Honra & Fúria - Interativa escrita por Thiago


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

O próximo capitulo trará o núcleo que se completar primeiro. Então, até mais porque nas notas finais vem a ficha o/

Boa leitura.



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Ponta Tempestade 

Relâmpagos em sua fúria iluminavam a escuridão daquela madrugada. Clarões que criavam figuras tenebrosas nas nuvens de tempestade, por cima dos penhascos afiados e rochosos que rodeavam Ponta Tempestade.

A garota estava em pé, na varanda do lado de fora dos seus aposentos. Ela encara por uma última vez para trás, para o seu aposento aconchegante e caloroso. A lareira acolhedora, sua harpa ornamentada e que ela tanto amava. Seus livros que não havia tido tempo de devolver para a biblioteca de Ponta Tempestade. Livros que ela nunca terminaria de ler.

Seu olhar então repousou sob sua cama e se recordou das últimas semanas em que parecia a ela tão difícil dar alguns passos para longe dela. Seu corpo praticamente estava definhando em seu leito. 

Sua cama era confortável com travesseiros de pena de ganso e com as mais macias sedas que vinham do outro lado do Mar Estreito. E sobre seu travesseiro, a carta. Ela tinha escrito tinha pouco tempo e algumas gotículas de tinta havia lhe manchado os dedos.

Reyna encarou a cor rubra agora misturada a chuva e que agora dava uma aparência de sangue. Mas era apenas tinta, a mesma com a qual havia escrito as suas últimas palavras.

Reyna encarou suas mãos e as limpou em seu vestido, mantendo um olhar  indiferente. Ela despiu-se das joias que usava, de  seus anéis e do colar de ouro branco e madrepérola. E suas mãos tremeram porque ela sentia frio. Mas não importava mais.

Estava indiferente a tudo, seu coração estava partido e tudo que ela queria era chorar. Os olhos ficaram salgados, então os limpou irritada. Negando-se a deixar-se quebrar. Não, ela e uma garota forte. Como sua mãe lhe ensinou a ser. 

Não queria se permitir a chorar, mas se o fizesse seriam as lágrimas mais sinceras que já haviam lhe decido pelo rosto. E havia aprendido naquelas últimas semanas a diferença de cada lágrima e o seu valor. Sabendo o quanto tinha desperdiçado as suas ao longo daqueles anos de existência. 

Caso rendesse aquele desejo em derrubá-las, não seria um motivo qualquer. Não seria um choro causado porque o seu penteado não estava mais impecável por conta do vento da maresia ou se seu vestido favorito havia sido destruído pela chuva.

Não, aquela garotinha tola já havia morrido a várias luas atrás. Sua morte havia acontecido no momento em que leu a carta de rompimento. Deryn Arryn, havia lhe apunhalado com sua falta de compaixão para com ela. Para o compromisso que compartilhavam um com o outro.

Reyna havia sofrido mais naqueles últimos dias do que em toda a sua vida. E agora ela sabia valorizar sua própria dor. Estava morrendo aos poucos. Um dia por vez. A pior morte que poderia se acometer sobre alguém era morrer de tristeza. 

Passou a perceber o quão vazia sua vida era e fútil, ao encarar o reflexo já não mais se conhecia, por mais que aquela pessoa que a olhasse de volta fosse si mesmo.

Em que lugar se escondia a garota que fora um dia? Quem era aquela mulher enfermiça que havia tomado seu lugar quando encarava-se no espelho? A tosse violenta veio mais uma vez. 

Apoiou-se ao balaustre, então ergueu seus olhos mais uma vez quando um novo trovão cortou a imensidão dos céus. Era uma resposta ao sofrimento, como se a tempestade houvesse lhe ouvido e lhe desse uma resposta.

Reyna entendeu que era como se os deuses da tempestade e do mar estivessem chamando-a e incentivando que ela fizesse o que havia planejado. Para que ela não sentisse o medo lhe dominar e retornasse para dentro de seu castelo.

Verdade fosse dita, ela não iria retornar. Sua decisão era a única que via como o fim para seu martírio, porém ao pensar nas pessoas que deixaria para trás uma parte dela cedia. Mas ela não mais sentia-se feliz em permanecer viva. Nem a presença de sua amada família lhe era suficiente. Havia uma tristeza por dentro que estava a devorando e ela não sabia como se livrar daquilo de outra forma. Só queria que acabasse. 

Não havia razões para viver quando seus sonhos de um futuro feliz haviam se desfeito diante de seus olhos. Sua dor em seu coração havia sido brutal, o amargor da traição que sofreu e a quebra do castelo de ilusões que havia construído para si mesma.

Tudo transformado em pó após aquela maldita carta ter chegado trazida pelas asas negras de um corvo. Seu prometido havia desposado outra em seu lugar. Uma garota da corte do Ninho da Águia. Uma filha de uma casa vassala do Rei Jonos.

Se era Deryn Arryn, o príncipe herdeiro por direito do Vale de Arryn.  Por que então não honrou as palavras de sua família? Tão alto quanto a honra, agora soava como uma piada de mal gosto.

No começo de tudo, seu interesse pelo garoto era apenas pelo fato de que se tornaria rainha um dia. Ela era uma criança tola que havia florescido e que almejava continuar tendo uma vida de mordomias.

Algo que provavelmente também iria conseguir com um casamento com uma casa vassala de seu pai. Por que ela tinha que querer ser uma rainha como a sua mãe?

Porém, conforme as cartas dentre ambos foram trocadas e as visitas de ambos a corte um do outro. Ela simplesmente se viu apaixonando-se por aquele jovem tão belo e cortês.

Por que havia fingido tanto, Deryn? Por que tinha a iludido com palavras doces e sorrisos calorosos? Ela sentiu-se humilhada e feita de tola. Seu coração partiu-se e os frangalhos era o que restava. Reyna amava alguém que preferia estar com outra do que consigo.

Sua saúde debilitou-se e a doença veio. Sua tristeza decaiu sobre si, como o por-do-sol se escondia sobre as montanhas do vale na primeira vez em que ambos haviam compartilhado um beijo discreto. Por que?

Depositou as joias sobre o balaustre da sacada. Em seguida, suas mãos foram em direção da capa que usava e desabotoou o pingente que a prendia. O vento violento o levou-o e Reyna encarou o manto amarelo ouro deslizando pelo ar noturno como um prenúncio de sua mortalha.  

Passou a mão pelos cabelos ensopados e sentiu a chuva lavando-a de sua dor. Sua fragilidade era tamanha que era como se a muito já tivesse perecido, não havia mais tantas curvas e sua pele corada. Era apenas um fantasma de uma vida passada. Afinal para que evitar o irremediável? Não havia cura para o que ela sentia.

Seu vestido bordado e de rendas encontrava-se colado junto ao seu corpo e seus pés descalços contra a pedra lisa do chão. Ela olhou uma última vez para o horizonte e para o mar revolto e furioso. Estariam os deuses bravos consigo? Bravos por ela ser uma garota fraca? Se sua mãe lhe visse agora. Será que iria acolhê-la em seus braços ou a repudiaria? 

Reyna apoiou-se na ameia e colocou-se de pé sobre a estrutura. Ela encarou o abismo que havia abaixo de si, o som violento das ondas que atacavam violentamente os rochedos.

Seu medo de altura não se manifestou. Talvez já tivesse morrido com a sua melhor versão. Ela sentiu-se por alguns momentos desequilibrar, porém manteve seus pés firmes e fez uma referência para os deuses da tempestade. A resposta veio em mais um ressonar de trovão.

Seu coração não sentiu medo frente ao perigo. Ela então percebeu o quanto a dor a havia feito forte. E então, foi que encarando por uma última vez o abismo fechou seus olhos. Era apenas mais um passo e sua dor terminaria.

Sua face banhada pela água das chuvas que lhe roubavam as lágrimas que escapavam-lhe em meio ao choro silêncio. Ela havia se quebrado pela última vez.

Mãe, me perdoe por ser uma garota tola. – pronunciou em um sussurro estrangulado frente a sua dor — Eu queria ser a mulher forte que você esperava que eu fosse. Eu falhei. Por favor, perdoe-me. - E então, no final de suas palavras abrira os olhos. Ela deveria ter a coragem necessária para encarar o abismo e não piscar.

Deveria encarar de frente sua morte e acolhê-la de bom grado como uma amiga. Uma amiga que lhe livraria de suas fraquezas e do amargor que era viver tendo o gosto da traição manchando-lhe os lábios. Um amor não correspondido, havia finalmente aceitado.

E Reyna Durrandon, princesa de Ponta Tempestade. Ou o que havia sobrado em seu lugar. Quem quer que fosse aquela garota doente de tristeza.

Ela simplesmente um passo adiante sentindo-se mergulhar no vazio. A última lembrança que teria seria da dor escruciante quando seu corpo atingiu os rochedos. A dor fora instantânea e ela pode sentir seu coração ir parando de bater aos poucos.

Havia aquela estranha mistura com o gosto de sangue e água marinha em seus lábios. E ela se sentiu puxada para fora das rochas pelas calmas e suaves ondas do mar. E ela por fim adormeceu pela última vez.

Seus olhos agora tão vazios quanto o abismo. Enquanto ela afundava na imensidão revolta do furioso mar. Desaparecendo em meio a escuridão profunda. 


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Notas finais do capítulo

Nome:
Apelido (opcional):
Idade:

Casa:
Posição Social:

Aparência (mande a imagem do cast):
Personalidade:
Qualidades (tem que ser equivalente aos defeitos):
Defeitos (tem que ser equivalente as qualidades):
Pontos Fracos:
Talentos/Habilidades:
Educação:
Gostos e Desgostos:


História (conte um pouco do passado e presente do seu personagem):
Ambições: (quais são os objetivos e sonhos do seu personagem?)
Qual é o principal interesse dele(a) com está guerra?:
Lealdade (si próprio, a sua casa, ao rei, ao príncipe, aos seus companheiros de batalha, etc.):
Amigos e Inimigos (alguma pessoa em especifico em ambas as opções?):
Relacionamentos (familiares e amorosos):

A relação entre o seu personagem e a quem serve?

Quais são seus interesses sexuais?: (ex: Mulheres, Homens, Ambos os sexos, e etc.)
Permite cenas sexuais? ( ) Sim ( ) Não
Permite par romântico? ( ) Sim ( ) Não

Seu personagem tem de tomar uma decisão entre sua vida e de algum(ns) companheiro(s), qual a decisão que ele toma?: Salvar a si mesmo () ou mantem-se ao lado de seus companheiros ()
Como seu personagem encara a morte? (a teme ou não pode contextualizar a resposta).

Seu personagem seria capaz de se render ao inimigo ou trabalhar ao lado deles?: Sim () Não ()