Encaixe escrita por Sra Stilinski


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, e me perdoem caso tenha algum erro de escrita.



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   Saio da sala com a Lívia do meu lado, ela vinha falando alguma coisa sobre sair com o Gabriel, meu melhor amigo e um dos contatinhos dela, porém não prestava muita atenção no que ela dizia, tava pensando na aula de filosofia que tivemos agora a pouco, o jeito como o professor falou de amizade e confiança, mexeu comigo. Então fui até a fila do almoço ainda pensando nisso.

   –Mel, você tá prestando atenção no que eu to falando? - Lívia pergunta olhando pra mim, ela parecia preocupada.

   –Sim, você vai ver o Gabriel amanhã, e quer que eu vá também. - falo meia sem emoção, já tava acostumada em ir com ela nos lugares pra ela pegar algum menino.

   Ela concorda, porém não fala mais nada, deixou o assunto morrer ali mesmo, e logo Eduardo e Laura chegam na fila. Todos nós almoçamos na escola todo dia, principalmente o Edu, ele tem curso de Nutrição depois da aula.

   –O que você tem? - pergunta baixinho pra mim Eduardo me abraçando pelo ombro.

   Suspiro, não sei como ele sempre sabe quando eu não to legal, ele não é o único, mas o jeito como ele me pergunta as coisas, é fofo.

   –Ah, to só pensando em umas coisas, nada demais 

   Falo sorrindo pro mesmo, que cerra os olhos, e faz o sinal de estar de olho em mim. Ele se vira pra falar com as meninas, mas não me solta do abraço, e eu não reclamo, esse abraço dele é acolhedor, me sinto segura nele, assim como no do Gabriel.

   Vou explicar quem é o Gabriel, ele é meu melhor amigo desde o ano passado, ele é bem protetor comigo, me protege de tudo que pode, e principalmente, me ajuda em tudo, me apoia e me aconselha em cada decisão minha.

   Depois de pegar a comida e comer, vou no bebedouro, mas no caminho trombo com alguém.

   –Olha por onde você anda.

   Olho pra baixo e vejo ser uma menina que entro na escola no meio do ano passado, e por eu ser grande, e ela baixinha tenho que olhar pra baixo pra falar com ela.

   –Você que devia olhar menina - diz ela

me olhando com cara de bunda, e eu olho de volta.

   –Desculpa, é que você é muito baixinha, nem da pra te ver sabe.

   Digo sorrindo de lado pra ela e saio andando vendo a cara dela. Bebo minha água e volto pra onde as meninas estavam, e ficamos conversando sobre um filme que ia sair no cinema que queríamos ver. Mas do nada elas param de falar e ficam olhando pra trás de mim. Franzo a sobrancelha e pergunto o que foi, mas na hora que ia me virar, Fabia me segura.

   –Amiga, preciso falar com você vem aqui. - diz já me puxando, nem me dando tempo de reagir.

   –Fabia, espera. - falo e me solto e vou virando pra trás - o que vocês estão tentando me es... conder 

   Paro de falar e travo, toda aquela mínima alegria que tinha dentro de mim morreu quando vi Eduardo beijando a menina que trombou comigo.

   Fecho os olhos e logo os abro de novo, e engulo a vontade de chorar que me deu, e saio andando em direção ao portão pra ir embora.

   Escuto as meninas me gritando mas ignoro, continuando meu caminho.

   Poxa, eu sei que eu e ele não temos nada, mas foi ver ele beijando alguém na minha frente, eu já imaginava que ele tava de rolo com alguém, mas né, uma coisa, é você saber que a pessoa que você gosta com outra, outra bem diferente é ver ele com essa outra pessoa.

   Chego no ponto e me sento no banco e abaixo a cabeça respirando fundo e colocando na minha cabeça “você não pode e não deve chorar por ele, ele é solteiro e livre pra ficar com quem quiser, não se importe, ignora, e segue sua vida”. Fiquei repetindo essa frase na cabeça até ver as meninas vindo na minha direção. 

   Suspirei ao vê-las, não queria conversar com elas, já imaginava o que elas iriam falar, que no caso seria exatamente o que eu estou pensando. 

   Escuto barulho de ônibus e agradeço por ler o nome e perceber que era o meu, dou sinal pra ele e mando um tchau pras meninas, que retribuem e vão andando para o ponto delas, não pegávamos ônibus no mesmo ponto.

   Vejo que o ônibus estava vazio, sento em um dos bancos do fundo, ligo minhas musicas e vou pensando em tudo o que aconteceu hoje.

   Parecia até um complô, mas começa a tocar “É Natural” do Ferrugem com o Bruno, e ao olhar pra janela e perceber o quanto a letra me definia, sinto algumas lágrimas escorrerem sem autorização em meu rosto.

   Eu sei que vou sofrer um tempo, É Natural, não é assim que sono, quem dera eu acordasse amanhã, sem lembrar de nada, nem seu nome...

   Fico cantando a música em minha cabeça e limpo minhas lágrimas, não gostaria que ninguém me visse chorando no ônibus, seria constrangedor demais.

   Mas eu sabia, que assim que chegasse em casa, não aguentaria mais segurar nada. 

   E foi exatamente o que me aconteceu, chego em casa, falo oi para minha vó, e me fecho em meu quarto, e assim que me jogo na cama, não consigo mais segurar as lágrimas.

   Por mais que eu soubesse que era principalmente pelo o que eu vi agora a pouco, eu sentia que esse choro era mais do que isso, era tudo o que segurei durante o dia, com o pesadelo, com as minhas inseguranças diárias em relação às meninas, em relação a mim mesma, e também por ter visto o Eduarda beijando a menina. O dia havia sido cansativo, cheio, e quando vejo, tinha dormido chorando, e meu último pensamento, foi o de agradecer por ter colocado meu celular pra carregar e despertar, sabia que se não colocasse, não iria acordar tão cedo, estava cansada física e mentalmente, precisava de um bom descanso, e foi o que consegui ao entrar nos mundos dos sonhos, e por um momento, esquecer qualquer problema ou dificuldade que o dia de hoje me rendeu.

 

 


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