Bem, eu não precisei fazer muito para o fantasma aparecer na minha frente depois da aula. Sinceramente queria pelo menos estar mais preparada para enfrentar a garota fantasma. Mas como sempre, esses seres nunca esperam pelo momento certo.

Tinha acabado de entrar para o estacionamento da escola, sozinha, porque Bella tinha saído mais cedo, então eu tinha perdido minha carona de volta para casa. Bem, não me pergunte como, mas Edward tinha descoberto e ofereceu uma carona.

Quando eu ia questionar enquanto andava em direção ao Volvo do outro lado, parei para olhar se não estava passando carro, como meus pais em ensinaram a fazer desde que eu era pequena. E bem, esperei a van passar.

Foi então que a fantasma apareceu ao meu lado.

E pelo canto do olho percebi que o alvo da sua atenção não era eu. Ela nem percebeu que eu conseguia ver. A garota olhava para Edward. Que estava me encarando e depois tudo aconteceu em uma rapidez que mal consegui entender.

Pelo jeito, a garota seguiu o olhar de Edward e então, virou-se para mim. E foi então que ela me viu. Ela então, olhou novamente para Edward e depois para mim.

Ela me olhou com ódio e antes que eu pudesse fazer alguma coisa, senti suas mãos em mim e me empurrou para a frente da van que estava passando ao nosso lado.

Ouvi buzinas, freadas, meu corpo batendo no asfalto e deitada nele, tentando levantar, vi os faróis da van me cegando e fechei os olhos. Ao longe ouvi meu nome ser chamado e senti braços me envolvendo. Depois ouvi uma batida estrondosa.

Ai meu deus, resolvi abrir os olhos. É eu sei, sou uma pessoa muito curiosa. E vi um Edward meio embaçado.

— Francis! Francis! — Ahh ele falava meu nome de um jeito tão mágico, tão especial! —Francis! Você vai ficar bem — ele soou aliviado.

Eu queria poder perguntar a ele porque ele parecia aliviado, mas estava com muita dor para fazer isso. Porém quando Edward me pegou nos braços, não pude deixar de fazer um ENORME esforço para olhar por cima do ombro dele e ver onde a van estava. Bem, ela estava completamente destruída entre os faróis e percebi que NÃO TINHA MOTORISTA!

A filha da puta me EMPURROU para frente de uma van que ELA MESMA ESTAVA CONTROLANDO. É, fantasmas podem fazer algumas coisas bem sinistras como dirigir carro, motos, pilotar aviões. Não acreditaria quantos acidentes aéreos foram causados por fantasmas vingativos.

Agora, eu pretendia conversar com ela mais tarde, para descobrir o que a prendia aqui no mundo dos vivos. Esse era o protocolo que meus pais tinham ensinado sobre meu trabalho como mediadora. Mas essa garota me deixou puta por ter me atacado sem mais ou menos!

E como não deu certo sua obvia tentativa de me matar, sabia que ela voltaria para terminar o serviço.

Eles sempre voltavam para terminar o serviço. E com esse pensamento super reconfortante, perdi a consciência na ambulância a caminho do hospital.

*****

Minha mãe sempre me disse que os mediadores são feitos de materiais mais resistentes, nada comprovado cientificamente, até porque quem acreditaria que pessoas como eu existe?

Você não acreditaria na quantidade de vezes que eu fui socada, jogada na sarjeta, contra a parede, amordaçada, sequestrada, enterrada, torturada, pisoteada, estapeada, mordida, atacada por objetos, empurrada e atropelada. Alguma vez morri? Não. Quebrei um bocado de ossos, mas nunca fiz um ferimento que comprometeria minha vida.

É por isso que posso dizer que Mediadores são feitos de material mais resistente. Já que é assim, alguém pode me explicar porque meu pai, também um mediador, apareceu acompanhado do Dr. Carlisle Cullen quando Edward me levou para hospital, super preocupado?

— Nombre di Díos! — Ele exclamou em espanhol e me abraçou. — O que aconteceu? — Perguntou e viu Edward ao meu lado.

Certo, era agora que complicava, não era? Tipo assim, como vou poder explicar para meu pai que uma garota fantasma tinha tentando me matar na frente de Edward e do pai dele, que aliás era o Dr. Cullen?

— Estou bem pai, foi só um quase acidente — falei encarando os olhos negros dele. — Teria sido pior se Edward não tivesse me salvado.

Vi uma troca de olhes entre os Cullen e meu pai, logo percebi que estavam escondendo algo de mim.

— Oh, então devo te agradecer, Edward — meu pai falou, sorrindo para Edward, que o olhou com respeito.

— Não precisa Dr. De Silva

— Pode me chamar de Jesse, meu garoto — vi, abismada, meu pai dar tapinhas carinhosos nas costas de Edward, que mal se moveu. Parecia que meu pai tinha batido em uma pedra.

— Certo — falei e todos os três olharam para mim. — Fico muito feliz por vocês estarem tão amigos, mas tenho que ir.

Uma mão pálida e muito gelada, segurou meu braço, me impedindo de descer da maca. Ergui meus olhos e encarei os dourados de Edward. O que ele pensa que estava fazendo?

— Você precisa descansar Francis — sua voz foi doce demais em contraste com sua mão forte em meu braço. Ergui as sobrancelhas para ele, mas não falei nada. Virei o rosto para meu pai.

— Ele está certo, hermosa — meu pai falou.

— Não posso descansar em casa? — Perguntei e puxei meu braço para longe das mãos geladas de Edward.

— Se você me prometer que vai para a casa descansar e não ficar procurando problemas — meu pai me olhou, daquele jeito como se soubesse exatamente o que queria fazer. Às vezes, odiava meu pai por me conhecer tão bem.

— Eu posso levá-la para casa — Edward se ofereceu.

— Eu agradeceria — meu pai concordou.

— Então está tudo resolvido, não esquece os remédios Baby — Dr. Carlisle falou e com uma última olhada para o filho, batendo levemente no ombro do meu pai se retirou.

Olhei para Edward, que me encarava de volta. É, poderia usar essa oportunidade para perguntar como ele tinha parado a van, se não era nenhum Superman.