A atmosfera da cidade já estava completamente tóxica. O céu esverdeado da zona fantasma era a única fonte de iluminação. O clima estava frio. Quando eles foram mandados para aquela dimensão ele deixou guardado na mente que levar ela de volta seria um presente. Mas agora ele não dava para pensar nisso

Danny sentiu sua pressão cair e o mundo girar. Em parte pelo traje estar sugando lentamente sua energia vital em outra pelo golpe de Pariah Dark que o acertou em cheio. Se não fosse pelo Traje de batalha Fenton, agora ele estaria morto. Ele fechou os olhos quando atingiu o chão, por cima de alguns esqueletos do exército, agora desmontados.

Ele lembrava de Thor Ragnarok. Era um quadrinho muito bom, Surtur era um vilão legal, mas enfrentar um fantasma muito parecido com ele não era nada legal.

— Olha só isso em minha frente – O rei dos fantasmas pousou no chão, não ileso, depois de todos os golpes que Danny acertou nele Pariah Dark não era mais tão majestoso – Quando eu ainda era um jovem fantasma os humanos se limitavam a fugir. Tentar exorcizar-me era o máximo. Alguns milênios presos e eles estão criando todo tipo de bugiganga para enfrentar fantasmas.

Com um salto rápido o caçador se levantou junto com seu traje, que agora apitava com vários sinais de alerta. Pelo canto dos olhos ele podia ver Frost Bite lutar contra soldados de Pariah Dark. Até mesmo Cujo enfrentava o exército ao lado de alguns de seus inimigos. Todos estavam se esforçando para abrir caminho para ele. Ele não podia vacilar, mesmo que seu inimigo fosse um fantasma que conseguiu a proeza de fazer até mesmo Walker trabalhar com ele.

— Se você acha isso daqui absurdo deveria ver algumas das outras ideias do meu pai – Danny preparou o traje para carregar mais um tiro – se você chegasse um ano mais tarde eu chutaria sua bunda em metade do tempo.

O jovem caçador avançou rapidamente em direção ao fantasma. Levaria um tempo até a armadura carregar um tiro suficientemente forte para causar dano, ele teria que enrolar com a velha lábia.

Ele rolou enquanto desviava de um disparo do Rei e o atingiu na barriga com um chute. Por um momento pareceu efetivo, até Pariah o chutar de volta e atingi-lo a queima roupa.

Danny voou mais uma vez e atingiu a parede do castelo, mas se levantou tão rápido quanto da última vez.

Lutar desse jeito não ia levar a nada, a velha lábia não funcionaria dessa vez.

Ele não era um fantasma, não tinha vigor infinito. Uma hora ele se cansaria e Pariah Dark acabaria com ele e com o resto dos humanos em seguida. Ele estavam parecendo o Hulk e o Homem de Ferro lutando em Era de Ultron. Ele viu aquele filme com Tucker e Sam.

Naquele momento ele só queria botar aquele tirano no chão e seguir sua vida “normal”. Sair com seus amigos, ir à escola e tentar conciliar tudo isso com a caça fantasma. Mas ele sabia que as coisas não seriam mais iguais a antes, mesmo se ele derrota-se o fantasma em sua frente. No melhor dos casos ele passaria o resto da vida prestando serviços comunitários pelos seus “delitos” cometidos como Phantom.

— Mantenha a cabeça na luta, pequeno verme – a voz do rei era gutural e cruel.

Pariah o atingiu novamente. Danny viu o vidro rachar e o traje alertar sobre perca de energia. Ele já estava tonto, a beira do delírio. Não era hora de pensar em sua identidade exposta. Se ele não vencesse agora, ele não teria que se preocupar com o amanhã.

— Você lutou bem, para uma criança – o Rei dos fantasmas preparava mais um tiro – Vou fazer os outros humanos reconhecerem seus esforços.

O ectoplasma que Pariah Dark concentrava assumiu uma cor mais viva e ganhou uma densidade diferente dos outros tiros, até dava para sentir um cheiro frio. Não tinha como sobreviver aquilo.

— Adeus, caçador – pela primeira vez Danny ouviu uma voz calma vindo do fantasma – você é realmente um ser fantástico.

O raio saiu com velocidade em direção Danny. Não daria tempo de ligar os escudos, e ele nem pretendia. Toda a energia do traje estava sendo direcionada para o próximo ataque.

— Se você me encontrar no pós vida, pode ter certeza que te darei um alto posto em meu reino

Poeira se levantou quando o golpe de Pariah atingiu o local onde se encontrava. Por um instante o cachorro fantasma gigante que seguia o Phantom rosnou e gritou em frustação enquanto olhava para o local em que seu dono estava e o Rei dos Fantasmas parecia ter vencido.

Isso até o traje Fenton o atingi-lo e fazer ele encontrar o chão. A armadura estava nas piores condições possíveis. O golpe tinha quase feito ela desmontar. Uma grande depressão no tórax podia ser visto onde ela tinha sido golpeada e saia fumaça de todas suas articulações enquanto ela emitia sinais de alerta. Seu piloto não estava muito melhor. O nariz sangrava e mal podia manter um dos olhos abertos. Parecia mais morto do que vivo.

— Você lutou bem, para um velhinho milenar – Um sorriso debochado era o máximo que Phantom podia dar naquele momento – Vou fazer os outros fantasmas saberem que você era fraco.

Pariah Dark tentou se levantar apena para ser imobilizado pelo garoto. A mão esquerda do traje o levantou pelo pescoço enquanto o braço direito apontava para ele, Danny nunca colocou tanta força em algo na vida, o traje parecia carregado e pronto para atirar um disparo potente. A armadura tremeu e se desmanchou enquanto soltava a energia acumulada. O brilho azul celeste do disparo do traje tomaram as ruas mais próximas. Os latidos de Cujo e os gritos de Frost Bite soaram como um eco a quilômetros de distância. Danny sentiu o mundo girar e sua consciência se derreter, o mundo girar e sua temperatura aumentar. Disparou já sem consciência. Ele caiu no chão sem saber se o tiro tinha funcionado.