Encaixe escrita por Sra Stilinski


Capítulo 6
Bônus


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo na verdade, é algo que fiz para entenderem o que se passa na cabeça da Melissa, espero que vocês gostem, e deixem sua opinião sobre a história.
Comentários animam o escritor, e toda opinião é bem-vinda.
Boa leitura, e me perdoem se tiver algum erro



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   Sabia que havia algo de errado, assim que senti aquela vontade de chorar aumentar cada vez mais em meu peito, o sufoco, o calafrio, o suor, a bateria. Eram sintomas de ataque de pânico.

   Já estava acostumada até, então quando sentia qualquer um desses sintomas, já sabia o que viria a seguir. 

   Cada pensamento que tenho, é mais um motivo para que cada angústia aumente. 

   Por mais que tento colocar pensamentos positivos, aquela sombra me invade, e acabo perdendo total controle de mim e de meu corpo, e quando vejo, já estou totalmente entregue ao pior momento que posso ter.

   Um ataque de pânico, causado por pequenos surtos de ansiedades, levados a uma longa noite acordada chorando, ou um puro desespero de saber que alguém possa ver que você não está bem, e venha te perguntar o que aconteceu. 

   Por mais que eu goste de um pouco de atenção, que me sinta carente, não gosto de ser o centro da atenção, ou de ver que tem pessoas preocupadas comigo, me sinto sufocada, vendo gente ao meu redor querendo saber o porque estou chorando. Já que no final, nem mesmo eu sei o porque de estar chorando.

   Há dias, que eu simplesmente sinto como se eu pudesse explodir, sentindo todas as minhas dúvidas, inseguranças, e tudo o que me faz mal de algum modo me acertar em cheio, como um soco bem dado. 

   Muitos podem achar que é frescura, mas não é. A sensação, é como se seu coração estivesse sendo apertado dentro do peito, dando uma sensação de sufoco, muitas vezes levando a uma falta de ar, causando uma agonia sem fim, como se você pudesse perder todo o ar que tem no seu corpo, ao tentar fazer com que ele entre por seus pulmões. E não pense que o calafrio e o suor ajuda, você se sente em um forno, mesmo sentindo frio, estando gelada, seu corpo parece quente, mesmo em um ambiente gelado. E tem o choro, ou como chamo, o último estágio. Ao mesmo tempo em que ele alivia toda a angústia de seu corpo, todo esse "sofrimento", você ainda se sente mal com algo, e a vontade de chorar nunca acaba, vira um choro sem fim, até mesmo sem motivo. 

   Todos aqueles pensamentos me rondaram durante o dia todo, mas somente a noite senti o preço de tê-los deixando me dominar.

   Aquele choro sem fim, que me machucava, me aliviava, me agoniava, mas eu sabia que no final eu precisava chorar, chorar por casa dor, cada magoa, cada tristeza que deixo guardada dentro de mim, que não libero, que deixo se aprisionar dentro de mim por simples medo de machucar os outros, quando esses não tem medo de me machucar.

   Eu precisava parar de me importar com os outros e esquecer de mim, eu tinha que cuidar de mim mesmo, não dos outros, me estabilizar emocionalmente, psicologicamente e ate mesmo fisicamente para depois tentar ajudar outra pessoa. Mas não consigo. Não posso ver alguém mal, precisando de ajuda, sem querer ajudá-lo, é algo meu.

   Não sei se sou trouxa ou burra, por fazer isso, já que eu ajudo eles, e eles nem sempre me ajudam, eles me criticam, me julgam, me colocam pra baixo. 

   Auto estima em mim é quase inexistente, e não é por falta de gente querendo me colocar pra cima, isso eu tenho. Mas depois de tanta gente me colocando pra baixo, como você pode acreditar quando algumas pessoas vem te falar que você é bonita, que você é especial?

   Tenho medo de me perder mais pra toda essa angústia dentro de mim, de me aprisionar mais ainda dentro desse poço sem fundo, que cada vez mais, mais me afundo nele, mas me sinto em casa nele, nessa libertação de me estar sozinha. Devo ser louca mesmo, gosto de ficar sozinha, mas tenho medo, e ao mesmo tempo que eu quero, eu não quero.

   Por mais que eu diga que quero ficar sozinha, eu só gostaria de alguém do meu lado me abraçando, e falando que tudo vai dar certo, mesmo eu achando que não vai. Alguém falando que eu sou forte, mesmo eu sabendo que eu sou fraca. De todos falando que eu posso me levantar, quando na verdade, eu já não consigo mais me levantar, as vezes nem mesmo com ajuda. 

   Nem sempre me sinto só, apesar de tudo, sei que tenho Deus comigo a todo momento. Acredito nele, e tenho a minha religião, mesmo que ultimamente eu não seja muito presente em missas ou assuntos religiosos. Sinto que não preciso estar 100% presente em tudo, para que Deus saiba que eu acredito nele, que eu o amo. Ele sabe, isso é a única certeza da minha vida.

   Sou confusa, sou perdida, sou diferente, sou maluca, sou burra, sou idiots, sou trouxa, sou feia, não tenho auto estima, não sou popular, não sou saideira, não sou pegadora, não sou de beijar, não sou de curtir, sou mais de ficar em casa. E se querer ficar em casa sozinha, quando todos estão em festas curtindo, é ser depressiva, então eu sou depressiva.

   O convívio continuo com as pessoas as vezes me faz mal, não consigo mais confiar 100% em mais ninguém, nem mesmo em mim. Não consigo mais me ver na rua sem saber se posso mesmo confiar no meus senso de saber pra onde estou indo ou no que eu estou fazendo.

   Sou uma adolescente, que os pais prendem em casa, tratada como bebe, mesmo não me sentindo mais como um, tratada como uma criança de 3 anos que não entende as coisas.

   É tão difícil assim, querer que meus pais confiem e me deixem viver a minha vida, que eu vá conhecer esse mundo todo a fora, mesmo eu sabendo de toda maldade que o cerca? É errado, eu querer ser como minhas amigas? Evoluídas, crescidas, vividas. Ser tratada como a pessoa que elas são, como adolescentes, não como crianças que precisam de cuidados 24 horas por dia. 

   Eu to cansada disso tudo, de ser a criança, de ser sempre a que escuta tudo calada, a que não sabe viver as coisas boas vida, a que simplesmente se perde ao ser jogada no mundo em que vive, a que sente calada, sofre calada, vive sozinha.

   Eu to sozinha no mundo, apesar de ter Deus, eu estou sozinha no mundo, não posso simplesmente me deixar à mercê de tudo, de esperar que a todo momento, eu pense que Deus vai me confortar, por mais que ele vá, nem sempre eu vou perceber isso.

   Já fiz muita burrada por me deixar levar, tenho cicatrizes internas e externas que irão me lembrar de momentos sombrios, em que eu não tinha em quem me apoiar. 

   Tenho carência, tenho medos, tenho inseguranças, não consigo ser sempre feliz, por mais que pareça. Não passa de uma máscara criada para enganar, para me ocultar do mundo. 

   Preciso de ajudar, mas como irei gritar, se não tem quem escutar?


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Notas finais do capítulo

Foi isso, espero que gostem, e deixem sua opinião.



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