Esme's sister escrita por Angel Carol Platt Cullen
Capítulo 11
PDV da autora
No dia seguinte a aula é com as duas turmas juntas e termina mais cedo do que no outro dia. Carolina pergunta quando a professora libera os alunos mais cedo:
— Tia Mary você está nos deixando sair antes?
A menina estava tão ansiosa o dia inteiro pelo fim das aulas que não acredita no que está acontecendo.
— Vamos ver como Anne está; não aguento mais.
— Oba! – comemora. – Quero ver como ela e o bebê estão.
Mary arruma seu material na sua escrivaninha enquanto Carolina guarda suas coisas na mochila.
— Pronto, podemos ir! – a menina exclama ao guardar seu caderno como se fosse para uma festa. Para ela estar com Esme (Anne) é mesmo, sente algo inexplicável. Como se fosse a melhor coisa estar perto dela.
As crianças brincam no pátio da escola até o pai ou responsável vir buscá-las. Mary e Carolina saem e a menina percebe que tomam a direção oposta ao hospital:
— Tia, o hospital é para lá – indica com o olhar o sentido contrário.
— Eu sei. – diz Mary. – Mas já levaram Anne para casa.
De manhã ela foi ver como a amiga estava antes da aula e mostrou onde ela morava.
— Ah! – exclama a garota entendendo.
— O filho de Anne nasceu nesta madrugada, mas os dois estão bem e já tiveram alta.
As duas chegam a residência:
— Estou aqui Anne – anuncia Mary ao entrar. – Trouxe alguém comigo que queria muito ver você.
— Sou eu – diz Carolina entrando correndo no quarto e se precipitando ao encontro de Esme que estava na cadeira ao lado da janela e do berço improvisado.
— Oi meu amor!
— Como você está amiga? – pede Mary.
— Eu estou bem, mais do que bem, eu estou feliz.
A mulher se aproxima do berço e olha para o bebê:
— Seu filho é lindo! Parece muito com você.
— Obrigada. Como estão as crianças?
Esme não pode deixar de pensar nos pequenos. Ela os abandonou, falhou com eles. E ainda os assustou. Espera que essa imagem não fique nas memórias de seus alunos.
— Eles estão bem. Eu vou cuidar de todos por uma semana depois você volta, se não puder me diga. Combinado?
— Claro. Eu... me desculpe pelo que fiz.
— Não precisa se desculpar por nada Anne. O importante é que vocês dois estão bem.
— Pensei que não fosse conseguir, meu filho parecia que estava sofrendo.
— Graças a Deus vocês estão bem agora. Tudo vai ficar bem.
Por uma fração de segundo Esme imagina seu filho estudando na mesma escola em que trabalha.
— Não quero ser enxerida, mas o que houve? – pergunta olhando para o relógio e percebendo que ainda falta mais de meia hora para as aulas do dia terminarem.
Mary sorri e responde:
— Oh Anne, eu não suportava mais ficar sem saber sobre você. Eu precisava vê-la. Carolina também estava tão ansiosa!
— Eu não fiz nada ‘mãe’ – Carolina diz para se defender.
Esme faz um cafuné na cabeça da ‘filha’:
— Tudo bem querida, não é pecado nenhum. Eu também senti muito sua falta!
— É verdade ela não fez nada, – confessa Mary – mas eu não conseguia evitar pensar em você cada vez que olhava para ela e via sua ansiedade reprimida.
— Oh Mary! – Esme levanta e abraça amiga. – Você é a melhor amiga que eu poderia ter!
Tanto tempo se passou desde que Esme viu suas amigas, tinha medo que não conseguisse mais fazer uma amizade. mas é como andar de bicicleta não se esquece nunca. Ela também tem um dom para relacionamentos, é natural para ela como respirar. faz parte de quem ela é.
Collin acorda com fome e pede chorando:
— Uáááá... uááá... uááá...
— Desculpe, acordei seu filho – diz Mary.
— Não se preocupe, não foi por sua causa. A enfermeira me disse que os recém-nascidos mamam bastante e acordam a cada três horas – Esme pega Collin no berço.
— Posso? - pede para Mary enquanto senta novamente.
— Claro.
— Carol?
— Sim, ‘mãe’.
A menina já viu a tia amamentar seu primo. Além do mais não é algo feio e que deve ser escondido.
Esme amamenta seu bebê perante as visitas que ficam enternecidas ao presenciar a cena. Logo o menino dorme.
Carolina se aproxima e pede para segurar:
— Posso, ‘mãe’?
Esme não quer ser rude com a ‘filha’ negando – os pais não devem afastar os irmãos, e sim ajudar a aproximá-los - então acha uma solução segurando enquanto Carolina pensa que está sustentando o bebê sozinha:
— Ele é pesado ‘mamãe’!
Esme sorri e explica:
— Parece porque você ainda é criança sweetie.
— Obrigada por permitir eu segurar meu irmãozinho no colo, mãe. Eu tinha só dois anos quando meu primeiro irmão nasceu e depois quando meu irmão mais novo nasceu meu pai e minha vó não me deixaram.
— De certa forma eles estavam certos, um bebê é frágil e precisa de cuidados. Mas eles não deveriam ter proibido, poderiam ter ajudado como eu fiz agora.
— Está na hora de ir Carolina – chama Mary.
— Ah! – protesta a garota. – Deixa eu ficar mais um pouco tia.
— É melhor você ir filha, não quero que seu pai bata em você – aconselha Esme.
Mary lembra do que viu ontem e concorda com a amiga.
— Posso vir todos os dias depois da aula? – pede Carolina após pensar um pouco.
— Claro que sim, meu amor, eu ficarei muito feliz!
— Quer que eu leve você? – pergunta Mary.
— Tudo bem tia, não precisa. Minha casa é perto daqui. Sempre voltei sozinha para casa depois da aula.
— Seu pai não bateu em você depois que fui embora ontem, – questiona Mary. - por isso você não quer que eu a leve para casa?
Talvez Carol diria se tivesse apanhado.
— Não, mas eu vi como ele ficou bravo no jantar. Ele reclamava que a comida estava diferente, mas era a mesma do almoço.
— Pode contar qualquer coisa – diz Mary. – Não tenha medo.
— Eu sei que posso confiar em vocês.
Carol beija a cabecinha de Collin:
— Durma bem irmãozinho. Até amanhã.
— Até amanhã mamãe, boa noite! – Esme abaixa o rosto para que Carol dê um beijo.
— Até amanhã filha, durma bem – Esme beija a bochecha da menina.
Ela acena em despedida e sai.
— O pai dela é muito violento – diz Esme.
— Eu vi; ele deu um soco na cabeça da filha ontem, mesmo na minha presença.
— Por que ele fez isso?
— Eu disse que seu filho estava nascendo antes da hora e ele me disse que Carolina também nasceu antes e deu uma pancada na cabeça dela. Depois quando eu disse que não precisava ele retrucou que a filha é dele e faz o que bem entender.
— Oh! - Esme leva a mão ate a boca. - Fique atenta - aconselha a amiga.
— Sim, eu vou ficar de olho nela.
— Carolina é uma boa menina, merecia um pai melhor.
— Isso é verdade, mas a vida infelizmente nem sempre é justa.
— Vou fazer tudo que puder para ajudá-la.
— Eu também.
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