Evidências escrita por Aunt Apple


Capítulo 27
Capítulo 27




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"... Eu estou em um telefone público tentando ligar para casa

Todos meus trocados eu gastei com você

Para onde foram os tempos idos?

Baby, tá tudo errado, onde estão os planos que fizemos para nós dois?

Se "felizes para sempre" existisse

Eu ainda estaria te segurando assim

E todos esses contos de Fadas estão cheios de merda

Mais uma maldita canção de amor e estarei de saco cheio ..."

 

Maroon 5 - Payphone

 

 

Sasuke POV... 

 

Olhei Sakura de soslaio. Ela estava quieta dentro do carro (meu pai praticamente surtou quando sugeri que fôssemos na moto), enquanto íamos nos aproximando do hospital psiquiátrico. 

 

Depois do que houve no meu quarto eu não consigo mais fingir que só quero a amizade dela. Simplesmente não posso fazer isso comigo. Hoje eu tive a certeza absoluta sobre meus sentimentos por ela, e a menos que eu seja muito iludido, sinto que Sakura me corresponde. 

Saí dos meus devaneios quando a mão dela escorregou até a minha. Entrelacei nossos dedos e a segurei firme. 

 

Foi complicado convencer a mim mesmo de que este não é o melhor momento para indagar sobre o que aconteceu mais cedo. Mas acho que Sakura não se importa muito com isso, ou deve estar tão aflita quanto eu, porque ela se virou para me fitar com aqueles grandes olhos verdes e redondos, e disse:

 

— Sobre o houve no seu quarto, Sasuke-kun, eu... — ela se interrompeu e ficou vermelha. Eu também estava sentindo as bochechas quentes e, cacete, minha boca começou a salivar ao me lembrar do gosto da boca dela. 

 

— Você se arrepende? — perguntei, realmente temendo a sua resposta. 

 

— Por Kami-Sama, claro que não! — Sakura exclamou rapidamente. — Sasuke, aquilo foi tão... Uau! Eu nunca senti nada parecido! 

 

Meu coração deu um salto, mas, antes que eu pudesse dizer algo, o motorista anunciou que havíamos chegado. Ao ver a expressão que seu rosto assumiu, compreendi que tinha de esperar pelo tempo dela. Sua prioridade era a mulher que estava lá dentro, e apenas Kami-Sama sabia em que estado se encontrava. 

 

[...] 

 

Sakura Pov... 

 

Ok. Uma coisa de cada vez. 

 

Eu não sei o que deu em mim para entregar, daquela maneira tão explícita, meus sentimentos para o Uchiha. E não. Eu não me arrependo de maneira alguma. 

Aquilo foi bom. Foi (não acredito que vou dizer isso) mágico. 

 

Nota mental: Tenho que parar de andar com a Ino. 

 

Senti um arrepio subir pela minha coluna quando entramos no hospital psiquiátrico. Minha mão não se soltava da dele em nenhum segundo. Sentia que estava protegida assim. 

Os corredores brancos, o piso branco a enfermeira mal encarada que ia na frente também vestida de branco. Se ela precisasse se esconder era só deitar no chão e se camuflar. 

 

Nota mental 2: Passar menos tempo com o Naruto. 

 

Quase sorri com isso. Se meu coração não estivesse mais apertado que pinto dentro do ovo eu teria rido. A única coisa que me impedia de sair correndo era Sasuke, que segurava firme a minha mão e fazia um carinho sutil nela. 

Sei lá o que faria sem ele.

Hesitei quando alcançamos a porta do quarto da mamãe. Olhei para o moreno, que assentiu, me encorajando. 

 

Respirei fundo e levei a mão até a maçaneta. Assim que olhei na direção da cama dela, percebi meus olhos marejarem. As lágrimas turvaram minha visão e senti uma delas escorrer pela minha bochecha direita. 

Ela estava magra e pálida. Seus cabelos loiros, antes vistosos e vivos, estavam opacos e cheios de fios grisalhos. Haviam olheiras horríveis em torno dos seus olhos verdes como os meus, que fitavam o teto como se fosse a coisa mais interessante do mundo. 

 

— Sra. Haruno, tem visita — disse a enfermeira, suavemente. 

 

Minha mãe me olhou vagamente. Pensei que diria algo, mas ela apenas voltou a fitar o teto e disse as palavras que fizeram meu coração partir em vários estilhaços:

 

— Quem é essa garota? — perguntou, com a voz sem qualquer emoção. 

 

Sasuke pôs a mão no meu ombro. Eu não sabia como reagir. Até minhas lágrimas pararam de cair. As enxuguei e me aproximei da minha mãe. 

 

— Mamãe... — murmurei, pegando sua mão. — Mamãe, sou eu. A Sakura. Sua filha. 

 

— Minha filha? — ela riu de escárnio. — Não venha brincar comigo, garota. Acabei de perder meu bebê. Como você pode dizer isso? Onde está o Kizashi? Por que ele não veio me tirar daqui? Onde está o meu marido?! O que esta menina ainda está fazendo aqui? Kizashi! 

 

— Srta. Haruno, por favor — uma enfermeira nos conduziu para fora. 

 

— O que houve ali? — Sasuke perguntou para ela, enquanto tentavam tranquilizar minha mãe lá dentro. 

 

— A loucura dela chegou a um ponto em que Mebuki não se lembra de nada, ou, quando se lembra, é de algo ruim — explicou ela. — Você está bem? — perguntou para mim. 

 

Balancei negativamente a cabeça e Sasuke me abraçou pelos ombros, me levando até algumas cadeiras na área de espera. 

 

— Eu vou pegar algo para que ela se acalme — a enfermeira disse para ele e saiu. 

 

Eu não conseguia focalizar meu olhar em nada, mas senti Sasuke passar os polegares sobre minhas bochechas, limpando lágrimas que eu nem sabia que estava derramando. Por fim, consegui ver seus olhos. Suas incríveis íris negras me observavam. Ele estava ajoelhado na minha frente, acariciando minhas bochechas enquanto limpava as lágrimas. Parecia preocupado. 

 

— Está melhor? — perguntou. Neguei com um aceno. — Gomen. Foi uma pergunta idiota. É claro que você não está melhor. 

 

— Ela não se lembra de mim — falei, com a voz rouca e a garganta doendo. — Ela não me reconheceu, Sasuke. Eu sabia que isso chegaria a acontecer, mas não imaginei que ia sentir uma dor tão grande. Está doendo muito, aqui... — bati minha mão fechada contra meu peito, na altura do coração. 

 

Sasuke me levantou e me abraçou apertado. Afundei meu rosto no seu peito e me permiti chorar mais. Sentia sua mão direita acariciar meus cabelos do cocuruto ao meio das costas. Era reconfortante ali. Seu cheiro amadeirado estava se tornando meu vício. Me sentia segura ali, com seus braços me sustentando. 

Logo a enfermeira voltou com um comprimido e um copo d'água. 

 

— É melhor voltar para casa, menina — disse, depois que eu tomei o remédio e a água. — Ligamos para você se acontecer alguma coisa. 

 

Eu apenas assenti, permitindo que Sasuke me conduzisse de volta para o estacionamento. 

O remédio fez efeito rapidamente. A última coisa que percebi foi que estava com a cabeça no colo de Sasuke, e que ele falava com alguém no celular... 


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