"...Eu estive esperando para sorrir, hey

Estive segurando isso por um tempo, hey

Levo você comigo se puder

Estive sonhando com isso desde criança

Eu estou no topo do mundo ..."

Imagine Dragons - On Top Of The World

Pov Sakura... 

Durante essa semana que se passou, Sasuke eu nos tornamos ainda mais próximos. E eu, por mais incrível que pareça, gosto disso. 

Talvez seja o fato dele me fazer bem, de conseguir me fazer esquecer todos os meus problemas. Ainda tenho os meus pesadelos de sempre, mas agora, quando eu abro os olhos, tudo o que me vem na mente é ele. 

Ino, na terça-feira, nos apresentou o seu namorado. Era um carinha da outra turma do terceiro ano, chamado Sai. Um cara legal, apesar de parecer meio insensível e abrir o sorriso mais falso do mundo quando quando vê que alguém está irritado. Segundo ele, um sorriso, mesmo que falso, é a melhor saída para os problemas. 

Eu devia aderir isso na minha vida, sei lá. Acho que seria uma boa. 

Na sexta-feira, Sasuke e eu estávamos na biblioteca fazendo um trabalho de história, até que vimos SaIno (Sai e Ino) entrarem e se sentarem bem longe de todo mundo. Resolvi fazer uma piada, já que tinha uma coisa que eu queria perguntar pro Uchiha do meu lado. 

— Sabe, você e o Sai se parecem — disse eu, e mordi os lábios pra não rir da cara de indignação dele. 

— O Sai é um cara legal e tudo mais, mas daí a falar que eu pareço com ele é apelação! — ele exclamou, baixo para que não fôssemos expulsos da biblioteca. — Eu tenho mais cor do que ele, que parece que nunca saiu no sol. 

— Ah, Sasuke-kun, vocês tem os cabelos meio parecidos. 

— Claro que não! Os meus são pretos e os dele são "escuros". Por Kami, você não pode dizer que qualquer um tem charme Uchiha, Sakura!

— Tá bem, tá bem — eu cedi. — Desculpe. Vocês não tem nada em comum. 

— Obrigado. Itachi não ia mais gostar de você, se ouvisse isso — Sasuke voltou a prestar atenção nas anotações. 

— Sa... Sasuke, eu... — minha voz sumiu, e o moreno me olhou, com as sobrancelhas franzidas. 

— O que foi? 

— N-nada - baixei a cabeça. — Depois eu digo. 

Percebi que ele ficou meio inquieto depois disso, mas terminamos o nosso trabalho (que ficou perfeito), e saímos da biblioteca. Na verdade eu tinha até esquecido o assunto. 

[...]

Depois do jantar, eu estava indo para o dormitório, já que não tava nem um pouco afim de ir pra sala de jogos da escola junto com os outros. Tinha recebido uma notícia sobre mamãe durante a tarde. Uma notícia que me abalava profundamente. 

Mas no meio do caminho, senti alguém me puxar pra dentro da sala de economia doméstica. Fiquei assustada no primeiro momento, mas me deparei com um par de ônix me encarando na meia luz. 

— Ah, oi, Sasuke — murmurei. 

— Podia não ser eu, sabia disso? Onde você está com a cabeça? Por que não está com os outros?

— Eu não tô no clima pra ir "me divertir" — fiz aspas com as mãos. 

— Tudo bem? — ele franziu a testa, tocando meu rosto com as pontas dos dedos. Fiz que não com a cabeça. — O que foi? 

— Minha mãe está muito mal — contei, comprimindo os lábios, numa tentativa falha de não chorar. — Minha madrinha me contou que ela está vivendo sob efeito dos remédios. Sasuke, minha mãe vai morrer! 

— Calma, Sakura — ele me abraçou, me deixando chorar no seu peito. 

Eu segurava sua camiseta, como se ela fosse um bote salva-vidas que me impedidiria de afundar de vez, enquanto Sasuke fazia carinho no meu cabelo tentando me acalmar. 

Quando dei por mim, estávamos sentados no chão, encostados na porta. Minha cabeça pousava no peito dele, e uma das suas mãos acariciava minhas costas. Não percebi em que momento eu dormi, escutando as batidas desordenadas do coração dele.