— Hoje em dia as pessoas não tem um pingo de respeito, cara – Danny observava enquanto os cavaleiros que sobraram se reagrupavam – Você aparece na rua um pouco machucado e com o cabelo descolorido e de repente ninguém mais lhe respeita? E toda minha história? – Se Sam estivesse ali brigaria por ele fazer piadas em uma hora dessas

Alguns tiros e os servos de Pariah foram ao chão. Danny ofegou. Ele estava tão ferrado.

No fim da rua ele podia ver a oficina Fenton. Ele se forço a seguir até lá, a costela doía e sua pele queimava em vários lugares.  Pariah Dark estava era um adversário assombroso.

Danny abriu a porta e correu para o laboratório.

Chegava a ser engraçado ver a casa dos Fenton exatamente igual a quando ele saiu de manhã para à escola. O escudo da oficina impedia dos minions do rei fantasma entrarem, fazia parecer que tudo lá fora era um pesadelo distante.

Ele se arrastou pela escada para o laboratório subterrâneo. A luz verde que vinha do portal escancarado iluminava o laboratório. Danny seguiu seu destino até o computador central.

O computador era anormalmente grande. Funcionava como centro de controle e banco de dados. Todas as armas e invenções de seus pais estavam registradas ali. Ele se atrapalhou enquanto digitava a sua senha, suas mãos tremiam e sua visão estava turva. Levou três tentativas para ele finalmente acertar a senha. Ele se sentou no chão, encostado ao computador, olhando para o nada e sentindo dor enquanto o comando era executado.

Ela sabia. Sua mãe sabia. Não só ela como todas as pessoas daquele abrigo e dos dois outros que ele passou enquanto procurava por sua mãe. Sua sorte finalmente parecia ter falhado com ele. Quando fechava os olhos a visão do rosto em choque dela aparecia em sua mente, ela nem mesmo conseguiu falar nada quando ele pediu a senha do computador. Ficar ali no meio de todas aquelas pessoas enquanto sua mãe entrava em choque por causa dele foram os momentos mais demorados da vida dele. No fim ela entregou a senha a ele, mas não disse mais nada.

Era impressionante como sua vida “normal” tinha desmoronado em poucas horas. Ontem mesmo ele estava em sua rotina de caçar fantasmas e tentar cumprir com suas obrigações de estudante/filho/amigo.

Tudo começou com o ataque de Pariah Dark, não demorou para Danny perceber que aquela não era uma invasão comum, e que o rei fantasma definitivamente merecia esse título. Se Frostbite e os outros não tivessem aparecido talvez agora ele estivesse embaixo de um monte de escombros enquanto o exército real do rei avançava além da cidade. E agora ele estava exposto. O segredo que ele lutou tanto para proteger tinha caído por terra como um castelo de areia. Ele não tinha a mínima ideia de como as coisas seriam no futuro, considerando a possibilidade deles conseguirem derrotar Pariah Dark e a humanidade ter um futuro.

As luzes vacilaram por um instante e o escudo lá fora perdeu um pouco de seu brilho. Uma voz computadorizada avisou que o processo de carga tinha começado. O computador estimava 5 minutos para que o Traje de batalha Fenton esteja completamente carregado e pronto para a batalha, usando da energia do escudo ele conseguiu que a carga estivesse completa em dois minutos. Ele se levantou e foi para cima, tinha tempo para tomar alguns remédios.

—//-

— Se você se levantar mais uma vez, eu farei com que você fique deitado para sempre.

Frostbite levantou a cabeça para ver o soberano entre os fantasmas. Pariah Dark não estava nem um pouco abalado mesmo depois de tanto tempo em combate, o mesmo não podia ser dito dele e seus aliados.

A maioria dos guerreiros de Far Frozen não conseguia mais lutar, os guerreiros que Pandora enviou como reforço estavam em situação parecida. Naquele momento ele, alguns soldados de elite e poucos centuriões de Pandora eram a última resistência contra o tirano. O único consolo era que Pariah Dark estava praticamente sozinho, o Cavaleiro Fantasma tinha sido derrotado pelo jovem Daniel e seu exército estava disperso e quase acabado, a vitória parecia certa. Mas infelizmente os anos de confinamento não reduziram em nada o poder do rei dos fantasmas.

— A perdição de minha forma física é um preço pequeno a se pagar pelo prazer de não lhe servir mais, demônio.

Ver a raiva surgir no rosto do seu adversário quase fazia a dor valer a pena. Para Frostbite morrer era muito melhor do que estar vivo para ver a Zona fantasma dominada novamente por Pariah Dark, era um desejo egoísta, mas só quem presenciou aquela época sabe do horror que aquele fantasma era capaz de causar.

— Então, se é sua vontade, levante-se e deixe que eu faço o resto.

Sim. Ele adoraria isso. Quando ele reinava nada satisfazia mais o rei do que punir os indisciplinados. Ele podia passar hora só torturando alguém antes de estraçalhar seu núcleo, muitos grandes amigos dele encontraram seu fim pelas mãos dele. Por isso ele disse aquilo ao jovem Daniel, ele não aguentaria ver uma existência tão jovem chegar ao fim por uma guerra que não era dele. Era melhor Daniel pensar que ele estava simplesmente segurando o rei enquanto ele buscava alguma arma milagrosa. Mas ele mesmo daria um fim ao rei, mesmo que isso o levasse junto.

Frostbite sentiu seu peito esfriar e um calafrio percorrer seu corpo. O seu braço de gelo substituto brilhou em um azul claro enquanto ele se preparava para o ataque, quando ele perdeu aquele braço ele achou que seria seu fim como guerreiro, mas agora graças aquele membro de gelo ele poderia dar um fim a seu inimigo. Uma trilha gelada se formou onde ele tocou no chão e seguiu até onde o rei fantasma estava. O calor aumentou enquanto o rei de Farfrozen sentia seu núcleo fraquejar. O rei estava impassível enquanto era coberto totalmente pelo gelo.

O fantasma gélido arfava enquanto olhava para a grande estatua de gelo. Sua visão estava turva e ele podia sentir seu núcleo gélido pulsar. Frostbite se deixou cair. Acabou, dessa vez ele tinha parado Pariah, ele poderia seguir adiante para a inexistência sabendo que não era um covarde.

No final o ele conseguiu manter o garoto Danny a salvo.

O fantasma de gelo resistiu ao chamado da inconsciência quando viu a estrutura de gelo assumir um brilho esverdeado.

Feixes de luz saíram dela, cegando Frostbite por alguns segundos, o suficiente para ele não enxergar o que o atingiu, jogando o contra uma construção humana.

Pariah Dark se levantava, coberto de água, fruto do gelo fantasmagórico que tinha derretido.

Agora ele apontava para seu rival. Frostbite pensou que era seu fim. Foi quando Phantom apareceu.