Amor Imortal escrita por Mary Kate


Capítulo 10
Charlote Pontes


Notas iniciais do capítulo

Olá meus zamoreees!!!
Voltei logo com esse capítulo especialíssimo, que está
instigante e que é muito aguardado por vocês!
Espero muitos reviews!!!
Uma ótima leitura para vocês ;*



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Horas antes.

 

POV Charlote Pontes

 

Mais um início de tarde normal para mim, estou costurando um vestido quando Adriana entra pelo meu ateliê.

— Boa tarde Char! Como está indo a preparação do meu vestido? – Pergunta curiosa. Adriana é a minha melhor amiga, ela é da minha altura, caucasiana, apesar de que vive muito bronzeada, ela sempre passa bronzeador ao ir para praia, o que acontece pelo menos quatro vezes na semana. Tem um sorriso grande e uma risada contagiante, olhos castanhos claros e os cabelos louros dourados na altura dos seios. Nós moramos juntas há dois anos, meu ateliê fica no térreo ao fundo, na frente é a minha loja de artesanatos. Nossa residência fica no andar de cima. A construção é um pequeno sobrado que a Dri ganhou de herança, a frente é toda pintada de azul claro e fica em uma rua perto da praia o que dá um ótimo movimento para os negócios. Estou fazendo um vestido rosa para ela, igual ao que estou vestindo, ela amou quando me viu com ele, então não pude negar fazer um igual em cor diferente para ela, um tom de rosa que ela mesma escolheu.

— Está tudo bem, creio que você vai poder usa-lo hoje a noite sim! – Respondo sem tirar os olhos da maquina de costura.

— Uhuuu! – Ela grita e bate palmas. – Nós vamos só nós duas hoje a noite para o Beach Club né?! – Pergunta sorrateira, dou risada. – É porque... o José é um amorzinho, eu sei... Mas eu quero uma noite só de garotas e ele não desgruda do seu pé nem um instante! – Diz meio enrolando, meio devagar, até falar de vez.

— Eu sei, hoje é uma noite só de garotas! É porque ele fica sempre preocupado comigo, ele é muito cuidadoso, é o melhor namorado que eu poderia querer! – Digo terminando de colocar o forro no vestido. José é um ótimo homem, ele tem vinte e seis anos e já tem o próprio restaurante, é um lugar bem simples, mas que ele conquistou com o próprio esforço e suor. É muito bonito também, as mulheres de toda a ilha babam por ele, até as turistas não podem vê-lo que ficam caidinhas. Ele é gentil, educado, cuidadoso e me respeita muito, apesar de já estarmos namorando há oito meses, ele respeita o fato de eu querer esperar até nos casarmos. É porque de alguma forma não sinto que posso dormir com ele, no meu coração é como se eu sentisse que é errado fazermos amor. Como ele já me pediu em casamento, decidimos esperar até o dia, em breve ainda teremos uma festa de noivado par oficializar e marcaremos a data. Termino meu trabalho com o vestido e me levanto da maquina o erguendo para Adriana, que está de costas colocando outras peças de roupa em frente ao corpo. – Aqui está! Prontinho! – Digo animada, ela se vira imediatamente e me olha sorrindo com os olhos arregalados.

— Aaaah! Está perfeito! Você é a melhor costureira que já vi Charlote! – Diz pegando o vestido e dançando com ele abraçado ao corpo.

— E você é a melhor amiga! Vou ao restaurante levar umas flores que o José encomendou na floricultura da nossa vizinha! Eu volto logo mais. – Retribuo o elogio com sinceridade e enquanto a vejo ir para o provador animada aviso que vou sair. Pego minha pequena bolsa e saio do sobrado, em alguns metros já estou na floricultura, que fica na esquina. – Olá Amina, boa tarde! – Entro no local olhando para todas aquelas lindas flores e cumprimentando a dona, uma senhora muito gentil e doce. Ela já deve ter por volta dos oitenta anos, é pequena, parece ser asiática ou pelo menos descendente, tem o rosto bastante enrugado, usa sempre os cabelos, que já são quase completamente grisalhos, presos com um coque e flores os enfeitando. Faço vestidos para ela, leves, compridos, estampados e sempre com um xale que combina para acompanhar. Ela é sempre alegre, jovial, por isso não deixa que ninguém a chame de senhora ou dona.

— Boa tarde anjo! Está linda como sempre! – Diz carinhosa, sorrio e a abraço quando nos aproximamos. Dou um beijo em sua bochecha macia e ela sorri alisando meu rosto.

— Obrigada Amina, também está linda com esse vestido verde! Vim buscar as flores para as mesas do restaurante do José. – Sou sincera em minha opinião e depois a lembro do porquê da minha visita.

— Sim claro, ele pediu gerânios cor de rosa e brancos. Estão lindos! Mas ele não quis que eu montasse buquês, parece que ele mesmo vai colocar nos vasos para as mesas. – Me explica enquanto vai buscar uma cesta natural marrom clara com uma alça.

— Nossa, são lindos! E as duas cores combinam com perfeição! Ele me disse que já deixou pago com antecedência. – Acaricio as lindas flores com cuidado.

— Sim, tudo certo. Creio que vou jantar lá hoje, quero ver a decoração com os gerânios! – Fala afetiva, sorrio para ela e começo a caminhar para fora do pequeno estabelecimento.

— Será um prazer, a espero lá essa noite Amina! Tenha um ótima tarde! – Me despeço já na calçada e ela acena balançando a cabeça em afirmação. Passo as duas ruas necessárias para chegar a avenida principal que fica em frente à praia. Estou andando rumo ao José’s Restaurant, passeio tranquila pela rua, há tantos turistas, pessoas de todo lugar. A cidade fica alegre com eles, animada. Passa por mim Bill, um amigo nosso, que é dono da sorveteria aqui perto, o conheci através de José. Ele me cumprimenta, mas nos desencontramos por eu estar andando e ele de bicicleta, então me viro para poder falar com ele. – E aí Bill! – Digo sorrindo, ele acena e fala enquanto olha para mim e para de pedalar.

— Mais tarde venho falar com o José, avisa para ele! – Aceno com a cabeça positivamente e volto a andar normalmente. Passado alguns segundos ouço um homem gritar atrás de mim, ele chama por alguém, sua voz é grave, bonita e desesperada. Como não conheço o nome não tenho porque olhar, ele repete e as pessoas olham para ele, acho que para mim também porque ele está as minhas costas e parece que vem se aproximando de mim. Então do nada puxam o meu braço ao mesmo tempo em que a voz prossegue desesperada falando o nome com uma aflição que chega a ser palpável. Fico apavorada, mas ao ser virada por ele, quando o olho não consigo me mexer. Ele é tão lindo e ao mesmo tempo parece estar sofrendo tanto, seu rosto transmite a maior dor que já vi nos olhos de alguém. Mas então tenho um impulso de me soltar, vai saber que tipo de doido ele é. – Me solta! O senhor é maluco?! – Puxo meu braço com força falando com dureza na voz.

— Anastácia! – Ele diz com os olhos marejados e a voz tensa. – Eu te procurei tanto, tanto, tanto... eu não conseguia acreditar que era verdade. Mas a aeronave não tinha caído perto de nenhuma ilha ou local de terra firme. Anastácia, minha Ana! – Ele fala rápido e sem parar enquanto as lagrimas começam a cair de seus lindos olhos verdes acinzentados . Fico aflita, incomodada, até um pouco assustada diria. É uma situação tão estranha e parece falar de alguém que morreu, é apavorante. Ele estende a mão para tocar em minha face, mas me afasto, é um impulso automático, não quero um estranho tocando em mim. Sinto um nó na garganta, uma angústia estranha. – Ana... – Ele fala num fio de voz tentando me convencer ou se convencer não compreendo nada, mas sinto dó, muita dó de seu sofrimento.

— Olha senhor, eu realmente não estou entendendo nada do que o senhor está dizendo. Eu sinto muito, porque me parece que algo muito ruim e doloroso lhe aconteceu, mas eu não sou Anastácia. Meu nome é Charlote! – Digo tentando com calma lhe explicar a realidade, na tentativa talvez de tira-lo de algum transe, talvez ele tenha problemas mentais... quem sabe?! Mas ele fica transtornado, suas expressões variam de dor, angústia, parece perdido e ao mesmo tempo irritado, também fica muito pálido, acho que ele realmente não está bem.

— Não, não, não... – Ele prossegue transtornado, com lágrimas escorrendo por sua linda e triste face que ostenta uma barba densa, o que o torna ainda mais profundo, sério e fechado. Parece que fala tentando sair ou entrar na realidade, ele parece tão confuso e perdido. Mas mais do que tudo sofre demais! Ele fica ainda mais pálido, tenho medo de que ele caia duro no chão, então me sensibilizo, não gosto de ver ninguém sofrendo e vê-lo assim está me causando uma sensação muito ruim, meu peito está apertado.

— Senhor venha comigo, vai ficar tudo bem! – Resolvo tentar ajuda-lo de alguma forma, nem que seja só para que ele se acalme um pouco, podemos achar sua família ou de onde ele saiu. Pego em seu braço já que creio que ele nem consiga se mexer e o conduzo pela calçada para entrarmos no restaurante do José. Está vazio porque ainda não está em horário de funcionamento. As luzes estão apagadas e só entra a luz natural pelas portas. O conduzo até uma mesa, o faço sentar, ele parece um boneco em minhas mãos, também deixo a cesta de flores na mesma mesa. – Eu vou buscar uma água, fique aí. – Digo o olhando nos olhos, talvez o tenha encarado demais... não sei, nunca tinha passado por uma situação como essa antes. Vou pelo salão, passo pelo bar e ao lado entro nas portas duplas de vai-e-vem brancas que dão na cozinha. José e a pequena equipe de funcionários trabalham já na pré preparação do jantar. – Olá querido! – Falo alto para que ele veja que entrei no ambiente, todos me olham e cumprimentam falando e o meu namorado vem até mim.

— Olá lindeza! Veio trazer as flores? – Fala ao chegar perto de mim, acho graça por ele estar de touca de redinha preta para manter os cabelos que são na base do pescoço, pretos, lisos meio ondulados, longe da comida. Ele se abaixa sorrindo e me dá um longo selinho.

— Sim, mas também estou meio que socorrendo um homem que passou mal em frente ao restaurante. – Explico fazendo um pouco de careta, é assintomático, porque não sei que coisa doida é essa que está acontecendo.

— Ele está legal?! Você está bem, está tudo bem?! – Me pergunta segurando meu rosto com as duas mãos e a feição preocupada.

— Sim, não se preocupe, agora tenho que levar um copo com água rápido! – Dou um beijo em sua bochecha e sigo rápido para pegar um copo grande cheio de água. Saio logo da cozinha e vou entrega-lo a bebida. – Aqui, beba devagar e respire fundo. – Digo com calma, quero lhe passar tranquilidade, tenho medo de que ele possa entrar em surto novamente. Ele bebe a água todinha de uma vez e fico espantada, um pouco aflita também por ele estar me parecendo a cada minuto mais estranho. – Acho que estava com sede... – Tento fazer graça para ver se ele sorri ou demonstra alguma melhora, mas ele só começa a analisar todo o ambiente. Respiro fundo me encostando na mesa a sua frente e cruzo os braços para ficar mais confiante, afinal estou quase tão atordoada quanto ele com essa situação tão peculiar.

— Você trabalha aqui? – Ele fala passando as mãos no rosto, parece tentar se acalmar e se centrar novamente, acho bom, pois realmente não quero nenhum doido me confundindo com uma mulher morta, desaparecida ou sei lá...

— Não. Eu sou artista, faço telas, artesanato e até peças de roupa. Como esse vestido que estou vestindo. – Respondo sendo amigável, até pego na barra do meu vestido quando digo que fui eu que fiz, tenho orgulho dos meus trabalhos manuais, sou feliz como artista, me faz muito bem. Mas pelo seu olhar tão melancólico, pela forma como me observa com atenção e visível confusão, me compadeço, pois aquela angustia ainda está dentro de mim. – Eu sinto muito pelo que aconteceu, percebi que você me confundiu com alguém importante para você! – Me expresso da maneira mais branda possível, eu realmente me sinto mal por essa dor tão grande que ele passou. Quando alguém passa por um trauma muito grande pode ser devastador.

— A minha esposa faleceu há três anos e você é idêntica a ela! – Ele diz e eu levanto as sobrancelhas um pouco chocada, afinal é algo realmente trágico, assim compreendo o porquê de sua dor tão grande e o desespero de ter me abordado assim tão afoito e desolado.

— Nossa... meus pêsames! – Digo com gentileza, apesar de não conhecê-lo é sempre bom sermos gentis com os outros. Ele me encara um pouco mais sério, mas antes que ele consiga falar que é o que me parece que faria, José surge ao meu lado, me puxa pela cintura, então me dá um beijo, um pouco afoito demais para o momento, sinto que ele de alguma forma quer demonstrar para o homem a nossa frente que sou dele. Mas correspondo ao beijo com carinho, ele me olha sorrindo e segurando meu rosto com as mãos e eu sorrio de volta. Então me viro de frente para o homem a mesa e meu namorado permanece ao meu lado segurando a minha cintura. – José, esse é o senhor... como é mesmo o nome do senhor?! – Tento apresenta-los, mas me dou conta de que não sei o nome do homem triste, mas ele parece ter ficado muito irritado, se levanta rígido e encara José com raiva, mesmo crendo que eles não se conheçam a uma tensão grande no ar.

— Christian Grey. – Ele se apresenta com muita seriedade, sua expressão já é totalmente diferente da que estava antes, agora parece contrariado e furioso.

— Prazer senhor Grey, sou José Gomes! Já vi que conhece a minha noiva, a mulher mais linda das Bahamas Charlote Pontes! – José o responde provocativo, sinto minhas bochechas esquentarem com vergonha, não compreendo mais como a situação mudou de tom tão drasticamente. José fez questão de falar que sou sua noiva, mesmo a gente tendo combinado de que não usaríamos essa nomenclatura antes da festa de oficialização, que será depois de amanhã.

— Sim, ela me ajudou... me senti mal, acho que devido ao sol muito forte, lá em Seattle não estamos acostumados com tanto calor. – Ele fala arqueando um pouco as sobrancelhas, como se esperasse algo de volta, sorrio por educação.

— Já se sente melhor? – Pergunto esperando uma resposta sensata e a quebra desse clima super esquisito.

— Sim, agora tenho que ir, obrigado por tudo! – Ele diz rapidamente e de forma fria. Deposita uma nota sobre a mesa e sai do restaurante abruptamente. Fico atônita, que coisa mais louca! Tantos sentimentos pesados e de repente ele vai embora zangado e frio. Que loucura! Queria ter tido tempo de dizer que não queria dinheiro nenhum, não gosto de ser paga por uma gentileza espontânea. Permaneço parada aonde estou, muito intrigada, mas José vai até a mesa e levanta a nota se virando para mim.

— Olha isso! Ele deixou cem dólares de agradecimento! Que cara estranho e pior ainda esnobe, deve ser do tipo que nunca recebeu uma gentileza e acha que tudo nesse mundo pode ser comprado! – Ele diz contrariado olhando para mim e para nota, depois a amassa. – Idiota! – Fala com raiva em seu tom normal de voz, acho que ele pretendia jogar o dinheiro fora ou dar para o primeiro necessitado que passasse em sua frente.  

— Tudo bem, deixa para lá. Me dá o dinheiro, tenho certeza de que vou acabar o vendo de novo, não tem como não nos esbarrarmos com os turistas na ilha e ele vai ter que aceitar esse dinheiro de volta! – Digo estendendo a mão para José que deposita o dinheiro com uma careta.

— Acho melhor eu entregar, não gostei desse cara! – Fala contrariado.

— Eu entrego, não quero que se envolva em confusão! Ainda mais com gente rica, pode acabar prejudicando o restaurante... não se preocupe, ele só é um cara amargurado! – Tento acalma-lo, ele fica com a expressão mais suave e sorri um pouco sem mostrar os dentes.

— Você é tão maravilhosa! Doce, boa, gentil e cuidadosa... o que mais eu poderia querer?! – Fala se aproximando de mim e beijando os meus lábios com carinho, sorrio e o olho nos olhos.

— Ser o Jason Momoa original?! – Pergunto brincando, ele ri e beija minha testa saindo em direção a cozinha. Dou risada também, essa é uma piada interna nossa, já que todos sempre dizem que ele é idêntico ao ator que faz o Aquaman, já até o chamaram para ser sósia oficial, mas ele se irrita com isso.

— Eu tenho tudo o que preciso, será que ele tem?! – Fala risonho e já bem distante. Guardo a nota em minha pequena bolsa amarela lateral, que é de crochê e eu mesma fiz. Levo o cesto de flores para o balcão do bar, pois alguém vai coloca-las nas mesas depois. Então me viro rumo a porta de saída e vou embora pensando em toda essa loucura que acabou de acontecer.


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Notas finais do capítulo

Agora vocês começarão a saber mais sobre a nossa
misteriosa Charlote Pontes!
Quero saber o que vcs acharam!!!
Apareçam lindonaaaas!
Comentem, favoritem, acompanhem e quem quiser me
fazer ainda mais feliz recomende! ^.^
E assim voltarei logo com mais um cap especial...
No mais nos vemos semana que vem!
Final de semana chegando, que seja explêndido para todossss!!!
Beijinhooooos ;*



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