Double Trouble escrita por Carol McGarrett


Capítulo 12
Capítulo 12 - Sem as E's


Notas iniciais do capítulo

Bem... mais um capítulo pra vocês!!
Queria aproveitar a oportunidade para agradecer à Leitora Jovem pela recomendação da Fic!!
Aproveitem, pois a história está entrando na reta final!
Boa leitura!



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Depois dos telefonemas, saímos praticamente voando do Estaleiro em direção à escola onde as “E’s” estudavam.

Era a segunda vez em menos de um mês que fazíamos isso. Me fez ter saudades da primeira vez, pois ali as coisas estavam bem mais tranquilas.

Mas hoje. Hoje eu me perguntei o motivo de fazer o que eu faço. Aquilo não era possível....

A Escola estava parcialmente destruída. Pelo que pude ouvir os bombeiros falando, tinha algum tipo de acelerante na cozinha e no refeitório. E o fogo se alastrou mais rápido.

Mas onde elas estavam que não correram para a porta? Como Donney e Anderson puderam perdê-las??

Eu queria não ter saído da cama hoje.

— Tony! - Ellie me chamou. - Você reconhece isso?

Mas é claro que reconhecia. Era o cordão da Liz. Estava com ele na mão quando o Chefe chegou.

— O que é isso, DiNozzo?

— O cordão da Liz, Chefe...

E, pela primeira vez em mais de 15 anos que trabalho com ele, eu vi o grande Leroy Jethro Gibbs chorar.

Mas foi só aí que eu me dei conta de duas coisas: 1) eu também estava chorando. 2) eu não tinha a menor ideia da dor que o Chefe está passando.

E, muito sinceramente, nem quero passar!

——————

Assim que cheguei à Escola, eu vi os dois seguranças que foram designados para as meninas. E a minha real vontade era abandonar aquela cena, entregar o meu distintivo e dar uma surra tão grande naqueles dois que eles pediriam para sair do emprego deles. Era completamente inacreditável a forma como eles trataram de NÃO proteger as meninas!

E, só de olhar pela destruição, eu já tinha certeza que precisaríamos de milagre para salvá-las!

Não tinha muito o que processar ou depoimentos úteis que poderíamos pegar. As crianças e os adolescentes estavam em choque e aterrorizados com o que tinham presenciado. E ninguém tinha visto as duas.

BabyGirl, fala uma boa coisa para mim? - Com a pressa com a qual saímos, deixamos Abby, Penélope e McGee no estaleiro para irem adiantando a verificação das câmeras de segurança e de tráfego da região. E o trio maravilha era a nossa única esperança para recuperar a duplinha!

— Ô Meu Trovão de Chocolate – Penelope disse pesarosa ao telefone. - Estamos analisando. Mas nenhum veículo suspeito circulou pelas ruas próximas à escola durante os últimos 21 dias! Assim eu vou ter que me orientar de duas formas. Qualquer carro e, principalmente, ver se eu consigo identificar alguma das sombras dentro dele.

— Obrigado, mama!! – Agradeci ao esforço dela. Para ela era tão difícil quanto para nós.

— Não temos nada. -  disse para todos.

— Então como vamos fazer? Onde vamos começar a procurá-las? Ou melhor, como vamos começar a procurá-las? - JJ estampava a preocupação de todos.

Eram muitas as possibilidades para tão pouco tempo!

O relógio corria, mas não ao nosso favor!

——————-

Eu já tinha revirado tudo. Olhado todos os cantos e até agora não tinha visto um único sinal de como as duas tinham sido levadas.

Sumidas elas estavam. Tínhamos certeza de quem as tinha pego. Mas não tínhamos nenhum nome, nenhuma imagem, nada. Ele era um fantasma, um fantasma que estava nos assombrando.

Já se passaram três horas desde que Donney tinha ligado para o Gibbs. Três horas e nenhuma ligação.

Mas isso não era um sequestro comum. Era um maluco que gostava de esfaquear menininhas e vê-las morrer.

Tive que caminhar para longe das equipes. Eu não suportava pensar que ele já esteve a centímetros de mim e eu não o matei! Se eu tivesse feito, isso não teria acontecido!

Parei quando reconheci o carro que vinha em direção à escola. Jenny tinha chegado de NY e era agora que ela declararia a terceira guerra, só pela forma como ela avançou em direção à Dorneget e Anderson! Mas, sinceramente, não adiantaria nada.

Foi pensando na reação de Jenny e lembrando da reação de minha mãe quando Tali foi morta que me vi obrigada a escorar em uma árvore. Trazer Tali de volta sempre era doloroso.

E, então, eu notei. Duas mochilas. Uma roxa de bolinhas brancas e uma branca cheia de vários unicórnios estampados. E eu sabia a quem elas pertenciam.

Calcei minhas luvas, peguei as duas mochilas com todo cuidado do mundo e levei para perto de todos

Se ali tinha alguma pista eu não sabia. Mas pelo menos tínhamos mais agora do que quando chegamos.

— Ziva o que é isso?

— Eu as encontrei debaixo de uma árvore, a uns dois quarteirões abaixo. Tenho certeza de que são das duas, JJ!

— Sim. São sim! Temos que processar qualquer coisa que tiver aí dentro! - Ellie disse.

— Vou levar para Abby agora! Fiquem aqui e tomem conta dos quatro! - Apontei para Hotch, Prentiss, Gibbs e Jenny.

— Eu vou com você, Ziva!

— Então vamos logo, Tony! Três horas e vinte minutos!! Só nos resta vinte horas!

———————

Minha cabeça doía. Minha garganta ardia e eu mal conseguia respirar direito. Quando abri os olhos não estava no hospital como pensei que estaria. Estava em um quarto, ou pelo menos parecia um quarto. Mas diferente de qualquer quarto, esse tinha um colchão no chão ao invés de uma cama. Não tinha nenhuma mobília. E eu estava acorrentada. Uma longa corrente que prendia meu pulso esquerdo. Olhei em volta à procura de alguém. Mas estava muito escuro. Demais. Eu não consegui ver nada. Então gritei.

— Olá! Tem alguém aqui?

— Tem!

— Liz?!

— Você também está presa?

— Tô! - Escutei um barulho surdo, como de algo ou alguém caindo no chão.

— Droga!

— Foi você?

— Foi. E eu bati a testa no chão. Cuidado! A corrente não é tão comprida quanto parece.

— Mas você tá machucada?

— Tá doendo. Não sei se feriu. Mas o que importa? Acha que tem alguém aqui que pode olhar isso? - Ela estava zangada.

— Não precisa ficar assim. Vão nos achar! Meu pai.

— Você viu a cara dele? – Ela me cortou.

— Não. Eu acabei de acordar. - E um acesso de tosse tomou conta de mim.

— Respira devagar ou você vai sufocar. Não entre em pânico. Isso é a fumaça.

Tentei fazer o que ela mandou, e com muito custo, eu consegui respirar.

— Gibbs te ensinou isso?

— Não, o Tony. Ele quase morreu de peste negra uma vez, há muito tempo. E quando ele ficou sem ar, no hospital, mandaram ele respirar assim.

— Tadinho do Tony.

— É.

— Mas você disse que viu a cara de quem nos pegou...

— Quando aquela porta se abrir, Elena, feche os olhos e finja estar desmaiada. Acredite em mim. Ele tem os olhos e a cara mais pavorosos que já vi.

— Liz... você tá com medo?

Ela não respondeu. E por um tempo, eu me achei a maior covarde da face da terra.

— Eu quero meus pais! - Ela disse em um sussurro. - Nunca quis tanto na minha vida quanto agora.

— Eu também!

E nós duas choramos por algo que, até poucas horas atrás tínhamos.

— Acha que vamos vê-los de novo? – Eu precisava que alguém acreditasse que era possível.

— Eu não sei. Só sei que era desse cara que eles estavam nos protegendo.

E então escutamos um barulho de uma fechadura sendo aberta.

— Deita! E feche os olhos. Vire para a parede. Agora. - Liz disse com medo na voz.

— Mas e você?

— Agora! - Ela sibilou.

E uma luz cegante entrou no cômodo imundo onde estávamos.

— Bem... vamos ver vocês duas de perto. Será que a Senhorita Prentiss-Hotchner vai me dar o prazer de vê-la agora?

A voz dele era nojenta. E me dava arrepios. Eu tinha que arranjar um jeito de sair dali!

—---------------

Eu tenho a plena certeza que meu laboratório vai ser inundado de gente daqui a poucos segundos! Eu posso sentir a presença de Gibbs e Cia dentro do elevador que está começando a descer! Assim como posso sentir que eles querem as respostas que eu ainda não tenho! Oh, céus!! Por que aquele criminoso vil e nojento tinha que pegar as nossas E’s?? Por quê??

Eu, Penélope e McGee estávamos analisando todos os vídeos de segurança, tráfego e afins que pudemos encontrar, e não vimos nada! Nenhuma van ou carro grande demais que pudesse indicar que as meninas estavam dentro dele! E as mochilas! Ah! As mochilas! Delas eu tinha tirado algo!

Então eu ouvi o ding e as portas se abriram! Logicamente eu estava parada ao lado, e assim que vi Gibbs e Jenny os peguei pelas mãos e os puxei para dentro do meu laboratório!

— Eu sei que vocês querem pistas!! - Disse para todos os agentes que chegaram! - E eu não tenho nenhuma que venha dos vídeos! Nós não achamos nada!

Olhei ao redor e vi a cara de Gibbs, ele nunca foi bom em receber notícias assim, então completei:

Ainda... temos muito o que analisar e horas de vigilância para ver. Vamos achar algo! Eu não acho sempre??

— Abby...

— Não venha com Abby, Emily! Eu nem me aqueci ainda!

— Então, o que você tem?

— Bem, Jenny, não achamos nada nas câmeras, ainda, mas nas mochilas... Ah! Essas mochilas lindinhas me deram uma ótima pista!

— E qual é, Abby? Todo tempo é precioso agora!

— Tony!! Não estrague o meu suspense! Eu achei que temos, assim um homem, só que ele não é tão velho quanto o perfil que a BAU vez diz. Desculpe gente!

— E quantos anos ele tem? - Posso jurar que Hotch não ficou feliz em ouvir isso!

— Bem, ele tem 30 anos. E eu não estou errada. E ele tem uma particularidade interessante.

— Interessante, como, Abbs?

— Bem, Derek, ele tem algumas queimaduras. A pele que dele, sem querer, ou querendo, eu não sei, caiu quando ele pegou na mochila da Elena não é uma pele comum. É um enxerto. Ele sofreu uma queimadura muito séria, há um tempo atrás. E essa pele não é dele. É sintética.

— Tem como extrair DNA disso?

— Da pele? Não... mas eu consegui algo no bilhete.

— Bilhete? Que bilhete, Abby? - JJ disse afoita.

— Ele deixou um bilhete junto com as mochilas. Nada de muito esclarecedor, segundo o McGee, mas ele deixou...

— Posso vê-lo?

— Aqui está, Reid. Tá vendo é coisa simples!

— “EU AS TENHO AGORA!!” - É tudo! Mas é esclarecedor.

— Esclarece que ele quer brincar com a nossa cara, Doutor?

— Não Tony. Esclarece que ele realmente tem um ferimento. Olhe as letras, são sem firmeza.

— Mas se ele pode esfaquear meninas e entrar na casa delas sem deixar rastros e o que te faz acreditar que ele não está fingindo?

— Ora, DiNozzo, não tem como fingir pegar tão leve na caneta. Esse cara não consegue fechar a mão, pelo menos uma delas.

— Não estou convencido!

— Você verá!!

— Mais alguma coisa, Abby? Qualquer coisa?

— Não, Emily! Mas assim que tivermos algo, vamos falar!! E, eu sei que eu já disse isso em outras oportunidades, mas eu vou fazer o meu melhor trabalho! Eu prometo!!

— Sei disso, Abbs! Você sempre faz!! - Jenny me disse enquanto me abraçava.

— Bom trabalho, Abbs - beijinho na bochecha de Gibbs -  nos mantenha informados!

— Eu vou!!

———————

— Há quanto tempo estamos aqui?? - Elena me perguntou.

— Não sei... Mas já faz um bom tempo... creio que notei que estava amanhecendo quando ele entrou aqui da última vez.

— Ele está me dado arrepios! Não consegui dormir pensando no que ele quer com a gente...  e eu tô com fome, não como nada desde o almoço da escola...

— Nem me fale... Toda vez que eu fecho os olhos, eu vejo a cara deformada dele... mas a gente tem que fazer alguma coisa para sair daqui. Qualquer coisa. Antes que morramos de fome...

— E o que você sugere?

— Já ouviu falar da “Fuga de Jersey”?

— Dá o que? – Elena me respondeu em dúvida...

— Pelo visto não! É fácil, é uma maneira de se livrar das algemas, ou de qualquer coisa que prendam em seu pulso.

— E é assim que você quer nos tirar daqui?

— É assim que eu pretendo me soltar! Mas vou avisando, dói um pouco...

— E o que eu tenho que fazer?

— Deslocar o seu polegar...

— EU TENHO QUE FAZER O QUE?

— Calma! Depois dá para colocar no lugar. Não vai quebrar nada. É que assim dá para tirar as algemas, elas escorregam na mão....

— Você é doida, sabia!

— Pelo menos eu já tô solta!

— E como você fala nessa calma toda? Olha aqui, eu mal, mal consigo estalar meu dedo sem que meu olho encha d'água! Você quer que.... AIAIAIAIAI

— Não grita escandalosa! Temos que ser silenciosas como um gatinho!

— Você quebrou o meu dedão! Estou sem o meu polegar opositor!

— Para de show, miniatura de Spencer Reid! Peraí.

— MAS O QUE?!

— Eu só coloquei o seu dedo no lugar! Calma!

— Quem te ensinou esse absurdo? Aposto que foi o Tony!

— Ziva.

— Tá explicado! Como seus pais te deixam perto dela? Aquela mulher me dá medo! Uma hora ela tá de boas, depois ela explode por nada!

— Do mesmo modo que os seus pais te deixam perto da BAU. Você tem que aceitar que a sua família é tão louca quanto a minha! Parou de doer?

— Sim... tá formigando! Isso é normal, né? Não significa que eu vou perder o dedo não, né?

 Eu só soube dar um tapão atrás da cabeça dela. Quanta frescura!

— Você sabia que uma pessoa pode ter a retina descolada por conta disso! Eu posso ficar cega! Tô até vendo estrelas.

— Que bom que está vendo o céu, pode nos indicar onde fica o norte ou você prefere outro tapa?

— Sarcástica você. E a resposta e não, para as duas perguntas.

— Então fica calada, para de chorar e para de citar fatos que só o Reid saberia dizer. E, além do mais, tem quase quinze anos que o Tony toma tapão na cabeça e não ficou nem cego nem zureta. Um não vai te deixar assim. E olha que meu pai tem a mão bem pesada....

— Mas o que a gente vai fazer para sair daqui...

— Ah! Eu tenho um plano...


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Notas finais do capítulo

Mas é claro que essas duas vão tentar fugir, né?
Será que vão conseguir?
Muito obrigada por lerem.
E até o próximo!



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