Os quatro reinos escrita por Estefanie Priscila


Capítulo 15
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

continua...



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                                                                         ***

Visto um robby de ceda azul claro que me deixa confortável e ao mesmo tempo estranha. Meu pijama de sempre foi short e blusa quando não era calcinha e sutiã de tecido. Não tinha dinheiro para esses tipos de luxo. Prendo meu cabelo em um coque e fico olhando pela janela a lua entre as torres do castelo.

—Arya – a voz de Iara me faz virar para conversar – precisamos conversar agora.

—Presumi que sim – sento na cama quando ela indica.

—Precisa saber algumas informações sobre mim e sobre como você vai ser daqui em diante – assinto e ela respira fundo – meu nome é Iara Santos de Karte. Sou sobrinha do conde falecido Lucas Kartes. Sou única herdeira dele viva e por isso tenho todo esse luxo que você consegue ver. Administro esse salão mais outros comércios junto com meu gerente. Convivo no castelo pois represento tudo que meu tio deixou, inclusive o seu título. Não sou casada e não namoro e isso é estranho para as pessoas aqui porque tenho 24 anos, então para fingir que isso é algo infeliz para mim, fico comparecendo a bailes e tudo que necessário e sendo uma mulher chata. Não me julgue – ela sorri – o resumo total é que finjo procurar um par e agora você vai fazer o mesmo. Vamos utilizar a mesma identidade que já estava usando. Mas agora você vai precisar ser muito boa em mentir – faço uma careta – as pessoas vão especular, vão querer saber da sua vida e você precisa saber tudo de forma coerente com o que Erlian arrumou para você. Então hoje vamos ter uma aula de história e você vai ficar repassando na sua cabeça e com o passar dos dias vai se tornar natural. Enquanto você decora sua nova vida vamos começar a andar pela casa, vou te ensinar a não caminhar do jeito que você estava fazendo.

                                                                                ***

Os próximos dias são eu decorando a escola, nome dos meus pais, meu amigos, onde vivi, quem eu amei, os vestidos mais chiques da temporada... Eu tinha conseguido em quatro dias decorar aquela vida que não era minha, conseguia andar como uma dama, gesticular como uma nobre e muito mais. Iara se surpreendeu com o quanto aprendi rápido.

—Hoje vou levá-la ao castelo – ela se senta e me entrega uma xícara de café – acho que esta pronta.

—Eu estou nervosa – sorrio sem graça.

—Eu sei, eu também estou – ela sorri de um jeito meigo. – Olha eu faço teatro faz alguns anos, então logo você vai se acostumar também – ela beberica o café.

                                                                ***

Chegamos ao castelo em sua limusine particular. E para minha alegria ou tristeza era o dia de jogos no jardim. Homens e mulheres disputavam jogos de arco e flecha e alguns outros. Reparei os olhares em minha direção, se questionando quem eu era, de onde vim...o que era de Iara. E porque uma mulher tão reclusa da sociedade feminina estava ali acompanha de uma dama. Iara cumprimentou algumas damas e seguimos adiante.

—Quer jogar?

—O que? Anh não – digo baixinho – provavelmente vou acertar e matar alguém.

—Não seja dramática Nina – ela me dá uma piscadela – talvez você acerte um casamento – sorri com a piada.

—Engraçadinha – digo e ambos sorrimos.

Mesmo que Iara não tenha sido a favor de eu estar ali, acabamos criando uma amizade. E a cada dia gostava mais dela.

—Ola Iara – diz uma mulher de cabelos escuros – ola..?

—Nina Orem – digo – prazer.

—Sou a Natalia – ela diz – futura princesa de Cordiales.

Iara faz uma careta nas costas de Natalia.

—Anh que legal – digo e ela faz uma cara feia.

—Você quer jogar?

—Anh não, eu estou só para observar.

—Porque?

—Ela só quer ver Natalia – diz Iara.

—Um jogo não mataria, não é? – ela olha para alguém atrás de mim – Carl, uhm príncipe Carl – ela o cumprimenta se abaixando. Eu navego e acabo não fazendo e quando me toco Natalia está me olhando com cara feia.

—Ola Lady Natalia – diz ele e então me observa com curiosidade.

—Nina Orem – agora faço a menção sem saber se é apropriado e ele sorri.

—A Nina é nova aqui e queria mostrar a ela os jogos da capital – diz Natalia se jogando para o príncipe – podíamos fazer duplas não? Para incrementá-la na nossa cultura?

—Hey cara...– um outro homem se aproxima de nós.

—Claro, você e Nataniel e eu com a novata – ele diz parecendo adorar que o amigo tenha parecido.

—Eu.. – quando todos se viraram para mim – claro, adoraria jogar – digo fingindo.

Nos posicionamos no arco e flecha e Iara se afasta para conversar com algumas pessoas.

O príncipe não abre a boca, como se também não quisesse estar na minha presença. Provavelmente estava achando que o queria como noivo e com certeza aquilo não era verdade. Mesmo que Carl fosse forte e extremamente bonito, não me atraia o fato da sua nobreza.

—Você sabe jogar né? – antes que eu responda ele me da um arco e a flecha.

—Pronto aí? – grita Natalia um pouco distante.

—Claro – Carl grita de volta.

—Atira – ele diz para mim.

Eu o olho sem fazer ideia de como posicionar aquele negócio.

—Você não sabe jogar?  – o príncipe parece irritado.

Alguns soldados começam a se aproximar de nós.

—Príncipe, a rainha o chama na sala de reunião.

—Não havia momento melhor – diz ele como se eu nem estivesse ali. O fato dele odiar estar na minha presença não podia ficar mais obvio.

Quando ele sai, Nataniel o acompanha. Eu fico perdida com o arco em mãos.

—O que fez para expulsar ele? – diz Natalia quando se aproxima – e pelo amor de Deus segura esse arco direito – diz e sai pisando firme.

Iara se aproxima e revira os olhos.

—Desculpe deixá-la com ela – ela indica com a cabeça para Natalia – mas precisa vivenciar os clichês da nobreza.

—Claro – eu aponto para o arco – como que isso aqui funciona?

—Vou te mostrar – ela pega o arco e a flecha comigo e se posiciona falando enquanto o faz. E então ela atira, acerta no alvo e alguém do outro lado grita alguma coisa.

—Nossa, você é boa – digo.

—Vai ser também – ela me entrega – vai tenta.

—E se eu acertar alguém?

—Não seja boba, não vai acertar ninguém.


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Notas finais do capítulo

continua



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