Os quatro reinos escrita por Estefanie Priscila


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

E assim começa.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/775809/chapter/2

 

Enquanto mergulho na água deixo meu corpo descansar em seu lugar de paz. Em seu porto seguro. Depois de alguns minutos saio do rio e encontro Joan me encarando.

—Não pode ficar mergulhando desse jeito – ele aponta para minhas roupas.

—Quer que eu mergulhe nua?

—Não seja engraçadinha Arya.

—Já faz dois anos que eles tomaram conta do nosso país Joan – digo – o mínimo que podem deixar é eu tomar um banho.

—Eu sei – diz ele cansado da discussão – mas você sabe que precisa tomar cuidado.

—Eu sei, eu sei – suspiro e passo os dedos pelo corpo enquanto a água evapora.

—Não pode fazer isso aqui – diz ele.

—Ninguém esta vendo.

—Se souberem de você...

—Eu sei – me aproximo de Joan e sorrio para ele – eles não vão descobrir.

Caminho para o bar onde trabalho. Vejo minha chefa que acena para mim dizendo que estou atrasada. O bar fede a lugar velho e sujo, mas parece que os habitantes do Vale gostam já que ficam mais aqui do que qualquer outro lugar da cidade. Dirijo-me para trás do balcão onde pego algumas bebidas e começo a servir-las.

—Ola Arya – diz Renan. Um velho bêbado de 70 anos.

—Ola Renan – digo e sorrio – mais uma?

—Com certeza minha dama – diz ele abrindo um sorriso quase sem dentes.

—Quantas já bebeu hoje em meu camarada?

— Quatro?

—Vezes cinco? – ele sorri e bate na mesa para assentir.

—Arya para de bater papo e vá servir aquela mesa ali – grita a chefa carrancuda apontando para uma mesa que se qualifica como das Vip. Aproximo-me e os observo. Pelas vestimentas tem dinheiro.

—Ola, boa tarde. O que desejam? – pergunto.

Dos cinco, três me olham como se quisessem responder ‘‘você’’. Os outros dois conversam em uma língua estrangeira e não me vêem.

—Uma da casa – diz dois ao mesmo tempo.

—Também – diz o outro.

—Beleza, algo mais?

Um dos homens se vira para mim e algo em seu olhar me chama a atenção. Ele é um peito de ferro. Tenho certeza. Só não sei o que faz pelo Vale. Ele me examina tentando identificar algo em mim. Talvez suspeite que eu seja uma olho de vidro, ou talvez não. Quanto mais longe você esta do sangue puro, mas normal você aparenta.

—Uma vodca com limão – ele diz.

O outro me olha e abre um sorriso bonito.

—Uísque puro, por favor – assinto e saio.

Preparo o que eles querem e coloco mais uma dose para Renan que admira duas mulheres do outro lado do bar. Quando volto com a bebida os dois rapazes da conversa saíram e restam os três. Um deles me da um sorriso amarelo que eu revido com cara feia. Sirvo duas bebidas e quando estou prestes a servir à próxima ele roça a mão no meu seio e a pega. Me seguro para não socar a cara dele. Quando me afasto sua mão bate na minha bunda. Respiro mais uma vez para não afogar ele ali mesmo com aquela bebida. Volto para trás do balcão. Viro-me para entregar os copos à lavadeira e quando volto um dos rapazes esta a minha frente.

—La ne hir me de loy (Olá olho de vidro) – diz ele.

O observo irritada.

—Não quero encrenca – digo.

—Eu também não, mas é curioso encontrar uma olho de vidro no vale.

—Um peito de ferro também – ele sorri.

O outro se senta ao lado.

—Ola Arya – diz ele.

Assusto-me quando ele diz meu nome como se me conhecesse.

—Eu te conheço? – ele assente. – Acho que não meu caro – olho para minha chefa que me olha com cara feia – eu preciso trabalhar. Não posso conversar.

—Arya Lancantes de Oriam – diz ele – prazer eu sou Erlian Silver Derlan.

Ele sorri e pega o copo sobre a mesa. Ele levanta uma gota do liquido do copo e retiro o copo da sua mão.

—Eu não estou interessa em ser morta – falo brava. Pego uma bandeja e saio pelo bar atordoada.

Quando volto eles se foram. Faço meu turno e deixo tudo arrumado antes de ir para casa. Conto minhas gorjetas quando chego.

—Quarenta e duas moedas – termino de contar. As deposito em meu cofrinho que esta quase cheio. Tomo um banho longo e visto uma roupa de ficar em casa. Arrumo algo para comer e depois limpo tudo. Meus pés estão cansados e é ótimo colocá-los para descansar. Olho para meus dedos da mão onde o anel que meu pai me deu se encontra. A única recordação que tenho dele. Adormeço no colchão não muito tempo depois.

Quando acordo tomo um banho e depois como algo. Troco de roupa e caminho pela cidade a procura da mercearia mais próxima. Encontro Joan nos fundos.

—Ola garoto – digo e ele abre um sorriso.

—Aqui esta você – diz ele – já indo trabalhar?

—Daqui a pouco – digo – ainda tenho alguns minutinhos.

—Aquele bar nunca fecha não é mesmo?

—Sim, e eu preciso de dinheiro – digo – não se paga contas sem.

Ele pega uma rosca e me entrega. Como a feliz e lhe entrego 8 moedas em troca.

—Tchau – digo me despedindo e saio pela rua.

—Minha bolsa – grita alguém. Me viro e um rapaz vem em minha direção enquanto uma senhora grita desesperadamente.

Espero ele estar a poucos centímetros e passo o pé, ele cai no chão com a bolsa firme na mão. Toco sua pele e puxo a bolsa. Retiro-a e entrego à senhora.

—Obrigada – diz ela.

O homem no chão continua parado. Pisco para ele e o deixo ali. Daqui alguns segundos talvez o sangue volte a circular.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Continua



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Os quatro reinos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.