Zombie AU escrita por Penelope


Capítulo 14
Posto de Gasolina




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/775879/chapter/14



Rapunzel Corona


Eu tentei não me mexer. A última vez que me mexi, quase matei Merida e eu.


Quando eu tinha acordado, eu estava sozinha numa sala. Amarrada numa cama e com roupa de hospital. Eu fiquei muito tempo lá, desesperada por que estava com maior parte do corpo dormente. Eu torci tanto meus pulsos pra sair de lá que um deles sangrou. Eu desisti nesse momento, então eu fiz a cama, fraca, se mexer e cair no chão, deslizei o pulso até o final do apoio de metal da cama que prendia minha mãos, dei o meu jeito pra minha mão sair, mas acho que torci ela, por que mesmo com ela solta não foi fácil soltar a outra. Doía tanto e estava ficando roxo.

Quebrei uma janela e sai por ela, me cortando. Como ninguém ouviu, eu não sei. Fugi para a próxima cabana onde dois caras saiam de lá dizendo algo sobre a ultima vitima ser uma ruivinha linda, entrei e vi Merida amarrada desmaiada no chão.

 

Quando tentamos fugir, nos pegaram, lutamos e deixamos três caras desmaiados, mas logo outros apareceram e nos seguraram, eram muitos. Eles espancaram a ruiva na minha frente e eu chorei muito e resolvi parar de lutar, eles me amarram nesta cadeira, com arame agora e colocaram um pano na minha boca Droga minha mão está doendo tanto o arame só piora, certeza eu tenho que não a quebrei.

 

Eles disseram a Merida que se ela não fosse para a ARENA eu seria lanchinho de cabeça morta. Sei que não brincaram, por que o cara que ficou comigo trouxe uma cabeça morta e me ameaçou. Quando ele prendeu a cabeça morta ele tentou me tocar, eu só queria gritar, chorar e espancar ele.

 Não durou muito, por que ele saiu de perto de mim quando ouviu um grande tumulto lá fora, olhando pela janela ele arregalou os olhos e eu ouvi alguém gritar ''fogo!''. Alguém entra na cabana.

— Homem das sombras! - Uma mulher com cabelos longos e vestido marrom entrou entregando o chapéu roxo pro cara. - ARENA está caindo, temos que avisar o capitão – ela sussurrou algo em seu ouvido olhando para mim, sei que tem a ver com a Merida. Sinto isso – Jogaram garrafas de Whisky com fogo na ARENA, bonitinha. Você sabe de algo? - Ela passou a mão pelo meu rosto e tirou o pano da minha boca. - Responda – Ela me deu um tapa.

 

— Deixa disso Éris, vamos ao Capitão.

 

— Vai deixa-la sozinha?

— Ela não vai fugir, estamos com a amiga dela. Vai pensar muito antes de tentar fugir. - Ela colocou o pano na minha boca, apertou minhas bochechas rindo e saiu da cabana junto com o tal Homem das sombras. Qual o problema desse povo de usar o próprio nome? Eu estava ouvindo tanta gente gritar, de desespero, de medo, mas também de raiva. Como isso vai acabar? Eu sinceramente, não sei. Talvez agora eu só tenha a Merida, e ela tava na ARENA, talvez eu só tenha a mim mesma.

Comecei a chorar, por que não me matam logo!

Alguém entra. É o Peter, não acredito é o Peter. Eu choro mais, e ele sorri aliviado. Começa a tentar tirar o arame devagar para não me machucar, eu só sei chorar. Ele lembra, e tira o pano na minha boca enquanto tira o arame da outra mão.

— Pensei que estava sozinha – continuava a chorar – eu ia, ia morrer sozinha. - ele me abraça e limpa minhas lágrimas.

— Fica calma, eu to com você – ele afaga meu cabelo e eu tento me acalmar.

— A Merida! Ela ia pra ARENA – Me levanto e ele me segura e me abraça.

— Estamos com ela, tá todo mundo vivo e indo pra um lugar seguro – Ele pega na minha mão e ia em direção a porta – Vamos pela janela – Ele abriu a janela e pulamos, ele olhou em volta e parecia meio perdido, ele olhou algumas pessoas passaram com água pra ARENA e nos escondemos atrás da cabana ao lado. Ele tentava analisar a situação – A abertura tá longe e tem muita gente, vamos ter que pular e sair um pouco do caminho. - Ele disse segurando meu rosto. - Vai ficar tudo bem, vamos encontrar eles. - Ele pegou na minha mão, e eu troquei rapidamente por quanta da dor, ele reparou mas não disse nada.

Corremos com cuidado, nos escondendo para um lado da cerca, era alta. Não era fácil com uma mão só, então usei as duas e o pano que ainda estava no meu pescoço, eu coloquei na minha boca de novo, para morder com a dor que eu sentia na mão. Peter pediu pra mim pular no colo dele na hora de descer, e eu fiz.

Corremos dentro da floresta e ele pediu para eu não parar. Peter tinha razão, tínhamos que tá o mais longe possível, se não no momento que eles percebessem poderiam vim atrás da gente, teríamos que estar longe. Atravessamos a rua, agora com o ritmo mais calmo.

Estava de noite, e nunca foi aconselhável para alguém num apocalipse, sair perambulando a noite. Então paramos de baixo de uma árvore. Dormimos abraçados, estava muito frio e aquele meio aconchego me fez chorar um pouco e fez Peter afagar meus cabelos, chorando também.

Amanheceu, tenho certeza que não faz muito tempo. Por que eu escutei os pássaros cantarem e os raios fortes do sol baterem no meu rosto, está queimando, levei minha mão para onde queimava e senti um arranhão, acho que foi a unha daquela mulher, me mexi acordando um pouco o Peter.

— Me desculpa – estava um pouco rouca – mas, temos que continuar. - Ele resmungou e se espreguiçou e se levantou. Continuamos, eu estava com fome. Olhamos de longe um posto abandonado. - tomara que tenha algo para comer. - eu disse e fomos para perto, olhei da janela e não tinha nenhuma alma viva ou morta.

Quando entramos eu vasculhei para ver se tinha algo comível. E Peter foi olhar se o carro lá fora funcionava. Eu achei lata de molho de tomate ainda na validade, peguei uma saca plástica e comecei a lembrar que não gostava de usar antes para preservar o meio ambiente. Sorri fraco, e coloquei as latas na saca, afastando o pensamento. Uma lata de milho, e só. Já era alguma coisa. Peter entrou e disse que o carro não funcionava, fiz ele sentar e comemos o que tinha ali mesmo.

Parece que Peter se perdeu um pouco do caminho.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Zombie AU" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.