Encaixe escrita por Sra Stilinski


Capítulo 5
Capitulo 4


Notas iniciais do capítulo

Queria agradecer pela natdirigindoset25, que favoritou a história, espero que goste do capítulo, e me perdoem caso tenha algum erro.



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   Havia se passado 3 dias desde que vi o Eduardo com a menina. E por incrível que pareça, estávamos bem mesmo, nossa amizade continuava a mesma, se bobear está até melhor. 

   Conversamos o tempo todo, mandamos fotos zuadas, enfim. E chega na escola, a gente sempre vai se cumprimentar primeiro, e sempre que nos vemos, começar a conversar até sobre o tempo.

   Eu gosto de estar assim com ele, ele me faz bem, me distrai quando minha mente me leva para um lugar sombrio dentro de mim, quando entra uns pensamentos mo nada haver, e mesmo sem saber, ele me faz rir sem motivos, só de estar ali.

   Hoje em dia, depois de meses de amizades, posso dizer que ele é minha calmaria, numa tempestade sem fim que para e continua na minha vida. 

   Quantos momentos nesses meses, ele simplesmente me abraçou quando viu que eu não tava sorrindo tanto, ou quando eu falava baixo, olhava pra baixo e ignorava todo mundo.

   Muitos levariam isso como um indício de "não quero falar com ninguém", mas ele vê como "ela precisa falar com alguém", e isso que eu mais admiro nele.

   As meninas também me apoiam muito, mas eu ainda me sinto deslocada perto delas, e hoje eu percebi, que por mais que pareça que elas não ligam pra mim, elas ligam.

   

   Estava na aula de matemática, dupla depois do recreio, tinha passado o dia todo mexendo no celular e ouvindo música, estava quieta na minha. A Lívia, foi sentar no fundo, e eu acabei ficando sozinha, não tinha ninguém por perto pra conversar ou só estar lá mesmo, e comecei a ficar incomodada, aquilo tava me agoniando de um tanto, que eu não sabia explicar. 

   E então eu não aguentei mais toda aquela angústia, me sentia presa, por mais que tivesse todo o espaço do mundo, me sentia em uma caixinha onde o ar não entrava, me sufocava.

   Acabei mandando mensagem pra Nath, sabia que ela iria receber a mensagem. Mandei que não tava me sentindo legal, achava que estava tendo mais um ataque de pânico. Estava gelado dentro da sala por causa do ar, mas eu estava suando como se estivesse em um dia tipo quente de minha cidade, me sentia tonta, e minhas mãos nunca ficavam secas.

   Então, a Laura e a Fabia abriram a porta da sala e me chamaram, já sabia que a Nath tinha pedido ajuda pra elas, e respeitou meu pedido de não falar com a Lívia, ela estava distante, e não ia preocupar ela comigo.

   -Amiga, o que tá acontecendo?

   Olho pra Fabia e depois pra Laura e já sinto meu olho arder, e as lágrimas começarem a querer escorrer.

   -Eu vou começar a chorar. - falo e dou um sorriso fraco pra elas, e logo a Nath entra na roda.

   -Pode chorar, chore tudo o que você precisar, por que chorar alivia. - diz Fabia ainda me olhando.

   Olho pra elas e depois olho pra cima.

   -Quer ir lá fora um pouco? Podemos ir no banheiro, assim você pode se sentir mais confortável em chorar.

    Assinto pra Laura, e a Nath diz que precisa entrar pra aula mas pra qualquer coisa chamar ela.

   -Podem voltar mocinha. - diz uma das inspetoras da escola, não deixando a gente passar.

   -Bia, a Mel tá tendo um ataque de pânico, precisa respirar um pouco.

   Fico quieta enquanto elas falam com a Bia, mas no final, acabamos ficando ali mesmo, prometendo pra Bia que já iríamos entrar pra aula, afinal, era a última aula do dia.

   -O que está te agoniando? - pergunta a Fabia.

   -Varias coisas na verdade.

   As duas me olham depois que respondo e sinto as lágrimas continuarem a descer em meu rosto.

   -Eu to mal por vários motivos, estou com insegurança de amizade, por que nesse momento tá tudo se repetindo, que nem aconteceu em minha antiga escola.

   -Explica isso direito amiga. - fala Laura tentando entender o que eu falava.

   -Eu sinto como se eu já não valesse nada pra ninguém, como se minha amizade já não tivesse valor, ainda mais pra Livia, que anda mais seca e ignorante do que nunca comigo, vive me dando patadas, está mais distante, enfim. - falo mais um pouco e a Fabia assente e começa a dizer o que pensa.

   -Amiga, você só está com medo de ficar sozinha, e isso é normal. Todo mundo passa por um momento em sua vida, que vê que está sozinho e começa a ficar mal, eu já tive esse momento, e varias outras pessoas também tem. Você só precisa pensar, que você não tá sozinha nunca, porque eu to aqui, a Laura tá aqui, a Nathalia tá aqui e a Lívia também. Com o passar do tempo você vai entender que por mais que não esteja sozinha, você precisa de um momento só, pra pensar em si mesma e ver as duas coisas, porque, querendo ou não, nem sempre as pessoas estarão ali por você, mas enquanto elas tiverem, aproveita.

   -Concordo com a Fabia, você tem medo de estar sozinha por que já esteve muito tempo com pessoas sempre perto, e a pequena possibilidade de estar só te assusta, mas é normal, e daqui a pouco isso irá passar, e você vai rir disso. - Laura fala sorrindo pra mim.

   -Obrigada meninas, sério.

   Agradeço as duas que me abraçam, limpo minhas lágrimas e vamos voltando pra sala.

   Entro na minha e vou pro meu lugar, me sento e começo a copiar a matéria da prova de português.

   Coloco minha playlist no modo aleatório, e espero a última aula passar.

   Mexendo no celular vi que a escola do curso do Edu tava sendo ameaçada de um ataque, e já sorri pensando em botar medo dele, então, ao bater o sinal, saio da sala rindo procurando ele assim que chego no pátio. 

   Mas, só o vejo depois de almoçar.

   -E aí Edu, sua escola tá sendo ameaçada né?

   Falo rindo e ele me olha sério, o que me faz rir mais ainda.

   -Não to vendo graça Melissa.

   -Eu sei, desculpa, mas e aí? Você vai hoje no curso?

   Pergunto já mais seria olhando pra ele, afinal, eu tava preocupada de alguma coisa acontecer com ele.

   -Não, nem vou, já falei com a minha mãe, ela disse pra ir pra casa.

   -Tia Adriana como sempre bem esperta.

   Rio olhando ele que ri comigo.

   -O melhor é você falando isso, e eu só sei me lembrar que nossas mães têm o mesmo nome e você tá elogiando a sua também.

   Rimos mais um pouco quando concordo com ele, o que alivia um pouco o clima pesado de falar de atentado, ainda mais depois de tudo o que aconteceu na escola de Suzano, e as mensagem de ameaça que alunos estavam recebendo.

   Isso tudo, nos faz parar pra pensar no quanto a vida pode nos surpreender, nos fazendo ver, que atitudes assim não passam de mostras de que as pessoas deviam ser mais solidárias umas com as outras. Afinal, uma simples atitude pode mudar tudo. 

   Só de você querer sentar e conversar com alguém, já ajuda essa pessoa, afinal, você não sabe o que ela está passando, ela pode estar num momento difícil, e só quer alguém pra conversar.

   Muita gente sofre calado, seja lá qual seja seu sofrimento, e a gente tá tão ocupado pensando em si mesmo, que esquece de pensar no próximo, que esquece que uma palavra machuca mais que uma ação. Você não pode falar dos outros qualquer coisa, ainda mais não o conhece, quando não sabe o que essa pessoa passa. 

   Se você tiver algum tempo de sobra, pergunta pra alguém se ela tá bem, se ela quer conversar, ofereça sua ajuda, apenas para ver um sorriso sincera no rosto de alguém, sua atitude pode fazer o dia de alguém muito mais feliz.

   Estamos no meio de um momento que não sabemos mais nem se voltaremos pra casa sã e salvos depois de sair, não sabemos se aquele nosso vizinha pode ser um terrorista, ou apenas alguém assustado que não tem com quem conversar, ajudem o próximo, sejam solidários, e assim podemos construir um mundo melhor, para os que vierem depois de nós.

 

 


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Notas finais do capítulo

Bom, como podem ver, me baseei em fatos reais nesse capítulo, coloquei meu ponto de vista sobre essas coisas, espero que tenham gostado, e já me escrevem o que estão achando, se gostaram, até mesmo o que vocês acham sobre esses atentados, toda opinião é bem vida, para que eu possa construir uma história que vocês gostem.
Um incentivo para uma escritora que acabou de começar, ajuda muito gente. Obrigada



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