha discursado frente ao espelho cerca de 8 vezes. Tinha a plena consciência de que isso poderia terminar com um na bunda, mas estava decidido a tirar esse peso das costas.

Se não fosse, é claro, sua irmãzinhaenchendo a sua cabeça com paranóias. Quer dizer, Akira não queria, nesse momento, refletir o quão atirado poderia parecer pedindo para dormir na casa dele todos os dias da semana, ou saber o quão óbvio era olhando para ele. Muito menos saber a forma que Ryo o encarava em 99% do tempo. Akira definidamente não queria saber disso agora.

Graças a isso tudo, teve o maior estado de pânico gay da sua vida. Agradeceria Makimura por fazê-lo ter sonhos românticos e melancólicos na sua tão odiada noite de troca de estação, na casa do amor da sua vida que por motivos de trabalho, ficava em uma montanha. Estava morrendo de frio e ainda sim pensando em quão bonito Ryo era e em como queria beijá-lo. Felizmente, Akira não conseguia se recordar totalmente de seus sonhos. Tinha medo de seu nervosismo triplicar.

Maldita Miki, jogando toda a sua preparação no ralo. Agora, conseguia apenas fantasiar com um cenário de filme romântico, onde o professor Asuka descansa em seu escritório após uma noite cansativa de trabalho. Akira massageia seus ombros após entrar sem bater, e em um olhar apaixonado, eles se beijam.

Balançou a cabeça, frustrado. Não adiantava nada pensar tão longe e nada colocar em prática. Se continuasse dessa forma, travaria quando o visse e tinha plena certeza disso. Na realidade, não era como se Akira tivesse plano maior que o improviso. Pensando bem, sua relação com Ryo sempre foi espontânea, se perguntava como seria de apenas fizesse. (Ryo já tinha lhe oferecido o corpo quando não conseguia controlar seus instintos, porque ele se importaria com um beijo?)

Fez a troca de roupa. Tinha muitas lá que serviam nele, fora as próprias que usava e deixava lá para que a empregada de Ryo lavasse. No fim, as roupas se acumulavam no quarto de visitas, Akira sentia que poderia chamá-lo de seu. Já fazia alguns meses que praticamente era. Vestiu a jaqueta do dia anterior, deu uma leve arrumada no cabelo, e rumou até a cozinha, vestindo as luvas furadas, e assoviando uma música de forma ritmada, parando quando o encontrou acordado.

Ryo se concentrava em fritar alguma coisa. Provavelmente um ovo estalado, que serviria como café da manhã dos dois. O rádio antigo estava ligado, repassando as notícias do dia, tal rádio este que Akira nem sabia como ainda funcionava. Com a mão livre, Ryo traga um cigarro, tomando cuidado para abrir a boca apenas na direção da janela. Akira sempre dizia para que ele parasse de fumar.

Respirou fundo, relaxando as mãos antes tensas. Se aproximou de forma descontraída, deixando que ele notasse sua presença, que foi quando ele apagou o cigarro. Esperto. Sabia que Akira não gostava disso.

Tirou o cigarro apagado dos dedos dele, mirando no lixo. Asuka o encarou curiosamente, que foi quando Akira levantou o pé da frente, subindo em sua ponta levemente, para, finalmente, beijá-lo.

A princípio, ele levantou as sobrancelhas em surpresa, mas não deixando de corresponder o beijo. Não teve demora em tocar a sua cintura, até que o beijo finalmente se tornasse algo envolvente. A mão de Akira deslizava pelo seu rosto, e tudo que Ryo fez foi expirar pelo nariz e o abraçá-lo mais forte.

Observou sem entender quando o garoto desligou o fogo. Os ovos estavam bons, e Ryo provavelmente os queimaria se não percebesse. Akira indicou que ele se sentasse, e começou a servi-los.

Sorriu, sem jeito. Era um cenário divertidamente casual, se fosse pensar dessa forma. A ideia lhe deixou feliz, considerando que era uma situação normal entre os dois. Esperava que Akira fosse explicar, mas ele não explicou. Tornaram a conversar como se aquele beijo nem tivesse acontecido.

“Ainda atrás daquela atividade diferente?” Akira perguntou, e Ryo assentiu. Ele se levantou, parando ao ombro do loiro, e olhando a caderneta que ele segurava.

Ryo se virou para ele, fazendo o rosto do moreno corar. Akira bufou, o encarando de volta.

“Você está diferente hoje.”

“Você beija bem.”

“Ah.” Ryo não sabia o que dizer. “Nem me lembro da última vez que fiz isso.”

Akira sorriu, envergonhado. Selou os lábios com os do melhor amigo uma segunda vez, se divertindo com o gosto de café na sua boca.

“Eu também não. Vamos continuar praticando.”

Ryo levantou a sobrancelha, sorrindo com a resposta, enquanto Akira retirava os pratos vazios.

Não tinha explicação. Mas, de alguma forma, eles sempre estavam alinhados no mesmo degrau.

 


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