Phantom Reload escrita por Shoop


Capítulo 1
Pecados do filho


Notas iniciais do capítulo

;)



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O ginásio foi envolto em uma cúpula verde brilhante, Maddie checou mais uma vez se estava tudo certo. Instalar escudos nos prédios escolares se provou realmente útil, ainda bem que ela e Jack conseguiram convencer ao prefeito de que depender de Phantom o tempo todo era perigoso.

Por dentro a quadra parecia um abrigo para refugiados de guerra, era o que eles eram agora, se escondendo da luta entre Phantom e o rei fantasma. Ela sempre soube que aquele adolescente era um encrenqueiro, mas trazer uma luta desse tamanho para o meio da cidade era ridículo.

Vários alunos da escola estavam lá dentro, o professor de inglês, e os amigos de Danny.

Jazz, Jack e Danny não estavam por perto. Ela só esperava que eles estivessem em casa ou em outro lugar seguro.

Ela caminhou em direção ao professor Lancer que tinha acabado de falar para todos se acalmarem.

O homem careca limpou o suor da testa, ele parecia ter envelhecido 5 anos nas últimas horas, nem todas as crises com fantasmas que eles tiveram no último ano poderiam prepara-los para isso. O professor olhou para ela, praticamente suplicando com os olhos por boas notícias.

— Estamos em segurança - Maddie falou - Ao menos enquanto tivermos energia suficiente para manter o escudo.

O alivio do professor era claro.

 - Graças aos céu - ele guardou o lenço que usava para limpar o suor - eu não sei o que faríamos sem você aqui, Sra. Fenton, mais ninguém conseguiria garantir que o escudo está realmente funcionando, seria um terror completo.

Maddie seguiu o homem grande até uma das arquibancadas, ele se sentou.

— Eu nunca pensei que um dia ver uma crise como essa, é catastrófico.

Esse era o problema das pessoas. Elas sempre esperam que o pior vai acontecer aos outros, mas nunca a elas.

Ela se lembrava de alguns anos atrás, ainda estava fresco na memória, todos da cidade chamavam ela e Jack de loucos. A suas teorias sobre fantasmas e de que a cidade se localizava em um local naturalmente ligado a uma dimensão fantasmagórica eram ridicularizadas. Esse mesmo homem que agora estava à frente dela e a pouco a agradecia por seus serviços a tratou como uma desequilibrada quando ela tentou alertar aos professores da escola. As coisas mudaram, em muito pouco tempo. Esquecer e como tudo começou era impossível.

Ela prometeu a si mesma que lutaria para que o terror que ela tinha sentido, quando o fantasma de carne invadiu a escola, nunca mais se repetisse. Que nenhuma mãe mais tivesse que sentir medo pela vida dos filhos por causa dessas aberrações.

— Não posso dizer que estou surpresa – Ela falou baixinho, mas alto o suficiente para o professor ouvir.

— Me desculpe, Senhora Fenton – Lancer falou, com a voz abafada pela mão que cobria o rosto – nós...Eu deveria ter dado ouvidos a você e seu marido.

“Agora é muito tarde” Maddie apenas pensou.

— Esse tipo de pensamento não vai levar a gente a lugar nenhum – ela disse em voz alta, tanto para ele quanto para si mesma – isso é uma crise extrema, eu sinceramente não vejo uma maneira clara de sair disso.

Ela não estava apenas tentando ser cruel. Jogar na cara que ele e todos os outros estavam errados, primeiramente em achar que ela e Jack eram loucos e depois em depositar confiança naquele moleque que anda para todos os lugares acompanhado de fantasmas. Deliquente.

— Por hora vamos apenas nos esconder, quando Jack chegar aqui nós pensaremos em algo.

O ginásio estava lotado, a maioria adolescentes, mas nenhum que ela conhecia. Nem Danny nem Jazz...

Ela estava sozinha.

O escudo era forte, mas não foi feito para funcionar por grandes períodos. Ela evitou dizer isso para não causar pânico. Ela tinha que pensar em algo, e logo.

Pariah Dark não era nada mais que pura monstruosidade ectoplasmica. Era o fantasma mais forte que tinha aparecido e ainda tinha um exército de mortos vivos com ele. Naquele momento ele poderia estar matando inocentes, sua família, e ela não poderia fazer nada.

Seus pensamentos foram interrompidos pelo som que anunciava o inferno.

Bem, não era literalmente o inferno, mas ela odiava aquele ruído. Era alto, dava para ouvir até por de baixo do ruído do escudo fantasma. Era a moto que ele usava para invadir “caçar” fantasmas. Ultrapassando qualquer limite, invadindo qualquer propriedade, colocando a vida de todos em risco, fazendo todo o cuidado que ela tinha com sua profissão parecer piada.

Phantom estava chegando.

Ela tinha ouvido que ele estava lutando contra o fantasma. Arrogante, provavelmente estava vindo correndo com o rabo entre as pernas para se esconder embaixo de seu escudo, mesmo sendo um traidor da espécie, amigo de fantasmas.

Todos os alunos, e até os poucos adultos, se juntaram na porta. Tentando ver o delinquente. 

O som foi se abaixando até cessar completamente, a moto tinha parado na frente do ginásio. Todos estavam eufóricos. Gritando, mas Maddie sabia que se ele estava ali, era para se esconder, não tinha conseguido derrotar o fantasma.

Ela ouviu Phantom forçar o portão. Alguns alunos correram para abrir, ela não tentou impedir sabia que Phantom poderia derrubar o portão facilmente.

A multidão vibrava enquanto Phantom abria a porta. Era muito raro ver ele de perto, Maddie era uma das poucas pessoas que já tinha falado com ele. Geralmente ele era visto em alto velocidade lutando contra fantasmas.

A multidão se acalmou subitamente quando ele entrou na sala, de onde Maddie estava não dava para ver o delinquente. A situação dele estava tão ruim assim?

 Ela não daria um passo, ele deveria ir até ela e implorar por sua ajuda.

A massa eufórica se silenciou completamente, começaram a abrir caminho para o fora da lei. Que caminhava lentamente em sua direção, como ela tinha imaginado.

O cabelo, geralmente branco, estava agora quase totalmente preto, com exceção de algumas mechas brancas e manchas verdes. O rosto geralmente coberto por um óculos de corrida e uma máscara metálica que cobria a parte inferior do rosto estava nua, e cheia de hematomas e pequenos cortes.

Mancava um pouco, seu uniforme estava bem acabado mostrando sua camisa branca com círculo vermelho por de baixo.

Phantom parou em frente a ela, seu rosto descoberto como ela sempre quis ver. O rosto de seu filho.

— Eu...- ele começou em uma voz tímida que foi recomposta depois de uma tosse para limpar a garganta – Preciso da chave do laboratório.


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