Phantom Reload escrita por Shoop


Capítulo 5
Foi sua escolha, lide com as consequências


Notas iniciais do capítulo

Enjoy it!



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Gostaria de uma caneta, senhor?

Ela sabia com quem estava falando? Ha! uma caneta. Jack Fenton usando uma caneca normal. Dá para acreditar nisso?!

Não minha jovem, muito obrigado - o homem corpulento disse enquanto tirava sua própria caneta Fenton Signature do bolso - Eu tenho minha própria caneta.

Jack assinou seu nome em meia dúzia de documentos. Burocracia idiota. Ele sempre acreditou que a humanidade perdia muito tempo com papeladas.

Prontinho, aqui está sua preciosa papelada moça! - Ele devolveu os documentos com seu entusiasmo habitual.

A enfermeira responsável pela recepção aceitou os papéis com um sorriso amarelo, sinceramente, depois de quase um mês daquele senhor visitando seu filho no hospital ela já tinha cansado de pedir para ele ser menos barulhento, ao menos era a última vez…

Jack seguiu pelo corredor. O hospital estava voltando ao normal aos poucos. Estava bem menos movimentado do que no dia da invasão, parecia um inferno. Pessoas correndo para todos os lados, feridos por acidentes ou com queimaduras de ectoplasma. Ele ajudou como pode, era o único especialista por perto, afinal.

 Ele ainda se lembrava de como Danny chegou no hospital.Quase morto. Jack sempre foi destemido, ele enfrentava fantasmas frequentemente, era seu trabalho! Mas naquele momento ele sentiu, e sentiu muito bem o que era o medo.

Ele parou seus pensamentos quando chegou na porta do quarto. Os Homens de Branco não estavam lá naquele dia. Tinham sido dispensados. Ele adentrou a porta de forma animada.

O único som dentro do quarto era a televisão. Maddie e Jazz arrumavam as malas em silêncio, a porta do banheiro fechada denunciava onde estava seu filho. Silêncio, ele odiava isso, ainda mais em sua família geralmente espirituosa e agitada. Ele limpou a garganta e entrou no quarto. 

Danny saiu do banheiro com roupas casuais logo depois. As últimas semanas tinham sido turbulentas, ver Danny com roupas normais era...estranho, fazia ele lembrar de como as coisas costumavam ser...he he, isso fazia parecer que ele estava recordando uma vida perdida décadas atrás. Tudo mudou tão rápido.

Jack se moveu em direção ao filho, com a sua camisa levemente larga e camisa jeans parecia um estudante comum, nem dava para imaginar o tipo de coisa perigosa que ele fazia.

E então, Danny - Ele disse de forma enérgica enquanto colocava as mãos no ombro do filho - Pronto para dar adeus ao cheiro de remédio e injeções na bunda?

O garoto ficou vermelho, como ele amava isso.

P-pai - ele gaguejou - será que poderia falar mais baixo?

Jazz deu um risinho com o canto de boca e entrou na provocação, mas Maddie continuou arrumando as malas. Ele se juntou a ela, tentando puxar assunto.

 

Quando ele chegou no carro o silêncio voltou. Não importava o quanto ele tentasse. 

Maddie não falava muito, quase nada para ser mais preciso. Pelo que falaram a ele, ela estava assim desde que Danny apareceu machucado no abrigo em que ela estava. Ela tinha entrado em choque e não pode fazer muito mais do que entregar o que ele queria e gaguejar enquanto ele corria para a batalha.

Jazz estava melhor, ela e Danny falavam normalmente, ele sabia, mas não pareciam muito a fim de conversa quando estavam com eles. 

A cidade ainda estava um caos, reconstruções tinham começado o mais rápido possível, mas ainda estavam bem longe de acabar. Ele olhou Danny com o canto dos olhos, ele estava encostado calmamente na janela do carro, observando os estragos. Jazz olhava para ele preocupada, Maddie também tinha um olhar cabisbaixo enquanto olhava a cidade. De todos os danos que Pariah Dark tinha infligido, ele temia que o pior era o de sua família.

 

**

 

Ele girou o ombro direito, arghh. Ele já sentia ele levemente mais flexível, ainda doía um pouco, mas estava melhor do que antes. Ele sentou na cama, seus pais e sua irmã tinham acabado de deixar ele sozinho no quarto. 

Olhar ao redor era surreal, depois de tantos dias fora enfurnado em um quarto de hospital, sem conseguir se mexer direito e com um bando de agentes do governo enchendo o saco era um alívio estar em casa.

Eles fizeram ele ouvir um “especialista” dos Homens de Branco. Dá para acreditar nisso? Tsc…

Danny se deitou. Passou as mãos nos cabelos e pelo rosto em angústia enquanto encarava o teto. Enfim...Eles sabiam. Todo mundo sabia. Estando alí no seu quarto, no meio de todas suas coisas, foi estranho, foi como se finalmente a ficha tivesse caído. Voltar a um lugar de sua “vida comum” tinha feito ele entender a gravidade da situação.Lá no fundo, bem no fundo de sua mente, ele ainda tinha uma pontinha de esperança de que tudo não passava de um truque de algum fantasma fanfarrão e que ele logo iria acordar e prender ele em sua garrafa térmica antes de correr com sua identidade secreta a salvo...Mas agora esse fio de esperança estava perdido. Só sobrou a dura realidade mais assustadora do que o rei dos fantasmas.

Se levantando ele andou, ainda um pouco manco, em direção ao seu armário, fuçando atrás das roupas pegou uma de suas máscaras reservas. Olhou para ela se lembrando da sua última, quando Fright Knight a cortou, ele passou o dedo pela cicatriz leve que começava na base da bochecha esquerda e seguia para pouco abaixo dos seus lábios. Doeu como o inferno. Mas não doeu mais do que doía agora. 

O pai dele levou isso melhor do que ele pensou, mas ele podia ver por trás das brincadeiras dele. Desconforto. Era diferente do habitual, ele estava tentando fugir do que tinha acontecido.

Ele se preocupava com Jazz, ela estava em um momento importante da vida dela, nos últimos anos ele já tinha tomado muito dos seus esforços.

E tinha sua mãe. Toda vez que ele olhava para a expressão dela ele se sentia um total lixo. Ela nem mesmo conseguiu elaborar uma resposta quando viu ele desmascarado naquela noite. Ela mal falava com ele. 

Danny rodou a máscara, colocou no rosto e se olhou no espelho. Phantom olhou para ele com os olhos cansados de Fenton. 

“Você está atolado em problemas, parceiro”

Foi a única coisa que ele conseguiu pensar.


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