O sucessor escrita por HinataSol


Capítulo 5
Eu já o vi antes. O outro assistente de Kurenai


Notas iniciais do capítulo

Eu iria postar só na próxima semana, mas como consegui terminar o capítulo, eis aqui, né!
Fiquei super decepcionada, ninguém deixou um comentário sequer. Eu fiquei muito desanimada com isso.
Ademais, como podem notar, esse é o maior capítulo até agora. Espero que gostem!
Boa leitura!



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Hinata conheceu o outro assistente de Kurenai ainda em seu terceiro dia em Nara. Um rapaz que parecia passar mais tempo na biblioteca da Nara Gakuen do que a própria bibliotecária, Kurenai. Shikamaru era o nome dele. Hinata o reconheceu como sendo o mesmo rapaz que ela havia visto na recepção do hotel no qual se hospedara ao chegar à cidade. Seu cabelo castanho escuro, assim como naquele dia, estava amarrado em um tipo de rabo-de-cavalo alto e arrepiado.

Se ele a reconheceu também, não demonstrou em momento algum.

Com os dias, ela descobriu algumas coisas sobre ele. Shikamaru tinha a mesma idade de Hinata, além de olhos castanhos e um jeito simples de agir e viver. Parecia evitar dificultar as coisas.

Ele e Hinata gostavam de ler e, às vezes, conversavam sobre algum livro ou assunto que lhes era comum. Seus diálogos, diversas vezes, rendiam durante um bom tempo e isso trazia um sorriso aos lábios de Kurenai que dizia ter os melhores assistentes existentes.

Hinata soube também, naquele período, que Shikamaru era muito próximo ao marido de Kurenai, Sarutobi Asuma, um professor de física que ministrava aulas de ciências na Nara Gakuen.

Shikamaru, verdadeiramente, parecia ter a biblioteca como sua segunda casa e sempre estava lendo livros que pareciam complexos demais, na opinião de Hinata. Quando comentou sobre isso com Kurenai, a mulher lhe dissera como seu marido, Asuma, já havia percebido o potencial latente do menino quando ainda mais novo. “Um gênio! Aquele menino é um gênio!” Kurenai falou-lhe que essas foram as palavras de Asuma e que, a partir desse momento, ele estava sempre incentivando Shikamaru a ir além e explorar seu potencial.

Hinata anuiu em concordância. Shikamaru era realmente genial.

...

Hinata somente voltou a fazer contato com alguém de sua família quando já havia se passado mais de um mês que estava longe de Tóquio. Fora para Hanabi que ela telefonara, de um telefone público que ficava distante de onde estava morando, do outro lado da cidade.

A irmã mais nova adotou uma postura madura ao conversarem pelo telefone, divergente do que Hinata estava esperando.

Hanabi dissera que Neji havia lhe dito que Hinata entraria em contato consigo e que, por isso, aguardou, ansiosa, mas que se conteve por saber que a irmã entraria em contato com ela.

Apesar disso, a conversa das duas fora quase tão curta quanto a de Hinata e Neji. Infelizmente para as irmãs, apesar da saudade, Hinata era do tipo de pessoa que não conseguia falar muito ao telefone. Dizia o que queria e precisava, mas não era capaz de fazer o diálogo fluir por muito tempo sem estar frente a frente com a pessoa.

Hanabi se despediu fazendo Hinata prometer que a contaria tudo, nos mínimos detalhes, quando retornasse a Tóquio.

— É uma promessa! — Assegurou Hinata antes que desligasse.

Ao sair da cabine telefônica, ela ajeitou a pequena bolsa tiracolo que usava. Fitou o céu sobre Nara e suspirou.

...

Hinata sentia como se o tempo passasse devagar ao passo que também voava. Ela já estava em Nara há sete semanas e ainda não havia obtido quaisquer informações sobre o filho de Kushina.

Ela tinha ciência de que não o encontraria tão facilmente, mas não pensou que se passaria quase dois meses sem descobrir nada sobre ele.

Ela já havia visitado os tradicionais templos de Nara, ido em diversos comércios e quaisquer locais públicos na esperança de, ao menos, vê-lo trabalhando ou andando por aí.

Cafeterias, restaurantes, agências de viagens, bancos, lojas de roupa, praças, parques.

Nada. Não o havia visto se quer de relance, muito menos ouvido falar dele até então.

Ela entrou em contato com Kushina poucas vezes desde que chegara ali e, na última ligação que Kushina lhe fizera, em determinado momento, Hinata indagou-a sobre a possibilidade de Naruto e o pai não mais viverem ali.

Kushina lhe afirmou que era uma possibilidade, mas que as chances de isso ter acontecido eram muito pequenas. Assim como ela, Minato amava Nara.

— Não acho que ele tenha deixado Nara. Eu mesma não deixaria se houvesse escolha — Foram essas as palavras da imperatriz.

Hinata guardou aquilo para si. Mas, ainda assim, cria que eles podiam haver deixado Nara e estarem agora em qualquer lugar do Japão ou até mesmo fora do país. Afinal, embora o menino não soubesse, Minato sabia quem era a mãe de seu filho e que a mesma possuía infinitamente mais poder do que ele ali. Talvez receasse que lhe tirassem seu filho.

A verdade era que ela passava o tempo quase todo a divagar sobre o que poderia fazer para encontrar ele. Hinata já havia levado aquela missão a um nível pessoal. Kushina lhe confiara algo grandioso e ela estava determinada a realizar tal feito. Encontraria o filho da imperatriz.

Naquele momento, Hinata passava com o carrinho de livros pela biblioteca, colocando nas respectivas seções os livros recém-devolvidos pelos alunos. Na última seção, enquanto colocava os livros em seu devido lugar, ela reparou no trio de alunos sentados ali, enquanto estudavam e conversavam ao mesmo tempo. Eram dois meninos e uma menina.

— Hinata-san! — cumprimentaram-na eles.

Ela anuiu com a cabeça.

— Konohamaru-kun, Moegi-chan, Udon-kun. — Respondeu ela o cumprimento. Ela ponderou um instante e verificou as horas em seu relógio fino de pulso. — Hmm, o que fazem aqui agora? Não deveriam estar almoçando?

— Estamos adiantando uma pesquisa para o Asuma-oji-san. — Konohamaru quem respondeu.

Konohamaru era sobrinho de Asuma-sensei, além de ser um garoto bastante bonito e enérgico. Seus cabelos eram marrons meio repicados e arrepiados e seus olhos eram escuros, sempre brilhantes e alegres. Sempre estavam junto a ele seus dois melhores amigos; o mais quieto deles, Udon, com cabelos castanhos comportados e um par de óculos de armação redonda sobre os olhos negros e que parecia ter um sistema imunológico baixo, visto estar sempre a fungar; e Moegi, com seus cabelos ruivos alaranjados e animosidade era ela quem mantinha os meninos na linha.

Hinata os conhecera quando estava ainda em sua primeira semana em Nara e, apesar de serem, em média, uns cinco anos mais novos que ela, logo se deram bem. O trio passava a maior parte de seus intervalos na biblioteca e, embora nenhum deles fossem grandes adeptos do hábito da leitura, vez ou outra liam alguns livros.

— Entendo. Mas vocês sabem que não devem pular nenhuma refeição, certo? — Hinata comentou enquanto terminava de ajeitar o último livro na estante. Ao concluir seu serviço, ela bateu as mãos uma na outra, satisfeita. Logo se pôs novamente a indagá-los — Sabem, meu turno aqui está já está quase acabando e eu iria direto para casa depois de almoçar. Então por que não vamos almoçar juntos agora? Acho que não há problema se for só hoje, certo? Eu divido meu bentō com vocês! — Sugeriu Hinata, sorrindo-lhes.

— Ah, isso seria ótimo, mas, Hinata-san, nós somos quatro e você trouxe um obentō só para você, acho que todos nós ficaríamos com fome se dividíssemos. — Disse Moegi.

— Não se preocupe, Moegi-chan, eu trouxe bastante comida. Além disso, é melhor que comam um pouco do que nada, não?! — Respondeu Hinata.

— Acho que não tem problema, então — Falou Moegi.

— Mas vamos ter que marcar um horário para terminar essa pesquisa. Ela vale um décimo da nota e... digamos que física não é a minha matéria preferida. — Disse Konohamaru, seus lábios comprimiram-se em uma linha e ele resmungou — Esses dias estão muito corridos.

— Acho que vocês poderiam pedir ao Shikamaru-kun para indicar algum material para vocês. Ele lê muitos livros e artigos sobre física. Qualquer que seja o assunto, tenho certeza que ele pode ajudar. — Exprimiu Hinata.

— Não quero atrapalhar. Shikamaru está muito ocupado ultimamente. — Murmurou Konohamaru e Udon anuiu a cabeça em concordância.

Hinata pôs as mãos sobre os ombros dele e sorriu.

— Tenho certeza que não terá problema algum. Serão só recomendações de livros. Mas, se não quiserem falar com ele, podem contar comigo. Não sou tão genial quanto o Shikamaru-kun, mas acho que posso ajudar um pouco.

— Hai!

..

Eles estavam sentados em um banco no pátio da Nara Gakuen.

Os três jovens surpreenderam-se quando viram a quantidade de comida que Hinata havia levado.

Ela constrangeu-se quando disse que comia mais do que aparentava. E, agora, após almoçarem, eles fitavam o pátio do colégio.

Ao longe era possível avistar algumas das montanhas de Nara e a sua bela vegetação.

— Ne, Hinata-san, você disse que é da capital e desde que chegou aqui eu quis te perguntar algo. Como é viver em uma cidade grande como Tóquio? — Fora Moegi que a indagara, de súbito. A menina pôs o dedo indicador no queixo e olhou para cima, como se estivesse divagando por um momento e sorriu. — Deve ser incrível! Tantas coisas e pessoas diferentes em todo lugar.

— Asuma-oji-san já foi em Tóquio, mas ele só diz que é um lugar grande aonde você pode encontrar de tudo. — Compartilhou Konohamaru.

Udon espirrou.

Hinata sorriu para eles. Ela também olhou para o céu por um instante, fitando o reflexo azulado em seus olhos, antes de começar a falar.

— Certamente é um lugar grande. Há muitas pessoas e coisas diferentes — Ela assegurou-os. — Há luzes em todo lugar. Tóquio é um local muito moderno e tecnológico, ainda mais em comparação a Nara. Arranha-céus, telões, anúncios, carros em qualquer canto que você vá. É um lugar bonito e bom de se viver. Mas, também, como é muito movimentado, as pessoas tendem a ser mais apressadas e há muito mais barulho. Se fosse para escolher, diria que Nara é mais agradável, com certeza. A calmaria, o ar mais fresco, a paisagem.

— Eu não havia parado para pensar nisso! — Confessou a menina.

— Eu gosto de lá, mas gosto de Nara também. — Hinata falou — Acho que vocês teriam que ir lá algum dia para terem as suas próprias impressões; ou em Osaka, lá já dá para ter uma ideia de como é em Tóquio.

— Acho que sim.

— Bom, eu preciso ir. Vejo vocês de novo amanhã — Hinata estava com a marmita vazia já embalada no lenço, ela então se levantou do banco e se despediu. — Jaa ne!

.

.

No dia seguinte, quando Hinata chegou à biblioteca, ela avistou Shikamaru já ali.

Ele estava sentado em uma das cadeiras que ficavam atrás do balcão principal da biblioteca, próximo a um dos computadores. Shikamaru tinha o cotovelo apoiado na mesa e o rosto apoiado sobre a palma da mão. Ele corria os olhos por um livro com uma expressão entediada, quase apática.

Hinata o cumprimentou, e pendurou sua bolsa ali no gancho apropriado.

Shikamaru a respondeu com um resmungo.

Hinata hesitou um instante, logo tomou fôlego e falou:

— Konohamaru-kun, Udon-kun e Moegi-chan precisam fazer uma atividade de ciências para o Asuma-sensei — Ela começou a ajeitar alguns papeis que estavam sobre a mesa — e eu acabei dizendo que você poderia ajudar eles. Gomen ne.

Shikamaru suspirou profundamente.

— Ah! Que problemático! — Ele comentou.

Hinata riria da típica frase do já amigo, se não estivesse se sentindo tão constrangida naquele momento.

— Gomen nasai — Ela pediu novamente.

Shikamaru riu brevemente.

— Não se preocupe, Hinata. Desde que não ocupe muito o meu tempo, não vejo problema algum. — Ele falou — Na verdade, já até imagino sobre o que deve ser. Você gosta de ajudar os outros, não de sobrecarregá-los. Aposto meu almoço que você disse que eu iria indicar algum material para eles.

Ela espantou-se.

— Como sabia?

— Konohamaru me falou ontem.

— Ei! Não vale! — Reclamou — Não vou te dar meu bentō, nem adianta — Ela brincou.

— Como se eu aguentasse comer aquele tanto de comida — Shikamaru disse em um muxoxo. — Não entendo como consegue ser tão magra comendo tanto. Mulheres e seus segredos.

— Não tem segredo nenhum. — Resmungou em resposta.

Shikamaru deu de ombros.

— Quando souber sobre o quê é a pesquisa, me avisa pra eu indicar alguns livros. Ele não me falou qual o tema — Disse — Agora eu vou terminar de ler esse livro.

— Hai!

— Hm, chegaram bem cedo hoje! — Kurenai comentou ao chegar — Ohayo!

— Ah, Kurenai-san, ohayo!

Shikamaru apenas resmungou em cumprimento.

Kurenai deixou a bolsa dela junto a de Hinata e sentou-se em sua cadeira.

— Bom, antes de vir para cá, eu encontrei o Kakashi-san, o sensei de literatura do último ano, e ele pediu para avisar que vai trazer os alunos aqui para terem uma “aula de campo”. Também disse que vai introduzir alguns clássicos da literatura nacional. — Avisou Kurenai — Hinata-san, pode verificar as seções de literatura japonesa pra mim?

— Hai! Vou agora mesmo!

— Arigatô!

Era por volta das 10h30 quando Konohamaru chegou na biblioteca. Ele foi até Hinata e Shikamaru e entregou uma folha impressa ao rapaz.

— Shikamaru-nii-san, esse é o tema da pesquisa. — Konohamaru falou e fez um “V” com os dedos.

Shikamaru passou os olhos rapidamente pela folha.

— Pegue o volume único de física do último ano e passa na minha casa mais tarde para pegar os livros que eu vou separar. Se eu não tiver em casa na hora, vou deixar com a minha mãe e você pode pegar com ela.

— Hai! Arigatô, Shikamaru-nii-san e Hinata-san, arigatô! Se você não tivesse falado, eu não teria pedido ajuda do Shikamaru-nii-san. — Konohamaru sorriu para Hinata.

— Disponha! — Respondeu ela.

— Você é como o seu irmão. — Shikamaru resmungou — Mesmo me conhecendo há tanto tempo, só pediu ajuda depois que a Hinata falou com você. Francamente! Como podem ser tão lentos?! — Debochou.

Konohamaru lhe mostrou a língua.

Hinata escondeu o riso com a mão.

— Bom, agora eu vou na secretaria. — Disse ela e levantou-se. — Vou levar essas certidões de nada consta que a Yūgao-san pediu mais cedo. — Hinata acenou e Konohamaru a seguiu com os olhos até que ela atravessasse a porta e não fosse mais capaz de vê-la.

— Ne, Shikamaru-nii-san — Konohamaru o chamou ainda fitando a porta.

— Hm? — Shikamaru murmurou. Ele puxou um outro livro que estava próximo e abriu aonde estava o papel marca página.

— Eu acho que estou apaixonado pela Hinata-san. Você acha que eu tenho chance? — Sua voz soou como um sopro, bem levinha.

Shikamaru o olhou e suspirou.

— Nenhuma! — Foi direto.

— Ah, eu já sabia! Só queria confirmar. — Ele sorriu pequeno.

Shikamaru deu de ombros.

— Você é muito novo ainda.

— Eu já tenho quinze! — Rebateu.

— Você é muito novo pra ela. Não acho que você seja o tipo da Hinata.

— Será que ela tem namorado? — Ele coçou a cabeça.

— Quem sabe? O que eu sei é que você está atrasado para a próxima aula.

Konohamaru havia aproveitado o intervalo entre aulas para ir até a biblioteca, todavia, esqueceu-se da aula.

— Kuso! E hoje é o meu dia de lavar os banheiros. Jaa ne! — Ele se despediu, afoito.

— Que escandaloso! — Shikamaru resmoneou.

Havia se passado pouco mais de dez minutos quando Hinata retornou. Ela não foi direto para o seu lugar, ao contrário. Seguiu até uma ala específica de livros e depois de ler o título de alguns ela puxou um livro mediano e trouxe consigo até a mesa.

Shikamaru desviou os olhos para o objeto, viu se tratar de um livro didático de história e franziu o cenho.

— Não sabia que gostava de história.

— Não é minha matéria favorita. Por quê?

— O livro que pegou. É um de história nacional. Sobre o Japão Império. Por isso comentei.

— Entendi.

Conquanto fosse uma pessoa tranquila e com quem ele facilmente fez amizade, Shikamaru estranhava quase tudo sobre Hinata. A começar por ela estar ali.

Mas, seja qual seja o motivo, ele dizia a si mesmo que não tinha nada a ver com aquilo.

Aquilo parecia tão problemático.

E ele não gostava de coisas problemáticas. Mas parecia que as coisas problemáticas gostavam dele.


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Notas finais do capítulo

Oi, eu queria que comentassem para saber o que estão achando da história.
Está indo rápido? Está indo devagar?
Se a escrita está boa, se está ruim...
Não vou mentir, desanimou muito não receber comentários. Eu fico sem saber se estão gostando e se está valendo a pena ler a fanfic. Parece que está tão ruim que ninguém comenta.

Tirando essa melancolia...

Teorias?
Alguém querendo saber do Naruto?
Alguém percebeu que, com exceção do primeiro, até agora, todos os capítulos começaram com "Hinata" kkkk
Vou tentar parar com isso, acho que ficou meio tosco, né?!

Bom, até o próximo! :)



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