Esme's sister escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 14
Capítulo 13




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/775776/chapter/14

Capítulo 13

PDV da autora

Quando Carlisle chega para trabalhar naquela noite encontra a enfermeira na recepção e a cumprimenta:

— Boa noite Kate!

— Boa noite Dr. Cullen!

— Alguma novidade hoje ou está tudo tranquilo como ontem?

— Trouxeram um corpo há pouco e pedi para deixarem lá no necrotério para o senhor examinar. Foi uma jovem moça que deve ter tentado se suicidar pulando de um penhasco. Ela deve ter conseguido, pelo estado em que o corpo chegou aqui. Nem sei por que os rapazes se deram o trabalho de trazer...

— Ela é um ser humano e merece ser tratada dignamente. Além do mais, os lobos atacam nessa região e o corpo exposto seria presa fácil para os animais.

A enfermeira continua tagarelando:

— ...Se ela já não estava morta acabou morrendo. Não poderíamos fazer mais nada por ela, nem valia a pena levá-la para um quarto. Perdoe-me a franqueza doutor, mas é o que eu penso.

— Não precisa me chamar de nem de senhor nem doutor Kate, eu já lhe falei. Me chame apenas de Carlisle.

— É que seu nome é um pouco fora do comum e difícil doutor, me desculpe a sinceridade. Você não ficou chateado, não é?

— Não, Kate, tudo bem. Eu sei que meu nome é mesmo complicado, tive que lidar com ele por muitos anos, desde que eu era garoto. Não entendo por que meus pais o escolheram se é tão difícil. É só uma questão de costume, logo você aprende.

— Sim, ‘Carlaio’.

— Quase acertou, mais um pouco de treino e estará perfeito.

— Você é mesmo único doutor, por isso seus pais lhe deram esse nome incomum.

— Obrigado, Kate. Me chame apenas de você, somos colegas de trabalho, não se acanhe.

— Está bem, vou tentar.

Ele vai até sua sala, tira o paletó e veste o jaleco depois vai até o necrotério para verificar o corpo. Chegando lá na sala onde ficam os cadáveres para análise, sala que é pouco usada pois raramente há mortes violentas na vila, sente um perfume característico. O aroma invade seu olfato e o leva para o passado: dez anos atrás mais precisamente. Lembra perfeitamente de tudo que ocorreu como se fosse ontem.

Carlisle não acredita. Não pode ser verdade. Ela deve estar em Columbus agora, vivendo sua vida. Esme, um nome tão lindo quanto a dona, já deve estar casada e ter alguns filhos. Ele não deveria pensar mais nela, não tem esse direito. Era isso que ele estava tentando fazer, mas o cheiro trouxe essa lembrança familiar. Por quê? Não; não deve ser ela. Deve ser outra jovem mulher com um aroma semelhante. Esme não faria isso. Mesmo tendo a conhecido depois de ela ter caído de uma árvore ela não quis cair, e isso é diferente de pular de um precipício. (Ela seria capaz?)

Mas seus sentidos nunca erram, jamais. Não é provável. Sem pensar ele se percebe torcendo – porque não se acha digno de ousar rezar – para que pela primeira vez tenha falhado. Que sua memória olfativa não tenha sido tão precisa, enquanto levanta o lençol que cobria o corpo.

Não, ele não estava errado. Sim, era o que ele temia. Ele  não poderia ter se enganado pois é um vampiro. É ela, aquela adolescente tão alegre e cheia de vida veio parar ali - mas por quê?

— Esme! – Carlisle exclama e sua voz ecoa no lugar vazio tornando ainda mais plangente sua dor. – Como? O que aconteceu?

Ele sabe que ela não pode responder, talvez nem sequer esteja ouvindo, e se ela morrer jamais poderá explicar o motivo do que houve. Por que fez o que fez.

Ouviu que o coração dela por sorte ainda estava batendo lentamente e tão fraco que nenhum outro médico poderia ter escutado. Então Carlisle movido por amor por Esme, mas também curioso para ouvir seu relato do motivo que a levou a atentar contra a própria vida, a morde e transforma em uma vampira também.

...XXX...

 

No dia seguinte a polícia encontrou o filho de Anne caído perto do penhasco. Ele não tinha nenhum ferimento e a perícia constatou que ele morreu antes (é claro que Anne não iria pular se o filho estivesse vivo). Encontraram o bebê onde os rapazes mostraram que haviam encontrado o corpo. Por sorte nenhum lobo o pegou. Ao menos o menino terá um enterro apropriado.

...XXX...

 

Mary explicou para Carolina o que aconteceu, mas infelizmente não encontraram mais o corpo de Anne no hospital. Ela se suicidou quando descobriu que o filho estava morto, foi a conclusão da perícia.

— Mas onde está mamãe tia Mary? Ela não morreu se não acharam o corpo.

— Não sei querida, não sei. Mas ela não voltou então deve ter morrido. Ela não iria nos abandonar assim... - talvez agora que o filho morreu, mas Anne gostava tanto de lecionar! Mary não consegue acreditar. Não quer acreditar que ela fez isso. Anne deve ter morrido. Somente isso iria separá-la de sua paixão que era ensinar. Mas o golpe de ter perdido o filho recém-nascido deve ter sido muito forte... – É mais provável que um lobo tenha roubado o corpo.

— No hospital, tia? - Carolina pergunta sem querer acreditar em tamanho absurdo.

— Talvez foi o que aconteceu. Aquele lugar isolado… - Ou talvez o próprio médico era um lobisomem. Ela sente um arrepio na nuca. Ninguém nunca mais o viu, pensa Mary. Coitada da Anne, ela não merecia terminar assim. Carolina jamais vai saber o que ela pensou. Tudo que puder fazer para preservá-la fará. Ela é inocente e continuará assim. Com o tempo vai esquecer o que aconteceu.

...XXX...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

- Mary quase acertou o que o Dr. Cullen é de verdade.