Saints of Gold - Os Cavaleiros do Zodíaco escrita por Jane Austen


Capítulo 3
Capítulo 3 - Encontro.


Notas iniciais do capítulo

"Nós nos tornamos como aquilo que amamos. Se nós amamos aquilo que é base, nos tornamos base; mas se amamos o que é nobre, nos tornamos nobres.
Venerável Fulton Sheen.


Chegando com o próximo :)



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— Humph! Sabia que era você quem ocasionou toda essa bagunça. – Dizia Afrodite, se referindo ao cavaleiro recém chegado ao grupo, enquanto permanecia com a feição impassível admirando sua rosa.

— Outro daqueles seus treinos com os novatos é, Máscara da morte? – Indagou Milo fitando o cavaleiro de câncer.

— Foi mal pessoal, nos empolgamos um pouquinho, mas não imaginei que as conseqüências chegariam até aqui. -  Disse com seu meio sorriso pretensioso e nada arrependido. Afrodite voltou-se sério para ele. Máscara continuou:

—  Quem são essas belas moças aqui presentes? Não esperava encontrar forasteiras no Santuário, para vocês as conseqüências dos meus treinos não são nada, mas já para elas... Agora entendo os olhares reprovativos. _ Disse voltando-se para o cavaleiro de peixes: _ É porque estão muito bem acompanhados.

— Máscara da Morte, essas duas jovens foram encontradas essa manhã no Santuário, pelo Afrodite, seus nomes são: Clara e Lydia. – Respondeu-lhe Mu calmamente apresentando cada uma das garotas.

— Ora, ora o que temos por aqui... O que será que o mestre Dohko ou a Athena diriam sobre um fato curioso como esse? – Afrodite com passos calmos aproximou-se mais do cavaleiro em questão que falava, sua feição permanecia séria:

— Ainda que essa não seja uma das normas comuns do Santuário, como você bem sabe, nunca antes apareceram pessoas inesperadamente  por aqui, não sabemos o propósito ou como isso se tornou possível, e elas estão confusas.

— Máscara da Morte, nós iremos ajudá-las a entender o que aconteceu, tenho certeza que o mestre Dohko não se oporá a isso. E Athena não está aqui, ela foi para o orfanato com os cavaleiros de bronze, Seya e os outros. – Disse Mu.

— A senhorita Athena não está no Santuário? – Perguntou muito surpresa Clara, que até pouco tempo atrás nem mesmo fazia menção de falar. Os cavaleiros de Ouro se voltaram para a jovem, ela corou levemente e voltou seu olhar para outra direção.

— Nesses últimos anos que o mundo está em aparente paz, Athena  como herdeira de Kido fez uma bela reforma no orfanato, e mantém jovens e crianças lá, além de outras obras de caridade. Algumas vezes vão supervisionar o andamento das coisas como nessa semana foi com os cavaleiros de bronze. – Explicou-lhe calmamente Afrodite. Os olhos de Clara cintilaram ouvindo a notícia, fato que chamou muito a atenção do cavaleiro de peixes. Lydia falou:

— Que incrível! Estou tão feliz em ouvir essa notícia! Puxa! Todos os cavaleiros de bronze estão lá também?

— O Hyoga continua aqui, dificilmente ele se afasta do Camus,  estão na casa de Aquário, já faz tempo que Camus está aperfeiçoando ele. Hyoga tem sido um pupilo exemplar! – Respondeu o cavaleiro de Áries.

— Cara! Nunca vi aluno mais devotado, ou mestre mais empenhado! – Disse Máscara da morte sorrindo de lado.

— Eles estão certos! Estão recuperando o tempo perdido. Ora, tempos de paz não são desculpas para evitar os trabalhos e os treinamentos. Além disso, continuamos com todas as nossas obrigações, se bem que, para eles essa é uma diversão. – Observou Milo. Máscara da Morte fez uma breve careta, o que fez Lydia sorrir discretamente, Clara conteve-se disfarçando. Afrodite permanecia com expressão impassível e inalterada. Voltou-se para o Mu.

— Acho que tem uma pessoa que pode ser útil para ajudar a responder nossas dúvidas agora.

— Você está falando do... Shaka?

— Isso mesmo Mu.

— Por que você não vai com as garotas até onde o Shaka está? Eu vou procurar o mestre Dohko, sua sabedoria de  mais de dois séculos não pode ser descartada, além disso, vou informá-lo sobre o ocorrido. – Disse Mu.

— De acordo Mu, mas antes, me parece que seria melhor acomodá-las, não podemos esquecer que são duas jovens moças que de maneira imprevisível se encontraram nesse lugar desconhecido para elas, deixando-as tão confusas como nem podemos imaginar.  – Ponderou o Afrodite, seu tom de voz era tão calmo como sério proveniente sem dúvida de uma reflexão cuidadosa. Máscara da morte continuou:

— Se precisarem eu mesmo as acomodarei comigo na casa de câncer. – Disse com um meio sorriso maléfico. Afrodite pela primeira vez, por um momento pareceu quase soltar a rosa que segurava em suas mãos, voltou-se com um olhar mortal para o cavaleiro de câncer, Milo que estava ao lado de Máscara da morte, deu-lhe um belo cutucão, que foi logo compreendido pelo cavaleiro de câncer, e este engoliu em seco o sorriso sem graça, e procurou disfarçar sem jeito olhando para outro lado qualquer.

— Não queria causar incômodos ou preocupações a vocês nesse momento, por favor, não se preocupem conosco cavaleiros...  – Dizia Clara um tanto constrangida, quando foi delicadamente interrompida:

— Venham comigo, eu mesmo as guiarei, vou ajudá-las em tudo que precisarem, e o Mu logo falará melhor com o mestre ancião a esse respeito, não se preocupem com nada.  – Seu tom de voz era tão suave como atencioso, era impossível não acalmar o coração de qualquer um que o ouvisse, pois parecia adentrar para o profundo interior da alma, em sua face havia um brilho intenso de uma aparente tranqüilidade delicada, porém firme, como também daquela beleza única e fascinante. Clara instintivamente, foi atraída e aproximava-se com passos calmos sem dizer nada, se dirigiu na direção em que o cavaleiro Afrodite lhes indicava. Lydia acompanhou-os.

— Nos vemos depois. – Já de costas caminhando, disse Afrodite aos outros cavaleiros enquanto seguia o caminho com elas.

***

   Ao acompanhá-lo, era possível ver ao redor ainda a bela paisagem do lugar, compostas não apenas de construções majestosas, mas também de diversas espécies de árvores, e a variedade de pássaros com sons espontaneamente belos era grande. Afrodite caminhava em silêncio por aqueles caminhos, em suas mãos estava sempre a rosa vermelha, e seus passos não eram rápidos dessa maneira não era difícil acompanhá-lo com facilidade, ele era um homem que possuía uma sensibilidade tão grande entre os outros, que causava a sensação natural de bem estar e proteção a sua companhia, pois demonstrava compreender detalhes. Clara usava um longo vestido azul celeste, adormecera na noite anterior vestindo ele, e onde apareceram repentinamente no Santuário ela trajava o mesmo vestido na qual adormecera, e por um momento refletindo nisso, agradeceu mentalmente por não ter adormecido de camisola. Seus longos cabelos negros eram suavemente balançados pelo vento e contrastavam com sua pele muito branca em que os seus lábios naturalmente rosados faziam um harmônico desenho de coração.  Lydia por sua vez, da mesma forma que a amiga, também adormecera trajando um belo vestido cor carmesim, e em seu coração cada momento mais, se acostumava a estar naquele ambiente totalmente diferente, porém encantador e extraordinariamente único para ambas.

Por um momento Afrodite parou e Clara surpreendeu-se, quase chegou a esbarrar nele pelo movimento inesperado do cavaleiro. Ela ia perguntar o que havia acontecido, foi quando observou uma mulher se aproximando deles, Lydia parou ao lado de Clara. O Cavaleiro voltou-se para a mulher à frente:

— Marin, preciso lhe pedir um favor, essas duas jovens são Lydia e Clara, elas estavam inexplicavelmente no jardim das rosas do santuário, e nós os cavaleiros de ouro estamos procurando ajudá-las e entender o que aconteceu aqui, vou levá-las até alguém que talvez possa ajudar. Mas primeiro, quero que as leve até um lugar adequado em que possam descansar por um momento, sei que outra mulher teria bem mais capacidade para acomodá-las do que eu. – Disse ele delicadamente olhando para qualquer outra direção, os olhos azuis cintilavam com a luz do dia, Marin impressionou-se e observou no cavaleiro de peixes algo semelhante ao rubor, e prontamente lhe atendeu:

— Não se preocupe Cavaleiro! Eu mesma as levarei comigo e cuidarei de tudo que precisarem.

— Marin, eu agradeço! E estarei esperando bem aqui assim que puderem se juntar a mim novamente, elas não conhecem o Santuário e eu mesmo guiarei seus passos. Lydia estava ainda mais surpresa não só por conhecer Marin de águia, mas também por mais uma cena inacreditável. Clara permaneceu como antes, encantada com tamanha sensibilidade e delicadeza.

***

A casa a qual estavam com Marin era um lugar realmente reconfortante, e a amazona tratou-as com a maior benevolência possível, contou-lhes um pouco sobre alguns acontecimentos nos últimos anos no Santuário, após tantas batalhas, e o tempo que se seguiu de paz. Ajudou-as em todas as necessidades imediatas, e providenciou tudo que as garotas precisaram, explicou-lhes alguns detalhes rápidos do funcionamento do Santuário, e estava profundamente curiosa com o fato delas estarem ali, mas algo a mais a interessava, segundo o que sua percepção lhe mostrava, por um momento sorriu pensando nisso, mas ninguém notava com a máscara que ela usava, e ela mal podia esperar para ver os próximos acontecimentos que viriam a seguir. E assim que terminaram elas resolveram ir até onde o cavaleiro as esperava, insistiram que Marin não precisaria as acompanhar, para que desse modo não causassem incômodo a amazona, ainda que essa insistisse em conduzi-las, e com todo amor que tinham por essa querida amazona, como também, pela gratidão que tinham por todo consolável tratamento que dela receberam, se despediram com todas as boas disposições possíveis.

Enquanto caminhavam umas pequenas, porém graciosas flores eram levemente agitadas pela brisa.  Clara nesse momento voltou-se para Lydia:

— Como o tempo voa quando estamos aqui Lydia, e que momentos intensos, quantas coisas já vimos, e quantos encontros já tivemos... Tudo é muito interessante...

— Eu estava pensando exatamente nisso, todos os cavaleiros que vimos até agora são incríveis, e me emocionou ver de perto o milo usando seu poder, e como ele foi rápido, ainda não acredito nisso! Puxa! Estamos mesmo aqui... É tudo tão milagroso.

— E o máscara da morte! Apesar de parecer mais pacificado não perde seu jeito engraçadinho e debochado!  E todos os outros que conhecemos são também exatamente semelhantes ao que sempre vimos...  – Clara silenciou, e  Lydia voltou-se para ela atentamente: _ E o Afrodite, ele...

— Ei! Quem são vocês? E como se atrevem a andar pelo Santuário?  - Foram abruptamente interrompidas por alguns aspirantes a cavaleiros recém treinados, que logo já estavam bem próximos a elas.  Foi muito grande a confusão interior que essa situação ocasionou às jovens, e Clara não sabia como reagir, fora pega de surpresa por aquela situação, e antes mesmo que qualquer palavra fosse dita, sentiu a hostilidade daqueles homens que não sabiam dos acontecimentos anteriores. Um deles pretendia segurá-la pelo braço, um tratamento sem dúvida dispensado a quem fosse dado como desconfiável, mas eis que foi interrompido antes mesmo que pudessem ver de onde ele havia chegado Afrodite já estava ali na velocidade da luz, colocou seu braço entre ele e Clara, impedindo que colocasse as mãos sobre ela, seu olhar era ameaçador, ela podia vê-lo apenas de perfil, teve a visão clara.

— Como ousam tratar uma senhorita assim?  Que sejam novatos e cometam erros eu compreendo! Mas essa terrível atitude eu abomino, ainda mais com uma mulher.  -  Disse ele seriamente, com tom menos calmo que o normal, embora mantivesse a nobre serenidade. Foi muito grande a surpresa de todos os presentes ali, e eles apenas limitaram-se a dizer:

— Nós perdoe Sr. Afrodite, não foi nossa intenção destratá-las, é que  são estranhas e...

— Elas estão comigo, não se aproximem novamente delas. Essas jovens estão sobre a proteção de um cavaleiro de ouro, fui claro?  - Disse ele de maneira impassível.

— Sim Sr.  – responderam quase em eco  e com certo temor.

— Ótimo, e agora vão. – Concluiu ele deixando livre o caminho à frente daqueles homens. Mal ele acabou de dizer as palavras e eles  saíram o mais rápido possível. Voltou-se então para as jovens:

— Perdoem essa terrível e constante grosseria que vocês têm sofrido aqui no Santuário, prometo fazer aquilo que estiver ao meu alcance para impedir que coisas assim voltem a acontecer. E agora venham por aqui, eu as levarei comigo. – Disse ele calmamente apontando a direção, e novamente aquela voz chegava ao interior da alma de suas ouvintes e aquecia-lhes o coração.  Clara sentia-se maravilhava, e Lydia permanecia  admirada, e assim seguiram aquela direção com o cavaleiro. 


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