Amor Imortal escrita por Mary Kate


Capítulo 18
Escala.


Notas iniciais do capítulo

Minhas lindezas!!!
Peço desculpas pela demora, não foi intencional!
Passei dias muito atarefados, fiquei muito muito muito
muito cansada e não tive como atualizar a fic.
Mas o que me deu um baita ânimo foi a linda e
cativante recomendação que Amor Imortal recebeu!
Imaginem fogos de artifício pois esse momento é nosso sim!
Hahaha
Obrigada Robertadupio, sua recomendação
veio no momento certo para me dar energia!
Esse cap é dedicado a você!
Tenham uma excelente leitura ;*



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POV Christian

Estou no meu escritório no Escala, estou com tanta raiva, magoa e tristeza! Jogo tudo da minha mesa no chão. – Maldição!!! – Grito e jogo um vaso contra a parede o quebrando. Porra! Esse vaso era uma raridade, me custou oito milhões de dólares. Mas foda-se ganho isso só com os meus rendimentos em três dias. Por que isso tudo está sendo tão difícil?! Eu só quero a minha esposa de volta! Chegamos há pouco tempo do encontro com a nossa família e tudo parecia perfeito, ela estava emocionada, parecia se sentir ligada as pessoas e de repente quis fugir de tudo. Eu entendo que ela se sentiu mal, isso me apavorou completamente, pois não quero vê-la sofrer de modo algum e tenho medo que o pior aconteça já que ela está com a aquela bomba-relógio na cabeça. Mas não entendo porque ela não quis ficar na nossa casa. E para completar tem o José, que vai ficar aqui no Escala conosco. Isso poderia ser hilário se não estivesse me dando vontade de mata-lo na mesa da sala de jantar. Respiro fundo tentando me acalmar, o ar nos meus pulmões entra através das minhas narinas queimando por onde passa. Vou andando rumo a minha mesa e me sento olhando para enorme janela a minha esquerda. Estou no topo do mundo, mas nunca me senti tão para baixo, impotente e sem chão. Ouço batidas na porta, esfrego as mãos no rosto, respiro fundo mais uma vez.

— Entre. – Digo simplesmente.

— Senhor Grey, acabei de chegar. Vou colocar a casa em ordem como gosta, a Phoebe ficou com Karla e Ray, vai passar a noite na casa deles. – Gail entra devagar no ressinto ao ver o estado do lugar, mas não fala nada por sua discrição e porque deve imaginar como me sinto. Ela explica tudo um pouco distante da minha mesa me olhando com compaixão. Merda de pena! Estou cansado das pessoas me olhando assim.

— Certo Gail... é... para o jantar faça algo leve, mas que tenha carne. – Pauso entre as minhas palavras, tentando colocar a cabeça no lugar. Ela assente sorrindo sem mostrar os dentes e se vira para sair do escritório, mas interrompo a sua partida. – Como ficou a Phoebe? – Pergunto preocupado.

— Ela está bem, não se preocupe. Acho que de todos nós ela é quem está melhor lidando com a situação. Queria vir ficar com a mãe, mas foi feliz com os avós. Precisa de algo? – Ela me explica com convicção, sei que não mentiria para mim, depois pergunta como se quisesse saber além do que estou demonstrando.

— Eu só quero que a Phoebe fique bem, que tudo isso não lhe gere nenhum trauma. – Penso em voz alta, acho que vou marcar uma consulta para ela com o Dr. Flyn, mesmo que ele não seja psiquiatra infantil, mas confio nele para analisa-la e qualquer coisa encaminha-la para um bom profissional. Me sinto aflito só de pensar nisso, ai minha pequena, não posso deixa-la crescer com traumas como eu. Gail me olha com atenção e carinho, então se vira para ir embora. – Você acha que ela vai voltar a ser ela mesma? – Acabo deixando escapar o elefante branco que estava escondendo de baixo da escrivaninha. Ela se vira e me olha analítica.

— Ela está diferente, fala diferente, age diferente... mas ainda é a nossa Ana, posso ver isso nos olhos dela. Com o tempo ela vai se lembrar. – Me diz com encorajamento, balanço a cabeça em afirmação, torço para que o que ela disse se torne a realidade.

...***...

POV Charlote/Anastácia

Estou sentada na enorme cama, no enorme quarto de paredes com papel de parede cinza com alto-relevo de flores num tom diferente da mesma cor. Analiso vagarosamente esse cômodo, tem uma grande penteadeira de madeira branca, com espelho e uma cadeira da mesma madeira. Um grande guarda-roupa de madeira branca no canto esquerdo, poltronas cinzas perto dele, uma mesinha de centro de vidro em seu meio. Criados-mudos também de madeira branca ao lado da cama, que está forrada com edredom cinza claro. O banheiro da suíte é espaçoso, todo branco com mármore bege, tem espelhos enormes e uma banheira retangular ao lado do box. Parece que estou hospedada em um hotel de luxo, tudo do melhor, porém também frio e asséptico. Nunca me senti tão distante de mim mesma, aliás já sim, quando fui para casa dos meus falsos pais, tive a sensação de estar fora de casa, desconfortável e estranha. Quando entrei nesse apartamento não me senti assim, mas agora aqui nesse cômodo parece que estou no lugar errado, me sinto tão distante de mim mesma, tão sozinha... Me jogo para trás, me deitando na cama, mas mantendo os pés no chão. Foi bom ter tirado aquele cochilo no carro, acordei sem dor nenhuma assim que estacionamos na garagem. José foi acomodado em uma suíte no andar de cima do gigantesco apartamento, eu estou em uma no andar de baixo e pelo que entendi a minha fica ao lado da suíte do senhor Grey. Ouço batidas na porta que me tiram dos meus devaneios.

— Pode entrar. – Digo me sentando novamente, vejo a jovem senhora loura que conheci mais cedo entrar com um lindo sorriso.

— Olá senhora... – Ela começa a falar mas a interrompo.

— É Gail correto?! – Pergunto e ela assente com um sorriso. – Nada de senhora, por favor. – Peço me levantando e indo até ela, ficando a sua frente.

— Vejo que permanece com o mesmo pedido. – Ela fala sorridente, eu faço uma expressão de dúvida e ela me responde. – Porque nunca me deixou que te chamasse de senhora. Então Charlote?! – Me pergunta carinhosa.

— Sim, Charlote está ótimo... pelo menos por enquanto. – Digo erguendo os ombros com cansaço.

— Eu vim para perguntar se gostaria de algo especial para o jantar. O senhor Grey quer algo leve, mas também pediu que preparasse carne. Tem alguma preferência? – Penso e acho melhor não escolher nada, ainda não estou em casa realmente, não posso ditar ordens.

— Para mim está ótimo, não tenho problema com comida. – Sorrio sem jeito.

— A senhora sempre foi muito exigente com a comida, mas também muito solícita em ensinar a maneira correta de se preparar. Temos uma enorme horta na mansão Grey, tudo cultivado inicialmente por você! – Ela me conta com animação, me sinto feliz em ouvir isso. Uma horta! Achei o máximo.

— Parece incrível! Gail, você se incomoda em sentar um minutinho para responder algumas perguntas minhas?! – Pergunto com ansiedade, ela parece ponderar, então respira fundo e assente. Pego sua mão e a puxo para nos sentarmos na beirada da cama. – Como eu era? Eu era alegre, introvertida, falante, chata? – Dou risada pelas minhas perguntas bobas, ela sorri e me olha com atenção.

— Você era muito animada, engraçada. Gostava de dar respostas espertas e de provocar o senhor Grey! – Ela ri depois disso e completa. – Desculpe, eu não sou enxerida, mas era seu jeitinho na frente de todos. Era natural para você. O senhor Grey é um homem sério, compenetrado, muito reservado! Já trabalho para ele há muitos anos mesmo, mas desde que você apareceu ele foi se transformando e sendo um homem totalmente diferente. Ele nunca esteve tão feliz! Mas também nunca ficou tão triste como quando você foi dada como morta... Ele ficou desolado, achei que ele também não fosse resistir! Foram tempos muito difíceis, mas conforme a Phoebe foi crescendo, ele soube esconder a dor e sorrir de vez em quando por ela. Mas ele nunca levou uma mulher para casa e me desculpe a indiscrição, por favor! Mas acho que ele não se envolveu com mais ninguém desde então. O senhor Grey somente sobreviveu sem você, ele não tinha mais uma vida de verdade. – A mulher explica tudo com tanto sentimento e veracidade, que posso sentir o que ela quis dizer, respiro fundo já que agora percebo que estava sem respirar. Comprimo os lábios e coço meu pescoço, pelo nervoso.

— Deve ter sido muito triste. – Digo com melancolia.

— Foi muito pior do que triste, a família inteira ficou desolada! E o senhor Grey se tornou um morto-vivo. – Ela diz com tristeza no olhar.

— Mas nós éramos realmente felizes?! Um casal feliz de verdade?! – Pergunto realmente interessada.

— Sim, o casal mais feliz que já vi! E com certeza o casal com mais amor que já vi na vida, era nítido de olha-los mesmo a distância. Vocês se completam! – Ela fala sorrindo e seus olhos brilham.

— Obrigada Gail, agora eu entendo o porquê de sermos amigas! – Acarinho suas mãos e sorrimos uma para outra com sinceridade. Depois ela se levanta eu a sigo.

— Sempre pode contar comigo minha querida! – Nos abraçamos, é um abraço um pouco longo. Ela acarinha minhas costas, sinto o grande afeto que ela tem por mim, já simpatizo muito com ela. Então nos soltamos e a mesma vai em direção a porta. – O jantar estará servido as dezenove horas! – Me avisa se voltando para mim já da porta.

— Obrigada. – Respondo e ela fecha a porta com um aceno de cabeça e um sorriso. Volto para os meus botões e resolvo ir tomar banho para me aprontar com calma, mesmo que fique pronta algum tempo antes, é melhor do que me atrasar. Decido por um tranquilo banho de banheira após retirar as minhas roupas. Entro na deliciosa água morna com sais e me sinto no paraíso. Me esfrego delicadamente com uma bucha e sabonete liquido de baunilha, acho delicioso e também familiar. Lavo os cabelos com um xampu e condicionador fabulosos, só com a lavagem já sinto meus cabelos sedosos e com um perfume delicioso. Fico ainda um tempo recostada na banheira de olhos fechados pensando em como tudo mudou em alguns dias. Nunca poderia pensar que minha vida fosse dar uma virada tão grande. Saio da água, me enxugo e vou enrolada na toalha para o quarto, depois de secar meus cabelos com um secador. Abro o guarda-roupa para pegar na minha mala alguma roupa. O Grey disse que depois a arrumadeira virá colocar as roupas no armário para mim, que não preciso arrumar nada, mas só não o fiz porque ainda não tive tempo. Recebi essas malas depois que chegamos aqui no apartamento. O senhor Grey mandou que buscassem as minhas coisas, que ele já tinha as deixado na casa onde ele achou que ficaríamos. Ele ainda não tinha me contado, mas quando José veio, seus empregados também trouxeram todos os meus pertences que estavam nas Bahamas, ele queria me fazer uma surpresa quando eu estivesse instalada na casa, mas infelizmente não teve a oportunidade, então mandou que me entregassem pelo menos o meu guarda-roupa aqui. Sei que por um lado ele também esperava que eu não quisesse mais usar essas coisas, tanto que para sair do hospital ele queria que eu vestisse uma das minhas ‘antigas’ peças, mas eu insisti e vesti o que já estava comigo. Ainda preciso descobrir quem é essa Anastácia, para assim ver se quero ser ela, me vestir como ela se vestia, fazer o que ela fazia, se eu me lembrar tudo será muito mais fácil.

...***...

Estou saindo do quarto para ir jantar, ainda faltam uns dez minutos, mas creio que já estejam ao menos na sala. Vesti um vestido cor de pêssego, que só usei uma vez. O tecido é muito leve, quase uma seda, é de alças, fica colado ao corpo em cima, mas na cintura passa a ser levemente rodado. Calcei um par de chinelos que tem umas pedrarias rosa em cima. E para completar fiz uma maquiagem para ainda esconder o roxo que está sumindo, nos lábios passei somente gloss de morango e rímel nos olhos. Chego na sala e vejo o Grey sentado no enorme sofá branco, tomando o que eu creio que seja whisky, ele está de calça jeans de lavagem clara e camiseta polo preta, seus cabelos estão molhados e ao passar por trás dele no sofá sinto seu cheiro de colônia pós barba, tão máscula, forte e atraente. Mais à frente em pé no canto direito da sala olhando pelos vidros, já que é uma gigantesca parede inteira do material, está José apreciando a vista dos arranha-céus de Seattle. Diria que ele está inseguro, pela forma como está acanhado, quase se escondendo dentro da parede.

— Olá! – Digo descendo os dois degraus para entrar na sala, os dois me olham e o senhor Grey se levanta, ele me olha com admiração, quase me come com os olhos, respiro fundo sentindo minhas bochechas esquentarem.

— Você está linda! – Me diz contemplando-me de cima a baixo, aperto minhas mãos nervosamente.

— Obrigada! – Digo sem jeito. – Eu posso beber alguma coisa? – Preciso de uma dose de álcool para aguentar a tensão de estar morando com esses dois, pois só agora me dou conta de que não será algo simples.

— Será que pode beber uma taça de vinho? – Ele parece analisar a questão. – Acho melhor perguntar para o seu médico! – Ele se dirigi ao sofá para pegar o celular, depois de colocar seu copo na mesinha ao lado do mesmo, mas vou em sua direção e seguro em seu braço. Ele imediatamente para e me olha com os olhos vidrados.

— Por favor não pergunte! Não creio que vá me fazer mal, só uma taça! – Suplico com doçura, ele me olha com atenção, franze as sobrancelhas, mas depois relaxa a expressão e joga o celular no sofá.

— Tudo bem, mas tome devagar mesmo sendo uma única taça! – Sorrio feliz da vida e automaticamente dou um beijo em sua bochecha, quando estou a alguns passos dele, me dou conta do que fiz, e sinto que meus lábios formigam pela sensação de ter encostado minha boca em sua pele, meu coração está um pouco acelerado, sorrio comigo mesmo, mas sigo andando em direção a José, mesmo estando um pouco aérea. Chegando em frente a ele, o mesmo me encara com atenção.

— Oi! Como está? – Pergunto tentando voltar a me centrar.

— Estou bem, mas na verdade não muito confortável. Olha para esse lugar Charlote! Eu nunca poderia te dar uma vida assim... ou uma mansão como a que vimos antes, ou esses carros caros, empregados... – Ele fala tristonho virando o rosto para o vidro, sinto meu coração apertado. Não quero magoa-lo, ele é um homem incrível, não merece se sentir menosprezado.

— José... por favor olhe para mim. – Digo para ele que encara a paisagem, então vira o rosto devagar. – Não se preocupe com nada disso! Você me conquistou pelo que tem aqui dentro! – Digo passando a mão em seu peito. – Isso é o que se pode ter de mais valioso e ninguém pode tirar! – Ele sorri sem graça. Ouço Gail avisar a alguns metros de nós que o jantar está servido, me viro e vejo o senhor Grey nos encarando mortalmente. Respiro fundo e mordo os lábios de nervoso. Vou andando e sinto que José vem atrás de mim. Subo os dois degraus e depois de alguns passos já estamos na sala de jantar, o Grey nos espera em pé a frente do seu lugar na cabeceira da mesa. Vou caminhando e sinto vontade de me sentar do outro lado da mesa, ao lado dele e de frente para a sala de estar. Vejo que o homem que até então parecia soltar fogo pelas ventas, sorri, o encaro confusa e ele me responde sem nem que eu pergunte.

— É que esse era o local que você gostava de sentar, quando moramos juntos aqui até nos casarmos. – Ele explica com satisfação, sorrio, quem sabe velhos hábitos não mudem. José escolhe a cadeira ao lado da minha, acho que ele ficaria sem graça de se sentar ao lado do Grey. – Vamos nos sentar. – Ele diz com tranquilidade, então Gail surge com nossos pratos e talheres. Eu a encaro e digo incomodada.

— Gail, eu poderia estar ajudando! O que posso trazer para a mesa? – Pergunto enquanto ela põe um prato e meus talheres a minha frente.

— Nada, não se preocupe. Esse é o meu trabalho, espero que apreciem o jantar! – Ela diz alegre e sai, nos deixando num silêncio constrangedor. Não sei nem para onde olhar. Quando quis que o José ficasse com a gente, não imaginei que fosse ter esses momentos que ficaríamos os três juntos sozinhos com essa tensão toda, essas situações nem passaram pela minha cabeça. Me esqueci desses detalhes, pior ainda não mensurei que os dois tem sentimentos por mim. Sinto o quão desagradável isso tudo pode acabar se tornando e mordo os lábios com a tensão. Me sinto a pessoa mais estúpida do mundo! Não quero e não posso magoar nenhum dos dois.

— Gostam de assado? – Grey pergunta pondo fim ao silêncio, o encaro meio perdida. Ele me encara com uma feição enigmática, nem imagino o que se passa por sua cabeça.

— Sim. – É um uníssono que se ouve, acabo rindo da situação. Pelo menos José também respondeu, olho para ele que está visivelmente constrangido e resolvo propor algo. – Vamos comer e por favor falar algo divertido! Já tive tensão demais por hoje e não aguento mais nada. – Tento ser descontraída intercalando meu olhar para os dois, José sorri assentindo e logo ouço a outra voz masculina se manifestar.

— Então por favor, fiquem a vontade e sirvam-se! O assado que a Gail faz é maravilhoso, mas foi você quem ensinou ela a preparar com esses temperos. Você é uma excelente cozinheira! Aliás mais do que isso. – O Grey diz com visível orgulho enquanto começa a servir sua salda de aspargos.

— Como assim?! – Pergunto curiosa, ele vê que ainda não coloquei nada em meu prato, então ele o pega e começa a servir salada também.

— Você é chef de cozinha, tem um restaurante muito famoso aqui em Seattle! – O que?! Penso comigo, como assim?! Dou risada, por essa eu não esperava. É algo muito bom, mas foi uma surpresa muito grande!

— O restaurante é famoso? – Pergunto ainda incrédula. Ele já está servindo a minha carne.

— Sim, você já possui duas estrelas Michelin, é uma chef renomada! De capa de revista! – Explica sorrindo e coloca o meu prato servido a minha frente. Estou boquiaberta, sorrio sem parar. José já está comendo e comenta rapidamente.

— Por isso você sempre sabia como dar um toque especial em algum prato. É algo muito natural para você Char, fico feliz em saber isso! – Ele diz e pisca para mim com alegria.

— Isso é incrível! Realmente eu nunca poderia pensar nisso! – Digo extasiada e também animada.

— Você tem um grande amigo chamado Michell, ele é francês, muito famoso, um dos maiores chefs europeus! Ainda não tive tempo de contar para ele sobre você, mas se quiser posso fazer uma vídeo chamada e depois que explicar tudo te chamo para que ele te veja. – Grey diz, agora fico um pouco mais tensa, não quero sofrer outro ataque de dor.

— Nós éramos muito ligados? – Fico instigada por saber mais sobre esse amigo.

— Sim! Muitíssimo, ele sente demais a sua falta! Podemos fazer isso mais tarde o que acha?! O fuso horário ajuda com a questão do horário. – O Grey parece realmente animado, enquanto come ele propõe tudo com vigor. Ainda não consegui dar uma garfada na comida, ele parece ler o que acabei de pensar. – Você precisa se alimentar, prove, vai gostar! – Pendo a cabeça para o lado, o achando chato e engraçado ao mesmo tempo. Depois corto a comida e levo a primeira garfada a boca, realmente está delicioso. Quando me vê comendo o senhor mandão finalmente serve o meu vinho. Coloca meia taça do liquido gelado do tipo branco a minha frente, mas tenho que comer um pouco antes de degusta-lo. Depois de algumas garfadas respondo a questão anterior.

— Sobre esse amigo eu acho que seria bom! Mas... talvez seja melhor deixar para amanhã... será que posso ter outra crise de enxaqueca? – Tento colocar as palavras, mas vou pausando enquanto falo, pois não quero parecer desinteressada, mas realmente tenho medo de sentir dor novamente.

— Fique tranquila, quando estiver bem disposta e se sentindo pronta o faremos! Mas vou contar para ele de qualquer jeito, não é justo com ele que não saiba que você está viva. – Me diz tudo com tranquilidade. Concordo com a cabeça e prosseguimos com o jantar nesse clima de paz e leveza.

...***...

— Você amava aquelas porcarias, eu realmente não entendo como alguém poderia gostar tanto daquilo! – O Grey ri contando que eu amava umas balas de goma, são como jujubas em forma de ursinhos. E por incrível que pareça ainda as amo, sempre comprava delas nas Bahamas.

— Mas elas são deliciosas! São as melhores, principalmente

— As verdes! – Falamos juntos e acabo rindo, ele ri também, acabamos gargalhando por alguns segundos.

— Parece que velhos hábitos não mudam. – Diz me olhando de uma forma analítica diferente, profunda demais, como se me visse por trás dos meus olhos, sinto o ar mais denso, minha respiração fica ofegante.

— Peço a licença de vocês, mas preciso me deitar, estou muito cansado ainda da viagem. – José diz se levantando.

— Oh José! Está se sentindo mal? – Pergunto me levantando também.

— Fique tranquila, só preciso descansar, dormir. – Ele diz me olhando com visível cansaço.

— Tudo bem, mas qualquer coisa me avise tá bem?! – Digo alisando seu braço, ele assente com a cabeça e responde já saindo de perto da mesa.

— Sim, boa noite para vocês. – Ele anda rapidamente e logo some escadas acima.

— Você está bem? – O senhor Grey me pergunta, me sento novamente.

— Sim, só não quero magoa-lo. Ele cuidou de mim, me deu todo carinho que eu não tinha de mais ninguém... fora a Dri, que sumiu?! –Digo chateada, quando penso nisso fico tão confusa, por que ela sumiu e como alguém desaparece do nada?

— Sim, não conseguimos achar nada sobre ela até agora. – O homem agora com a feição triste me responde, tomo o restante do meu vinho de uma só vez, quero relaxar, é muita coisa para minha cabeça.  

— Calma, vai com calma com o vinho! – Dou risada pela sua preocupação e creio que também porque já fiquei um pouco alegrinha com a bebida.

— Vamos nos sentar no sofá e conversar mais? – Me pergunta com cautela, assinto e nos levantamos dos nossos lugares.

...***...

“Eu amooooo você! Você é lindo, cheiroso, gostoso e sabe fazer umas certas coisas como ninguém! Eu amo quando você beija a minha boca e depois vai para o meu pescoço!

Assim?!

Siiiim, isso é tão bom! Christian para de filmar! Vamos fazer algo melhor agora!” No vídeo eu dou risada e então coloco a mão na câmera e o vídeo termina. Fico paralisada olhando aquilo, esse é o segundo vídeo que o Grey me mostra de nós. O primeiro estávamos correndo atrás da Phoebe que corria toda desengonçadinha por estar ainda começando a aprender a andar. Me emocionei, então ele decidiu me mostrar outro mais descontraído. Tomo todo o gole final da minha nova taça de vinho, consegui o convencer a me dar essa nova após eu quase chorar com o primeiro vídeo. Respiro fundo sentindo o clima estar diferente agora na sala, pelo visto nós éramos bem quentes.  

— Uau! – Digo sem graça, sentindo minhas bochechas queimando. Ele ri e me olha com profundidade.

— Quer ver mais? – Pergunta arqueando as sobrancelhas.

— Só se for um menos ousado e nem tão emocional. – Proponho alisando minhas coxas, passando a mão sobre o vestido. Estamos perto demais um do outro, praticamente colados de lado nesse sofá, estou até com as pernas de lado em cima do móvel, mostrando um grau alto de relaxamento.

— Deixe-me ver... hmm... este então! – Ele dá play no celular em um vídeo em que estou sentada em um lugar, parece uma mesa de um restaurante. Está tudo meia luz, estou sozinha e sentada em cima da mesa. O lugar parece estar fechado.

“Sabe... eu nunca pensei que fosse gostar tanto de alguém. Eu não consigo parar de pensar em você, na nossa noite passada. Nas coisas que você me disse! Eu amo você Christian! Então abra essa caixinha que deixei em cima da mesa do seu escritório, aí no Escala. Espero que goste! Eu te amo mais do que você pode imaginar!” No vídeo eu solto um beijinho e desligo a filmagem. Volto minha atenção para o homem ao meu lado, o encaro, ele olha para o celular com emoção, seus olhos estão cheios de lagrimas. Sinto um nó na garganta, pois houve um peso grande em minhas palavras e mais ainda posso ver pela emoção dele.

— O que eu deixei no seu escritório? – Pergunto por fim. Ele respira fundo e volta sua atenção para mim.

— Eu via esse vídeo todos os dias até te encontrar... – Diz emocionado, sinto o peito apertado mas ele prossegue falando. – Você deixou uma caixinha pequena, dentro dela tinha um chaveiro com fogos de artificio escrito festa de um lado. Na hora eu fiquei tão confuso, peguei o chaveiro e apertei o botão que tinha nele. E um sim se ascendeu no verso dele! Na hora eu entendi, era sua resposta para o meu pedido de casamento que eu tinha feito na noite anterior depois de termos feito amor, aqui na nossa cama! – Respiro fundo me sentindo ficar quente, nunca pensei que pudesse me sentir quente e emocionada ao mesmo tempo, como isso é possível?! Ele me olha com tensão, seus olhos ficam escuros, minha respiração fica mais rápida, meu coração vai se acelerando, não tiramos os olhos um do outro. Engulo em seco quando ele se aproxima de mim devagar, então me levanto abruptamente.

— Me desculpe! Eu acho que é melhor eu ir me deitar, já está tarde... – Não sei bem que desculpa dar, só preciso sair daqui. Não sei se seria certo beija-lo, afinal ainda estou em um relacionamento com José, não estou?! Ele me olha ainda com luxuria e se levanta do sofá vindo em minha direção, ele caminha devagar como um felino em busca da caça. Sinto meus batimentos aumentando ainda mais, passo a língua nos lábios para molha-los pela tenção.

— Ainda é cedo, podemos conversar mais! – Diz dando os últimos passos parando bem em frente a mim, muito perto, estamos quase colados.

— É... que... eu... – Digo as palavras soltas, com uma certa dificuldade. O olho com atenção, sentindo um desejo grande e cada vez maior dentro de mim. Dou risada de nervoso, ele sorri também e começa a se abaixar devagar. – Eu não posso. – Minhas palavras saem fracas, enquanto ele aproxima seu rosto do meu vagarosamente, com a tensão subindo cada vez mais, de repente é como se a sala fosse uma sauna de tão quente que está.

— Você é minha esposa, chega a ser ilegal recusar-se a me dar um pouco de carinho. – Diz com sua voz rouca e sexy, com seus lábios quase colados ao meus, nossos olhos não param de se encarar. Ele se aproxima mais e estamos com os lábios a um milímetro de distância. Seu cheiro é tão bom, ele emana sexualidade e luxuria, está me entorpecendo totalmente. Então penso, que se dane o mundo! Eu preciso disso, quero isso, ele é meu marido não é?! Dou o impulso do meu corpo em direção ao seu e nossos lábios se tocam, sinto como se levasse um choque. Ele geme e me puxa prontamente pela cintura, nossos corpos estão colados, ele é todo rígido, macio e forte. Suga meus lábios com avidez e então adentra minha boca com a sua língua, é tão doce, quente, suave e ao mesmo tempo urgente, forte e abrasador. Subo minha mão direita para encontrar a sua nuca e ele segura a lateral do meu rosto com uma mão e com a outra aperta minha cintura contra o seu corpo. Ele geme quando movimento minha língua junto a dele, é tão bom! Então me beija com ainda mais urgência, nossas línguas degladiam com paixão. Gemo quando ele morde meu lábio inferior e me puxa com destreza me colocando em seus braços, fico com as pernas abraçadas ao seu quadril, sinto sua masculinidade aflorada, ele está excitado, assim como eu. Nunca me senti assim antes, estou enlouquecendo de tesão. O Grey então me dá um selinho e começa a beijar o meu pescoço, meu peito sobe e desce afoito por ar, gemo quando ele suga meu pescoço e passa a língua pelo local, aperto seus braços, sinto minha intimidade se contrair. Ele volta para a minha boca o beijo afoitamente, seguro seu rosto com minhas mãos e ele aperta a minha bunda, solto um gemido em seus lábios e ele geme rouco em resposta. Então sinto um arrepio na espinha e me vem uma imagem: nos vejo em um local, acho que o mesmo restaurante em que eu estava no vídeo. Estamos nos beijando com paixão, ele me coloca sobre um enorme balcão e começamos a nos despir, então o flash se apaga.

— Ah! – Dou um gritinho de susto sem querer parando o beijo. Ele me encara preocupado, estou paralisada com o flash que acabei de ter. – Me desculpe! – Digo e saio da posição em que estamos, piso no chão e ele me olha com preocupação.

— O que houve? Está sentindo alguma coisa? – Fala agoniado. Balanço a cabeça em negação, não consigo agora pensar em nada. Preciso ir para o quarto e pensar no que acabei de ver, é a primeira vez que vejo um acontecimento inteiro, é a minha primeira lembrança! Sorrio para ele tocando meus lábios, pois sinto falta do seu toque.

— Não, estou bem! Mas preciso me deitar. Boa noite! – Digo rapidamente e sigo correndo para o meu quarto, lá chego bato a porta a fechando e me jogo na cama. Estou como um turbilhão, excitada, empolgada, confusa, feliz, tive minha primeira lembrança! Dou risada me levantando e então começo a pular em cima da cama. Pulo incessantemente por alguns minutos até me cansar, caindo sentada sobre os lençóis já terrivelmente bagunçados. Continuo rindo de felicidade, me deito de costas na cama e assim feliz, acabo me sentindo cansada e um pouco mais cansada, fico pensando nos detalhes da minha primeira lembrança e pego no sono.


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Notas finais do capítulo

Beninaaaaas
Falem se a demora não valeu a pena?!!!
Olhem que capítulo gigante e recheado de emoções eu trouxe
para vocês!
Eitaaaa que o negócio tá ficando bom! Hahaha
Comentem muuuuuito, favoritem e acompanhem no modo
visível pois o incentivo de vocês é o que me dá energia!
Obrigada pelo carinho de todas, vocês são demaaaais!
Fico emocionada a cada coment novo, a cada curtida nova!
Uma linda semana para todos nós!!!
Beijooos de luz ;*