Após alguns anos da batalha de Hogwarts, Draco ainda não sabia o que fazer com o seu coração, depois de tantos anos, ainda a amava, passou a vida toda tentando fugir disso, mas o amor que estava entranhado em seu coração não havia passado, ele sabia que não iria passar nunca, ninguém sabia exceto sua mãe, ela sempre soube.

                — Filho, você precisa contar ao seu pai e decidir o que vai fazer com essa situação, precisamos contratar alguém que possa ajudar você na empresa, agora que seu pai está aposentando e você se responsabilizará totalmente com os negócios, você não conseguirá dar conta sozinho de tudo com essa explosão de vendas. – Minha mãe estava preocupada com o avanço da empresa nos últimos meses.

                — Eu sei mãe, mas se eu contar, ele vai desistir de se aposentar – Falei preocupado, mas precisava realmente de ajuda.

                — O que vai me fazer desistir da aposentadoria? – Meu pai apareceu nos assustando, ele não poderia saber de nada. – Não se atreva a mentir Draco, se não me disser agora o que está acontecendo eu vou cancelar a aposentadoria de qualquer jeito até descobrir.

Lúcio Malfoy havia se tornado um novo homem, no meio da guerra, havia enxergado o que estavam fazendo e havia traído Voldemort, se tornando membro da ordem e ajudando a salvar o mundo bruxo, apesar de sua família não saber disso, só depois de acabar a guerra.

Draco tinha orgulho do pai, ele não tivera a mesma coragem e quase matou Harry Potter, se seu pai não tivesse o impedido ainda estaria preso a Voldemort.

Nesse momento ele estava sem opção, sabia que seu pai falava sério, se ele não contasse exatamente tudo, ele cancelaria de vez a aposentadoria.

                — Ok pai, você venceu, vamos ao escritório – Falou subindo as escadas.

                — Ótimo.

Ao chegar ao escritório, sentou-se na cadeira atrás da mesa, havia algum tempo que aquele escritório tornara seu, ele era o CEO da empresa e seu pai apenas comandava alguns setores de criação, coisa que ele amava.

                — Pai, não darei conta de administrar todos os setores da empresa, com sua saída toda a criação cai sobre minha responsabilidade, mas tivemos um índice de venda extraordinário e estamos tendo faltas em todos os lugares, desde que nós unimos a Gemialidades Weasley as vendas triplicaram, nem os gêmeos tem dado conta. – Falei cansado, era bom contar com ele.

                — Entendo, nesse caso você precisa de alguém para cuidar da criação para conseguir colocar as coisas no lugar – Ele parou e olhou para mim por alguns minutos sem falar nada, com certeza pensando em ajustes para a criação e já adiando sua aposentadoria, coisa que me entristeceu, minha mãe merecia aproveitar a vida com ele – Eu tenho uma ideia, mas você não vai gostar.

                — Não quero que desista da aposentadoria pai – Havia cansaço em minhas feições, aquilo realmente me deixou abatido.

                — Quem disse que vou desistir? – Um sorriso fugindo de seus lábios me deixou com medo, ele iria aprontar alguma.

                — Não? – Perguntei temeroso.

                — Há uma pessoa que vai ocupar meu lugar, eu já sabia disso, a fusão com a Gemialidades foi um grande lance, eu já esperava tudo isso, então já pensei em algo algum tempo - Seu sorriso me intimidou, eu não iria gostar daquilo – Sugiro para a minha posição nada menos que Hermione Granger – Aquelas palavras saíram de seus lábios como se fossem nada, mas ele sabia o quanto me impactaram, porque na mesma hora eu gritei:

                — O QUE? VOCÊ ESTÁ MALUCO? – Eu estava ofegante e meu coração disparado. – Acha mesmo que o Potter a deixaria trabalhar comigo? – Perguntei com tristeza na voz, mas já havia parado de gritar por saber a realidade.

                — O Harry não manda nela Draco – Me olhando como se eu fosse um idiota.

                — Pai, eu não sou como o senhor, eu permaneço comensal, nunca desisti, nunca contrariei as ordens, quase matei o Potter e…

                — Filho, você fez tudo aquilo por não ter opção, eu havia sumido e estava protegendo sua mãe – Me interrompeu – Me deixa falar com ela?

Meu coração estava a mil, eu poderia vê-la, eu… talvez… “ela nunca vai sair do ministério”.

                — Acha que ela deixaria de trabalhar com o ministro para vir trabalhar comigo? – Eu gargalhava enquanto falava, meu pai está a louco.

                — Se eu conseguir convence-la, você aceita? – A seriedade em sua voz me fez ver que ele realmente iria falar com ela.

                — Eu duvido que vá conseguir, então pode falar com ela – Disse ainda rindo.

                — Se eu conseguir vai ter que me contar quando se apaixonou por ela Draco – Ele levantou e saiu rindo do meu choque por ele saber – Você nunca soube disfarçar.

Hermione

Sentada em seu escritório, olhava para o que um dia foi uma coisa maravilhosa, mas não queria mais trabalhar ali, já havia feito de tudo e gostaria de novos desafios, fora que nunca tinha tempo para nada, nem mesmo para um relacionamento, tinha 25 anos e ainda não havia se casado, nem namorado tinha, não Havia dado certo com Krum, com Rony e alguns caras que ela tinha saído, tudo por causa do exaustivo trabalho, nem para seus pais tinha tempo.

Tinha orgulho de tudo que tinha feito e alcançado, mas já havia pelo menos 2 anos que não era mais feliz ali, não adiantava olhar para tudo e não enxergar a felicidade, mas não sabia o que fazer, já havia tentado mudar para outros departamentos, mas o Ministro não deixou, dizia que ela era a única que poderia cuidar daquele setor e que não mudaria ela se não achasse alguém para ficar em seu lugar, havia procurado, mas ninguém queria viver trabalhando como ela, todos viam como aquele trabalho a impedia de viver…

Ela não poderia imaginar que naquela quinta-feira, sem nada de especial, que chovia mudaria sua vida.

Toc, Toc.

                — Pode entrar. – Sua voz saiu sonolenta, precisava acordar, se o ministro a visse assim…

                — Boa tarde senhorita Granger, é um prazer revê-la – A pessoa que entrou por aquela porta estava sorridente, já a mulher sentada estava mais que surpresa, não via Lúcio Malfoy desde a última homenagem aos que perderam na guerra, nunca foram próximos para manter contato, então ela estava surpresa.

                - Boa tarde Lúcio, a que devo a honra? – Estava muito curiosa para enrolação.

                — Direta ao ponto, isso é bom… - Sorria enquanto falava, ainda era assustador para ela aquele homem não ser mais um inimigo, foi muito assustador quando ela foi lhe procurar para fazer parte da ordem. - Vim com um propósito hoje, fazer uma oferta irrecusável – Fazia suspense para deixá-la mais animada – Estou em nome das instituições Malfoy lhe oferecendo um cargo.

Ali o queixo da mulher caiu, ela ficou sem reação, poderia ter chego algo que ela tanto queria? A oportunidade que tanto precisava? Mas e o Malfoy Júnior? Sabia do pai? Ele não tinha mudado de lado como o pai, só não estava na cadeia pelos atos do pai e por provar que se não fizesse estaria morto junto com a mãe, mas não dizia que ele não queria, ela sabia que as empresas eram dele agora, Lúcio tinha mesmo esse poder de lhe ofertar um emprego? Se sim, ela queria trabalhar naquela empresa? Com ele?

                — Acho que eu deva explicar melhor, estou me aposentando, Draco precisa de alguém para ficar no meu lugar, com a fusão com as Gemialidades Weasley a nossa empresa está com o índice de vendas acima do esperando, estamos com vários problemas para estabilizar o processo e não ficarmos sem estoques, algo que já está ocorrendo.

Ela soube da fusão, não entendeu como os gêmeos haviam aceitado fazer um acordo com o Malfoy, mas depois de algum tempo entendeu, eram os maiores concorrentes, ele tinha uma parte da empresa dedicada a esse seguimento e era o maior concorrente dos gêmeos, unindo as empresas iriam se tornar os maiores do mercado e ainda por cima, os gêmeos ganhariam muito dinheiro nessa transação, tendo uma liberdade para trabalhar também em outros seguimentos que eles queriam, mas não tinham como entrar no ramo, na empresa eles tinham liberdades com todos setores, nisso eles criaram muitas coisas em poucos meses e inclusive muitas coisas exclusivas para o ministério que estava gerando um lucro imenso, tendo várias encomendas até de outros países, já que a instituição Malfoy não dava conta de fabricar devido ao sucesso.

                — Entendo, mas porque eu? O que faz você me cotar para esse cargo?

                — É a única que tem a capacidade de junto com meu filho dar um jeito nisso, roda também uma informação nos corredores que a muito tempo quer algo novo, vim lhe ofertar esse algo.

                — O que me garante que ele queira trabalhar comigo? – Estava descrente nessa história, apesar de ele ter lhe pedido perdão uma certa vez.

                — Isso é um sim? Porque se for, já está tudo pronto e pode começar amanhã se quiser.

                — É um sim – Aquelas palavras saíram de sua boca e ela não acreditou, como assim um sim? Desde quando não pensava em algo direito?

Ouviu alguém respirar fundo e dizer no canto da sala:

                — Sabia que a perderia Hermione, infelizmente eu não tenho como te impedir, quando Lúcio veio lhe dizer isso, tentei dissuadi-lo, mas eu sei que ele está certo, faz tempo que você não pertence mais a esse lugar, mesmo que precisemos de você. Vou te mandar embora com todos direitos, mas sempre estaremos aqui caso queira voltar, ninguém poderá te substituir – O ministro estava escutando e por ser algo tão inacreditável, ela não o viu chegar, mas ele estava disposto a ser um bom amigo dessa vez, não impedindo-a de seguir seu caminho.