Double Trouble escrita por Carol McGarrett


Capítulo 6
Capítulo 06 – Um novo assassinato


Notas iniciais do capítulo

Bem, mais um capítulo saindo do forno! Temos um pouquinho de tudo.
Boa leitura!



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Quando o alerta disparou em toda a agência, a única coisa que poderíamos fazer era correr. Correr e torcer para que o novo ataque fosse em um local mais próximo. Mas não foi o que ele fez. O sinal veio direto de Baltimore. A uma hora e meia de distância. Menos um pouco, se quem estivesse no volante fosse Gibbs ou Ziva. Mas mesmo assim, muito tempo para tentar salvar a pobre garota.

O Chefe dirigiu como se a vida dele dependesse disso. A vida dele, a vida de suas garotas e de sua família. Mas fui insuficiente.

Quando finalmente chegamos ao local onde o pequeno corpo foi desovado, já era tarde. Mais uma menina se fora. Ele conseguira de novo.

Faltavam duas para ele conseguir a sua quarta quadra.

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— O M.O. é o mesmo. – Spencer disse chegando perto do corpo da garota. – com certeza é o nosso suspeito.

Eu não tinha estômago para chegar mais perto. Quando achei que tínhamos uma vantagem, ela escorreu por nossas mãos.

Uma loira... uma afrodescendente... uma morena... uma ruiva. As fotos das outras treze vítimas passavam por meus olhos uma por uma, enquanto eu via o cuidado com o qual o médico legista da NCIS fazia o exame preliminar na vítima. Quando dei por mim, estava hiperventilando.

— Emily, você está bem? – Rossi me olhou com compaixão.

— Não, Dave. Eu não estou bem. Nada nesse caso faz sentido. Estamos sempre atrás deste unsub desde o começo. E agora ele mudou seu local de desova. Praticamente repetiu o Estado. Isso é novidade. Mas ele está perto. Mais perto do que deveria. E a próxima garota é morena. E a minha filha é morena e está dentro da faixa etária da vitimologia, Dave. A minha Elena corre perigo e eu não posso fazer nada. Eu quem deveria fazer, quem deveria já ter prendido esse animal. NÃO. POSSO. FAZER. NADA! Eu estou falhando e não gosto da sensação de falhar!

Ao contrário do que eu pensei que ele pudesse fazer. Dizer que é normal se sentir assim e todas aquelas palavras calmantes que normalmente usamos, Rossi simplesmente falou:

— Vamos sair daqui. Não é nossa área analisar cena de crime mesmo. Deixa para quem sabe.

E saímos. Sem rumo. Pois não havia nada por perto. Apenas andamos pelo parque até que ouvimos algo.

— Você ouviu? – sussurrei para Dave.

— Veio das árvores.

— Pelo tempo decorrido acho que ainda pode ser o unsub.

— Chame os outros. Vamos cobrir a maior área possível.

— Hotch, Morgan, JJ, Todos. Temos movimento a leste de onde paramos nossos carros. Eu e Dave vamos verificar. Precisamos de reforços.

Não esperamos pelas respostas e seguimos os rastros. Pela forma como havia galhos quebrados e como as pegadas, às vezes, pareciam se transformar em um borrão, era como se alguém tivesse tropeçado ou chutado. Era fácil de se concluir que seja lá quem fosse, estava com pressa e muito irritado.

— Qual é a possibilidade de termos chegado antes que o suspeito tenha terminado o seu ritual?

— Creio que alta, Emily. Ele não tinha ideia de que podíamos rastreá-lo.

Mais passos velozes e algumas palavras soltas, sem nexo foram ouvidas. Obtive resposta no intercomunicador de que além de nosso time, DiNozzo e Ziva estavam vindo também.

— Ziva é uma boa notícia. – Dave sorriu ao ouvir que a israelense se juntara a nós.

— Se ela o pegar antes de nós, eu não vou ter nem um pouco de dó desse cara.

— Esperamos que sobre algo para que possamos interrogá-lo.

Mais passos. E agora eu já tinha a localização de todos. Se ele escapasse seria por puro conhecimento do local.

Fechamos o cerco. Podia ouvir os leves passos próximos a mim. E a trilha continuava. Em um certo ponto, todos os agentes estavam lado a lado, seguindo as pegadas.

Subitamente a trilha acabou. Bem debaixo de nossos narizes. Uma hora estava clara como água, depois mais nada. Ziva ainda tentou seguir alguns galhos quebrados, mas eles chegavam a um paredão, onde não havia saída.

— Tão perto! O mais perto que chegamos dele em meses! – JJ reclamou.

— Perto demais para ser só um mero acaso. Ele esperou por nós. – Tony disse.

— Impossível. Como ele sabia que viríamos? Ninguém poderia chegar...

— Ele viu vocês três e a Ellie. Ele viu o carro. Iria nos esperar de qualquer jeito.

— Acha que ele quer brincar conosco, então DiNozzo?

— Não sei, Prentiss. Ou só estava testando, para saber quantos somos e quem somos.

— O quão perto você acha que ele estava? – Me preocupei. Será que ele tinha ouvido o meu desabafo.

— Impossível de dizer. Mas ele deveria estar observando a cena. Revivendo o crime enquanto Dr. Mallard fazia o exame preliminar. – Aaron completou. – Vamos voltar. O corpo ainda está aqui, ele pode tentar algo mais.

Voltamos cobrindo uma área grande. Não o encontramos e a frustração de Ziva, DiNozzo e Morgan era sentida de longe.

Mas algo me preocupava. Ele tinha nos visto, eu e as garotas na primeira cena de crime. E agora ele viu a todos. E, por mais que os outros negassem, algo dentro de mim me dizia, ele sabia sobre Elena. Ele sabia. Eu havia dado a ele a descrição de uma provável vítima. Eu tinha que tirar a minha menina daqui.

Minhas suspeitas se confirmaram quando voltamos até aos carros. No nosso SUV estava arranhado as seguintes palavras.

“Eu vou voltar. Mais cedo do que imaginam”.

E um arrepio desceu pelas minhas costas.

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Com a cena processada e a primeira mensagem do suspeito, todo o time do FBI pareceu se animar.

Pelo o que eu havia entendido, termos chegado muito cedo na cena do crime, fez com que interrompêssemos o seu ritual e, com isso, ele não obteve a satisfação completa com a morte, o que o faria atacar mais cedo e sem muito cuidado.

Eu, sinceramente, não gostei disso. Estávamos colocando mais gente na mira, e, talvez, o nosso tempo de resposta não fosse rápido o suficiente, e outra menina morreria. Teria outra família de luto.

— Ahn... Chefe – era noite de sexta-feira. Estávamos nesse caso, sem interrupção a quase uma semana.

— Diga logo, McGee.

— Essa mensagem. O que o senhor acha que o suspeito quis dizer? – A BAU já havia ido para casa. Parece que eles tinham certeza que não haveria um novo ataque tão cedo, pelo menos não no final de semana.

— O que exatamente, eu não sei. Mas ele está nos observando agora, Tim. E temos que o observar mais de perto.

— Entendi, regra 35. Mas o que fazemos agora?

— Vá para casa, McGee. Descanse. Tente ter um final de semana. Talvez na segunda, descansados, podemos ter uma nova visão do caso.

— Certo, Chefe. Bom final de semana. E mande um abraço para a Liz. Ela ainda está de castigo?

— Sim, Tim. Ainda tem sete semanas pela frente.

— Não é muito tempo?

Recebi um olhar raivoso quando saímos do elevador, um olhar que dizia: “Ela é minha filha. Eu cuido dos castigos dela”.

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Era o primeiro final de semana em meses que passamos em casa com as crianças. Em circunstâncias normais, teríamos aproveitado o dia fora, levado a dupla pra algum lugar. Mas algo me dizia que deveríamos ficar em casa mesmo. Isso e o fato de Elena ainda estar de castigo.

Ela tinha reagido bem à semana forçada em casa. Tinha melhorado tanto no comportamento quanto com sua mania de espiar a vida alheia e, no seu pedido de desculpas. Tinha realmente ficado bom o que ela escreveu. O arrependimento e a vontade de consertar as coisas eram nítidos em suas palavras de criança. Trabalhando ao lado do pai de Elizabeth, sabia que o assunto seria encerrado de vez. Pelo menos esse. Definitivamente essa nova babá fez progressos.

Contudo, como sempre, quando as coisas estão boas demais, é porque a tempestade está chegando. E a segunda veio. E com ela a volta às aulas de Elena.

Normalmente não a levamos até à escola. Mas essa era uma nova situação. Era a volta após uma suspensão, e um recado deixado na caixa postal tanto minha quanto de Aaron, indicava que Elena só seria aceita de volta se os pais a acompanhasse até a sala da direção antes da aula.

Aposto que veremos Gibbs e a esposa lá também. Jeito interessante de começar a semana.

Por todo o caminho até a escola, pedimos para que o bom comportamento que ela tinha apresentado por todo a semana, permanecesse.

Elena jurava que iria se comportar.

— Mesmo, mamãe. Eu aprendi a minha lição. Vou me comportar. Vocês nunca mais receberão notícias minhas, direto da escola. Eu prometo.  – Ela disse levantando a mão, errada, em sinal de juramento.

— A mão tá trocada, filha.

— Eita, de novo! Nunca acerto! Que coisa..., beleza, então, eu prometo – levantando a mão direita, -  Agora tá certo, né pai?

— Elena Prentiss-Hotchner, você tem sérios problemas com lateralidade. – Aaron suspirou.

— Imagina quanto eu aprender a dirigir! E imagina se eu aprender com o tio D?

— Elena, ainda falta muito tempo, não assusta o seu pai não. Ele já não é tão novo assim.

— Tuuuudoooo bem, mas fica a dica. – Ela teve a cara de pau de piscar. PISCAR! Em direção ao pai, pelo retrovisor interno.

Minha filha não é desse mundo e não teme a morte!

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Fim de semana com a Liz de castigo significou somente uma coisa. Toda a equipe aqui em casa.

Jethro foi claro, bem claro. Ela não poderia ver televisão. Nada de jogos eletrônicos, nada de videogames ou filmes. E isso estava sendo cumprido à risca. Tanto quanto as tarefas que ela tinha que fazer. Estudar, ajudar a Noemi. Trabalhar em suas desculpas. Aliás, estas algumas foram entregues o domingo à noite.

Lizzy tinha feito cartões de desculpas. Um para cada uma das pessoas que ela havia magoado. E eu não poderia estar mais orgulhosa disso.

Quando ela entregou os cartões para a equipe, ela fez um pequeno discurso, que, eu tive que me segurar para não abraça-la e falar que ela estava livre do castigo.

— Bem – ela começou um tanto tímida, estava tão vermelha quanto seu cabelo – eu tive uma semana para fazer estes cartões e pensar nas desculpas que diria a vocês. E é o seguinte. – Ela respirou fundo - Eu me arrependo das minhas ações na última sexta. Eu não só machuquei e magoei uma pessoa, como, também, agi contra tudo o que vocês sempre me ensinaram. Tudo isso por conta de algo bobo como uma competição de soletrar e um troféu. Tudo por conta do primeiro lugar. Eu aprendi que o primeiro lugar nem sempre importa. O que importa é o conhecimento que ganhei, só que, na hora, eu não pensei nisso e as minhas atitudes acabaram por influenciar muitas pessoas. Desde a Elena que se magoou com que falei, à Diretora, que ficou decepcionada com a minha fala, aos alunos da escola que presenciaram uma cena feia e sem propósito nenhum com o que se faz na escola. E teve também o tanto que eu magoei vocês, todos vocês, principalmente papai e mamãe. Eu vi e senti nessa semana que, por mais que eu estivesse seguindo o meu castigo à risca, e vou continuar a seguir, nada disso era suficiente. Eu peguei vocês dois olhando para mim com expressões que, na sexta passada eu não entendi, mas entendi durante a semana, suas expressões diziam o que vocês não falaram comigo, vocês se perguntavam onde haviam errado, onde meus outros pais haviam errado. Vocês não erraram, eu errei. Como papai disse. Não sou eu. São todos. Eu tinha que parar de me importar só comigo e me importar com todos e com o fato de que todos temos sentimentos, Então, pai, mãe – ela nos olhou nos olhos e eu, para não chorar ali mesmo, apertei a mão de Jethro – eu sinto muito, dessa vez não é um sinto muito só porque vocês tiveram que ir na escola e interromper um dia de trabalho, mas é um sinto muito porque eu fiz vocês duvidarem de vocês mesmos, e, fiz vocês se preocuparem com o que eu poderia virar se continuasse a agir daquela forma egoísta. Eu prometo melhorar. Eu prometo mudar. Tive muito tempo para pensar sobre tudo o que disse. Eu entendi, dói ser magoado, palavras e ações machucam, mas, se pararmos para pensar antes de falar ou agir, muita coisa pode ser evitada. E é isso que eu devo fazer. Me importar mais com o sentimento dos outros e menos comigo. Tenho que ouvir mais, pensar mais e agir menos por impulso. Eu sinto muito por tê-los feito ter uma semana mais complicada ainda. Eu sei que estão trabalhando duro e que têm casos e operações difíceis em suas mãos, e a confusão que aprontei tornou tudo mais complicado, porque vocês tinham muito na cabeça. Eu sinto muito. – ela chorava. – E quanto a vocês, Abby, Tony, Tim, Ziva, Ducky, Jimbo, Breena e Delilah, eu quero pedir desculpas também. Eu fiz você chorar, Abby, não negue eu vi. Eu vi também a Ellie e o Tim muito chateados, e não era porque eu não podia ir ao jantar ou ver filmes com vocês, vocês sentiram tanto quanto meus pais os meus atos. Não conseguiram ver onde a Elizabeth que vocês conhecem se encaixava naquela Elizabeth má. Ela não encaixa, não mais. Tony, me desculpa. De verdade. Ziva, não precisa ficar pensando no que eu vou me tornar, eu não serei má. Ducky, eu sei que você preparou tudo na sexta passada e ninguém foi, por minha causa, Jimmy, Breena e Delilah, vocês também foram prejudicados pelo que fiz. Me perdoem. Isso nunca mais vai acontecer. Prometo.

Ela não tinha terminado de falar e Abby, chorando, correu para abraçá-la.

— Você tá perdoada desde sempre, Liz! É impossível ficar com raiva de você.

— Faço da Abby minhas palavras – Ellie disse. – Todo mundo já estragou os planos de todo mundo por aqui. E eu sei que você não é má, Lizzie.

— Tá perdoada, Liz. Por tudo, você já sabia disso, mas fico feliz que você tenha tido coragem de dizer tudo isso.

— Eu concordo com o Tim.

— Obrigada, Delilah, Tim. Valeu Ellie!

— Minha querida. Não se preocupe com esse velho aqui.  – Ela correu para abraçar Ducky – Você tem todo crédito do mundo comigo. E sabe o que é mais importante?

— Não, Ducky. O que?

— Você ter aceitado que errou. Esse é o primeiro passo para muita coisa, minha criança. Siga esse caminho, sempre.

— Ah, Lizzy. Todo mundo erra. Você não seria diferente. E já estava perdoada desde sempre. – Jimmy e Breena me abraçaram do jeito que deu, porque a Vicky estava com eles.

— Valeu Jimbo, Breena.

Faltavam Ziva e Tony.

— Eu preciso dizer que te perdoo? Você escolheu buscar pelo perdão, não foi? – E Liz deu uma risada. Eu tinha que parar de fazer Gibbs ditar as regras dele perto da filha – Vem aqui – a ninja favorita de todos pegou a Liz em um abraço de urso e sussurrou em hebraico:

— Não importa o que você fez, eu sempre, sempre vou ser o seu reforço, e você sabe disso, não é? Então, perdão é importante, mas nem sempre, às vezes, você DEVE demonstrar quem você é, Elizabeth. Não se esqueça disso! – Lizzie só meneou a cabeça concordando.

— Eu espero que você não tenha falado nada demais com ela – Jethro ralhou.

— Nada que você não falaria, Gibbs!

— E se eu disser que não te perdoo? – Tony começou.

Eu sabia que depois do perdão do Jethro e o meu. O do Tony era o terceiro mais importante. Por algum motivo inexplicável, Elizabeth tinha uma conexão com Tony, e, pelo que Jethro me disse, isso vem desde do primeiro dia, e, desde então, o italiano falante, irritante, mas leal e companheiro é o agente preferido de Liz. Seja para a hora da bagunça ou quando ela está encrencada com algum de nós dois. E quando Tony disse que talvez ele não a perdoasse, ela deu um passo para trás e vi o seu lábio inferior começar a tremer, um prenúncio de que ela iria chorar de verdade.

— M-m-m-as, Tony?!

DiNozzo olhou para Liz como se ela fosse um dos suspeitos mais abomináveis que ele interrogava. Todos nós estávamos esperando para ver qual seria a reação dela, porque era óbvio que Tony já a tinha perdoado, aliás, ele nunca deve ter ficado com raiva dela. Muito provavelmente tinha raiva de mim e de Jethro por termos colocado a ruivinha de castigo.

— Tony? Diga alguma coisa.

— Só te perdoo com uma condição, Pimentinha.

— Que é? – Ela segurou a respiração em expectativa.

— Por que todo mundo ganhou abraços e nada pra mim?! Eu mereço o dobro de abraços, afinal eu sou...

— O Agente Muito Especial Anthony DiNozzo! – E ela correu até ele dando um abraço de urso. E Jethro do meu lado, morreu de ciúmes!

Abby, Ziva, Elie e todos os outros se juntaram no abraço, e logicamente Tony reclamou.

— Era para ser só meu. Exclusivo. Vocês já tinham ganhado! – A essa altura Liz já estava sentada nos ombros dele e ele tentava afastar os outros de perto.

Mas ela logo o soltou, ou melhor, saiu pulando dos ombros e parou na nossa frente, com toda a classe de uma bailarina, nos olhando apreensiva.

Jethro me cutucou com a mão, me chamando para encará-lo. E eu li, ele não a perdoaria na frente da equipe inteira. Tinha resolvido manter a fama de bravo. Mas eu sabia, era questão de dias para que ele falasse algo que a tirasse do castigo. Ele não a deixaria os dois meses em casa. Não, se ele quisesse manter a sanidade e a equipe longe, pelo menos de vez em quando.

— É um começo – ele iniciou. – Mas será que seu discurso vai ser colocado em prática? Porque falar é fácil. Fazer nem tanto, Elizabeth. -  e ela encolheu um passo. Podia jurar que ela estava buscando proteção entre DiNozzo e Ziva. – Como eu te disse na sexta. Você vai ter que fazer por merecer o perdão. Está indo bem. Mas ainda não esquecemos o que você fez, mocinha.

— Tudo bem, pai. Eu entendo. – ela abaixou o olhar em direção aos pés.

A equipe olhava atônita. Ninguém estava acreditando que Jethro poderia ser um pai tão rígido.

— Você sabe o que tem que fazer, faça direito. – Ele foi direto.

— Eu vou fazer sim.

— E, ainda está de castigo. Essa bagunça aqui hoje não é uma brecha no que eu te disse. Aproveite, porque não terá de novo.

Liz só meneou a cabeça, mas ficou parada onde estava.

— Mamãe?

Sinceramente, ela merecia o perdão, mas nós dois havíamos combinado que quando um xingasse, o outro concordaria na hora e, caso achasse injusto, conversaríamos longe dela. Tínhamos a mesma autoridade e nenhum iria diminuir a do outro.

— Você ouviu o seu pai. Aproveite essa noite de domingo. Não terá outra pelas próximas sete semanas.

E ela nem pensou duas vezes. Abby tinha trago vários jogos de tabuleiro, inclusive um bingo e um boliche. E como bem Tony disse, ninguém ali estava quebrando as regras, mas trabalhando nas brechas dos termos do castigo de Liz. E isso deixou Jethro furioso. Tony teria uma enxaqueca, de tantos tapas na cabeça que ele iria receber.

Mas logo ficou tarde, e todos tinham que trabalhar bem cedo. Antes que o Agente Sênior falastrão fosse embora, Jethro o chamou.

— Olha, Chefe, foi mal o que eu falei sobre contornar...

— Quieto.

— Calado, Chefe.

— Amanhã eu vou ter que ir na escola da Liz, a diretora quer conversar conosco antes que ela volte. Então, você assume até que eu chegue. Controle o FBI.

— Sim, Chefe. Eu sei o que vou fazer.

— Falar, falar sem parar.

— Exatamente!


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Notas finais do capítulo

Eu acho que a Elena não bate bem da cabeça não... ou essa garota é muito corajosa ou é muito sem noção!
Já Liz vai ter que remar os sete mares se quiser sair desse castigo... Jethro Gibbs não é um ser dobrável não.
Muito obrigada por lerem!



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